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BELO HORIZONTE - MG
2019-02
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO
INTRODUÇÃO
Socialmente, o ser humano sempre exprimiu dificuldades em conviver e lidar com o diferente,
tendendo a segregar e inferiorizar todos aqueles que se afastam dos padrões de normalidade pré-
estabelecidos em uma determinada cultura
(CARDOSO; GALERA, 2011).
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO
INTRODUÇÃO
Segundo Michel Foucault (1926-1984), o perfil dos grupos socialmente excluídos sofre modificações ao longo
da história, como a lepra na idade média, substituída pelas doenças sexualmente transmissíveis anos mais
tarde. Em determinado período os sujeitos considerados como "loucos" assumiram o papel dos socialmente
desprezados.
Relata ser necessário um conjunto de regras e normas sociais que julguem um comportamento
como inadequado para o convívio. Logo, o louco configura como uma criação do homem,
conferindo a esse cidadão um local de exclusão e negação de direitos sociais, como observado
por ele em meados de 1970
(FOUCAULT, 1972).
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO
QUESTÃO NORTEADORA
Com o intuito de elucidar tais questões, este presente estudo resultante do trabalho acadêmico de
conclusão do curso de graduação em enfermagem, busca auxiliar o profissional enfermeiro na
atuação, acolhimento e manejo com o paciente da saúde mental, levando em consideração o seu
papel no processo de transformação social, tendo participação ativa na implantação de projetos e
programas voltados para a educação, promoção da saúde e prevenção de agravos.
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO
JUSTIFICATIVA
Além disso, este estudo poderá traçar o papel do enfermeiro no atendimento ao paciente com
transtorno mental, levando em conta suas especificidades a fim de garantir uma assistência
adequada, assim como identificar os aspectos relacionados ao manejo do paciente psiquiátrico
pelo enfermeiro e suas consequências para o tratamento do paciente.
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO
OBJETIVO
O objetivo deste estudo foi relatar a percepção do enfermeiro em relação ao manejo dos
pacientes com transtornos mentais usuários de substâncias psicoativas.
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO
METODOLOGIA
A abordagem qualitativa
permite assimilar o ser
humano em seus
Estudo obstáculos e
qualitativo confrontamento.
Pesquisa (KINALSKIL et al., 2017).
bibliográfica
METODOLOGIA
Montagem
do Projeto
Submissão
do Trabalho
Coleta de no Comitê de
ética da
Dados universidade
Entrevista
semiestrutura Método Bola
da realizada de Neve
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO
DISCUSSÃO
RESULTADO E DISCUSSÃO
Enfermeiro Gênero Tempo de Tempo de Pós-Graduação
formação atuação em em Saúde Mental
Saúde Mental
01 Feminino 8 Anos 7 Anos Sim
02 Feminino 9 Anos 8 Anos Não
03 Masculino 35 Anos 25 Anos Não
04 Feminino 35 Anos 26 Anos Não
05 Masculino 30 Anos 8 Anos Sim
06 Feminino 9 Anos 5 Anos Não
07 Feminino 11 Anos 8 Anos Sim
08 Feminino 19 Anos 3 Anos Não
09 Feminino 10 Anos 6 Anos Sim
10 Feminino 3 Anos 2 Anos Sim
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO
RESULTADO E DISCUSSÃO
RESULTADO E DISCUSSÃO
RESULTADO E DISCUSSÃO
A psicose como transtorno de maior prevalência entre usuários de
substâncias psicoativas no serviço de saúde mental.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Babaro e Picarelli (2017) ressaltam que por mais que a prevalência do transtorno psicótico induzido por
substância psicoativa na população em geral seja desconhecida, cerca de 7 a 25% dos indivíduos que
apresentam um primeiro episódio de psicose em diferentes contextos têm transtorno psicótico induzido por
substância/medicamento.
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO
RESULTADO E DISCUSSÃO
Habilidades do enfermeiro e o poder do trabalho em equipe
Percebeu-se que a maioria dos participantes têm conhecimento sobre como é o papel e o cuidado ao
paciente com transtorno mental e as importantes funções do enfermeiro dentro do trabalho em equipe.
“[...] então a primeira habilidade é o gostar, tem que gostar de psiquiatria [...] vem a
crise que esse paciente traz que você tem que ir convivendo com ele no dia-a-dia
conversando, acolhendo, interagindo e descobrindo o que esse sujeito tem para te
dizer, o que você pode fazer por ele. ” (Enf. 4)
RESULTADO E DISCUSSÃO
Segundo Maftum e colaboradores (2017) a enfermagem passa a atuar dentro de uma equipe
multidisciplinar e exercer um papel mais abrangente com participação constante no tratamento e
exercício independente da profissão. Em saúde mental é exigida uma atuação particular do
enfermeiro, voltada para novas propostas terapêuticas nas quais há uma transformação das
relações de poder entre o profissional e o sujeito, o que gera a necessidade de que se
desenvolvam competências e habilidades na abordagem e no relacionamento com o doente.
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO
RESULTADO E DISCUSSÃO
As vulnerabilidades do usuário de substâncias psicoativas
“Nos serviços de saúde mental temos que ter uma atenção maior aquelas
pessoas com um vínculo familiar debilitado, ou principalmente aquele que
não tem nenhum contato com os seus familiares. ” (Enf.3)
“[...] Muitas vezes eles estão em situação de rua, mas eles têm uma família,
procura pelo serviço de saúde mental, adere ao serviço por vinte dias, com
esses vinte dias ele consegue se organizar. Estando em casa ele briga com
os familiares, rouba objetos para o consumo da droga se desorganiza e volta
novamente para a rua [...]. ” (Enf. 9)
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO
RESULTADO E DISCUSSÃO
O suporte familiar é uma das principais prevenções de diversas psicopatologias, dentre elas a
dependência química. A família deve orientar e conduzir, conhecendo conceitos e se
engajamento em tarefas do cotidiano, assumindo papéis sociais cada vez mais diversos,
ajudando o paciente na evolução de competências sociais . Por ser a referência primaria do
indivíduo a família pode minimizar as consequências da exposição aos fatores de risco
RESULTADO E DISCUSSÃO
Os entrevistados caracterizam os usuários de substâncias psicoativas, como uma população que
vive em constante desigualdade, sendo ela social, de gênero, econômica e cultural
“Na minha vivência consigo observar um perfil em que na sua maioria ainda
tem como prevalência homens, com o nível escolar menor, o nível
sociocultural inferior e que além de todas essas precariedades ainda vivem
em situação de rua. ” (Enf. 1).
RESULTADO E DISCUSSÃO
Porém. Outros não têm tão claro esse conhecimento, permitindo uma percepção diferente do que
é competência real do enfermeiro.
RESULTADO E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A nova abordagem, que se modificou com a reforma psiquiátrica foi o perfil dos pacientes,
segundo os entrevistados. Pacientes psicóticos totalizam o perfil de maior prevalência em
tratamento nos serviços de saúde mental, considerando a comorbidade entre a dependência da
droga e o aparecimento da doença mental.
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante disso, conhecer a atuação do enfermeiro na saúde mental tem o papel de direcionar
enfermeiros e futuros enfermeiros na abordagem ao paciente de saúde mental usuários de
drogas expondo o exercício da enfermagem de forma autônoma como membro da equipe de
saúde mental, tirando o foco do enfermeiro como secundário ao papel do psiquiatra e do
psicólogo no atendimento a esse público em específico. É necessário que durante a graduação
os estudantes de enfermagem entrem em contato com a matéria de saúde mental de forma a
desmistificar os preconceitos em torno da saúde mental e conhecer como de fato ocorre a
atuação nessa área.
TENDÊNCIA DE MORTALIDADE EM IDOSOS POR CAUSAS EXTERNAS NO PERÍODO DE
2007-2016 NO ESTADO DE MINAS GERAIS
REFERÊNCIAS
CARDOSO, L.; GALERA, S. A. F. O cuidado em saúde mental na atualidade. Revista da Escola de Enfermagem da USP
online, São Paulo, v. 45, n. 3, p. 687-691, Junho, 2011. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n3/v45n3a20.pdf>. Acesso em: 25 de agosto de 2018
FOUCAULT, M. História da loucura na Idade Clássica. São Paulo: Perspectiva, 1972. cap. 1, p.7-9.
KINALSKI D. D. F., PAULA C. C., PADOIN S. M. M., NEVES E. T., KLEINUBING R. E., CORTES L. F. Focus group on qualitative
research: experience report. Revista Brasileira de Enfermagem online. 2017: Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0091>. Acesso em: 08 de setembro de 2018.
OBRIGADO!