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psicanálise
Carlos Alberto Palastino
Uma abordagem radical
Inicia falando sobre os 16 anos da primeira publicação do livro;
Ele aprofunda no livro a crítica sobre o paradigma;
Ampliou o escopo e a riqueza temática de sua abordagem;
A análise desenvolvida por Santos insere a problemática paradigmática no
contexto das crenças vigentes no período de sua emergência;
Santos considera que a divisão entre sujeito e objeto de conhecimento
empobrece a concepção de cada um deles, produzindo dominação do primeiro
sobre o segundo;
Separação do homem e da natureza.
Uma abordagem radical
Santos considera importante a compreensão e não explicação;
Considera importante revalorizar as humanidades e acompanhar os processos de
conhecimentos desenvolvidos na psicologia e antropologia;
Santos critica a concepção de ciência como representação verdadeira do real;
O paradigma moderno “organiza e limita” sua concepção ontológica, epistemológica e
antropológica;
Crítica da perspectiva dualista;
Critica a prepotência exercida sobre a natureza pelo conhecimento científico;
Ele critica a separação entre sujeito/objeto e procura aumentar não a capacidade humana
de dominar o mundo, mas de compreendê-lo.
O quinto rombo
Santos distingue condições sociais e condições teóricas;
Ele considera que as condições teóricas determinada pelo avanço do conhecimento propiciado pelo
paradigma permitiram ver a fragilidade dos pilares sobre os quais o dito paradigma se funda. São
elas:
1. relativização das leis da física
2. domínio da microfísica (física quântica)
3. rigor das matemáticas
4. teoria de entropia
Reinvindicação pela dignidade das ciências humanas, um conhecimento compreensivo e descritivo
diferente das ciências duras;
Sugere o abandono do dualismo, que separa sujeito do objeto;
Essas crenças da modernidade naturalizam determinadas maneiras de pensar processos que, como a
percepção, a memória e o pensamento são decisivas para compreender o homem e o processo de
conhecimento.
O quinto rombo
A experiência psicanalítica sustentou a construção de teorias que permitem pensar
formas de apreensão e produção do sentido e sua decisiva participação na constituição
da subjetividade;
A construção teórica desenvolvida na experiência psicanalítica permite ajudar a pensar
a relação com a natureza de forma mais complexa;
Não podemos pensar no ser humano como se nada tivesse a ver com a natureza;
Ele incorpora a psicanálise como o “quinto rombo” porque ela colide com a as
concepções mais básicas do paradigma da modernidade;
As descobertas da psicanálise constituem uma crítica radical dessas concepções;
Motivos que obstaculizam a identificação da psicanálise como um saber crítico do
paradigma moderno.
O quinto rombo
A psicanálise é uma nova forma de saber, não apenas um saber sobre um objeto novo, colocando
questões ontológicas e epistemológicas centrais;
Apesar da obra de Freud ter tido importância na cultura, seu impacto sobre a questões
ontológica e epistemológica foram pequenas, por causa das ferramentas utilizadas por Freud
para teorizar seus descobertas clínicas;
Freud utilizou inicialmente características da ciência do paradigma moderno;
Freud foi obrigado a criar a metapsicologia, que foi a construção de um quadro teórico,
substituindo o que foi fracassado;
A metapsicologia tem como objetivo complementar as teorias que são expressas diretamente da
experiência, mas era constituída a partir dessas experiências;
Porém, a metapsicologia é provisória.
A nova síntese metapsicológica e a
ruptura paradigmática
A descoberta do inconsciente caracterizou uma reviravolta e marcou a cultura ocidental;
Freud modificou seus textos depois das contradições ao tentar se adequar ao paradigma
moderno, o que ele chama de “virada teórica”, que mesmo com suas contradições, colidem com
o paradigma moderno, constituindo a psicanálise como mais um “rombo” no paradigma
moderno;
A obra de Freud pode ser considerada como um processo contraditório e não concluído processo
de ultrapassagem dos limites impostos pelos pressupostos do paradigma moderno;
A centralidade da questão
epistemológica
Mesmo enfatizando o papel que atribui à especulação no seu processo de elaboração teórica, Freud tem
o cuidado de distingui-la da filosofia, da qual declara ter evitado aproximar-se;
Ele continua por toda sua obra considerando importante a observação empírica;
A participação do inconsciente no processo de conhecimento foi teorizada por Freud;
O próprio processo de formulação da teoria psicanalítica fornece um exemplo precioso da participação
do inconsciente no processo de apreensão do real e na produção do conhecimento;
A participação do inconsciente no processo de formulação da própria teoria psicanalítica foi afirmada
explicitamente por Freud através da elaboração do conceito de “bruxa metapsicológica”, sustentando a
necessidade de recorrer à especulação e à fantasia no processo de teorização.
A participação do inconsciente é aspecto fundamental da concepção freudiana, representando uma
oposição ao monopólio da razão e da consciência postulada pelo paradigma moderno;
O inconsciente não foi um pressuposto, mas um resultado de suas experiências.
Um paradigma prudente
A psicanálise permite pensar formas de produção e apreensão que constituem as raízes mais
profundas da construção da subjetividade: sentimentos básicos como os de existir, ser amado
ou ser rejeitado;
Constitui um pressupostos dos atos reflexivos, permitindo pensar a difícil questão da eficiência
do saber científico;
Através disso, a modernidade europeia postulou sua superioridade à outras culturas
legitimando até o genocídio;
A cultura moderna ignora outras formas de conhecimento como experiências ancestrais ;
Um paradigma prudente, segundo o autor, é aquele que acolhe a complexidade do real e de
suas formas de apreensão, que não despreza o conhecimento que produz tecnologia (ciência),
mas que reivindica a importância de outras formas de conhecimento.