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Instituto Mineiro de Educação e Cultura Uni-BH S/A

Trabalho de Conclusão de Curso


Michelle Ferreira Resende
Pedro Henrique Santos Paula
Tayná Cristina da Silva

TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS: ABORDAGEM E


MANEJO DO ENFERMEIRO

Orientadora: Prof. Ms. Maria de Fátima Teles

BELO HORIZONTE - MG
2019-02
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

INTRODUÇÃO

Socialmente, o ser humano sempre exprimiu dificuldades em conviver e lidar com o diferente,
tendendo a segregar e inferiorizar todos aqueles que se afastam dos padrões de normalidade pré-
estabelecidos em uma determinada cultura
(CARDOSO; GALERA, 2011).
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

INTRODUÇÃO
Segundo Michel Foucault (1926-1984), o perfil dos grupos socialmente excluídos sofre modificações ao longo
da história, como a lepra na idade média, substituída pelas doenças sexualmente transmissíveis anos mais
tarde. Em determinado período os sujeitos considerados como "loucos" assumiram o papel dos socialmente
desprezados.

Relata ser necessário um conjunto de regras e normas sociais que julguem um comportamento
como inadequado para o convívio. Logo, o louco configura como uma criação do homem,
conferindo a esse cidadão um local de exclusão e negação de direitos sociais, como observado
por ele em meados de 1970
(FOUCAULT, 1972).
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

QUESTÃO NORTEADORA

Qual o conhecimento do enfermeiro sobre abordagem e manejo junto ao paciente


com transtorno mental, relacionado ao uso de substâncias psicoativas?
JUSTIFICATIVA

Com o intuito de elucidar tais questões, este presente estudo resultante do trabalho acadêmico de
conclusão do curso de graduação em enfermagem, busca auxiliar o profissional enfermeiro na
atuação, acolhimento e manejo com o paciente da saúde mental, levando em consideração o seu
papel no processo de transformação social, tendo participação ativa na implantação de projetos e
programas voltados para a educação, promoção da saúde e prevenção de agravos.
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

JUSTIFICATIVA

Além disso, este estudo poderá traçar o papel do enfermeiro no atendimento ao paciente com
transtorno mental, levando em conta suas especificidades a fim de garantir uma assistência
adequada, assim como identificar os aspectos relacionados ao manejo do paciente psiquiátrico
pelo enfermeiro e suas consequências para o tratamento do paciente.
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

OBJETIVO

O objetivo deste estudo foi relatar a percepção do enfermeiro em relação ao manejo dos
pacientes com transtornos mentais usuários de substâncias psicoativas.
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

METODOLOGIA

A abordagem qualitativa
permite assimilar o ser
humano em seus
Estudo obstáculos e
qualitativo confrontamento.
Pesquisa (KINALSKIL et al., 2017).
bibliográfica

BVS, Google acadêmico,


SciELO, Ministerio da
saúde.
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

METODOLOGIA
Montagem
do Projeto
Submissão
do Trabalho
Coleta de no Comitê de
ética da
Dados universidade

Entrevista
semiestrutura Método Bola
da realizada de Neve
TRANSTORNO MENTAL E O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS:
ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

DISCUSSÃO

As entrevistas foram realizadas com dez enfermeiros que atuam na assistência


em saúde mental, acolhendo tanto os pacientes quanto seus familiares, onde se
percebeu perspectivas e opiniões semelhantes.
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ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

RESULTADO E DISCUSSÃO
Enfermeiro Gênero Tempo de Tempo de Pós-Graduação
formação atuação em em Saúde Mental
Saúde Mental
01 Feminino 8 Anos 7 Anos Sim
02 Feminino 9 Anos 8 Anos Não
03 Masculino 35 Anos 25 Anos Não
04 Feminino 35 Anos 26 Anos Não
05 Masculino 30 Anos 8 Anos Sim
06 Feminino 9 Anos 5 Anos Não
07 Feminino 11 Anos 8 Anos Sim
08 Feminino 19 Anos 3 Anos Não
09 Feminino 10 Anos 6 Anos Sim
10 Feminino 3 Anos 2 Anos Sim
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RESULTADO E DISCUSSÃO

90% possui especialização, sendo


80% do sexo feminino 50% em saúde mental e 49% em
diversas outras especializações

1% dos idade média de


tempo de
enfermeiros 90% são 42,8 anos
formação
não possui enfermeiros há (mínimo de 27
variando entre
nenhum tipo de mais de 7 anos e máximo de 61
3 a 35 anos
especialização anos).
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RESULTADO E DISCUSSÃO

Mediante a leitura e interpretação dos dados colhidos foram identificadas três


categorias de maior relevância:
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RESULTADO E DISCUSSÃO
A psicose como transtorno de maior prevalência entre usuários de
substâncias psicoativas no serviço de saúde mental.

“Os transtornos mais comuns entre os pacientes usuários de droga [...] é a


psicose, são os pacientes que surtam mesmo [...] tem outros também, mas
eu acho que o mais comum é esse’’. (Enf. 09)

“[...] O perfil de pacientes são principalmente aqueles com baixo suporte


social l[..] além disso, são psicóticos e usuários de droga”. (Enf. 5)
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RESULTADO E DISCUSSÃO

Babaro e Picarelli (2017) ressaltam que por mais que a prevalência do transtorno psicótico induzido por
substância psicoativa na população em geral seja desconhecida, cerca de 7 a 25% dos indivíduos que
apresentam um primeiro episódio de psicose em diferentes contextos têm transtorno psicótico induzido por

substância/medicamento.
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ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

RESULTADO E DISCUSSÃO
Habilidades do enfermeiro e o poder do trabalho em equipe
Percebeu-se que a maioria dos participantes têm conhecimento sobre como é o papel e o cuidado ao
paciente com transtorno mental e as importantes funções do enfermeiro dentro do trabalho em equipe.

“[...] então a primeira habilidade é o gostar, tem que gostar de psiquiatria [...] vem a
crise que esse paciente traz que você tem que ir convivendo com ele no dia-a-dia
conversando, acolhendo, interagindo e descobrindo o que esse sujeito tem para te
dizer, o que você pode fazer por ele. ” (Enf. 4)

“O enfermeiro deve ter um conhecimento com um embasamento teórico, para


conseguir entender como este aquele paciente, poder entender seus sofrimentos
conseguindo antecipar suas ações, com o intuito de atender, acolher esse paciente
como um todo”. (Enf. 1)
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RESULTADO E DISCUSSÃO

Segundo Maftum e colaboradores (2017) a enfermagem passa a atuar dentro de uma equipe
multidisciplinar e exercer um papel mais abrangente com participação constante no tratamento e
exercício independente da profissão. Em saúde mental é exigida uma atuação particular do
enfermeiro, voltada para novas propostas terapêuticas nas quais há uma transformação das
relações de poder entre o profissional e o sujeito, o que gera a necessidade de que se
desenvolvam competências e habilidades na abordagem e no relacionamento com o doente.
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ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

RESULTADO E DISCUSSÃO
As vulnerabilidades do usuário de substâncias psicoativas

“Nos serviços de saúde mental temos que ter uma atenção maior aquelas
pessoas com um vínculo familiar debilitado, ou principalmente aquele que
não tem nenhum contato com os seus familiares. ” (Enf.3)

“[...] Muitas vezes eles estão em situação de rua, mas eles têm uma família,
procura pelo serviço de saúde mental, adere ao serviço por vinte dias, com
esses vinte dias ele consegue se organizar. Estando em casa ele briga com
os familiares, rouba objetos para o consumo da droga se desorganiza e volta
novamente para a rua [...]. ” (Enf. 9)
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ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

RESULTADO E DISCUSSÃO

O suporte familiar é uma das principais prevenções de diversas psicopatologias, dentre elas a
dependência química. A família deve orientar e conduzir, conhecendo conceitos e se
engajamento em tarefas do cotidiano, assumindo papéis sociais cada vez mais diversos,
ajudando o paciente na evolução de competências sociais . Por ser a referência primaria do
indivíduo a família pode minimizar as consequências da exposição aos fatores de risco

(FERNANDES et al., 2018).


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ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

RESULTADO E DISCUSSÃO
Os entrevistados caracterizam os usuários de substâncias psicoativas, como uma população que
vive em constante desigualdade, sendo ela social, de gênero, econômica e cultural

“Na minha vivência consigo observar um perfil em que na sua maioria ainda
tem como prevalência homens, com o nível escolar menor, o nível
sociocultural inferior e que além de todas essas precariedades ainda vivem
em situação de rua. ” (Enf. 1).

“Consigo observar a coincidência entre a relação da vulnerabilidade dessa


população, relacionando com a ausência de emprego, nível de escolaridade,
fragilidade socioeconômica e cultural. ” (Enf. 2)
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ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

RESULTADO E DISCUSSÃO
Porém. Outros não têm tão claro esse conhecimento, permitindo uma percepção diferente do que
é competência real do enfermeiro.

“O trabalho em saúde mental é em equipe, você não consegue fazer nada


sozinho. Você precisa do serviço social porque ele tem que se inserir no
social de novo, e a gente não faz isso. Ele tem que ser atendido, então tem
um terapeuta, tem um psicólogo, um psicanalista. A enfermagem faz o que?
Cuidar do paciente. A gente cuida do paciente naquilo que ele precisa de
mais básico, então o dia do paciente, ele passa com a gente [...]” (Enf. 10 )
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ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

RESULTADO E DISCUSSÃO

Segundo Guimarães et al (2018) os indivíduos usuários de substâncias psicoativas estão


expostos a diversas circunstâncias de risco e vulnerabilidades psicossociais e biológicas. O
consumo diário de drogas colabora para o sofrimento do próprio dependente e da sua família,
levando a consequências como as que desvinculam o indivíduo da escola, do mercado de
trabalho, ocasionando em desemprego, visto que a medida que o dependente passa a maior
parte do tempo no alcance ou na utilização da droga, ele se afasta ou desconsidera as
responsabilidades diárias.
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ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A reforma psiquiátrica no Brasil trouxe visibilidade há necessidade de humanização na


assistência ao paciente psiquiátrico, resultando na implantação gradativa dos serviços
substitutivos de saúde mental ao hospital psiquiátrico tradicional, propondo uma nova lógica de
assistência que venha a trazer um acompanhamento mais digno com integralidade .

A nova abordagem, que se modificou com a reforma psiquiátrica foi o perfil dos pacientes,
segundo os entrevistados. Pacientes psicóticos totalizam o perfil de maior prevalência em
tratamento nos serviços de saúde mental, considerando a comorbidade entre a dependência da
droga e o aparecimento da doença mental.
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ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados dessa pesquisa constataram ainda que há um consenso no que concerne as


habilidades do profissional de enfermagem na saúde mental, incluindo a escuta ativa para
atender as demandas, o entendimento do paciente como um todo e o embasamento teórico sobre
saúde mental para a adoção de uma postura firme para com o paciente, demonstrando assim que
os profissionais participantes da pesquisa conhecem o papel do enfermeiro na saúde mental e
suas consequências para o paciente, fato talvez explicado pelo fato de quase todos os
participantes da entrevista terem especialização da área de saúde mental.
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ABORDAGEM E MANEJO DO ENFERMEIRO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante disso, conhecer a atuação do enfermeiro na saúde mental tem o papel de direcionar
enfermeiros e futuros enfermeiros na abordagem ao paciente de saúde mental usuários de
drogas expondo o exercício da enfermagem de forma autônoma como membro da equipe de
saúde mental, tirando o foco do enfermeiro como secundário ao papel do psiquiatra e do
psicólogo no atendimento a esse público em específico. É necessário que durante a graduação
os estudantes de enfermagem entrem em contato com a matéria de saúde mental de forma a
desmistificar os preconceitos em torno da saúde mental e conhecer como de fato ocorre a
atuação nessa área.
TENDÊNCIA DE MORTALIDADE EM IDOSOS POR CAUSAS EXTERNAS NO PERÍODO DE
2007-2016 NO ESTADO DE MINAS GERAIS

REFERÊNCIAS

 CARDOSO, L.; GALERA, S. A. F. O cuidado em saúde mental na atualidade. Revista da Escola de Enfermagem da USP
online, São Paulo, v. 45, n. 3, p. 687-691, Junho, 2011. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n3/v45n3a20.pdf>. Acesso em: 25 de agosto de 2018

FOUCAULT, M. História da loucura na Idade Clássica. São Paulo: Perspectiva, 1972. cap. 1, p.7-9.
KINALSKI D. D. F., PAULA C. C., PADOIN S. M. M., NEVES E. T., KLEINUBING R. E., CORTES L. F. Focus group on qualitative
research: experience report. Revista Brasileira de Enfermagem online. 2017: Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0091>. Acesso em: 08 de setembro de 2018.
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