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Advertência!
“A atenção aos estilos históricos não deve induzir à negligência
dos elementos transepocais da literatura. Assim, a história,
positiva e fecunda, dos estilos não tem por que ignorar a lição da
história, por exemplo, dos tópoi ou dos gêneros, a que eruditos
do porte de E. R. Curtius e H. R. Jauss deram contribuições do
mais alto valor. A história do estilo se superpõe, e não se
substitui, à da tópica e do gênero. E principalmente, não deve
ela, caindo presa de qualquer mística historicista, esquecer o
que um poeta como T. S. Eliot ou um crítico como N. Frye não
esqueceram: que a literatura é quase sempre, a cada instante da
sua história, o sistema total das obras literárias de todos os
tempos, ou, pelo menos, de uma determinada cultura e de suas
relações com outras. Literatura é, profundamente, tradição – e
tradição é o que ultrapassa, sem anular, a singularidade de cada
momento histórico.” (PORTELLA, Eduardo et al. Teoria Literária.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975.)
Romantismo
Contexto Histórico
Idealização
Empolgado pela imaginação, o autor idealiza temas, exagerando
em algumas de suas características. Dessa forma, a mulher é uma
virgem frágil, o índio é um herói nacional, e a pátria sempre perfeita.
Essa característica é marcada por descrições minuciosas e muitos
adjetivos.
Egocentrismo
Como o nome já diz, é a colocação do ego no centro de tudo.
Vários artistas românticos colocam, em seus poemas e textos, os
seus sentimentos acima de tudo, destacando-os no texto. Pode-se
dizer, talvez, que o egocentrismo é um subjetivismo exagerado.
Sentimentalismo
Praticamente todos os poemas românticos apresentam
sentimentalismo já que essa escola literária é movida através da
emoção, sendo as mais comuns a saudade, a tristeza e a desilusão.
Os poemas expressam o sentimento do poeta, suas emoções, e são
como o relato sobre uma vida.
O romântico analisa e expressa a realidade por meio dos
sentimentos. E acredita que só sentimentalmente se consegue
traduzir aquilo que ocorre no interior do indivíduo.
Grotesco e sublime
Há a fusão do belo e do feio, diferentemente do arcadismo que visa
a idealização do personagem principal, tornando-o a imagem da
perfeição.
Medievalismo
Alguns românticos se interessavam pela origem de seu povo, de sua
língua e de seu próprio país. Na Europa, eles acharam no cavaleiro fiel
à pátria um ótimo modo de retratar as culturas de seu país. Esses
poemas se passam em eras medievais e retratavam grandes guerras e
batalhas.
Indianismo
É o medievalismo "adaptado" ao Brasil. Como os brasileiros não
tinham um cavaleiro para idealizar, os escritores adotaram o índio
como o ícone para a origem nacional e o colocam como um herói. O
indianismo resgatava o ideal do "bom selvagem" (Jean-Jacques
Rousseau), segundo o qual a sociedade corrompe o homem e o
homem perfeito seria o índio, que não tinha nenhum contato com a
sociedade europeia.
Byronismo
Inspirado na vida e na obra de Lord Byron, poeta inglês. Estilo de vida
boêmio, voltado para vícios, bebida, fumo e sexo, podendo estar
representado no personagem ou na própria vida do autor romântico. O
byronismo é caracterizado pelo narcisismo, pelo egocentrismo, pelo
pessimismo, pela angústia.
Romantismo nas belas artes
Segundo Giulio Carlo Argan, na sua obra Arte moderna, o
Romantismo e o Neoclassicismo são simplesmente duas
faces de uma mesma moeda. Enquanto o neoclássico busca
um ideal sublime, objetivando o mundo, o romântico faz o
mesmo, embora tenda a subjetivar o mundo exterior. Os dois
movimentos estão interligados, portanto, pela idealização da
realidade (mesmo que com resultados diversos).