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Airton Tomazzoni
“Fora do corpo que dança a dança não mais existe. É isso que
possibilita os vários discursos que apontam a dança como uma
“arte efêmera”. Todo o agenciamento é in-carnado, só existe em
corpo (...). A dança não é uma imagem do corpo como é, por
exemplo, a representação anatômica; a dança é corpo.” (GADELHA,
2010, p. 42)
Tomazzoni apresenta alguns fatos que considera fundamentais para a
compreensão da dança contemporânea.
Fato 1: “A dança contemporânea não é uma escola, tipo de aula ou
dança específica, mas sim um jeito de pensar a dança”.
Fato2: Não há modelo/padrão de corpo ou movimento.
Fato 3: “A dança contemporânea reafirma a especificidade da arte
da dança”. Fato 4: “Pensamento e corpo [...] não são entendidos
como lugares estranhos um ao outro” (TOMAZZONI, 2006, p. 2).
Então todas as danças que são feitas hoje podem ser nomeadas
como dança contemporânea?
Helena Katz
A dança contemporânea sob uma condição conceitual abarca
práticas híbridas e heterogêneas, visita outros campos e
permeabiliza fronteiras em suas pesquisas extradisciplinares.
Na interseção com o conceitualismo, a dança compromete-se
na revisão de sua própria natureza, rejeitando conceitos e
modelos pré concebidos, originando conceitos expandidos de
dança (MULLER, 2012, p. 78).
Jussara Setenta
Jussara Muller
Uma das questões principais para o questionamento
“isto é dança?” é o não reconhecimento, muitas vezes, do
que se espera como movimentos de dança.
Nesse sentido, Fabião aponta: [...] a dança
contemporânea propõe uma revisão radical da definição
tradicional de dança - mover-se ritmicamente
acompanhando uma música e, em geral, seguindo uma
sequência de passos.
Em muita dança contemporânea não se encontrará
passos, nem música e, talvez, sequer movimento (se
compreendido exclusivamente como deslocamento no
espaço) (FABIÃO, 2009, p. 3).
Antrifo Sanches
È extremamente complexo articular dança contemporânea e
prática de ensino, pois a dança contemporânea é complexa e
não há normatização única do seu fazer, não há nem mesmo um
só modo de compreendê-la.
E não havendo consenso do que seja a dança contemporânea,
não havendo a sua verdade última, e ainda, estando a mesma
em pleno processo em que coexistem modos de operar
distintos, não há e nem poderia haver uma normatização
unívoca para seu ensino; e se houvesse, esse seria arbitrário,
inevitavelmente.
Assim, o levantamento de múltiplas concepções acerca de
dança contemporânea se torna relevante para a articulação
desta com a noção de prática de ensino porque presumo que as
realidades da dança (contemporânea), em situações de
mediações educacionais também sejam múltiplas
Dessa forma, o trabalho de campo não pressupõe que, dado um
entendimento hermético do que seja a dança contemporânea eu
averigue se os sujeitos compreenderam o que é e meça assim a
eficiência em suas transposições didáticas.
Flor Murta
Questionamentos