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CENTRO ‘BOM BOSCO’

DE ESTUDOS SUPERIORES

ANO LETIVO 2011


O QUE VISTE E
OUVISTE DE
MIM...FAZEI-O... E
O DEUS DA PAZ
ESTARÁ
CONVOSCO

D. BOSCO,
PAI E MESTRE
DA JUVENTUDE
1. - J. Bosco, O sonho dos nove anos, (Apêndice)
2. - J. Bosco, A carta de Roma, (Apêndice)
3. - J. Bosco, O sistema preventivo na educação da juventude,
(Apêndice)
4. - J. Bosco, Memórias do Oratório de S. Francisco de Sales,
S. Paulo, Editora Salesiana, 3ª ed., 2005 (Trad. E Com.)
5. - P. Braido, D. Bosco padre dos jovens no século da
liberdade,
S. Paulo, Editora Salesiana, I-II vol., 2008, (Trad.)
6. - P. Braido, Prevenir não reprimir, o sistema educativo de D.
Bosco, S. Paulo, Editoras Salesiana, 2004 (Trad.)
7. - João Paulo II, Juvenum Patris, Carta do Papa ao Superior
dos Salesianos, 1988.
FONTES PARA
1 A RECONSTRUÇÃO
D O ‘SISTEMA PREVENTIVO’
D E D. B O S C O
A) Para uma correcta reconstrução, ter presentes
uns critérios:
1 - Complexidade da sua acção e visão dos jovens
2 - Constante iteração de acção e escritos e
experiência de vida, pessoal e institucional
3 - Atenção ao contexto histórico em mutação
A) – D. BOSCO APÓSTOLO CRISTÃO DOS JOVENS

D. Bosco não é somente um «educador» no


sentido estrito e formal; sua actividade educativa
se insere num conjunto mais amplo de interesses
pela juventude e pelas classes populares.

Tríplice preocupação:
1. Actividade assistencial: alimento, vestido,
moradia, trabalho…
2. Cuidado pastoral da «salvação das almas»,
de «viver e morrer em graça»
3. Animação espiritual das comunidades
educativas e religiosas por ele fundadas.
O conjunto de tais actividades encontra clara
expressão em duas afirmações complementares:
1. A sua acção concreta
2. A sua vida sacerdotal e sua consagração
religiosa

Consequências para o Sistema Preventivo:


1) O aspecto «pedagógico» não exaure toda a
abrangência do seu ensinamento, mas
compreende também o aspecto «pastoral e
espiritual».
2) A leitura de seus escritos não é suficiente
senão no entrelaçamento com outros
elementos: teológicos, jurídicos, espirituais,
ascéticos, organizativos....
B) – INTEGRAÇÃO COM A SUA DA VIDA
• Seus escritos podem se tornar compreensíveis
se não forem ligados à sua personalidade,
à vida concreta das instituições por ele
criadas.
• O melhor exegeta de D. Bosco é o próprio D.
Bosco que cria e plasma a sua experiência
educativa.

C) – ENTRE ESTABILIDADE E INOVAÇÃO


1 – A experiência pedagógica de D. Bosco fixou-
se em momentos cronológicos e em
contextos socio-ambientais e institucionais
bem diferentes, tais como:
- Antes de 1848, ano de explosões volucionárias
- Antes a unificação da Itália em 1870
- Com Roma capital, após 1870

2 – Mais, no interior dos mesmos momentos


cronológicos não são comparáveis as
experiências realizadas nos Oratórios, no
internato, com os aprendizes…
É natural que ao redor de elementos comuns,
presentes em todos os lugares, se juntem de
vez em quando traços e tons diferentes.
Análogas diferenças podem ser encontradas
em escritos diversos pela realidade, pela
ocasião que os provoca, pelo género literário
D. BOSCO EDUCADOR
2 E
AUTOR PEDAGÓGICO
Ainda que tenha publicado muito, D. Bosco
não confiou a nenhum escrito particular a
exposição sistemática do Sistema Preventivo.
Todavia, não existe escrito por ele publicado,
que não deixe de ter alguma relação com a
educação da juventude e do povo. Qualquer
assunto: histórico, apologético, didáctico,
catequético, normativo… era caminho para
transmitir seu pensamento.
A reconstrução fiel de suas ideias não devem
deixar de lado nenhum de seus escritos,
publicados ou inéditos.

A estes deve-se acrescentar os muitos


testemunhos de seus colaboradores

Riquíssimo, por exemplo, é o seu


EPISTOLÁRIO.
ESCRITOS PEDAGÓGICOS
D E D. B O S C O

O JOVEM INSTRUIDO
Para a prática dos seus deveres de exercícios de
piedade cristã, 1847. D. Bosco pretende ensinar
um «método» de vida cristã que seja alegre.

INTRODUÇÃO A UM PLANO DE REGULAMENTO

ESBOÇO HISTÓRICO DO ORATÓRIO DE S. FRANCISCO


DE SALES,1852-54

INDICAÇÕES HISTÓRICAS SOBRE O ORATÓRIO


DE S. FRANCISCO DE SALES, 1862
Breves ensaios de «pedagogia narrada».
VIDA DO JOVEM DOMINGOS SÁVIO, 1859

PEQUENA BIOGRAFIA DO JOVEM MIGUEL MAGONE,


1861

O PASTORZINHO DOS ALPES ou


IDA DO JOVEM FRANCISCO BESUCCO, 1864

São biografias com tom narrativo e ao mesmo


tempo pedagógico
LEMBRANÇAS CONFIDENCIAIS AOS DIRECTORES,
1863
Nasceram numa carta a D. Rua recém-nomeado
Director.

MEMÓRIAS DO ORATÓRIO DE S. FRANCISCO


DE SALES
Excepcional documento de pedagogia experiencial
relativo aos anos 1815-54. Foram redigidas por
D.Bosco entre 1873-79 e editadas pela 1ª vez em
1946.
O SISTEMA PREVENTIVO NA EDUCAÇÃO DA
JUVENTUDE
Clássico conhecidíssimo. Com o mesmo título, mas
com conteúdo iferente e um pro-memória
enviado ao ministro do Interior da Itália,1878
REGULAMENTO DO ORATÓRIO DE S. FRANCISCO
DE SALES PARA OS EXTERNOS, 1877

REGULAMENTO PARA AS CASAS DA SOCIEDADE


DE S. FRANCISCO DE SALES
São regulamentos mas com muitas indicaçações
pedagógicas

COLÓQUIO COM O MINISTRO URBANO RATAZZI, 1854

COLÓQUIO COM O PROFESSOR PRIMÁRIO


FRANBCISCO BODRATO, 1864
Podem ser consideradas confiáveis duas
tomadas de posição de D. Bosco

CARTA SOBRE OS CASTIGOS


Próxima ao pensamento de DB é esta singular Carta
CARTA DE ROMA, 10 de maio de 1884
Inspiradas por D. Bosco e redigidas pelo
secretário J.B. Lemoyne, duas cartas: aos
alunos e aos salesianos.

CARTAS DE D. BOSCO AOS SALESIANOS DA


ARGENTINA E DO URUGUAI, 1885
Ligadas idealmente às Lembranças
confidenciais aos Directores.

HISTÓRIA ECLESIÁSTICA, 1845


HISTÓRIA SAGRADA, 1847
MODO FÁCIL DE APRENDER A HISTÓRIA SAGRADA
1855
De grande interesse para a formação
catequética e religiosa
OUTROS ESCRITOS

O SISTEMA MÉTRICO DECIMAL SIMPLIFICADO, 1849


A HISTÓRIA DA ITÁLIA CONTADA À JUVENTUDE, 1855
Escritos de carácter escolásticos
DIÁLOGO ENCENADO SOBRE O SISTEMA MÉTRICO
DECIMAL, 1849
UMA DISPUTA ENTRE OS ADVOGADO E UM PASTOR
PROTESTANTE, 1853
A CASA DA FORTUNA, 1865
NOVENA AMENA DE UM VELHO SOLDADO DE
NAPOLEÃO I, 1862
Escritos de Carácter recreativo:
3 A ÉPOCA DE D. BOSCO
 A TRAGÉDIA DA REVOLUÇÃO FRANCESA
E DO IMPÉRIO DE NAPOLEÃO (1789 – 1815)

 SUAS GUERRAS: MILHÕES DE SOLDADOS....


 AS CONSEQUÊNCIAS: DESTRUIÇÃO, ÓRFÃOS,
FOME...
 AFASTAMENTO DOS PRÍNCIPES E REIS
 PROPAGAÇÃO DAS IDEIAS DA REVOLUÇÃO
FRANCESA

NO CONGRESSO DE VIENA (1815) A OPÇÃO FOI A:


A «RESTAURAÇÃO» DO ANTIGO REGIME
A ÉPOCA DE D.BOSCO
MUDANÇAS
DE UMA EUROPA DO «ANTIGO REGIME»
À IDADE CONTEMPORÊNEA

FENÔMENOS HISTÓRICOS IMPORTANTES:


+ Tranformações sociais e culturais (Romanticismo)
+ Revolução industrial (Marx)
+ Aspirações à unidade nacional: Alemanha e Itália
+ Espansão colonial da Europa
+ Imperialismo económico, político e cultural:
Passa-se de uma SOCIEDADE ESTRATIFICADA em
ordens (Aristocracia, Clero, Povo) à uma
SOCIEDADE BURGUESA alicerçada sobre a
DIVISÃO EM CLASSES SOCIAIS
+ Imigração (de 1840 a 1914 imigraram 35 milhões de
pessoas deixando a Europa, de modo especial
para a América.
+ Diferentes concepções do mundo:
a - Os conservadores: chamados também de
‘reaccionários’.
b - Os liberais: ligados aos princípios da
Revolução Francesa.
c - Os democratas-radicais: perto da visão
jacobina.
d - Os nacionalistas: ligados à visão romântica.
e - Os socialistas e os socialistas cristãos
CAMPO POLÍTICO ITALIANO:

O acontecimento mais importante é a


«UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA».

Aconteceram três guerras para conseguir a


unificação dos vários territórios.

Em 20–09–1870: HÁ A TOMADA DE ROMA.

O PAPA FICA PRISIONEIRO ATÉ 1929.


Profunda CRISE entre os Católicos:

a - A liberdade religiosa provoca uma campagna


anti-católica
b - O anticlericalismo
c - Forum Eclesiaástico suprimido
d - Expiulsão dos Jesuítas
e - Exílio do Bispo de Turim D. Fransoni
f - Repressão das Ordens Religiosas
g - Confiscomdos bens eclesiásticos
h - Dificuldades na educação
O ESTADO É CADA VEZ MAIS LAICIZADO:
Vale o princípio: ‘Livre Igreja em Lívre Estado

A S. Sé nunca aceitou o «FACTO»


da cupação militar dos seus territórios
e a sua legitimação.

Em 1874 proibiu aos Católicos aparticipação


na vida política.
CAMPO RELIGIOSO:
OS PAPAS: Pio VII Abertura e Diálogo
Leão XII Desconfiança
Gregório XIV Desconfiança
Pio IX Entusiasmo/Confrontação
Leão XIII Enfreta a ‘questão operária’
FORTE RESENÇA DOUTRINAL E PASTORAL:
A Igreja Católica manifesta uma retomada de sua força
pastoral e missionária. Porém há uma mentalidade de
luta, mais de diálogo.
EXPRESSÕES DE RENOVAÇÃO
 Várias conversões (J.H. Newman)
 Restruturação dos Seminários e dos Estudos Teológicos
 Presença no campo social: Belgica e Alermanha
 A questão operária:a Encíclica de Leão XIII:
‘Rerum Novarum’ - 1891
 Nascimento de um novo Laicato
 Proliferação de Congregações Masculinas e
Femininas no campo social, assistencial,
educativo e missionário

OS BISPOS DE TURIM:

D. COLOMBANO CHIAVAROTI: Camoldolense,


1818 – 1830.
 Fez esforço para a reorganização pastoral depois
da Revolução Francesa e Napoleão.
 Dá especial atenção aos Seminários: abre Chieri
 Aprovação o «Colégio de S. Francisco de Assis»
D. LUIS FRANZONI. De família nobre, 1832-60.
Continua o esforço de formação do clero. Nascem
conflitos fortes com o Governo que o levam ao
exilio na França em 1850.

D. ALEXANDRE RICCARDI DI NETRO. De família


nobre, 1867-70.

D. LOURENÇO GASTALDI, 1871-83.É um Bispo


inteligente e preparado. De forte personalidade, quer
eliminar todo abuso disciplinar. Tem uma forte
tendência à centralização. Haverá contraste e
incompreensão com D. Bosco.

CARDEAL CAETANO ALIMONDA, 1883-1891.


CAMPO SOCIAL

 A Itália manifesta nesta época uma forte


disparidade entre asRegiões.
 É fundamentalmente um país agrícola e
artesanal. A industrialização só irá
acontecer, após 1850 e será uma das
últimas nações da Europa.
 Há grande pobreza, analfabetismo, doenças..
Turim será a cidade que por primeira vai
viver o processo da urbanização e
industrialização.
CAMPO CULTURAL E EDUCACIONAL

 A partir de 1830 inicia um processo de maior interesse


pela cultura e pela escola popular.
 Na cultura está demoda a visão româmtica.No final do
século toma conta a mentalidade positivista.
 Na pedagogia aparecem novas reflexões e tendências
(Froebel, Pestalozzi...).
 No região de D. Bosco aumenta apreocupação com as
crianças. Fernando Aporti lança as ‘Escolas Maternas’.
 As Leis de 1848 e 1859 promovem no Piemonte a
implementação do monopólio estatal na educação.
 A educação elementar é fraca e terá que percorrer um
longo caminho.
4
1 – EDUCAÇÃO FAMILIAR

• A primeira vida familiar de João é condicionada pela


precoce «ausência» do pai.
• A mãe Margarida (1788-1856) é a primeira educadora e
mestra de «pedagogia».
• A religião, a dureza do trabalho em casa e no campo,
cumprido com constância e obediência à mãe, a vontade
firme de aplicar-se à leitura e ao estudo plasmam
fortemente a sua personalidade.
• Nas Memórias do Oratório ele atribui particular
importância ao encontro com o P. Calosso
• Significativas são também as actividades recreativas
2 – PRIMEIRA FORMAÇÃO ESCOLAR

• Do Natal de 1830 ao verão de 1831 em Castelnuovo


• De 1831 a 1835 em Chieri.

1. O jovem camponês entra em contacto com o mundo


novo e estimulante da cultura «latina» clássico-
humanista, que eleva o nível de sua consciência
intelectual e das suas aspirações culturais, graças a
um tipo de escola que encontrará espaço no seu
futuro de educador e de suscitar de vocações.
2. Determinante para o jovem já amadurecido
encontrar-se imerso numa estrutura formativa total:
cultural, ética e religiosa. Ela marcou profundamente
a mentalidade de D. Bosco.

3. Há um intenso interesse «literário» que leva o jovem


João a devorar os clássicos latinos e italianos

3. Há uma total identidade de concepções sobre o


fundamento religioso e moral da vida e do estudo:
-- O valor da instrução e da prática religiosa cristã,
-- A solicitude pela ordem, a disciplina, a moralidade
e pela assistência,
-- A formação interior e a direcção espiritual
-- A vida sacramental
3 – NO SEMINÁRIO DE CHIERI (1835-1841)

a) Os estudos filosóficos e teológicos não parecem ter


tido muito impacto na cultura e na mentalidade de
D. Bosco.

b)Ao contrário, notável influência positiva exerceu o


ordenamento disciplinar e espiritual. Houve a
consolidação da sua estrutura espiritual-moral de
base, o sustento da pedagogia do dever, do amor e da
alegria.

c) Não é formação científica universitária. É cultura


de nível modesto.
d)Em compensação teve ocasião de integrar a
formação teológica com a experiência religiosa e
pastoral através de grandes santos.
S. FILIPE NERI - S. FRANCISCO DE SALES
S. VICENTE DE PAULO

e) D. Bosco vai além dos programas do seminário.


Válida para sua futura missão é a predilecção pela
livre leitura de livros de história sagrada e
eclesiástica, de apologética e de piedade.

f) Já nesta época percebe a importância de um sistema


educativo globalmente adoptado.
4 – NO COLÉGIO ECLESIÁSTICO DE TURIM
a) D. Bosco destaca seu profundo carácter prático e
pastoral
b) Guia prático no estudo da Moral é o P. José Cafasso,
seu mestre de espiritualidade e de vida, seu
orientador para as actividades educativas.
c) Na escola do Cafasso aprofundará traços típicos de
sua espiritualidade:
+ A esperança cristã
+ Confiança em Deus mais do que temor
+ O sentido do dever
+ A vida sacramental na pastoral
+ A fidelidade à Igreja e ao Papa
+ A orientação apostólica dos jovens
+ A meditação dos «novíssimos»
5 – A EXPERIÊNCIA DOS «ORATÓRIOS»

< A finalidade «pastoral» está na base de toda a


formação de D. Bosco sacerdote.
< Os seminários deviam formar espiritual e
culturalmente para os sacerdotes serem mestres e
guias do povo.
< Será o modelo de padre que na metade do século
desembocará no compromisso social.
< Dessa complexa formação espiritual e cultural
acompanhada de significativas experiências juvenis
e eclesiásticas, D. Bosco partia para a sua criação, o
«ORATÓRIO»
6 – O IMPACTO COM A JUVENTUDE
DE TURIM
1. D. Bosco pode ter tido influência, na sua formação
pedagógica, de várias fontes: ambiente pedagógico
da época, livros, ambiente jurídico, formação
clássica…
2. Os mais imediatos «formadores de D. Bosco educador»,
de sua mentalidade, do seu estilo foram os jovens e os
colaboradores dos ambientes mais diversificados.
3. Significado especial teve o seu primeiro impacto com a
juventude de Turim. Era uma experiência
completamente nova. Não o haviam preparado nem o
ambiente rural de onde vinha, nem as aulas de latim,
nem a teologia...
4. Com o mudar dos tempos e dos contextos ver-se-á
obrigado a uma constante reestruturação da
percepção da realidade e da maneira de intervir.
5. Não é de se admirar se a rigorosa fidelidade aos
ideais e à perseguição de grandes planos nunca o
impediram de perceber o mundo juvenil sempre
em mudança no arco de 1841-1888.
6. Os argumentos e os «sinais» são muitos. Domina
sobre todos o contacto quotidiano, personalizado
com seus jovens; a presença constante de D. Bosco
entre os jovens
7. As biografias escritas, os mesmos sonhos fornecem
indicações sobre a crescente consciência que D.
Bosco foi tomando do «mundo juvenil».
5
A experiência educativa de D.Bosco, comumente
chamada de «Sistema Educativo de D. Bosco» ou
também «Sistema Preventivo» é um projecto que se foi
paulatinamente dilatando e especificando nas várias
instituições educativas através dos seus discípulos.

Sua vitalidade operativa será garantida pela fidelidade


à ‘lei do crescimento’: renovação, aprofundização,
adaptamento e tudo isto na continuidade.

A renovação fica a cargo dos discípulos


A continuidade sempre confrontando com as ‘origens’.
A finalidade deste estudo é pois:
Um contacto vivificante com as «raízes» primitivas da
experiência preventiva de D. Bosco

Tenhamos presente que a fórmula «Sistema preventivo»


é idónea para exprimir tudo aquilo que D. Bosco fez e
disse como «educador».

As palavras «Preventivo» e «Repressivo» não sempre


são entendidas no sentido verdadeiro conforme o
pensamento de DB. Assim temos:

Preventivo = como momento PRE-EDUCATIVO


Repressivo = como momento NÃO-EDUCATIVO
Sistema preventivo e Sistema repressivo são dois
verdadeiros sistemas de educação, são dois sistemas
distintos e foram, nas suas várias manifestações,
praticados na história, seja nas famílias como nas
instituições.

O 1º mais é centrado sobre o «jovem» e os limites de


sua idade, portanto necessita de «acompanhamento»,
de «assistência» paterna e materna. O educador está
atento, guia, conselha, sustenta...

O 2º procupa-se mais com a «meta» e olha para o jovem


como o adulto do futuro e assim o considera desde os
seus primeiros anos de vida.
O SISTEMA

PREVENTIVO

DE

D. BOSCO
 EM QUE CONSISTE ?
“O Sistema Preventivo consiste em fazer
conhecer as prescrições e os regulamentos de
um ambiente e depois vigiar de modo que os
jovens tenham sempre sobre si o olhar vigilante
do Director ou dos Assistentes

Estes, como pais amorosos falem, sirvam de


guia em todo acontecimento, dêem conselhos
e com amor corrijam, o que quer dizer: colocar
os alunos na impossibilidade de cometer faltas”
 PORQUE O SISTEMA PREVENTIVO ?
“A razão essencial è a mobilidade juvenil, que
num momento esquece as regras disciplinares,
os castigos que aquelas ameaçam.

Por isso frequentemente o jovem torna-se culpado


de uma pena que não quis fazer ou que não
lembrava absolutamente no momento da falta e
que sem dúvida teria evitado se uma voz amiga o
tivesse advertido”.
O jovem preventivamente advertido não fica
envergonhado pelas faltas cometidas, como
acontece quando elas são relatadas ao Superior.

Nunca fica com raiva pela correcção feita ou pelo


castigo ameaçado ou dado, porque nele há
sempre um aviso amigável e preventivo, e em
geral consegue ganhar o coração, de forma que
o aluno conhece a necessidade do castigo e
como que o deseja.
Torna avisado o jovem de modo que o educador
poderá sempre falar com a linguagem do
coração seja no tempo da educação como
quando for adulto.

O educador ganha o coração do seu educando,


poderá exercitar sobre ele uma grande força,
adverti-lo, aconselha-lo e mesmo corrigi-lo
quando este se encontrar na tarefa profissional,
no funcionalismo público ou no comércio.
Razão e Religião são os instrumentos que
deve empregar constantemente o educador,
ensiná-los, ele mesmo praticá-los se quiser
ser obedecido e obter sua finalidade.

A prática deste Sistema está toda ela


alicerçada nas palavras de S. Paulo que diz:

«A caridade è benigna e paciente;


tudo sofre, tudo espera e
suporta toda tribulação”.
Permita-se ampla liberdade de pular, correr,
fazer barulhos a vontade.

A ginástica, a música, a eclamação, o teatro,


os passeios são meios muito eficazes para
conseguir a disciplina, favorecem a moralidade
e a santidade.

Cuide-se para que o tema dos divertimentos,


as pessoas que participam, os discursos que
são feitos não tenham que serem reprovados.
(S. Filipe Neri)
A frequente Confissão, a frequente Comunhão,
a Missa semanal são as colunas que devem
sustentar um edifício educativo, do qual se quer
afastar as ameaças e as pauladas.

Nunca obrigar os jovens à frequência dos


Sacramentos, mas somente animá-los e
oferecer-lhes oportunidades

Desta maneira os jovens, espontaneamente


desejosos de realizar estas práticas cristãs,
irão frequentá-las com gosto e com fruto
 Sua utilidade

• O jovem terá sempre grande respeito para


com o educador
• Vai lembrar com alegria da educação recebida
• Na vida irá considerar como pais e irmãos os
seus educadores
• Para onde irem estes jovens serão a alegria e
a consolação das famílias
 O castigo
Por quando for possível não se faça uso dos
castigos

O educador entre os jovens procure se fazer


amar se quiser ser temido. Neste sentido a
negação de uma atenção è já um castigo.
Será um castigo aquilo:
• que excita a emulação
• não humilha
• dà coragem
È castigo o que se faz servir por castigo.
Tem-se observado que um olhar não
carinhoso para com alguém produz
maior efeito que uma bofetada.

O louvor, quando uma coisa è bem feita,


uma reprovação quando há desleixo, tem a
força de um prémio ou de um castigo.
 Colunas do Sistema Preventivo

 Razão

 Religião

 «Amorevolezza»
RAZÃO

Consiste em motivar
o mais possível tudo aquilo
que è proposto aos jovens.
RAZÃO

A criança, o jovem é inteligente,


vai crescendo no sentido crítico.
As ciências da educação
(psicologia, didática...) ajudam a
comprender cada vez mais o
mundo do jovem. Em todo jovem
há sempre um ‘ponto positivo’.
RELIGIÃO

“A educação è coisa
do coração
e somente Deus possui
as chaves dele.»
RELIGIÃO

Para fazer amadurecer a vida


de um jovem è preciso aprender
a paciência que Deus tem para
connosco, receber Dele a força
para não desanimar.
RELIGIÃO

D. Bosco vê no jovem,
educado para a vida,
e formado na religião
de Cristo
a mais segura esperança
para o futuro.
AMOREVOLEZZA

“Quem sabe de ser amado, ama;


e quem è amado consegue tudo,
especialmente dos jovens.
AMOREVOLEZZA

“Não è suficiente amar os jovens,


è necessário que eles percebam
que são amados”.
6
O animador está sempre presente no meio
dos jovens:
 para os ajudar a respeitar as regras,
 para os orientar,
 para anticipar os problemas
 para os corrigir com amor.
Se o educador tem como único bjectivo
«O BEM DOS JOVENS»

Se os anima com o desejo de querer


o autêntico bem dos jovens
e não os próprios interesses.

QUEM NÃO ESTIVER PRESENTE


NÃO EDUCA !
 Estar sempre presente onde está o jovem
 Chegar sempre antes do jovem e preparar
o ambiente
 Informar-se, quando não está presente, onde
se encontra
 Anticipar os eventos, as dificuldades
 Projectar anteriormente as actividades
 Ter elaborado antes um ‘projecto’ humano
e cristão
 Conhecer pessoalmente o jovem,
 Aprender o seu nome,
 Conhecer a sua história,
 Procurar os lados positivos do jovem para
fazê-lo crescer humana e cristãmente,
 Saber dizer a palavra justa no momento
justo
1. Dialogar com todos
2. Acolher alegremente
3. Ter uma presença activa que sabe
propor sempre novas iniciativas
4. Valorizar os dotes de cada jovem
5. Dar atenção aos mais problemáticos
ou que apresentam problemas
 Criar para os jovens um ambiente de família,
 Criar um clima de família entre a Dircção os
professores e funcionários,
 Criar um clima de diálogo e de participação
com as famílias dos jovens
 Cuidar do ambiente físico e material
 É um certo estilo de fazer animação
 É uma atitude aberta e acolhedora típicas do
educador, sem olhar às suas
condições econômicas ou morais
 É uma espiritualidade concreta do «pátio»,
isto é dos lugares frequentados pelos
jovens
7

- MÉTODO EDUCATIVO

- ESTILO DE PASTORAL

- ESPIRITUALIDADE
São três aspectos
da mesma realidade:

Pois é a
«CARIDADE PASTORAL»
que unifica e move todo
o SISTEMA PREVENTIVO
O Sistema Preventivo é uma
metodologia pedagógica
caracterizada:
PELA VONTADE DE ESTAR ENTRE
OS JOVENS:
• Compartilhando sua vida,
• Olhando com simpatia o seu mundo
• Prestando atenção às suas exigências e
valores

PELA ACOLHIDA INCONDICIONADA :


• Força promocional,
• Capacidade incansável de diálogo
PELO CRITÉRIO PREVENTIVO :
 Que crê na força do bem presente em todo
jovem,
 Que procura desenvolver esta força com
experiências positivas

PELA CENTRALIDADE:
 Da Razão que se torna bom senso,
flexibilidade e persuasão,
 Da Religião, como desenvolvimento do
sentido de Deus,
 Da Bondade, que se expressa como amor
educativo que faz crescer a
correspondência
PELA CENTRALIDADE:
 Da Razão, que se torna bom senso,
flexibilidade e persuasão,
 Da Religião, como desenvolvimento do
sentido de Deus,
 Da Bondade, que se expressa como amor
educativo que faz crescer a
correspondência

POR UM ESTILO DE ANIMAÇÃO:


 Que crê nos recursos positivos do
jovem
POR UM AMBIENTE POSITIVO :
 Tecido de relações pessoais
 Vivificado pela presença amorosa dos
educadores
 Animado pelo protagonismo juvenil

POR UM ESTILO DE ANIMAÇÃO:


 Que crê nos recursos positivos
do jovem
E´ proposta original
de evangelização juvenil:
 Parte do encontro com os jovens, lá onde
eles se encontram.
 Valoriza o património natural e sobrenatural
que todo jovem traz em si
 O educador ‘se abaixa’ ao nível do educando
para elevá-lo até alcançar a dignidade
de pessoa humana. (Inculturação)
 Desenvolve-se num ambiente educativo
carregado de vida e rico de propostas

 Realiza-se através de um caminho educativo


que privilegia os pobres e os últimos

 Promove o desenvolvimento dos recursos


positivos que eles têm

 Propõe uma forma particular de vida cristã e


de santidade juvenil
Este projecto original de vida cristã
é organizado
ao redor de algumas experiências de
fé,opções de valores,
e atitudes evangélicas
que constituem a

ESPIRITUALIDADE JUVENIL
SALESIANA
1- O Sistema Preventivo encontra sua fonte e
centro na experiência da Caridade de Deus
que antecede toda Criatura com sua
Providência.

2 - Dispõe o Educador a acolher a Deus nos


jovens, convencido de que neles Deus lhe
oferece a graça do encontro:
- O Educador serve Deus nos jovens,
- O Educador reconhece a dignidade deles,
- O Educador renova sua confiança nos
recursos de bem existentes nos jovens.
3 - A Caridade Pastoral cria uma relação à
medida do adolescente e do jovem.

4 - Há a convicção que qualquer vida, mesmo a


mais pobre, traz em si, pela força do
ESPÍRITO SANTO, a força do resgate
e a semente da felicidade.

Para D.Bosco a figura que


melhor evidencia esta
espiritualidade é a do
BOM PASTOR
O segredo do êxito
de D. Bosco educador
está na sua
intensa Espiritualidade.

A espiritualidade de dom bosco


é um elemento fundamental
da acção pastoral salesiana.

A ESPIRITUALIDADE JUVENIL
É A ALMA DO
SISTEMA PREVENTIVO
8

A ) – Uma espiritualidade à medida dos jovens,


especialmente dos mais pobres, que sabe
descobrir a acção do Espírito em seu
coração e colabora no seu desenvolvimento.

B ) – Uma espiritualidade do quotidiano, que


propõe a vida ordinária como lugar do
encontro com Deus.
C ) – Uma espiritualidade do trabalho, que sabe
como a vida e o desenvolvimento humano é
fruto de responsabilidade e de sacrifício.

D ) – Uma espiritualidade pascal de alegria na


operosidade, que desenvolve uma atitude
positiva de esperança nos recursos
humanos e sobrenaturais das pessoas.
E ) – Uma espiritualidade de amizade e relação
pessoal com o Senhor, conhecido e
frequentado na oração, na Eucaristia e na
Palavra de Deus.

F ) – Uma espiritualidade de comunhão eclesial,


vivida nos grupos e sobretudo na
comunidade educativa, que une os jovens e
educadores num ambiente de família
através de um projecto de educação
integral.
G ) – Uma espiritualidade de serviço
responsável, que suscita em todos, jovens
e adultos, um empenho apostólico pela
transformação cristã do próprio ambiente,
chegando ao empenho vocacional.

H ) – Uma espiritualidade mariana, que se


entrega com confiança à ajuda materna
de Maria Auxiliadora.
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Nas MO D. Bosco data o início de suas actividades
em favor dos jovens no dia 08-12-1841 com o casual
encontro com um jovem de 17 anos.

Ainda que inicialmente pareça que o CATECISMO seja


a finalidade quase exclusiva, a atenção se estende
até às necessidades primárias dos jovens.

Maia tarde, o desejo de amparar os mais


necessitados leva D. Bosco a criar um modesto
internado: «a casa anexa» ao Oratório para atender
ao aumento das exigências e urgências dos socorros.

A razão de suas obras e de sua fisionomia são


estas: são obras de massa, que querem abraçar o
maior número de destinatários e responder à
totalidade das necessidades.
Em ordem cronológica:
1. – Surge primeiro o ORATÓRIO, a casa
dominical dos jovens «abandonados» a si
mesmos.

«D. Bosco viveu uma peculiar exeriência


pastoral no seu primeiro Oratório que foi para
os jovens CASA que acolhe, PARÓQUIA que
evangeliza, ESCOLA que forma para a vida e
PÁTIO para se encontrarem como amigos e
viverem em alegria.»
2. – Ligadas ao Oratório é preciso lembrar
outros tipos de ESCOLAS POPULARES,
tais como escola de cantos e de música,
de alfabetização, de cultura geral,
nocturnas e dominicais. São o prelúdio
dos externatos e dos pensionatos.

3. – Sempre com a preocupação de proteger


os jovens, em 1871-2 organiza as
ESCOLAS ELEMENTARES DIURNAS.
4. – Lugar de destaque ocupam na acção de
D. Bosco as ASSOCIAÇÕES de vários
tipos, por idade, categorias, finalidade.
* Sociedade da Alegria
* Companhias religiosas
* Sociedade de Mútuo Socorro
* Conferências de S., Vicente de Paulo
5. – A instituição que mais polarizou as energias
de D. Bosco: o INTERNATO, que depois
irá se transformar em COLÉGIO
INTERNO. Em alguns lugares tornar-se-á
a obra mais difundida da Congregação
Salesiana, dando origem a uma inversão: no
começo oratório com «casa anexa»; depois
colégio com «oratório anexo».
6. - Com o «internato» desenvolve-se uma das
iniciativas menos conhecidas mas das mais
queridas de D. Bosco: AS VOCAÇÕES
ECLESIÁSTICAS E RELIGIOSAS:
* Funda colégio organizados como
«pequenos seminários»
* Dirige «seminários diocesanos»
* Inicia a «Obra de M. Auxiliadora para
as vocações ao estado eclesiásticos»
para jovens e adultos (1875).
7. – Outro sector congenial a D. Bosco: as
ACTIVIDADES PUBLICITÁRIAS,
EDITORIAIS E LIVREIRAS.
* No campo «religioso, catequético,
devocional…»
* Preocupação «escolástica»
* «Publicações periódicas» no campo da
cultura popular
* «Produção e difusão de livros e
brochuras» em defesa da fé católica
8. – CONSTRUCTOR de «Igrejas e Capelas»:
* Capela da Casa Pinardi
* S. Francisco de Sales
* Santuário de Maria Auxiliadora
* S. João Evangelista em Turim
* Sagrado Coração em Roma
* Capelas em vários sítios
9. – D. Bosco «CONFESSOR, DIRECTOR
ESPIRITUAL, GUIA DE ALMAS»
* Orientação pessoal
* Pregações populares
* Exercícios Espirituais

10. – FUNDADOR:
* Da «Sociedade de S. Francisco de Sales»
* Do «Instituto das Filhas de M. Auxiliadora»
* Da Associação dos Salesianos Cooperadores»
Estas fundações exigiam:
+ As estruturas
+ O aspecto jurídico
+ O reconhecimento canónico
+ A formação
+ A consolidação
+ A expansão

11. – GESTÃO, DIRECÇÃO e ADMINISTRAÇÃO


das várias «Instituições educativas e
pastorais».
12. – Ocupou-se também das NEGOCIAÇÕES
COM AS AUTORIDADES POLÍTICAS E
ECLESIAIS:

13. – A ousada e entusiástica ACÇÃO


MISSIONÁRIA em favor:
* dos Emigrantes
* das Missões
A motivação profunda da acção
de D. Bosco é a CARIDADE

Contudo, há
TRAÇOS DE PERSONALIDADE
que marcam a sua consagração
e a sua acção
com uns aspectos típicos,
que repercutem
no mesmo «sistema preventivo».
Um dos traços que os historiadores mais
sublinham e a sua MODERNIDADE
Contudo esta é inseparável de um firme apego à
TRADIÇÃO:
+ Tradições morais e religiosas da família e
da comunidade cristã
+ Hábitos de honestidade, de trabalho, de
sacrifício
+ Fidelidade ao estilo de vida proposto pela fé
Modernidade e tradição fundem-se
com extrema naturalidade
O juízo sobre os acontecimentos do seu tempo
não é fundamentalmente diferentes
dos demais do mundo católico.
O seu juízo teórico não é favorável.

Porém, junta-se logo uma vontade de acção


que supera os aspectos polémicos para se
tornar decisão de colaboração efectiva.

Este é o critério de base: a sua política é


essencialmente «religiosa», orientada ao bem
espiritual dos jovens e também ao seu bem
material que ele considera necessariamente
ligado a ele.
O trabalho entre os jovens não foi inspirado a
D. Bosco por ideologias ou considerações
teóricas, mas por sua sensibilidade humana e
sacerdotal.

Mais do que planos e projectos, ele pensa a


soluções imediatas e realistas.
Os factos o provocam.
a) É o problema do tempo livre dos jovens

b) É a condição dos jovens imigrantes do


campo para a cidade

c) É o flagelo do cólera em 1854

d) É o problema mais geral dos jovens em


perigo e perigosos

e) Cada fundação de obras novas é


provocada por motivos análogos
A adesão de D. Bosco aos tempos e às
situações se caracteriza ainda por uma típica
nota de modernização, que é sabedoria.

É defensor do «óptimo inimigo do bem», mas


sabe renunciar também ao óptimo pelo bem
quando este for o único atingível.

É também propenso a preferir o bem


limitado ao imperfeito ao nada.
Sabedoria e firmeza, idealismo e realismo,
cálculo humano e confiança em Deus, espera
paciente e impulso para frente, diplomacia e
franqueza se juntam sempre em equilíbrio
dinâmico.

A franqueza não exclui a ponderação, baseada


no conhecimento de coisas ou pessoas e o
espírito de conciliação, quando preciso, tanto
nos negócios materiais quanto nos espirituais.
Em certas ocasiões ele não esita e quer
confrontar as próprias ideias com o parecer
dos colaboradores.

Também manifesta inquietude ou impaciência


com a demora de chegar ao fim quando as
causas lhe parecem justas e urgentes.

CONTUDO É UM HOMEM «ESPERTO»,


MUITO «VIVO» (furbo)!
É também notável em D. Bosco a coexistência
de grandeza nos projectos e planos de
actuação e concretitude nas realizações e
instrumentações.
Grande nas ideias e nos projectos D. Bosco
não é menor no obscuro trabalho quotidiano de
procurar meios e instrumentos para as
necessárias realizações.
Estabelece relações filiais com benfeitores
e benfeitoras (as «mamãs»).
A acção de D. Bosco não é simples expressão
de activismo temperamental.

* É «CONSAGRAÇÃO» consciente e voluntária.

•É «MISSÃO» com uma finalidade precisa:

A SALVAÇÃO DOS JOVENS.


+ Desde os primeiros anos encontramos um D.
Bosco doente.
+ Em 1846 é tomado por uma doença quase
mortal.
+ Em 1871 cai seriamente doente e suas
condições enfraquecem-no notavelmente.
+ Continua com uma carga pesada de trabalho.
+ È tomado por uma persistente doença aos
olhos
+ Há uma decadência física precoce
Mas o coração nunca deixou de amar, até o fim.
A pedagogia de D. Bosco se identifica
com toda a sua ACÇÃO;
E toda a sua acção com sua PERSONALIDADE;
D. Bosco inteirinho está concentrado
definitivamente em seu CORAÇÃO.

Tudo é envolvido por uma AFECTIVIDADE


intensa, fortemente interiorizada,
sempre controlada.
Esta afectividade move-se para todas as
direcções, sobretudo para os jovens, para os
quais assume o tom da PATERNIDADE
EDUCATIVA.

Esta palavra é uma das primeiras que


encontramos no seu vocabulário.

A sua família, a sua casa é a comunidade de


Valdocco, as comunidades de seus jovens.
Uma única grande família patriarcal que se
manifesta em suas palavras e escritos,
transbordantes de saudade, de lembrança
afectuosa, de interesse, de contínua
«presença».
É um amor distribuído igualmente entre os
jovens e os seus EDUCADORES,
também eles seus «filhos».

O pensamento vem quase sempre


acompanhado daquela nota que constitui
a marca particular
do amor educativo de D. Bosco:
A ALEGRIA.
Ela era sublinhada pela promessa de festa
externa: no refeitório, no teatro, no pátio,
com música, cantos…
A grandeza do trabalho de D. Bosco tem raízes
e motivações cristãs e sacerdotais radicadas
nas grandes virtudes teologais da fé,
esperança e caridade.
O assunto leva forçosamente à sua vida
interior, à sua autêntica santidade.
O lema que talvez exprime melhor, em síntese,
o núcleo da inspiração profunda da
personalidade e da acção de D. Bosco, é a
frase muitas vezes repetida:
«DA MIHI ANIMAS, COETERA TOLLE»
No fundo D. Bosco é fiel à mensagem que
proclamava aos jovens:
«SERVIR A DEUS EM SANTA ALEGRIA»;
Deviam ser: «BONS CIDADÃOS PARA SER
DEPOIS FELIZES HABITANTES DO CÉU».

A fórmula «A GLÓRIA DE DEUS E A SALVAÇÃO


DAS ALMAS» enche a sua vida como os seus
escritos, expressão da única paixão de grande
trabalhador.

A sua atitude mais comum e visível acaba


sendo aquela do «ORANTE», que louva,
agradece, espera do céu.
Antes de ser preceito, «teoria», e de algum modo
«sistema», a pedagogia de D. Bosco é vida
vivida, exemplaridade, transparência pessoal.

Toda exposição orgânica da sua visão


pedagógica adquire destaque e significado,
somente se se referir constantemente a essa fonte
viva e límpida.

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