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A identificação

Teoria psicanalítica
O que será?
 A psicanálise propõe uma forma de compreender a
vida psíquica que envolve reconhecer que há muito
que não compreendemos.
 Não só não compreendemos, mas também não
conhecemos, não nos é acessível.
 Ainda assim, muito do que nos faz ser o que somos,
agir como agimos, pensar como pensamos, sentir
como sentimos, desejar como desejamos está
relacionado a essa dimensão inacessível.
O que é o inconsciente?
 O que nos faz pensar? Sentir? Agir? Ser?
QUEM SOU EU? O QUE É O EU?
O QUE SIGNIFICA NOS SENTIRMOS NÓS MESMOS?

 A sensação de permanecer estável para além dos incessantes deslocamentos no


espaço,
 A sensação de permanecer o mesmo para além das mudanças no tempo,
 A sensação de permanecer consistente para além das inumeráveis troca com o
outro e o ambiente circundante,
 Não sou a mesma de cinco minutos para cá e, apesar disso, sou a mesma há
anos.
O QUE É O EU?

 Conjunto de imagens de si que sempre mudam, sempre


se transformam e muitas vezes se contradizem.
 Tudo o que percebemos é influenciado pelo que
desejamos e pelo que tememos.
 É através do filtro da fantasia que percebemos o mundo e
que nos percebemos.
COMO NOS EXPRESSAMOS?
 Nossos movimentos corporais espontâneos
 Nossos comportamentos involuntários
 Nossas mímicas, gestos e posturas
 Nosso olhar, os traços de nosso rosto, o timbre de nossa voz
 Nossos gostos e rejeições, nossas atrações e repulsas
 A forma como nos dirigimos corporalmente às outras pessoas
O QUE É A IDENTIFICAÇÃO

 “Fazer como”
 Modelos ideais que orientam nosso jeito de ser, pensar, agir
 Internalização desses modelos ideais
Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo
Eu torno-me sempre, mais tarde ou mais cedo,
aquilo com quem simpatizo,
seja uma pedra ou uma ânsia,
seja uma multidão ou uma idéia abstrata.

Transbordei, não fiz senão extravasar-me


Despi-me, entreguei-me
E há em cada canto da minha alma um altar a um deus diferente.

Passagem das Horas- Álvaro de Campos.


IDENTIFICAÇÃO

 Eu
 Eu ideal
 Ideal de eu
 Supereu
EU

 O eu é o sentimento de existir, o sentimento de ser você.


 Como percebemos a nós mesmos?
 Não existe eu puro, o eu resulta sempre da interpretação
pessoal e afetiva do que sentimos, do que vemos, do que
vivemos.
 Nosso eu é um conjunto de imagens de si mutantes e
frequentemente contraditórias.
“Sentir viver meu corpo e vê-lo em
movimento proporciona-me a certeza
imediata de ser eu mesmo, certeza
que, não obstante, esconde meu
desconhecimento sobre quem sou e
de onde venho. O eu é tanto a certeza
do que se é quanto o
desconhecimento do que se é” (Nasio,
2009, p. 55).
Eu Não Sou Eu
Eu sou sua miragem
Sombra fresca da sua realidade
Sou sua resposta
Sua ilusão de ótica palpável Me diz primeiro
Seu improvável Por que te escondo a metade
Seu conforto e seu pesadelo Do meu amor inteiro?
Me diz primeiro
Eu sou seu corpo mais forte Por que não houve
Seu alvo atingido Um segundo beijo
Sua semente que nasceu
E depois um terceiro
E não consegue
Te dar o fruto doce, já crescido,
eu não sou eu
Eu não sou eu
Sou alguém que você imaginou
Uma visão do seu amor
O QUE É O EU?

“O que é o eu? Isto é, de que substância é feito o


nosso eu? Pois bem, a resposta da psicanálise é
muito clara: somos feitas de todas as marcas
que deixam em nós os seres e as coisas que
amamos fortemente agora ou que amamos
fortemente no passado e às vezes perdemos.
Isto é, os seres e as coisas com os quais nos
identificamos. Então, quem sou eu? Sou a
memória viva daqueles que amo hoje e
daqueles que amei outrora e depois perdi”
(Nasio, 1999, p. 82).
Você não me ensinou a te esquecer-
Caetano Veloso
Não vejo mais você faz tanto tempo.
Que vontade que eu sinto... de olhar em seus olhos, ganhar seus abraços,
é verdade, eu não minto.

E nesse desespero em que me vejo, já cheguei a tal ponto...


de me trocar diversas vezes por você, só pra ver se te encontro.

(...) Agora... que faço eu da vida sem você?


Você não me ensinou a te esquecer, você só me ensinou a te querer
e te querendo eu vou tentando te encontrar.
Vou me perdendo, buscando em outros braços seus abraços.
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou e me atirou...e me deixou aqui sozinho.

E nesse desespero em que me vejo, já cheguei a tal ponto...


de me trocar diversas vezes por você, só pra ver se te encontro.
O QUE É A IDENTIFICAÇÃO?

“a identificação é um movimento ativo e


inconsciente de um sujeito, isto é, o desejo
inconsciente de um sujeito de apropriar-se dos
sentimentos e fantasias inconscientes do outro.
Essa definição, que poderia parecer demasiado
abstrata, traduz bem, todavia, as turbulências e
os movimentos muito vivos das forças íntimas
que circulam entre dois seres e os aproximam
sem que eles saibam”
(Nasio, 1999, p. 83).
TE DEVORO- DJAVAN
“Teus sinais me confundem da cabeça aos pés
Mas por dentro eu te devoro
Teu olhar não me diz exato quem tu és
Mesmo assim eu te devoro
Te devoraria a qualquer preço porque te ignoro ou te conheço
Quando chove ou quando faz frio (...)
Sem contar os dias
Que me faz morrer sem saber de ti, jogado à solidão
Mas se quer saber se eu quero outra vida... Não, não.
Eu quero mesmo é viver
Pra esperar, esperar
Devorar você”
“O eu existe em nós, mas também fora de nós, no
espelho e no nosso semelhante, vibrando tanto
dentro quanto fora. (...) Por conseguinte, meu eu
não está apenas em mim, também está implantado
naqueles que amo ou odeio, naqueles que são
importante para mim e de quem dependo. (...) O eu
é um eu-extensão: ele está tanto na nossa cabeça
quanto nos seres que amamos, ele está em nós e fora
de nós. (...) O eu também flutua no entre-dois e se
desdobra além das fronteiras de nosso corpo, além
mesmo do espaço que ocupamos.”
(Nasio, 2009, p. 107-108)
Aparelho Psíquico- Segunda Tópica
 Eu
 Isso
 Supereu
EU, ISSO E SUPEREU
• EU: unidade, coerência,
continuidade. Mediador entre o isso,
o supereu e a realidade externa.
• Isso: pulsões, desejos, a dimensão
inconsciente que nos move e nos
impele
• Supereu: controle, censuras,
inibições, ideais... O que devemos e o
que não devemos ser
Psicanálise e sociedade

 Psicanálise = clínica individual?


 Relação entre vínculos e construção subjetiva
 Relação entre vínculos afetivos e vínculos sociais
 Modos de construção da subjetividade e modos
de construção de interações sociais
 Toda psicologia individual é também social
 Toda sociologia é uma psicologia aplicada
“A fantasia de que somos totalmente livres para nos
determinarmos, esconde o fato de que nossa vida, na verdade,
é determinada de forma intensíssima por coisas que nos
atravessam e que vem da nossa relação com o campo no qual
nós emergimos, com o campo da cultura, com o campo dos
valores, das leis, do imaginário social, mediados pelas figuras
mais importantes que nos criaram desde que nós somos
pequenos. Então nós somos o tempo todo determinados por
coisas que a gente não sabe que nos determinam,
essa é a ideia forte de inconsciente”
(Benilton Bezerra Júnior, 2009, s/p).
Psicanálise e sociedade

 Identificação
 Eu ideal
 Ideal de eu
 Supereu
Psicanálise e instituições

 Por que o comportamento individual é diferente


do comportamento, do mesmo indivíduo, quando
em grupo?
 O que é a massa?
 Exaltação dos afetos, inibição dos pensamentos
 Sugestão: alguém ocupa a posição de ideal do eu
 Força coesiva de inimigo(s) comum(ns)
Psicanálise e sociedade

 Decisões racionais e intenções conscientes x


 Irracionalidade dos desejos, dimensão
involuntária dos sentimentos e emoções
 Política = razão e controle
 Concepção voluntarista
 Como se fosse possível pensar os vínculos
entre as pessoas como purificados das
dimensões desejantes, passionais, corporais
Política e psicanálise

“Normalmente, acreditamos que uma teoria


dos afetos não contribui para o
esclarecimento da natureza dos impasses
dos vínculos sociopolíticos.
Pois aceitamos que a dimensão dos afetos
diz respeito à vida individual dos sujeitos,
enquanto a compreensão dos problemas
ligados aos vínculos sociais exigiria uma
perspectiva diferente, capaz de descrever o
funcionamento estrutural da sociedade e de
suas esferas de valores (...)”.
Política e psicanálise

“No entanto, um dos pontos mais ricos da


experiência intelectual de Sigmund Freud é a
insistência na possibilidade de ultrapassar tal
dicotomia.
Freud não cansa de nos mostrar quão
fundamental é uma reflexão sobre os afetos, no
sentido de uma consideração sobre a maneira
como a vida social e a experiência política
produzem e mobilizam afetos que funcionarão
como base de sustentação geral para a adesão
social (...)”.
O circuito dos afetos

 Conte sobre uma cena que você imagina


quando ouve a palavra “política”.
 Que afeto você associa a essa cena?
RELATAR A SI MESMA
A unicidade do outro é exposta para mim,
mas a minha também é exposta para o
outro.
A noção de singularidade costuma estar
ligada ao romantismo existencial e com
uma pretensão de autenticidade.
RELATAR A SI MESMA

Faço um relato de mim mesma para ti.


Além disso, a cena de interpelação,
significa que enquanto estou engajada
em uma atividade reflexiva, pensando
sobre mim mesma e me reconstruindo,
também estou falando contigo e assim
elaborando uma relação com o outro na
linguagem.
Ao fazer um relato de mim mesma,
estabeleço uma relação com aquele a
quem se dirige meu relato.
RELATAR A SI MESMA

Na relação terapêutica, muitas vezes a


função da fala é transmitir informações
(incluindo informações sobre minha
vida), mas ela também funciona como
condutora de um desejo.
Por um lado, é um esforço de comunicar
informações sobre si mesmo; por outro,
ela recria e constitui, de uma forma nova,
as suposições tácitas sobre a
comunicação e a relacionalidade que
estruturam o modo de interpelação.
RELATAR A SI MESMA

Há a recriação de uma relacionalidade


dentro do espaço terapêutico, uma
recriação que gera potencialmente uma
nova ou alterada relação (e a capacidade
para se relacionar) baseada no trabalho
terapêutico.
RELATAR A SI MESMA
O “eu” é narrado, mas também posto e
articulado no contexto da cena de
interpelação.
O que é produzido no discurso muitas
vezes perturba os objetivos intencionais
da fala.
Se conto algo, estou agindo sobre ti de
alguma maneira.
E o que conto também faz algo comigo,
age sobre mim.
RELATAR A SI MESMA

A linguagem pertence primeiro ao outro,


a adquiro por meio de uma complicada
forma de mimese.
A própria possibilidade da ação
linguística é derivada da situação em que
nos encontramos interpelados por uma
linguagem que nunca escolhemos.
RELATAR A SI MESMA

Quando o terapeuta é o outro, não posso


saber quem ele é, mas a busca dessa
questão que não pode ser satisfeita
estabelece as maneiras como um outro
enigmático inaugura-me e me estrutura.
O que eu o convoco a ser?
RELATAR A SI MESMA

Quando tento dar um relato de mim


mesma, eu o faço sempre para alguém
que, acredito, recebe minhas palavras de
determinada maneira, embora eu não
saiba e não posso saber qual.
RELATAR A SI MESMA
Na verdade, a pessoa que ocupa a
posição de receptor pode não receber
nada e estar envolvido em algo que, sob
nenhuma circunstância, poderia ser
chamado de “recepção”, fazendo por mim
nada mais que estabilizar certo espaço,
um lugar estrutural onde se articula a
relação com uma recepção possível.
Desse modo, é irrelevante se existe ou
não um outro que seja de fato receptor,
pois o importante é que exista um lugar
onde aconteça a relação com uma
recepção possível.
RELATAR A SI MESMA

Essa relação com uma possível recepção


assume muitas formas: ninguém pode
escutar isso; esse aqui certamente vai
entender isso; serei recusada aqui, mal
compreendida ali, julgada, descartada,
aceita ou acolhida.
RELATAR A SI MESMA

Dado que somos vulneráveis à


interpelação dos outros de maneiras que
não podemos controlar totalmente, isso
significa que carecemos da capacidade de
agir e de responsabilidade?
RELATAR A SI MESMA

Contar sobre si ao(à) terapeuta, a alguém


– um(a) destinatário(a) – que pode ouvir a
história e, ao ouvi-la, alterá-la um pouco.
O outro representa a possibilidade de a
história ser devolvida em uma nova
forma, de os fragmentos serem ligados de
alguma maneira, de alguma parte da
opacidade ser iluminada.

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