As origens em Platão e em Aristóteles I. RACIONALISMO E EMPIRISMO
O racionalismo e o empirismo marcam duas
direções opostas na busca do conhecimento. Elas podem ser confrontantes, se apresentadas, de modo radical. Porém, podem ser complementares através de uma abordagem crítica. Neste estudo, buscaremos as heranças no mundo antigo a partir de Platão e de Aristóteles, passaremos pelo pensamento cristão e focaremos o racionalismo de Descartes e o empirismo dos filósofos ingleses. II. RACIONALISMO DE PLATÃO
O conhecimento em Platão tem como instância
geradora a razão. Com sua teoria da reminiscência, ele acredita que existem ideias inatas. O fundamento do conhecimento preexiste antes da experiência. Descartes herda esta concepção e a expõe de um modo mais radical, inaugurando o racionalismo moderno. A constatação de que as coisas do mundo estão em constante mudança leva Platão a considerar que o conhecimento não pode ser adquirido na experiência do sensível. A sustentação do conhecimento verdadeiro só pode vir de ideias que são imutáveis. Elas existem no mundo inteligível. Sem esta contraparte imutável, não é possível obter conhecimento acerca da realidade. Ao acessar as ideias imutáveis por meio da reminiscência, o cognoscente vai, gradativamente, atingindo o conhecimento por meio do pensamento. O método utilizado por Platão é a dialética. No Mênon, Sócrates aplica este método de perguntas e de respostas ao escravo para gerar o conhecimento (85b8- 86c6). Nas palavras de Sócrates, Platão igual conhecimento e recordação. Toda esta teoria do conhecimento é sustentada por uma teoria do mundo que crê que existe um mundo sensível e um inteligível. Este mundo sensível se caracteriza por se mutável e réplica do mundo imutável. Portanto, somente o conhecimento que se sustenta nos dados do mundo inteligível pode ser conduzir à verdade. A partir desta teoria, Platão lança as bases do racionalismo que influenciará toda a história da filosofia. III. EMPIRISMO DE ARISTÓTELES
O conhecimento em Platão tem como instância
geradora a razão. Com sua teoria da reminiscência, ele acredita que existem ideias inatas. O fundamento do conhecimento preexiste antes da experiência. Descartes herda esta concepção e a expõe de um modo mais radical, inaugurando o racionalismo moderno. Para Aristóteles, a realidade pode ser perceptível em seis formas: sensação, percepção, imaginação, memória, raciocínio e intuição. Não há uma ruptura entre a percepção da aparência de um objeto e o conhecimento de sua realidade, mas sim uma continuidade. • Sensação – aquilo que nos dá as qualidades exteriores dos objetos e interiores dos efeitos que eles produzem em nós. • Percepção – associação de sensações. • Memória – a retenção de percepções. • Imaginação – reprodução e criação a partir de percepções retidas pela memória. • Linguagem – nomeação daquilo que foi sentido, percebido, memorizado e imaginado. • Raciocínio – Identificação e diferenciação a partir da linguagem do que foi sentido, percebido, memorizado e imaginado. • Intuição intelectual – conhecimento das causas ou princípios de um objeto. O conhecimento verdadeiro a respeito de algo teria que passar primeiro por uma simples sensação, o objeto de conhecimento teria de ser percebido impondo-se a consciência, imaginado, ou seja, a formação na mente de uma imagem deste objeto percebido. O conhecimento então seria registrado na memória e racionalizado, tornado a mente capaz de reconhecer o objeto em uma nova situação. Para responder a Parmênides, que afirmava o princípio de tudo como o ser imutável e Heráclito, crítico do ser ao afirmar que tudo está em eterna transformação, Aristóteles afirmaria que a essência de um ser é sua parte invariável, que não muda nunca. Tudo teria uma forma que definiria o que é e seria composto por uma determinada matéria. Bem, se um objeto pode ser de diversas formas e materiais, como Aristóteles definiria sua essência? Ele estabelece a diferença entre o que é acidental, o que muda é o objeto não deixaria de ser se não tivesse e o que é essencial propriamente dito, o que não muda e é invariável. Desta forma, Aristóteles não discorda totalmente de Heráclito, o que é acidental nas coisas pode mudar, estar em eterno movimento. Mas não discorda também de Parmênides: embora as coisas possam mudar, conservarão sua essência, aquilo que nunca muda e que faz com que determinado objeto seja o que é. As coisas podem mudar por que ela tem potencial para mudarem, ou seja, elas podem vir a serem outras coisas. Uma semente, por exemplo, é uma árvore em potencial. O que transforma os seres é a ação que realiza a potência. Potência, em Aristóteles, é então o que as coisas podem vir a serem e ação e o movimento que transforma a potência em ato. Todos os corpos teriam um local natural e um movimento natural. Assim, uma pedra cairia ao chão por que a terra seria seu lugar natural, assim como a natureza do fogo é subir. Essa física de Aristóteles só foi questionada no Renascimento, pois seu pensamento muito influiu nos pensadores da Igreja medieval. Aristóteles distinguiu as ciências Por fim, em três grandes ramos: Ciências teoréticas – Ciências que buscam o saber em si; Ciências práticas – Ciências que buscam o saber para alcançar a perfeição moral; Ciências produtivas – Ciências que buscam o saber em função do fazer.