Série Decupagem

SÉRIE PROGRESSIVA/REGRESSIVA
Progressiva:
Cada plano é MAIOR que o anterior (detalhe -> plano aberto)
Cada plano é MAIS ALTO que o anterior (contra-plongée –> plano –> plongée)

Regressiva:
Cada plano é MENOR que o anterior (plano aberto -> detalhe)
Cada plano é MAIS BAIXO que o anterior (plongée –> plano –> contra-plongée)

A sequência pode começar ou terminar com qualquer tipo de plano.

O Mais importante é a mudança PROGRESSIVA no tamanho da imagem, de um plano a
outro em uma cena, na sequência ou no filme como um todo.
 Série REGRESSIVA
Doze HOMENS e uma sentença
dir. Sidney Lumet
 LUMET
“Nunca me ocorreu que rodar um filme inteiro numa única sala fosse um problema. Na verdade, eu
achava que poderia tirar vantagem disto. Um dos mais importantes elementos dramáticos para mim era a
sensação de aprisionamento que aqueles homens deveriam sentir naquela sala. Imediatamente me ocorreu
um “enredo de lentes”. À medida que o filme se desenrola, eu queria que a sala fosse parecendo cada vez
menor. Isso queria dizer que eu iria aos poucos passar a usar lentes mais longas com a continuação do filme.
Começando com a faixa normal (28mm a 40mm), passamos para lentes de 50mm, 75mm e 100mm. Além
disso rodeio o primeiro terço do filme acima do nível do olho e depois, abaixando a câmera, rodei o segundo
terço ao nível do olho e o último terço abaixo do nível do olho. Desse modo, já para o fim, o teto começava a
aparecer. Não apenas as paredes se fechavam; o teto também. A sensação de crescente claustrofobia ajudou
muito a elevar a tensão da última parte do filme. Na tomada final, uma exterior que mostrava os jurados
deixando o tribunal, usei uma lente grande angular, mais larga do que qualquer lente que tivesse sido usada
em todo o filme. Também levantei a câmera para a posição mais elevada acima do nível do olho. A intenção
era literalmente nos dar todo o ar, deixar-nos finalmente respirar, depois de duas horas cada vez mais
confinadas.” Sidney Lumet, sobre 12 homens e uma sentença
IMPORTANTE:

Em uma série progressiva ou regressiva, a cada corte deve ocorrer uma MUDANÇA
SIGNIFICATIVA DE TAMANHO E ANGULAÇÃO.

Caso contrário, o filme “não monta”, isto é, fica uma sensação de “erro”, de “salto”, ou o
que se convencionou chamar no cinema moderno de “falso recorte”, ou FAUX RACCORD.
(Lê se fôrracórd)
EXCEÇÃO – CORTE NO MESMO EIXO
[Aumento ótico ou Aproximação da câmera em linha reta]

MUITO CUIDADO COM A CONTINUIDADE

Erros ficam mais evidentes nesse tipo de corte!

Quando se pode cortar no mesmo eixo?

Ex1: Foco em uma pessoa dentro de um plano geral

Plano aberto com a pessoa centralizada
-> aproximação em linha reta
Plano fechado da pessoa

Ex2: Foco em um ator no palco

Plano geral do teatro com o palco ao fundo
-> aproximação em linha reta
Plano fechado da pessoa

Ex.3: Aproximação em um diálogo

Over the shoulder de um personagem (primeiro plano)
-> aproximação em linha reta
Plano fechado da pessoa (primeiríssimo plano)
 SÉRIE CONTRASTANTE

Pares de planos com ângulos de câmera/tamanhos opostos:

Plongée X Contra-plongé
Frontal X Reverso
Plano Aberto X Detalhe X Plano de Conjunto

IMPORTANTE:
Cada corte deve ter diferença suficiente (de tamanho, angulação e/ou proporção) para
proporcionar contraste!
 SÉRIE REPETITIVA
Sequência de planos com ângulo e tamanhos similares:
Um cantor em um palco seguido de uma série de closes similares de diferentes pessoas da
platéia;
Uma série de planos detalhe de objetos dentro de uma gaveta sendo observados por um
policial.
Diálogos

IMPORTANTE:
Tente manter as imagens de um mesmo tamanho;
Não mude ligeiramente o ângulo de câmera – se mudar, mude ao menos 30º ou 45º;
Mantenha a câmera à mesma distância de cada objeto;
Em diálogos, filme cada par de planos do mesmo ângulo e distância focal;
Isto é, para cada personagem use ângulos de câmera similares (opostos correspondentes).