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DE PESQUISA
PROFA. DRA ANA PAULA
BARBOSA
Ciência e Senso Comum
A ciência moderna tornou possível a primeira
ruptura epistemológica e, com base nela,
separou-se do senso comum existente.
Tal ruptura propiciou um enorme avanço
técnico-científico, mas essa direção, tomada
pelo saber acadêmico, teve como
consequência impedir o ser humano de atuar
como verdadeiro ator, ativo e participativo, na
construção de seu cotidiano.
A ciência entende e convive com a ideia de
que o acaso é fator fundamental nos
fenômenos universais e na vida dos homens.
Ciência
Tem como foco estabelecer os procedimentos
metodológicos para observação, experimentação e
verificação dos fatos;
Construir instrumentos técnicos e condições de
laboratório específicos para a pesquisa;
Elaborar um conjunto sistemático de conceitos que
formem a teoria geral dos fenômenos estudados,
que controlem e guiem o andamento da pesquisa,
além de amplia-la com novas investigações.
Permitir a previsão de fatos novos a partir dos já
conhecidos: esses são os pré-requisitos para a
constituição de uma ciência e as exigências da
própria ciência.”
Senso Comum e Ciência
Senso comum é definido de maneira geral como um
pensamento simples e superficial oposto ao conhecimento
científico, o que traz à tona elementos epistemológicos
importantes e que precisam ser mapeados.
O mesmo ocorreu ao longo da história com oposições entre a fé
e a razão ou entre instituições como a Igreja e a Universidade
etc.
A ciência faz uso da oposição entre o pensamento de senso
comum e o fazer científico para se destacar e ganhar
legitimidade.
A oposição entre o pensamento de senso comum e o fazer
científico precisa ser problematizada.
Conhecimento Científico
[...] O conhecimento científico deve ser compreendido como o
estágio mais recente na evolução do conhecimento humano.
Embora sua postulação tenha ocorrido da Grécia antiga há
mais de 2000 anos, seu surgimento efetivo e desvinculado da
Filosofia ocorreu com o questionamento do antropocentrismo
por Copérnico.
Foram necessários quase dois mil anos para que a ciência
pudesse ser realmente compreendida e produzida. [...]
A ciência se diferencia das demais formas de conhecimento
por possuir um método, ou seja, um conjunto de princípios que
norteiam a conduta do cientista ao longo da produção do
conhecimento. Para tanto é necessário o Método, Objetivo e a
Sistematização
Tipos de Conhecimento
Científico / racional: baseado em um método
rigoroso, sistemático, metódico e questionável.
Com a possibilidade de refutação.
Conhecimento religioso: baseado exclusivamente
no poder da fé, inquestionável e inabalável.
Conhecimento mítico: explicado por alegorias,
fantasias ou lendas.
Conhecimento popular / vulgar / empírico (fato
que se apoia somente em experiências vividas, na
observação de coisas): passado de geração em
geração, pela tradição
Conhecimento filosófico: consiste em hipótese,
que não poderão ser submetidas à observação
Conhecimento Científico /
Racional
O conhecimento faz do ser humano um ser diverso
dos demais, na medida em que lhe possibilita fugir
da submissão à natureza. O conhecimento só é
perceptível com base na existência de três
elementos:
1. o sujeito cognoscente (que conhece),
2. o objeto (conhecido)
3. a imagem.
Conhecimento Científico /
Racional: percepção seletiva
Estudos realizados pela Universidade de Ohio, tiveram o
objetivo de identificar características comportamentais de
líderes com desempenho eficaz.
Falhas apresentadas nessa teoria e em teorias anteriores
levaram estudiosos a perceberem que, para atingir diferentes
abordagens, era necessário se concentrar em teorias de
contingência, pois “essas teorias presumem que o
comportamento do líder adequado varia de ambiente para
ambiente”.
Seu foco é na compreensão de como diferentes situações
exigem a percepção seletiva é o processo de rejeição de
informações que não transmitem segurança ou vão contra as
convicções pessoais.
Conhecimento Religioso
Conhecimento religioso é a crença dos
fenômenos obtida de forma divina ou
sobrenatural, onde as provas são
baseadas nas crenças e na fé, portanto
não podem ser submetidas ou refutadas
pela análise científica.
Conhecimento Mítico
O conhecimento mítico é aquele que é
conhecido através de um relato
fabuloso, com alegorias. O mito
antecede a ciência, que posteriormente
veio a negá-lo. O mito muitas vezes
conta fatos históricos, mas de uma forma
diferente. O mito é sempre fantasioso,
alegórico, é uma verdade instituída, que
não precisa de provas.
Conhecimento Popular /
Vulgar / Empírico:
Por ser produzido por meio da observação sensível e casual da
realidade, o conhecimento popular ou empírico coloca-se na
esfera da irracionalidade, do subjetivo, da percepção e da
ação.
O conhecimento popular identifica-se com o senso comum, por
serem ambos de caráter subjetivo e sensitivo.
O conhecimento popular não formula padrões e possui
verificação subjetiva, pois não pode alcançar o nível de uma
fórmula com validade geral como no conhecimento científico.
O conhecimento popular é dito assintomático, pois se baseia na
experiência das pessoas, ou seja, é um saber prático e passado
de geração para geração.
Conhecimento Filosófico
Pesquisa Mista:
Pesquisa quali-quantitativa é aquela que
envolve métodos quantitativos e
qualitativos para a obtenção de uma
análise mais profunda do assunto da
pesquisa.
Métodos Científicos
Dedutivo
Dialético
Indutivo
Hipotético Dedutivo
Método Dedutivo
Método dedutivo é a modalidade de raciocínio lógico
que faz uso da dedução para obter uma conclusão a
respeito de determinadas premissas.
Essencialmente, os raciocínios dedutivos se
caracterizam por apresentar conclusões que devem,
necessariamente, ser verdadeiras caso todas as
premissas sejam verdadeiras e se o raciocínio respeitar
uma forma lógica válida.
Partindo de princípios reconhecidos como verdadeiros
(premissa maior), o pesquisador estabelece relações
com uma segunda proposição (premissa menor) para,
a partir de raciocínio lógico, chegar à verdade
daquilo que propõe (conclusão).
Método Hipotético Dedutivo
Método hipotético-dedutivo consiste na construção de
conjecturas baseada nas hipóteses, isto é, caso as
hipóteses sejam verdadeiras, as conjecturas também
serão.
Por isso as hipóteses devem ser submetidas a testes, os
mais diversos possíveis, à crítica intersubjetiva, ao
controle mútuo pela discussão crítica, à publicidade
(sujeitando o assunto a novas críticas) e ao confronto
com os fatos, para verificar quais são as hipóteses que
persistem como válidas resistindo as tentativas de
falseamento, sem o que seriam refutadas.
É um método com consequências , que leva a um grau
de certeza igual ao das hipóteses iniciais, assim o
conhecimento absolutamente certo e demonstrável é
dependente do grau de certeza da hipótese.
Método Dialético
É um método de diálogo cujo foco é a contraposição e
contradição de ideias que levam a outras ideias e que
tem sido um tema central na filosofia ocidental e
oriental desde os tempos antigos.
De acordo com esse método, parte-se da maneira pela
qual, espontaneamente, as pessoas se representam. Na
sequência desse processo, propõe-se uma nova
maneira de ver”. (FOUREZ, 1995).
Para alguns, ela consiste em um modo esquemático de
explicação da realidade que se baseia em oposições e
em choques entre situações diversas ou opostas.
Primeiro, afirma-se uma tese; depois, uma antítese;
posteriormente, uma síntese.
METÓDO INDUTIVO
Sobre o método indutivo podemos dizer que é o processo mental
por intermédio do qual, partindo de dados particulares,
suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou
universal, não contida nas partes examinadas” (MARCONI;
LAKATOS, 2011).
No método indutivo, a generalização não deve ser buscada
aprioristicamente, mas constatada a partir da observação de
casos concretos suficientemente confirmadores dessa realidade.
Exemplo: Todos os cães que foram observados tinham um
coração. Logo, todos os cães têm um coração.” Esse tipo de
raciocínio é um exercício para o pensar cujo caminho é feito de
observações particulares (premissa), tomadas a priori como
verdadeiras, a generalizações conceituais (conclusões) que
podem ser verdadeiras.
Tipos de Pesquisa quanto aos
Meios:
Bibliográfica
De Campo
Documental
Experimental
De Laboratório
Pesquisa Bibliográfica
“O caráter científico de uma pesquisa [...] é
marcado pela qualidade da documentação
que a sustenta”.
Diversos materiais podem ser utilizados na
pesquisa bibliográfica, desde que se
encontrem formalmente publicados. Dentre
eles, jornais, revistas e boletins podem ser
utilizados.
A pesquisa bibliográfica, quando se utiliza de
dados quantitativos, deve sempre contar
com material atual, pois, documentos antigos
podem apresentar dados não fidedignos.
Pesquisa de Campo
O trabalho de campo constitui parte de um
experimento científico. É uma atividade realizada por
pesquisadores na natureza ou no local onde o
fenômeno estudado ocorre naturalmente. Engloba a
coleta e/ou registro de dados, caracteres,
informações relativas ao fenômeno ou objeto de
estudo.
Exemplo: pesquisas realizadas em escolas, em
determinado período, em uma ou mais instituições
escolares, de determinada faixa etária, para
observar assiduidade, comportamento dentro e fora
da sala de aula, conduta moral, material escolar,
acompanhamento dos pais, trajeto escolar,
desempenho de sala de aula, déficits de
aprendizagem, entre outros.
Documental
A pesquisa documental analisa documentos como dados
governamentais, relatórios e publicações de órgãos
públicos ou privados, estatísticas, etc. Nesse caso, as
informações ainda não passaram pela análise de um
pesquisador, ou seja, são fontes primárias.
A pesquisa documental tem objetivos específicos e pode
ser um rico complemento à pesquisa bibliográfica.
Os documentos analisados podem ser atuais ou antigos, e
podem ser usados para contextualização histórica, cultural,
social e econômica de um lugar ou grupo de pessoas, em
determinado momento da história. Por essa razão, é um
tipo de pesquisa bastante utilizado nas ciências sociais e
humanas.
Pesquisa Experimental
É um tipo de pesquisa em que "há a tendência de utilizar
hipóteses que o experimento busca confirmar ou refutar.
De acordo com Vergara (2011) "A pesquisa aplicada é
fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver
problemas concretos, mais imediatos ou não. Tem, portanto,
finalidade prática, ao contrário da pesquisa pura, motivada
basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador e
situada sobretudo no nível da especulação".
Vergara (2011) propõe dois critérios de classificação:
1- quanto aos fins
2- quanto aos meios.
A investigação experimental é uma investigação em que o
pesquisador manipula e controla as variáveis de estudos no
intuito de observar as variações dessa manipulação.
PESQUISA DE LABORATÓRIO
Algumas vezes este tipo de pesquisa é confundido com pesquisa
experimental, o que é um equívoco. Embora a maioria das pesquisas de
laboratório seja experimental, muitas vezes as ciências humanas e sociais
lançam mão de pesquisa de laboratório sem que se trate de estudos
experimentais.
Na verdade, o que caracteriza a pesquisa de laboratório é o fato de
que ela ocorre em situações controladas, valendo-se de instrumental
específico e preciso.
Tais pesquisas, quer se realizem em recintos fechados ou ao ar livre, em
ambientes artificiais ou reais, em todos os casos, requerem um ambiente
adequado, previamente estabelecido e de acordo com o estudo a ser
realizado.
Utilizamos da pesquisa de laboratório quando realizamos uma
investigação minuciosa, através de qual podemos descrever e analisar o
que será ou ocorrerá em todas as situações de forma universal.
As pesquisas de laboratório estão voltadas para a criação de meios
artificiais que permitam estabelecer padrões necessários para manipular
a observação pretendida.
Instrumentos de Coleta de
Dados:
Entrevista
Observação
Questionário
Entrevista
A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas
obtenha informações sobre determinado assunto, mediante uma
conversação. Trata-se de um procedimento utilizado na investigação
social.
A entrevista contribui para documentar a história oral como forma de
pensar a sociedade contemporânea. Valendo-se de diálogos
gravados, as percepções da vida social são registradas de maneira a
se constituir fontes ou documentos que, contudo, devem ser
considerados desde sua origem.
O ponto de partida das entrevistas em história oral implica aceitar que
os procedimentos são feitos no presente, com gravações, e envolvem
expressões orais emitidas com intenção de articular ideias orientadas a
registrar ou explicar aspectos de interesses planejados em projetos.
É um ato premeditado, realizado segundo a orientação expressa em
um projeto. É um procedimento que acontece no tempo real da
apreensão. Mantém vínculo inevitável com o imediato.
Tipos de Entrevistas
As entrevistas podem ser estruturadas, semi-estruturadas e não
estruturadas.
A entrevista estruturada ou padronizada é usada quando se visa a
obtenção de resultados uniformes.
A entrevista não estruturada ou não padronizada segue um roteiro
com perguntas feitas a todos os entrevistados de maneira idêntica e
na mesma ordem.
A realização de entrevista semiestruturada possibilita captar as visões e
opiniões dos participantes do programa, sendo flexível sua condução
pelo entrevistador.
O grupo focal caracteriza-se por ser uma entrevista rápida e que
contempla mais de um participante ao mesmo tempo.
Questionário
Segundo Marconi e Lakatos (1999), o questionário é "instrumento de
coleta de dados constituído por uma série de perguntas, que devem ser
respondidas por escrito".
Com este procedimento obtém-se respostas mais rápidas e exatas.
Além disso, abrange uma área geográfica mais ampla. E atinge maior
número de pessoas simultaneamente.
O questionário é um instrumento de coleta de dados constituído por
perguntas descritivas (perfil demográfico e clínico), comportamentais
(padrões de hábitos de vida) e preferenciais (opiniões e avaliação de
alguma condição específica).
O questionário é constituído por perguntas com respostas abertas, nas
quais o entrevistado expõe suas opiniões escrevendo ou falando suas
opiniões e ideias, e por perguntas com respostas fechadas, nas quais o
entrevistado escolhe respostas (verbalmente ou assinalando
graficamente) dentre as opções oferecidas.
Citações
O uso de citações em um trabalho acadêmico
apresenta como objetivo precípuo favorecer o
fortalecimento da argumentação por meio da
utilização de discursos de autoridade no assunto.
Citações diretas são citações em que se utiliza na
íntegra um trecho da obra utilizada como referência.
Citações indiretas são citações que utilizamos nossas
palavras para apresentar a ideia do autor.
Tanto na citação direta quanto na indireta, o
sobrenome do autor, quando estiver dentro de
parênteses, deve ser redigido com letra maiúscula.
Referências
Uma referência, em um texto acadêmico, possui elementos
essenciais e complementares, como nome e sobrenome do
autor, título, local e data da publicação da obra citada. A
relação primordial entre as referências de um texto e as
citações que o compõem advém da necessidade de
identificação entre os autores e teorias citados no texto.
“Em nosso país, normalmente as referências em trabalhos
acadêmicos seguem a padronização elaborada pela ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas). É o documento
que descrê em detalhes as convenções adotadas na maioria
das instituições de ensino e pesquisas brasileiro”.
A sequencia da referencia é: sobrenome e nome do autor,
título da obra, edição, cidade, editora e ano de publicação.
Projeto de Pesquisa
O projeto de pesquisa deve abordar o tema, os objetivos, bem
como a metodologia a ser utilizada no trabalho.
A elaboração de um projeto de pesquisa é uma etapa que
antecede uma pesquisa a ser realizada em qualquer área do
conhecimento.
Na elaboração desse projeto, alguns elementos devem ser
levados em conta, dentre eles: a escolha do tema,
acompanhada por uma clara delimitação; a
problematização, definida de forma clara e objetiva; a
justificativa, voltada para as razões pelas quais a pesquisa
deva ser realizada; a definição dos objetivos (geral e
específicos), ou seja, as metas a que se pretende
alcançar; hipótese; fundamentação teórica ou revisão da
literatura; metodologia, ou seja, quais métodos serão
empregados para a realização da pesquisa; cronograma e
referências.
Projeto de Pesquisa
O referencial teórico é necessário em um projeto
de pesquisa e, posteriormente, no texto que
divulga essa pesquisa, como uma dissertação ou
tese, em vista de ter como uma de suas
finalidades a confirmação ou a refutação de
posicionamentos existentes.
De forma específica no projeto de pesquisa, a
fundamentação teórica ou revisão da literatura
tem a finalidade de embasar elementos
relacionados à metodologia e, por sua vez, a
proposta de análise e de interpretação dos
dados que deverá ser feita a partir de teorias que
já existentes.