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Clínica Institucional– UNIPLI 2012/2013

 Objetivos do curso:

1ª Aula: Apresentação. Teoria da Subjetividade no campo Institucional.


Produção de subjetividade. A Psicoterapia Institucional e suas fases;
As fases do conceito de instituição; A Pedagogia Institucional;

2ª Aula
As inflexões das intervenções institucionais: desarranjadoras e
longitudinais;
Conceitos da análise institucional: análise da oferta, encomenda,
demanda, analisador e implicação;

3ª Aula:
Outras experiências institucionais: Inglaterra, Itália, EUA e Brasil.
Caminhos na Análise Institucional no Brasil;
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Introdução

 O sujeito clássico segundo a tradição da filosofia e das ciências


humanas é tomado como um “já dado”, no domínio de uma suposta
“natureza humana”.

 Um sujeito que conhece seria então um sujeito que vai até os


objetos. “De onde vem o sujeito?” Questão que pode hoje parecer
trivial com a psicologia, mas nem sempre foi assim.

 O aparecimento de uma clínica para o tratamento do sofrimento


psíquico é marcado pelo advento da psicanálise.
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 Freud é herdeiro de um pensamento filosófico que possibilita o


vislumbre de um dispositivo de intervenção apoiado na
possibilidade de mudança.

 Há a constatação de que a concepção de um sujeito clássico da


filosofia (sujeito racional consciente) não dava mais conta de gerir
os destinos do próprio destino do sujeito.

 Nasce a aposta na relação clínica como uma possível constituidora


de transformações no humano e
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 O que torna, portanto a clínica viável é o abandono do modelo de


sujeito clássico – tradicionalmente pensado, primeiramente por
Descartes e posteriormente por Kant – em favor da possibilidade
da experiência ser primeira ao invés de qualquer tipo de sujeito,
dado ou substância.

 Se houvesse a pressuposição de um sujeito de consciência racional


primeiro, então as relações seriam constituídas. Em outras palavras,
poderíamos administrar nossas relações pensando racionalmente.
Mas Freud pode se deparar com a bancarrota desse ideal, ao
atender suas primeiras pacientes histéricas.

 Elas mostravam que sofriam, mas não sabiam o porquê. A


psicanálise é herdeira de perspectiva filosófica que concebe o
sujeito não dado, mas constituído na relação. Portanto, admite a
experiência como primeira: relação como constituidora
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 Nasce assim, o descentramento da consciência ou sujeito racional


clássico em prol de uma cisão selada pelo inconsciente freudiano.

 A partir disto as clínicas criadas concebem que seja possível alguma


mudança no paciente.

 Concebem as formas e caminhos de acordo com as teorias que as


embasam a priori, mas todas concordam com a atribuição da
experiência como primeira na formação de sujeito ou subjetividade
qualquer.
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 Martin Charcot 1887


Charcot em suas demonstrações
das pacientes histéricas em 1887.

1- Charcot inaugurou um modo de


classificação que diferenciava a
crise histérica da crise epilética.
2- Demonstrou a existência de
histerias masculinas, rompendo
com a associação tradicionalmente
feita entre esta patologia e o útero
feminino: histéra presente na obra
do grego Hipócatres.
3- Charcot aproxima a histeria das
concepções de neurose, apesar de
nunca ter abandonado a concepção
de origem hereditária.
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 Quando a neurose passa ao domínio da etiologia psíquica, nasce a


a concepção de sujeito produzido nas relações desde seu
nascimento.

 A produção de subjetividade
 Para pensar as instituições teremos que fazer uma ampliação da
discussão:
1- Do intrapsíquico, suscitado pelo psicanálise clássica, para o
intersubjetivo, mais explícito no trabalho com grupos e instituições;

 Então, já dentro da tradição que entende o sujeito como constituído


falemos de produção de subjetividades
Sujxsubj]
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Guattari, 1986, p. 27:


 “Tudo que é produzido pela subjetivação capitalística – tudo o que
nos chega pela linguagem, pela família e pelos equipamentos que
nos rodeiam – não é apenas uma questão de idéia, não é apenas
uma transmissão de significações por meio de enunciados
significantes. (...) Trata-se de sistemas de conexão direta entra as
grandes máquinas produtivas, as grandes máquinas de controle
social e as instâncias psíquicas que definem a maneira de
perceber o mundo”

Felix Guattari:
30 abril de 1930 -
29 de agosto de 1992
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 “Não contraponho as relações de produção econômica às relações


de produção subjetiva. A meu ver, ao menos nos ramos mais
modernos, mais avançados da indústria, desenvolve-se ao mesmo
tempo um trabalho material e semiótico.

(...) É evidente que para fabricar um operário especializado não há


apenas a intervenção das escolas profissionais. Há tudo o que se
passou antes, na escola primária, na vida doméstica – enfim, há
toda uma espécie de aprendizado que consiste em ele se deslocar
na cidade desde a infância, ver televisão, enfim, estar em todo um
ambiente maquínico

(...) A produção de subjetividade constitui matéria-prima de toda e


qualquer produção” (idem)
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 Subjetividade é uma categoria que acaba com a dicotomia interior /


exterior;

 Não é uma questão de ideologia; Guattari dialoga com o Marxismo


para diferenciar sua proposta.

 A ideologia permanece no âmbito da representação, da simbologia,


da informação. A produção de subjetividade trabalha no nível da
modelização dos comportamentos, da sensibilidade, da percepção,
da memória, das relações sociais, sexuais e imaginárias.

 Capitalismo Mundial Integrado (CMI) trabalha nesse âmbito da


produção de subjetividade.
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 A base de toda produção é a produção de subjetividade. Logo para


Guattari o importante é implementar uma micropolítica na produção
de subjetividades. Abandonar a ideologia, o plano informacional e
consciente e incluir a produção subjetiva e o Inconsciente.

 “Devemos interpelar todos aqueles que ocupam uma posição de


ensino nas ciências sociais psicológicas, ou no campo de trabalho
social – todos aqueles, enfim, cuja profissão consiste em se
interessar pelo discurso do outro. Eles se encontram numa
encruzilhada política e micropolítica fundamental. Ou vão fazer o
jogo dessa reprodução de modelos que não nos permitem criar
saídas para os processos de singularização, ou ao contrário, vão
estar trabalhando para o funcionamento desses processos na
medida de suas possibilidades e dos agenciamentos que consigam
por para funcionar” (idem)
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 “(...) As pessoas que , nos sistemas terapêuticos ou na universidade, se


consideram simples depositárias ou canais de transmissão de um saber
científico, só por isso já fizeram uma opção reacionária. Seja qual for
sua inocência ou boa vontade, elas ocupam efetivamente uma posição
de reforço dos sistemas de produção de subjetividade dominante. E não
se trata do destino de sua profissão.” (idem)

 Produção de subjetividade e individualidade

 Toda produção de subjetividades não está centrada em agentes


individuais (no funcionamento de instâncias intrapsíquicas)

 Estão descentradas em componentes extra-individuais: econômicos,


sociais, tecnológicos, ecológicos, etológicos, de mídia, enfim de
sistemas que não são imediatamente antropológicos)

 A análise Institucional chamará esses componentes de instituições;


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 Descartes quis colar a idéia de subjetividade consciente a de indivíduo.


Penso, logo existo! Duvido de tudo, mas não posso duvidar que
enquanto penso, existo nesse momento de pensamento

 Consciência  existência individual  totalidade  sujeito origem de


conhecimento e processos

 Para Guattari, devemos dissociar os conceitos de sujeito e indivíduo. O


indivíduo não é origem de processos, mas o resultado de uma produção
de massa.

 Uma coisa é a individuação do corpo e outra e a multiplicidade de


processos que compõem a subjetividade

 O individuo é serializado, modelado e registrado. Fruto de um


“sentimento” contemporâneo que remete processos, resultados e
fracassos ao indivíduo e desconsidera o agenciamento social
constituidor dessas resultantes
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 Freud foi o primeiro a mostrar a precariedade da noção de totalidade


de um indivíduo através da 1ª e 2ª tópica que divide o aparelho
psíquico em instâncias conflitivas.

 Lacan trouxe a noção de sujeito do Ics.

 A proposta de Guattari parte de uma definição ampla de


subjetividade para em seguida considerar como casos particulares
os modos de individuação da subjetividade: momento que a
subjetividade diz “eu” e se reconhece num corpo. Contudo, nunca
deixa de remeter o produto ao seu processo de produção.
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 Três exemplos de produção de subjetividade (indivíduo como efeito


do processo):

 O jovem que passeia pela rua ouvindo um mp3 (herdeiro do


walkman, passando pelo discman) não estabelece com a música
uma relação natural. Aquilo que hoje parece natural é fruto de uma
industria altamente sofisticada que produziu um instrumento que não
só transmite música, mas inventa um universo musical. Estabelece
uma nova relação com os objetos musicais. A música passa a vir “de
dentro” e não de um ponto exterior. Inventa-se uma nova percepção

 A criança somente em parte percebe o mundo a partir dos


personagens do território doméstico. Elas entram em relação muito
cedo com a TV, com outras pessoas na creche ou com uma forma
de coletividade “creche”, com a internet e o computador e sua forma
de transmitir e perceber a informação. A criança torna-se
“hiperconectiva”.
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 Experiências feitas por antropólogos com TVs e imagens em


sociedades ditas primitivas mostram que a TV com suas imagens
em movimento era olhada com curiosidade e até considerada
divertida, mas era tomada como outro objeto qualquer. Isso mostra
que o comportamento de ficar focalizado no aparelho numa relação
de comunicação direta, existe em nossa sociedade globalizada. É
produzida por ela.

 Mudanças histórica e os modelos da psicanálise

• Há intensa mudança nos modelos subjetivos ao longo de mais de


um século de psicanálise
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 Guattari, 1986, p.35/36:

 “Alguns modos de referência subjetiva, modos de produção de


subjetividade, foram literalmente varridos do planeta com a ascensão
do sistema capitalista. Pode-se dizer que há um movimento geral de
desterritorialização das referências subjetivas. Até a Revolução
Francesa e o Romantismo, a subjetividade permaneceu ligada a modos
de produção territorializados – na família ampla, nos sistemas de
corporação, de castas, de segmentaridade social – que não tornavam a
subjetividade operatória a nível específico do indivíduo.
(...) Historiadores como Philippe Ariès, Donzelot e outros mostraram
como se foi assistindo a um confinamento da família e a uma
circunscrição da infância. Nos sistemas anteriores às formações
capitalistas, a produção da subjetividade na criança não era
inteiramente centrada no funcionamento da família conjugal. Uma
complexa economia de integração nas faixas etárias, de articulação
com o campo social circundante, mantinha a subjetividade em relações
de dependência permanente.
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(...) A noção de responsabilidade individuada é uma noção tardia, assim


como as noções de erro e de culpabilidade interiorizadas (...) Com a
Revolução Francesa, não só todos os indivíduos tornaram-se de direito
– e não de fato – livres, iguais e irmão (...), mas também tiveram que
prestar contas a leis transcendentais (...) da subjetividade capitalística

(...) É nessa deriva geral dos modos desterritorializados da


subjetividade que se desenvolveram não só as teorias psicológicas
referentes às faculdades da alma, como também uma reescrita
permanente dos procedimentos de subjetivação no campo geral das
transformações sociais

A evolução do romance como um todo pode se remetida a essas


diferentes tentativas de criação de sistemas de referência para os
novos modos de produção de subjetividade. É interessante notar como
os sistemas de modelização do romance então sempre de certo modo
relacionados aos sistemas de modelização do psiquismo. Freud sempre
buscou suas referências na mitologia antiga, no entanto, ele as traduzia
num certo tipo de romance familiar muito mais próximo da obra de um
Goethe (...)”
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 Singularidade x Individualidade

 Entendendo então a gênese sócio histórica dos conceitos e da


subjetividades, Guattari diferencia singularidade de individualidade;

 Exemplos de processo de individuação:

1. Primeiro nível é o fato de sermos indivíduos biológicos,


comprometidos com processos de nutrição e sobrevivência em geral;
(individuação biológica)

2. Divisão sexual: somos homens ou mulheres, mas também


homosseuxuais, bissexuais, heteros, trans, etc; (individuação bio-
psico-social)

3. Individuação nas relações socio-econômicas: classe social.


(individuação social)
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 Podemos notar que esse tipo de processos de individuação


prevêem diversos processos de categorização, integração e
normalização;

 Guattari, pensa a produção de subjetividade como base, ou seja,


traz a heterogênese para inverter o paradigma clássico que indica
o indivíduo como gênese dos coletivos. Ao contrário, o modo-
indivíduo (sentir e agir) é efeito da produção de subjetividade
coletiva;

 Guattari tenta mostrar que a tendência atual é a de igualar tudo


através de grandes categorias unificadores e redutoras, impedindo
os processos de singularização.
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 As singularidades são vontades, tendências, comportamentos,


sensibilidades extra individuais que escapam às categorizações;

 São a base do processo criativo. Quando capturadas podem virar


categorias, aprisionamentos, novas mercadorias consumíveis;

 “Tudo que é do domínio da ruptura, da surpresa e da angústia, mas


também do desejo, da vontade de amar e de criar deve se encaixar
de algum jeito nos registros de referências dominantes (...) há uma
tentativa de eliminar aquilo que chamo de processos de
singularização;

(...) Aceitamos tudo isso porque partimos do pressuposto de que


está é a ordem do mundo, ordem que não pode ser tocada sem que
se comprometa a própria ideia de vida social organizada.” (idem,
p.42/43)
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 Pensando nisso tudo, pergunto:


 O que é a loucura?
 O que são os Manuais, o CID-10, DSM-4?
 E o transtorno de déficit de atenção?
 E a Ritalina?

Manual de classificação das doenças


mentais foi elaborado pela Associação de
Psiquiatria Norte-Americana. Ele optada
uma postura descritiva das doenças
(fenomenológica) sem qualquer conotação
etiológica ou explicativa das doenças,
restringindo-se ao trabalho de descrever os
sintomas e agrupá-los em síndromes. (...)
psiquiatras provenientes de diversas regiões
Classificação Internacional de ao entrevistarem os mesmos pacientes
Doenças – CID 10) é publicada pela conseguiam chegar ao mesmo diagnóstico
Organização Mundial de Saúde (OMS) (...) Tal foi o sucesso do DSM-III que a OMS
e visa padronizar a codificação de logo incorporou grande parte dos avanços
doenças e outros problemas ao CID-10. O DSM-IV representa uma
relacionados à saúde. evolução do DSM-III.”
http://www.medicinanet.com.br/cid10 http://www.psicosite.com.br/cla/DSMIV.ht
.htm m
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"Não, eu não vejo nenhuma


razão de lhe prescrever
antidepressivos. Você está
apenas triste. Um
acontecimento doloroso dói,
mas a solução para dor, não é
química. Você certamente tem
força suficiente para seguir em
frente e encontrar os recursos
para agir e reagir”
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 Reflexão:

 No que isso tudo nos ajuda a entender as instituições?

 Porque colocar as instituições em análise?

 O que são instituições?


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 Vários movimentos colocaram as instituições em análise. Interessa-


nos aqui aqueles que compuseram a luta antimanicomial no Brasil e
sua relação com a psicanálise (PRADO FILHO e LEMOS, 2012):

 Psicoterapia Institucional Francesa Pedagogia Institucional


 Análise Institucional Francesa
 Psiquiatria de Setor Francesa
 Psiquiatria Preventiva e Comunitária Americana
 Antipsiquiatria Inglesa
 Comunidades Terapêuticas Inglesas
 Psiquiatria democrática italiana
 Problematização da loucura por Foucault
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 A Psicoterapia Institucional
• François Tosquelles foi um psiquiatra catalão que deu origem a uma
experiência muito peculiar num hospital francês em tempos de
guerra. Atribui-se a essa experiência os primórdios do pensamento
sobre as instituições;

 Alguns anos antes, por volta de 1936, a Espanha vivia, nas eleições,
a vitória de uma coalizão de esquerda. Em resposta, parte do
exército, sob o comando do General Franco, rebelou-se, iniciando
uma guerra civil que duraria três anos.
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 À medida que a guerra avançava, Tosquelles implantou um serviço


de psiquiatria no exército:

 Não só para aqueles que apresentavam distúrbios psíquicos no


campo;

 Mas para apoiar equipe do hospital;

 e para selecionar estrategicamente os soldados: ele via epiléticos


selecionados para dirigirem blindados;
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 Em pouco tempo conseguiu o reconhecimento do Serviço de


Psiquiatria da Armada Popular Espanhola.

 Com as batalhas espraiando-se por várias cidades da Espanha,


Tosquelles concebeu um serviço móvel de psiquiatria composto por
três ou quatro ambulâncias que se deslocavam pelo campo de
batalha e fazia psiquiatria no local.

 Sua concepção do serviço psiquiátrico era chamada de terapêutica


comunitária

 Sua equipe era composta de advogados, padres, camponeses,


pintores, todos eles voluntários com afinidades particulares ao
exercício do cuidado, ao contrário dos psiquiatras que não tinham
escolha em sua convocação. (GALLIO e CONSTANTINO, 1994).
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 A guerra civil termina na Espanha em 1939 com a derrota das forças


republicanas, mas no mesmo ano o mundo inteiro inicia sua
Segunda Guerra Mundial;

 Tosquelles escapa pelos Pirineus e vai até a França . Ele vai até um
campo de refugiados que concentrava intelectuais;

 No campo, o comandante preocupado com os altos índice de


suicídios. Tosquelles consegue a confiança do comandante e, em
pouco tempo, organiza um serviço de psiquiatria dentro de um
barracão nos fundos do campo, onde tinha como ajudante um pintor,
um guitarrista e um enfermeiro;
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Mapa da divisão francesa em


ocupada e livre após invasão
alemã

Saint Alban
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 O Paul Balvet, diretor de Saint Alban em 1940, fica sabendo da


chegada de Tosquelles e seu trabalho no campo de refugiados

 Na chegada em Saint Alban [foto], encontrou um regime peculiar de


relações e trocas com a comunidade. Os camponeses, deslocando-se
para outras regiões, passavam por dentro do hospital com seus
animais. Os internos esperavam os peregrinos e lhes vendiam suas
artes fabricadas nas oficinas.

 Tosquelles baseado nessa experiência tentou potencializar as trocar


internar no hospital.

 Em 1942, Balvet foi substituído na direção de Saint Alban por Lucien


Bonnaffé, um psiquiatra comunista. O encontro de Tosquelles,
Bonnaffé, a localização privilegiada de Saint Alban e o contexto sui
generis da guerra deu a possibilidade da primeira experiência de
Psicoterapia Institucional (RODRIGUES, 1998).
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 Saint Alban localizava-se na região de Lozère, portanto território


“livre”;

 A partir de 1942, com a mudança de direção, Saint Alban iniciou


congregação de uma legião de resistentes à ocupação nazista que
lá buscavam abrigo. O hospital chegou a ter em torno de 600 a 700.

 Abrigava comunistas, cristãos progressistas, anarquistas,


surrealistas, psicanalistas, intelectuais, marxistas

 Esse coletivo inicia uma organização interna que conecta


resistência, política de desalienação e movimentos artísticos.
Indiscernibilidade entre clínica e micropolítica. (Coutinho, 2007)

 Durante a guerra, o principal problema era a sobrevivência dos


internos. Nesse período morreram cerca de quarenta mil pacientes
nos estabelecimentos psiquiátricos franceses.
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 O coletivo organizado em torno de Tosquelles permitiu reorganizar


Saint Alban tanto para gerir atividades mais objetivas como
conseguir comida, quanto na própria reestruturação das relações
entre o corpo médico, funcionários e pacientes.

 Foram criados grupos de teatro, ateliês, clubes e jornais que


continham textos produzidos pelos próprios internos.

 Além disso, os pacientes passaram a participar de grupos de


estudos e das assembléias gerais onde se discutiam os rumos do
hospital juntamente com médicos, enfermeiros e aqueles que
estavam lá por abrigo. (Coutinho, 2007)
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 A Psicoterapia Institucional foi desde o inicio uma torrente de linhas


teóricas e iniciativas, impulsionadas por um estado emergencial,
uma “lógica de alianças” (Rodrigues, 1998, p.3)

 Tosquelles tinha formação psiquiátrica, havia se submetido a uma


análise pessoal, além de estudar Freud, Reich, Marx, Politzer ,
Lacan Além desses, interessava-se pelos trabalhos do Psiquiatra
Alemão Hermann Simon (VERTZMAN, CAVALCANTI e SERPA Jr.,
1992).

 Nos trabalhos do psiquiatra Hermann Simon comparece uma


experiência em que foi notada melhora dos pacientes que atuavam
na construção do próprio hospital onde eram internos.
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 O lema mais célebre de Tosquelles - “tratar a instituição de


cuidados” – é o índice da nova abordagem, em que se leva em
consideração no tratamento, a dinâmica e o funcionamento da
organização;

 Os internos promoviam uma auto-organização que resistia à forma


oficial do estabelecimento;

 Observou-se que essas formas próprias eram muitas vezes mais


terapêuticas que as propostas institucionalizadas, porque os
internos conseguiam, levando em conta as peculiaridades do local,
organizar seus grupos e auto-gerir o espaço e o tempo das
atividades;
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 Na influência tanto de Tosquelles, quanto na presença em Saint


Alban de anarquistas, intelectuais, surrealistas, psicanalistas e
marxistas refugiados, aquilo que poderia ser considerado
negativamente numa fábrica, prisão, manicômio como resistência às
técnicas, padrões de produção e tratamento, era visto lá como uma
saída terapêutica original e mais eficiente.

 Dispositivos da época: assembléia geral, jornal interno e oficinas de


expressão artística, etc.

 A partir dessas experiências constatou-se um aumento nas melhoras


dos quadros patológicos e também o aumento das altas.

 Esta nova forma de abordagem do hospital psiquiátrico revela uma


forma de trabalho substitutiva aos confinamentos, camisa de força,
eletrochoque.
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 Fases da Psicoterapia Institucional e o conceito de instituição:

 René Lourau (1975) divide a psicoterapia institucional em três fases:


a) fase empírica; b) fase ideológica; c) fase teórica.

 A fase empírica (1942) é aquela de modificação da relação


médico-paciente.

 As experiências de invasão, violência opressão e péssimas


condições de sobrevivência durante a guerra levaram os médicos,
enfermeiros e operadores do hospital a não suportar a instituição
asilar com tamanha semelhança a um campo de concentração;

 Mudança da abordagem, constituindo maneiras coletivas de


trabalho, derrubando as grades, organizando a luta contra a fome
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 A mudança de postura não só nas relações entre médicos e


pacientes, mas também entre os trabalhadores (novas relações de
categoria)

 A fase ideológica (1950) é marcada pela entrada das


psicoterapias de grupo como método de socialização.

 Em 1940, as influências da terapêutica de grupo já se faziam sentir,


mesmo que a enxurrada das terapias e técnicas grupais tenham
invadido a Europa somente no pós-guerra, através das influências
de Rogers, Moreno e Lewin.

 "Um dos seus efeitos mais originais é provocar o exame das


relações sociais no interior da instituição e exigir a reestruturação
dessas relações. Principiando como técnicas, as intervenções
terapêuticas de grupo tornam-se depois formas novas de
sociabilidade na instituição. Nascem assim reuniões de pessoal,
reuniões de pavilhão, de equipe e de bairro. " (LOURAU, 1975, p.
182, grifo nosso)
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 A terceira fase, “teórica”, é descrita por Lourau como uma fase


crítica à euforia e ingenuidade das fases anteriores e, ao mesmo
tempo, fase de elaboração teórica do conceito de instituição.

 Percebeu-se que a tentativa de análise da organização não poderia


ser levada a cabo somente no nível consciente.

 O conceito de instituição ligado à noção de estabelecimento ou de


técnicas grupais não incluía a dimensão inconsciente da
organização.

 Muitos daqueles envolvidos no trabalho em Saint Alban conheciam a


obra de Freud e, além disso, os seminários de Lacan já tinham certa
entrada no meio francês.
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 Três momentos do conceito de Instituição.

 O conceito de instituição passou por três momentos segundo Rodrigues


e Souza (1997):

a) Em1940, a instituição era tratada como estabelecimento. Tosquelles


tinha o lema de “tratar a instituição de cuidados” e nessa proposição, a
instituição está concebida justamente como o estabelecimento que
abriga os pacientes.

Um estabelecimento que deveria ser cuidado para, a partir disso, poder


ser utilizado a serviço da ação terapêutica. A direção do tratamento
estava na participação ativa dos pacientes nas transformações
institucionais (do estabelecimento).

Então, nesse primeiro momento da Psicoterapia Institucional (décadas


de 40 e 50), a instituição ficava identificada aos estabelecimentos como,
por exemplo, escolas, hospitais, prisões etc.
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b) Segundo momento, o termo começou a ser utilizado para


designar os dispositivos instalados no interior dos estabelecimentos.
Passou-se a uma tentativa de identificar e introduzir dispositivos nos
estabelecimentos para que o trabalho ocorresse.
Exemplos: grupos operativos, grupos de discussões, grupos
terapêuticos, assembléias e outros.

c) O terceiro momento é introduzido pelos movimentos


considerados antiinstitucionais, como Antipsiquiatria e a Antiescola
(mais tarde chamada de Pedagogia Institucional).

“Instituição” nesse terceiro tempo não é nem o estabelecimento e


nem o dispositivo, são, no dizer de Lapassade, “formas”, produtos
históricos de uma sociedade instituínte. Nessa outra concepção,
mais geral e não localizável, é uma “FORMA que produz e reproduz
as relações sociais ou FORMA GERAL das relações sociais, que se
instrumenta em estabelecimentos e/ou dispositivos.” (RODRIGUES
e SOUZA, 1997, p.33).
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 Forte influência da sociologia e Psicanálise, dado que o conceito de


instituição introduz o inconsciente nas análises das organizações e
das instituições que a atravessam.

 A instituição, como forma geral, materializa-se em práticas e saberes


instituídos historicamente, ou seja, atravessam todos os
estabelecimentos e organizações.

 “O objetivo da Análise Institucional seria trazer à luz essa dialética


instituínte-instituído, de maneira a generalizar (em todos os âmbitos
sociais e realizada por todos). Para tanto, ela pode intervir EM
estabelecimentos e COM dispositivos, mas sempre visando a
apreender a instituição em seu sentido ativo.” (RODRIGUES e
SOUZA, 1997, p. 34, grifos dos autores).
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 Terceiro momento da instituição, inconsciente e a transferência


institucional

• A possibilidade de pensar os vínculos que se fizeram dentro do


hospital na multiplicidade com que eles apareceram só ocorreu
quando os pacientes deixaram de viver trancafiados, isolados,
jogados à própria sorte.

 Em primeiro momento, de 1940 a 1950, a Psicanálise era apenas


um dos saberes envolvidos no campo de dispersão que era Saint
Alban em tempos de guerra.

 As relações não eram teorizadas, mas somente visadas. Eram


efeitos das práticas dos diversos aparatos montados com intuito
autogestivo e socializador.
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 A hipótese era a de que mudando a organização do estabelecimento


as doenças seriam minoradas;

 De fato, observou-se nos anos de implantação da Psicoterapia


Institucional um aumento nas altas e diminuição dos internos,

 Embora a instituição da doença mental e os hospitais


psiquiátricos enquanto forma dominante de acompanhar os
sofrimentos psíquicos não fossem questionados.
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 Somente no período pós-guerra, a partir dos anos 50, quando as


ferramentas grupalistas, penetram na França e se associam à
Psicoterapia Institucional como auxiliar na terapêutica é que
aumenta a influência da Psicanálise e à preocupação, no âmbito de
pequenos grupos:

 com as fantasmáticas grupais,


 as identificações,
 as transferências,
 contratransferências,
 transferências múltiplas,
 cruzadas,
 institucionais. (FERNÁNDEZ, 2006).
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 A Pedagogia Institucional
 Do mesmo modo como a partir da década de 40 na França os
estabelecimentos psiquiátricos tentam fazer uma autocrítica das
suas contradições internas, também os estabelecimentos escolares
entram em crise, promovendo uma crítica, a partir da década de 50.

 As experiências alternativas em educação antes da primeira guerra


mundial:
 a) Sébastian Faure manteve entre 1900 e 1914 numa região rural
parisiense a Escola da Colméia para crianças órfãs e abandonadas.
Faure colocava ênfase numa “educação integral” com trabalhos nos
campos, trabalhos artesanais e formação intelectual.;

 b) Maria Montessori, em 1907, abre em Roma a Casa dos


Pequenos, atenta à educação da primeira infância.
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 c) Francisco Ferrer abre em 1901 sua Escola Moderna, em


Barcelona.

 d) No período entre - guerras ocorre em Hamburgo uma experiência


de pedagogia libertária sediada em algumas escolas públicas. Os
professores, com apoio de pais e alunos, colocam os dispositivos
instituídos - programas, horário, divisão em disciplinas, classes
seriadas - em análise, suprimindo-os.

 e) Janus Korzak cria e dirige dois orfanatos na Polônia, um para


crianças católicas e outros para judias. Korzak inventa com a equipe
do orfanato e as crianças um dispositivo autogestivo chamado
“tribunal das crianças” (LOURAU, 1999).
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 Após a primeira guerra o grande influenciador da pedagogia na França:

 Célestin Freinet , desde 1924, promovia a criação de novos meios de


educação.:

 Criou em Provence uma Escola Moderna – modelo inicialmente


proposto por Ferrer – onde os novos métodos tendiam à coletivização
das atividades.

 As novas técnicas eram o texto livre, o diário, a correspondência inter-


escolar, o comitê de redação, a publicação do diário e outros.

 Tais técnicas valorizavam a participação dos alunos num tipo de


cooperativa que tendia mais à co-gestão do que à autogestão.

 As idéias de Freinet causaram grande impacto e difusão, sendo uma


das principais correntes na educação francesa na década de 40 e 50.
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 A tentativa de reformulação dos estabelecimentos educativos após a


Segunda Guerra seguia a mesma direção da Psicoterapia Institucional:

 Tentativa de adaptar algumas experiências americanas da


Psicossociologia à realidade educacional francesa

 No início da década de 60, alguns professores primários ou de liceus, já


não concordavam com a totalidade das idéias de Freinet.

 Eles iniciaram uma trajetória influenciada pela leitura de Marx, Freud,


Moreno, Rogers, Lewin e Lacan, separando-se definitivamente do
movimento Freinet.

 Esses professores – Oury, Vasquez, Fonvieille, Lobrot, Lapassade e


Lourau – desenvolvem uma nova tendência em educação, preocupada
com a dimensão institucional, a Pedagogia Institucional (ARDOINO e
LOURAU, 2003).
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 Ardoino e Lourau (2003) promovem uma distinção entre duas


correntes a partir da emergência da Pedagogia Institucional.

 A primeira, representada pela psicóloga Aida Vasquez e pelo


educador Fernand Oury, centra suas atenções ao estabelecimento
escolar e à reorganização das relações na classe.

 Ficam atentos ao meio multirrelacional no qual se inserem os


educadores;

 Opção por dispositivos que façam funcionar a classe-grupo


participante no lugar da classe-indivíduo muda.

 Outra característica importante é a consideração do inconsciente


nas análises e tentativas de reorganização das relações.
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 Ainda nessa primeira corrente, Vasquez e Oury, incluem


discussões de três níveis:

 uma dimensão material (as técnicas, ferramentas, organização,


arquitetura)
 dimensão social (classe atravessada pelo sócio-político, relações
de força e tensões)
 dimensão inconsciente (o não-dito institucional).

 Procedimentos:
 A direção é a da multiplicação das relações no seio da classe-grupo.
 O mestre não é negado nem suprimido da cena, mas é levado a
cada vez mais possibilitar que os participantes dos grupos se
autorizem.
 aprendizagem ocorre pela rotação dos papéis de cada criança nos
grupos
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 A segunda corrente, encabeçada por Raymond Fonvieille, Michel


Lobrot, George Lapassade e René Lourau, é nitidamente de
inspiração sociológica.

 Inicialmente, trabalhando em pequenos grupos (a classe de alunos,


por exemplo), direcionaram-se a extrapolar os muros da escola para
um campo de análise mais amplo - a educação - e um campo de
intervenção também ampliado, como a formação permanente

 As principais técnicas utilizadas era o T-group lewiniano dentro


das considerações sobre a dinâmica de grupo. Valorizava-se a
autoregulação, auto-administração com objetivo do grupo tomar em
suas próprias mãos sua auto-formação pela auto-análise
(COIMBRA, 1995).
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 As intervenções começam a espraiar-se:

 “Experiência de autogestão pedagógica com adultos (Beaumont-sur


Oise);
 experiência de A.I nos estágios de formação em Lyon, em Chantilly
e em Melun;
 em uma associação, no quadro de uma política-formação de
quadros militantes na UNEF [União nacional dos estudantes
franceses] em 1962-1964 (pedagogia sindical);
 intervenção no quadro de uma pesquisa do CECMAS [Centro de
estudos de comunicação de massa], dirigidas por E. Morin, em
Plozevet (Finistère-Sud).
 Outras intervenções de caráter pedagógico e político terão lugar na
Tunísia, em Quebec, no Brasil, na Bélgica, na Itália, na OFAJ [Oficce
Franco-Allemand pour la jeunesse], etc.” (ARDOINO e LOURAU,
2003, p.11).
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 As intervenções em Pedagogia Institucional incluíram muitas


instituições a serem analisadas ao lado da instituição educacional.

 Começa a ocorrer a preocupação em questionar :

 as encomendas de intervenção
 lugar dos interventores (análise da implicação)
 Os analisadores como condensadores analíticos das questões
envolvidas,

 Tudo isso levou a constituição de uma Análise Institucional.


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 Bibliografia

 ARDOINO, J; LOURAU, R. As Pedagogias Institucionais. São Carlos: RiMa, 2003;

 COIMBRA, C. Os caminhos de Lapassade e da Análise Institucional: uma empresa possível? In: Revista do Departamento de Psicologia –
UFF. Niterói. v.7, n. 1 (1995). p. 52-80;

 COUTINHO, A.R. Da tranferência à tranvesversalidade: o devir dos conceitos e a variação do plano da clínica. 153f. Dissertação
(Mestrado em Psicologia) Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2007;

 FERNÁNDEZ, Ana Maria. O campo grupal: notas para uma genealogia. São Paulo: Martins Fontes, 2006;

 GALLIO, G; CONSTANTINO, M. Françoise Tosquelles: A escola de liberdades. In: LANCETTI, A (org). SaúdeLoucura 4: grupos e
coletivos. São Paulo: Hucitec, 1994;

 GUATTARI, F; ROLNIK, S. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 1986;

 LOURAU, R. A Análise Institucional. Petrópolis: Vozes, 1975;

 ___________. Educação Libertária. In: Ana Maria Jacó-Vilela; Deise Mancebo. (Org.). Psicologia Social. Abordagens sócio-históricas e
desafios contemporâneos. Rio de Janeiro: Eduerj, 1999, p. 113-167;

 PRADO FILHO, K. e LEMOS, F.C.S. Uma breve cartografia da luta antimanicomial no Brasil. Contemporânea. v.2, n.1, p. 46-63, jan-jun,
2012

 RODRIGUES, H.B.C & SOUZA, V.L.B. A análise institucional e a profissionalização do psicólogo. In: KAMKHAGI, V. e SAIDON, O (orgs).
Análise Institucional no Brasil. Rio de Janeiro: Ed Rosa dos tempos, 1987;

 RODRIGUES, H.B.C. Um anarquista catalão: aventuras do freudo-marxismo na França. Cadernos de Psicologia IP/UERJ, Rio de Janeiro,
v. 8, p. 151-170, 1998.

 VERTZMAN, J; CAVALCANTI, M.; SERPA Jr., Psicoterapia Institucional: uma revisão. In: BEZERRA Jr, B e AMARANTE, P (orgs) .
Psiquiatria sem hospício: contribuições ao estudo da reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1992.
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“A revolução molecular consiste em produzir as condições não só de


uma vida coletiva, mas também da encarnação da vida para si próprio,
tanto no campo material, quanto no campo subjetivo (...)
(...) Mas, apesar da precariedade e dos fracassos dessas tentativas,
apesar de estarmos todos dispersos, perdidos, invadidos pela angústia,
pela loucura e pela miséria, elas se encontram em ruptura com a
produção de subjetividade industrial do CMI [capitalismo mundial
integrado] (...). É verdade que nisso tudo, não existe uma a
possibilidade de uma frente comum; além do mais é também verdade
que estamos levando porrada há bastante tempo. No entanto, não é
menos verdade que continua existindo uma imensa possibilidade de
resistência, e até de ofensiva, a qual, a meu ver, tende a ganhar cada
vez mais importância nos acontecimentos históricos que estão por vir.
Se levarmos isso em conta, teremos de reconhecer que o inimigo não
está só nos imperialismos dominantes. Ele está também em nosso
próprios aliados, em nós mesmos, nessa insistente reencarnação dos
modelos dominantes, que encontramos não só nos partidos mais
queridos ou nos líderes que nos defendem da melhor maneira possível,
mas também em nossas próprias atitudes, nas mais diversas ocasiões.”
(Guattari, 1986, p 46-48)

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