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PROCESSOS
FARMACÊUTICOS
INTRODUÇÃO
O sistema de tratamento de água é de fundamental importância
para os processos farmacêuticos, desde a manipulação de
produtos até a limpeza e sanitização de equipamentos. O controle
da qualidade deve atender os pré-requisitos mais rigorosos em
relação à contaminação da água para o uso farmacêutico.
Segundo a legislação vigente, quaisquer partículas ou
principalmente micro-organismos devem ser rigorosamente
monitorados.
O processo de purificação da água para uso farmacêutico é
baseado na eliminação de impurezas físico-químicas, biológicas
e microbianas até se obterem níveis preestabelecidos em
compêndios oficiais aprovados pelas autoridades sanitárias.
O controle da contaminação da água para uso farmacêutico é
fundamental, uma vez que a água tem grande susceptibilidade
para agregar compostos diversos e para sofrer recontaminação,
mesmo após a etapa de purificação.
No Brasil, os requisitos de qualidade da água para uso
farmacêutico são estabelecidos em normas técnicas de Boas
Práticas de Fabricação (BPF) e também na Farmacopeia
Brasileira.
O regulamento técnico vigente que descreve os princípios de
BPF é a RDC nº. 17, de Abril de 2010 e a Farmacopeia Brasileira,
5º Edição.
LEGISLAÇÃO
Basicamente, há três tipos de água para uso farmacêutico:
TIPOS DE ÁGUA
água purificada é produzida a partir da água potável ou da
água reagente e deve atender às especificações estabelecidas
na respectiva monografia.
Não contém qualquer outra substância adicionada.
É obtida através de sistemas de purificação, tais como
destilação; osmose reversa; deionização; ultra filtração, ou outro
processo capaz de atender, com a eficiência desejada, aos
limites especificados para os diversos contaminantes.
DISTRIBUIÇÃO
As condições de estocagem devem ser adequadas à
qualidade da água. A água a não deve ser armazenada por
período superior a 24 horas.
A diretriz fundamental para o armazenamento da água
purificada, da água ultrapurificada, ou da água para injetáveis
é levar em conta que, quanto maior o grau de purificação da
água, mais rapidamente ela tende a se recontaminar.
ARMAZENAMENTO
O reservatório utilizado para a sua manutenção deve ser
apropriado aos fins a que se destina, composto por material
inerte, limpo e não servir de fonte de contaminação ao
conteúdo.
O reservatório deve estar protegido de fontes de luz e calor
impróprios e a geometria deve permitir seu esgotamento total
pelo fundo, sem volumes mortos.
OS reservatórios de água para injetáveis devem ser
encamisados, para manter a água circulante em temperatura
superior a 80º C, que restringe significativamente o crescimento
bacteriano.
TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE
ÁGUA PURIFICADA (AP)
Os projetos, instalações e operação de sistemas para produção
de água purificada, água para injetáveis e a água
ultrapurificada possuem componentes, controles e
procedimentos similares. A diferença reside na presença do
parâmetro endotoxinas bacterianas na água para injetáveis e
nos seus métodos de preparação, especificamente no último
estágio.
Produzem água purificada de uso rotineiro, por meio de resinas de
troca iônica específicas para cátions ou para ânions. São polímeros
orgânicos, geralmente sulfonados, na forma de pequenas
partículas. As resinas catiônicas capturam os íons liberando o íon H+
na água e as aniônicas liberam OH-.
São regeneráveis com ácidos e bases, respectivamente.
Vantagens: Custo mais baixo de instalação e manutenção.
Desvantagens: Esse processo isolado não produz água de alta
pureza, por haver fuga de pequenos fragmentos da resina,
facilidade de crescimento microbiano e por haver baixa remoção
de orgânicos.
DEIONIZAÇÃO
DEIONIZAÇÃO
DEIONIZAÇÃO
No processo de destilação, a água é levada a uma caldeira
responsável por aquecer o líquido até a ebulição. Em seguida, o
vapor decorrente deste processo é condensado e convertido
em líquido totalmente purificado, sem a presença de
microrganismos e com alto grau de pureza.
Vantagens: Custo baixo de instalação e manutenção
Desvantagens: Apesar de purificada, a água destilada não
perde totalmente os sais minerais, pois o processo não é capaz
de realizar a separação completa.
DESTILAÇÃO
DESTILAÇÃO
A água Ultrapura é obtida através de ultrafitradores que
combinam vários métodos de filtração, como deionizadores e
membranas de ultrafiltração em um só equipamento.
Vantagens: Água extremamente pura.
Desvantagens: Custo alto e baixa produção
ULTRAFILTRAÇÃO
ULTRAFILTRAÇÃO
OSMOSE REVERSA
Antes de falarmos sobre Osmose
Reversa, precisamos entender o que
é Osmose.
OSMOSE REVERSA
A água movimenta-se sempre de um meio hipotônico (menos
concentrado em soluto) para um meio hipertônico (mais
concentrado em soluto) com o objetivo de se atingir a mesma
concentração em ambos os meios, tornando-os isotônicos, através
de uma membrana semipermeável, ou seja, uma membrana cujos
poros permitem a passagem de moléculas de água, mas
impedem a passagem de outras moléculas.
A Osmose Reversa (R.O) é um processo de separação que usa
pressão para forçar uma solução através de uma membrana que
retém o soluto em um lado e permite que o solvente passe para o
outro lado. Mais formalmente, é o processo de forçar a solução de
uma região de alta concentração de soluto através de uma
membrana para uma região de baixa concentração de soluto,
através da aplicação de uma pressão externa que exceda a
pressão osmótica.
O sistema de Osmose reversa hoje e o mais usado em
praticamente 99% das industrias farmacêuticas, por ter um custo
beneficio alto e também por conseguir a maioria dos níveis de
pureza em um só equipamento.
O processo de osmose reversa, gera duas correntes de água,
sendo a primeira chamada de permeado (tip. 70%), uma água
com baixo teor de sais dissolvidos e outra conhecida como
rejeito (tip. 30%), que concentra praticamente todos os sais
presentes na água de alimentação.
Quando a concentração de algum dos compostos no rejeito
excede seu limite de solubilidade, começam a cristalizar
gerando a obstrução. Compostos de baixa como sílica e
carbonatos de cálcio são exemplos típicos. A remoção de
precipitados deste tipo são de difícil remoção, mas podem ser
evitados por meio de ajustes operacionais, dosagens de
produtos condicionantes e controle de pH.
PRÉ-TRATAMENTO
Uma das etapas do pré tratamento da água de fornecimento
para osmose reversa consiste na utilização de filtros de sedimento
geralmente de 1,5 e 10 micras e filtros de areias que tem a função
de reter matérias particulados provenientes da rede de
alimentação.
SANITIZAÇÃO
Biofilme é o termo genérico atribuído a uma comunidade de
microrganismos delimitados por uma matriz que se adere a uma
superfície. Podemos encontrar em qualquer face em que esteja
presente umidade, mesmo em ambientes com condições
difíceis, em que os nutrientes sejam extremamente limitados.
Surge um biofilme quando bactérias livres (planctônicas)
aderem a uma superfície.
BIOFILMES
A presença de biofilme e de bactérias contribui para um
aumento nas partículas, produtos de eliminação e fragmentos
produzidos pelo metabolismo e morte celular. Como resultado,
os níveis TOC podem aumentar, assim com os níveis de
endotoxinas.
Também podem causar a corrosão das tubulações de
abastecimento do sistema e desgaste na membrana de
filtração.
A principal causadora de biofilmes em sistemas de tratamento
de água é a bactéria pseudômonas aeroginosa.
MONITORAMENTO DA QUALIDADE
DA ÁGUA
As questões sazonais que podem afetar a qualidade da água
da fonte de fornecimento devem ser consideradas na
elaboração do plano.
A frequência de coleta das amostras é definida na validação
do sistema, bem como os ensaios necessários para garantir a
manutenção da qualidade da água requerida.
o monitoramento microbiológico da água de uso farmacêutico
se baseia nos parâmetros que assegurem a manutenção da
qualidade da água desejada.
Em geral, não é necessário identificar os micro-organismos
presentes, (exceto a presença de pseudômonas aeroginosa)
mas sim, proceder à contagem total de bactérias, por meio de
método adequado para abranger uma ampla gama de
organismos.
MONITORAMENTO
MICROBIOLÓGICO
Amostras contendo agentes sanitizantes devem ser neutralizadas
antes de proceder à análise.
Os ensaios microbiológicos devem ser realizados após curto
intervalo de tempo da coleta da amostra, ou essa deverá ser
refrigerada adequadamente e por tempo determinado, para
preservar as características originais.
O monitoramento físico-químico acompanha, principalmente, a
condutividade e o carbono orgânico total, que também podem
ser medidos em linha.
Esses ensaios abrangem uma ampla gama de contaminantes
inorgânicos.
Caso a amostra não seja analisada em seguida à coleta, deve
ser preservada e armazenada em condições que garantam a
sua integridade e conservação e por período adequado.
MONITORAMENTO FÍSICO-QUÍMICO
O propósito fundamental da validação é assegurar a
confiabilidade de um sistema de purificação de água,
envolvendo sua obtenção, armazenamento, distribuição e
qualidade no ponto de uso.
A validação inclui a qualificação do projeto (QP); da instalação
(QI); da operação (QO) e do desempenho (QD).
VALIDAÇÃO
O plano de validação para um sistema de água envolve as
seguintes etapas:
a) conhecer o padrão de qualidade da fonte de alimentação;
b) estabelecer o padrão de qualidade da água purificada;
c) definir as tecnologias de purificação e sua sequência, a
partir da qualidade da água de entrada;
d) selecionar os materiais de construção dos sistemas de
produção, armazenamento, distribuição e monitoramento
dos pontos de uso;
e) desenvolver os protocolos de qualificação de projeto,
instalação, operação e desempenho;
f) estabelecer os parâmetros críticos, níveis de alerta e de
ação e a periodicidade de sanitização e de monitoramento;
g) estabelecer um plano de manutenção da validação, que
incluirá mecanismos para o controle de mudanças nos sistemas
de água e proporcionará subsídios para um programa de
manutenção preventiva.
Duvidas ?
ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Farmacopeia Brasileira,
volume 1. 5ª Ed. Brasilia,2010b.
ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria
colegiada- RDC nº 17, de 16 de Abril de 2010.
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< http://www.majop.com.br/artigo%20t%c3%89cnico%20osmose%20reversa%20e
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ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia de qualidade para
sistemas de purificação de água para uso farmacêutico. 01,n. 0,p. 05-
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS