A.C • O livro inteiro do profeta compreende 200 anos da história de Israel; • Judá sobreviveu à subjugação política assírica; • O profeta de Jerusalém imprimiu a sua influência pessoal no livro inteiro; • Recebeu o seu chamado no ano da morte do rei Uzias de Judá. • O seu ministério durou 40 anos durante os reinados de Jotão 742-735 a.c, Acaz de 735-715 a.c e Ezequias 715- 701 Judá e Israel no reinado de Uzias 783-742 a.c
• Por muitos anos houve contenda entre os
reinos do norte e do sul. • Quando o reino do norte ( Israel) prosperou nos reinos de Acabe e Omri, os dois reinos acabaram com as sua brigas e se aproximaram em face ao surgimento do império assírico em canãa. • Isaías viveu no turbulento período assírio, presenciando o cativeiro do seu povo. Ambos os reinos (Norte/Israel e Sul/Judá), haviam experimentado poder e prosperidade. • Israel governado por Jeroboão e outros seis reis de menor importância, haviam aderido ao culto pagão; Judá, no período de Uzias, Jotão e Ezequias permaneceram em conformidade com a aliança mosaica, porém gradualmente, o rigor foi diminuindo causando um sério declínio moral e espiritual (3.8-26). • Lugares secretos de culto pagão passaram a ser tolerados; o rico oprimia o pobre; as mulheres negligenciavam suas famílias na busca do prazer carnal; muitos dos sacerdotes e falsos profetas buscavam agradar os homens (5.7-12, 18-23; 22.12-14). • Tudo isso deixava claro e patente aos olhos do profeta Isaías que a aliança registrada por Moisés em Deuteronômio 30.11-20, havia sido inteiramente violada, portanto a sentença divina estava proferida, o cativeiro e o julgamento eram inevitáveis para Judá, assim como era para Israel. • Isáias nasceu e passou os primeiros anos da sua mocidade no período mais próspero de Israel e Judá, após o reinado de Salomão. • Os assírios estavam inicialmente preocupados em conquistar povos menores. • Na batalha de Carcar em 853, os assírios foram detidos por Israel, síria e Hamate • Jeroboão II de Israel reestabeleceu domínio sobre boa parte da palestina, II Reis 14: 25, 28. • Uzias consquitou no seu reinado Edom e o porto de Elate do Mar Vermelho, II Reis 14: 25, 28. • Quando Isaías, Judá se achava próspero. Is. 2:7 • Diante da desordem social, hipocrisia religiosa foi que Isaías começou o seu ministério. 1:11. • Quando Tiglate Pileser reinava no império assírico, Peca e Rezim se revoltaram contra o domínio dos assírios, II Reis 15: 37; 16:5; Is. 7: 1- 2. • Nos cap. 7 e 8 de Isaías traz-nos um relatório da conversa do profeta com o rei Acaz. • O conselho de Isaías era o de que o rei se libertasse das alianças política e confiasse somente em Deus. II Reis 16:7. • Quando a Acaz se acovardou e se entregou ao domínio assírio, o profeta ficou quase inativo no resto dos anos desse rei infiel. • Por meio de ato simbólico, ele ilustrou a destruição de Israel e da Síria. • Nome dos filhos Maher-shalal-hash-baz ( rápido-despojo-presa-segura). Antes de aprender a falar Israel e Síria seriam saqueadas. Is 8:4 • O seu protesto contra o que Acaz estava fazendo, fez o profeta por tempo cessar as suas profecias 8:16. • QUEDA DA SAMARIA, 721 A.C • Tiglate Pileser aceitou o tributo dado por Acaz, matou o rei de Damasco, colocou um representante o governo de Israel. • Ao morrer seu filho Salmanaser V assume o trono de 727- 722 a.c. • Oséias rei de Israel pagou-lhe tributo por um pouco tempo e então planejou uma conspiração com o rei do Egito contra a Assíria. II Reis 18:4 • A resposta de Salmanaser V foi o de sitiar a cidade da Samaria com uma forte invasão. II Reis 17: 2-6. • E no ano de 721 a.c no governo de Sargão II, o reino do norte terminou e as dez tribos de Israel perderam-se para sempre. • 27.290 pessoas foram deportadas para a Mesopotâmia e Média e a Samaria passou a ser habitada por um povo misto. Eventos no reinado de Sargão II, 721-705
• Logo no início do seu reinado, ele sofreu uma
dura derrota contra o elamitas. • Filisteus e egípcios aproveitaram se insurgiram contra Sargão II, porém foram derrotados na batalha de Ráfia. • Numa inscrição de 711 há uma citação de Sargão II dizendo que os reis de Judá, Filístia, Édem e Moabe eram obrigados a pagar tributo ao rei. Invasão de Judá por Senaqueribe 701 • Após a morte de Sargão as províncias desejaram se libertar do império assírico. • Merodaque-Baladã, caldeu, revoltou-se contra os assírios, porém foi derrota. • Egito, Fenícia, Palestina e Judá fizeram conspiração contra Senaqueribe, isto foi contra a orientação de Isaías, dada a Ezequias. • Isaías enviou mensagens aos conselheiros políticos para não confiarem no poder do Egito. 28:7-13; 14-22; 29: 15-16; 30: 1-7 e 31: 1-3 • Nota-se que as mensagens de Isaías sofre uma mudança no governo de Ezequias. • No início de suas profecias ele anunciava o pecado do povo, na era de Ezequias ele passa a falar do futuro e os propósitos de Deus na história. • Enquanto as lideranças políticas confiavam nas alianças para lutarem contra os assírios, Isaías advertia ao povo para que confiasse somente em Deus. • Apesar de toda essa desobediencia os 185.000 assírios que morrreram próximo a Jerusalém foi um ato de misericórdia divina. 37:36. Vida e Minsitério de Isaías • Isaías era filho de Amoz. O Talmude afirma que Amoz, pai de Isaías era irmão do rei Uzias. Isaías profetizou durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (1.1). • O nome Isaías significa “o Senhor salva”. O profeta era da mesma época de Amós, de Oséias e de Miquéias, e começou seu ministério em 740 a.C., ano em que morreu o rei Uzias (6) • Teria nascido por volta de 760 e vivido pelo menos até 681 a.C. De família nobre de Judá, Isaías era casado, e tinha no mínimo dois filhos: Sear-Jasube (7.3) e Maer- Shalai-Hash-Baz (8.3). É provável que tenha passado a maior parte de sua vida em Jerusalém, exercendo maior influência no reinado de Ezequias (37.1-20). • A Isaías também é atribuído a composição da história do reinado de Uzias (2 Cr 26-22). • Segundo uma tradição judaica Isaías foi serrado ao meio pelo rei iníquo Manassés. • Isaías advertiu Judá de que seus pecados levariam a nação ao cativeiro babilônico. A visita dos enviados do rei da Babilônia a Ezequias armou o cenário para essa predição (39.1-6). • Embora a queda de Jerusalém só viesse a ocorrer em 586 a.C., Isaías toma por certo a derrota de Judá e passa a predizer a volta do povo do cativeiro (40.2-3). Deus redimiria seu povo da Babilônia assim como redimiu do Egito. Isaías prediz a ascensão de Ciro, o persa, que uniria os medos e os persas e conquistaria a Babilônia (45.1). História e mensagem ao rei de Israel
• A invasão de Israel pelo rei assírio Tiglate-
Pileser III serve de pano de fundo para os capítulos 7-12. Essa foi a reação militar de Damasco (capital de Arã) e do Reino do Norte, Israel, contra o Reino do Sul, Judá. O motivo da agressão (a guerra siro-eframita, 735-732 a.C.), não é mencionada no texto. • Contudo, é evidente que a ação foi considerada uma ameaça real contra a sobrevivência da monarquia davídica. A resposta de Acaz, rei de Judá, foi convocar a Assíria para manter a ordem na região, convite aceito por Tiglate-Pileser. Conseqüentemente, Damasco foi conquistada, seu povo deportado e toda a terra de Arã incorporada ao Império Assírio (732 a.C.). • Partes do reino do Norte foram anexadas, e um novo rei colocado no trono. Vários anos depois, Israel rebelou-se novamente e foi totalmente dominada pelo Império Assírio, com a destruição da capital Samaria em 721. Esses acontecimentos, contudo, recebem pouca atenção no livro de Isaías. • A invasão de Judá pelo rei assírio Senaqueribe, em 701, resultou no envolvimento de Ezequias na coligação antiassíria. Isso causou a destruição de várias cidades fortificadas de Judá e, finalmente, o cerco de Jerusalém. Ao contrário do pai, Acaz, Ezequias confiou no socorro do Senhor, e o exército assírio foi destruído. • Era um tempo de medo e incerteza política. Os assírios aterrorizavam a população do Antigo Oriente Médio com um programa agressivo de dominação. O país podia optar por ser vassalo, pagando um tributo anual e fornecendo tropas auxiliares aos assírios. • Mas ao menor sinal de deslealdade resultava em reduções territoriais e maior controle assírio do governo, sem mencionar a cobrança mais pesada de impostos. Por trás de tudo isso havia a ameaça de deportação, com a perda da independência política. A COMPOSIÇÃO DO LIVRO
• Isaías é visto como o maior profeta do Velho
Testamento. O livro é uma coleção de adágios proféticos e oráculos de Isaías, a voz profética predominante na turbulenta segunda metade do século VIII a.C. (740-700). • Aqui se encontra parte da literatura hebraica por demais valiosa e conhecida por apresentação direta de fidedignidade e poder soberano do Deus de Israel. Muitas passagens do seu livro estão entre as mais formosas da literatura. • Pelo fato de o profeta ter vivido no século VIII a.C., alguns estudiosos têm dificuldade em aceitar que ele tenha identificado Ciro, o persa, nominalmente nos capítulos 44 e 45, pelo fato de Ciro ter entrado em cena apenas duzentos anos mais tarde. • No capítulo 44.28, Isaías escreveu: "Que digo de Ciro: É meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: Tu serás edificada; e ao templo: Tu serás fundado". • Em 45.1 "ASSIM diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão“. • O único outro exemplo no Antigo Testamento em que o nome da pessoa é dado antes de seu surgimento é a menção de Josias em 1 Reis 13.2 “E ele clamou contra o altar por ordem do SENHOR, e disse: Altar, altar! Assim diz o SENHOR: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que sobre ti queimam incenso, e ossos de homens se queimarão sobre ti”. • As profecias estão divididas em quatro períodos: • A) vai da morte do rei Uzias em 742 até 732 no reinado de Acaz; • B) segundo é o período de conflito do profeta com o rei Acaz nos anos de 734-715; • C) terceiro se centraliza contra a política de aliança com o Egito contra o império Assírico de 715-705; e a • D) relaciona-se com a invasão de Judá por Senaqueribe e a libertação de Jerusalém de 705-701 1. As Profecias do Primeiro Período • As profecias dos capítulos 1-5 foram proclamadas provavelmente no reino de Jotão. • Ele trata dos pecados de Judá com o mesmo entendimento de seus predecessor Amós. • Idolatria, superstição e a confiança nas riquezas são características da vida nacional, cap 2. • Ele pregava contra o pecado dos ricos, os males sociais, a opressão ao pobre, o luxo e a vaidade • O judeu, influenciado pelo baalismo, achava que os rituais e sacrifícios seriam suficientes para agradar a Deus. • O dia do Senhor será de julgamento sobre o soberbo e altivo. 2. O conflito do Profeta com o Rei Acaz • Fracassou em tentar persuadir Acaz a não fazer aliança com a Assíria • Nos capítulos 7 e 8 narra o conflito entre o profeta e o rei Acaz • Nesta segunda parte o Isaías se apresenta como um conselheiro político. • Como a suas mensagens não forma recebidas pelo rei e pelo povo, ele ficou em silêncio até a morte de Acaz 3. Operação do propósito de Deus na História
• Ao ser coroado Ezequias o profeta reassumiu o
seu ministério. • Ele se dirigir nesta fase ao rei e a elite política judaica. • Entre os anos de 715 a 711 ele trata do problema da queda da Samaria e a extinção das dez tribos do norte. • Deus usou a Assíria para cumprir os seus propósitos 10:5 4. A invasão de Senaqueribe em Judá e a salvação de Jerusalém • É certo que Ezequias não se aliou com Merodaque- Baladã para conspirar contra o império assírico. • Senaqueribe se volta para os povos revoltosos contra o seu reino e então Ezequias fica amedrontado e pede ajuda aos egípcios 28: 7-13, 14:22 e 29:15-16; 30:1-7; 31: 1-3. • Como sinal da humilhação que o Egito sofreria dos assírios, o profeta andou nu e descalço por três anos, 20: 1-6 • Os assírios ao irem contra Jerusalém Deus mostra os seus propósitos e livra o povo da carnificina cap. 10 III Teologia de Isaías • Descreve a natureza e o caráter de Deus. • Soberano, Exaltado, dono dos exércitos, santo, justo, bondoso, rei, glorificado. • O senhor da história e que governará o mundo com um reino de justiça e paz. • Os ensinos escatológicos do profeta apresentam um conceito distintivo, definitivo e coerente do significado da história • Isaías entendeu que a criação divina estacva em desarmonia com os eu criador e passa a anunciar um reino escatológico ideal que pela fé no santo de Israel iria existir. • O dia do Senhor será contra o soberbo e altivo contra todo aquele que se exalta 2:12 • Acreditava que o restante fiel seria salvo do desastre vindouro. • Deus não abandonaria o seu povo enquanto existisse um restante fiel 10:20. Profecias de Isaías cap. 1-39 • I - Infildelidade de Judá e Jerusalém- 1:1-5:29 • Nesta primeira secção as profecias foram dirigidas a Judá e Jerusalém. • Acusações e ameaças, mas promessa de misericórdia caso houvesse arrependimento. A. Sobrescrito 1:1 • ”Visão que Isaías, filho de Amoz, teve a respeito de Judá e Jerusalém durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá.” • Visão (HAZON) sig. Ver, contemplar, perceber, sentir, experimentar. Indica a experiência do profeta com Deus, entender a mensagem e transmitir ao povo. • Isaías ( Yeshaeyahu) sig. Yavéh é salvação. Traz uma representação simbólica do próprio nome nas suas pregações. • Neste capítulo o profeta explica a controvérsia entre o Senhor e Judá, que o sofrimento do povo era consequência da sua rebelião contra Deus. 1:2 Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, tu, ó terra; porque o SENHOR tem falado: Criei filhos, e engrandeci-os; mas eles se rebelaram contra mim. • ‘Ouvi, ó céus, e dá ouvido, tu, ó terra’. Esta introdução na profecia era para remeter o povo de Israel à lei dada por Moisés, lembrando o que estava previsto a destruição do povo, caso não se convertessem a Deus “Hoje tomo por testemunhas contra vós o céu e a terra, que certamente logo perecereis da terra, a qual passais o Jordão para possuí-la; não prolongareis os vossos dias nela, antes sereis de todo destruídos” ( Dt 4:26 ). • Deus lhes informou das pragas e moléstias que seriam acometidos por não obedecerem a Deus. • Deuteronômio 28, versos 15 à 68. Após vários avisos, havia chegado o momento predito pelo Senhor, pois já não adiantava castiga-los, já estavam completamente feridos, mas não atinavam que era em decorrência de não terem obedecido a Deus (v. 5 ; Sl 50:4 ; Dt 4:36 e o Sl 76:8 ). • Os filhos que foram criados e engrandecidos referem-se ao povo de Israel que se tornou um grande povo, porém, desviaram do Senhor "Mas eles foram rebeldes, e contristaram Deus; por isso se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles" ( Is 63:10 ). 1:3 O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. • Deus faz uma comparação entre os animais irracionais e o povo de Israel para expor uma realidade terrível: o povo que devia ser pleno de sabedoria por ter sido instruído por Deus, não conhecia o seu Deus. O boi, um animal irracional, conhece o seu dono da mesma forma que o jumento a sua manjedoura, mas Israel não conheceu e nem conhecia o seu Deus e Libertador • Faltava ao povo de Israel o ‘conhecimento’ do Santo, não entendiam, não compreendiam a palavra do Senhor, e quem deveria ensiná-los, os mestres da lei, estavam devorando o povo como se fosse pão 1:4 Ai, nação pecadora, povo carregado de iniquidade, descendência de malfeitores, filhos corruptores; deixaram ao SENHOR, blasfemaram o Santo de Israel, voltaram para trás. • Nação pecadora; • Povo iníquo; • Descendência de homens maus, e; • Filhos corruptores. Ai denota um sentimento de dor de um Pai abandonado pelo filho. Rejeitaram ao Senhor. ( Hote) andam errantes repetitivamente. (Keved ) oprimido pelo pecado, pela perversidade (Shahat) tornaram-se criminosos ( Zur) estranharam-se completamente. Apostataram-se 1:5-6 Por que seríeis ainda castigados, se mais vos rebelaríeis? Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco. 6 Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo • Se o povo de Israel se recordasse da lei, veriam que já estava previsto que, caso se rebelassem contra os preceitos de Deus, seriam acometidos de diversos castigos ( Dt 28:15 -69). • O povo de Israel era avesso a Deus, e quando castigados, rebelava-se ainda mais. Deus demonstra que a correção já não adiantava, pois todo o Israel estava acometido de pecado. Quando recebe o homem por filho, Deus o corrige e deixa claro o motivo: porque ama "Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho" ( Hb 12:6 ), mas o povo de Deus ignorava esta característica Dele. • Deus descreve o povo de Israel com problemas na cabeça e no coração (v. 5), e aponta que todo o corpo estava enfermo desde os pés até a cabeça e que nunca se submeteram a qualquer tipo de tratamento que mudasse a condição deles. Bastava o povo abrir mão do argumento de que eram povo de Deus por serem descendentes de Abraão reconhecendo que eram miseráveis como todos os outros homens, que Deus haveria de curá-los. Esta condição do povo é retratada em provérbios: “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas que nunca foi lavada da sua imundícia” ( Pv 30:12 ). 1:7-8 A vossa terra está assolada, as vossas cidades estão abrasadas pelo fogo; a vossa terra os estranhos a devoram em vossa presença; e está como devastada, numa subversão de estranhos. 8 E a filha de Sião é deixada como a cabana na vinha, como a choupana no pepinal, como uma cidade sitiada. • A cidade de Jerusalém assolada por guerras e intrusos desfrutando do que o povo de Israel haviam plantado era o último estágio da gama de castigos descritos por Moisés antes de serem levados cativos ( Dt 28:39 ). • Com o castigo, a terra foi assolada e as cidades queimadas. Os estrangeiros tinham livre circulação na cidade e o povo de Jerusalém nada podia fazer para impedir. • Em função da correção, tudo foi devastado e subvertido por estrangeiros. A cidade de Jerusalém estava sitiada, semelhante a uma cabana na vinha cercada de uvas, ou uma choupana em meio ao pepinal: abandonada a própria sorte. • Neste ponto o castigo já não era alternativa, pois apesar da condição deplorável do povo, não reconheciam a sua miserabilidade e não se socorriam de Deus. • 1:9:10 Se o SENHOR dos Exércitos não nos tivesse deixado algum remanescente, já como Sodoma seríamos, e semelhantes a Gomorra. 10 Ouvi a palavra do SENHOR, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. • Isaias faz referência a um remanescente preservado por Deus para evitar a extinção de Judá e, consequentemente, a extinção da linhagem do Messias. Um povo remanescente tem resistido ao longo dos tempos em função da fidelidade de Deus que prometera a Davi o Descendente ( 2Sm 7:12 ). • Se não fosse a misericórdia de Deus em preservar um remanescente o povo de Judá havia desaparecido da face da terra"Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos“ ( Ml 3:6 ). • Após esclarecer o povo de que se não fosse a misericórdia, há muito Jerusalém teria deixado de existir, o profeta introduz Sodoma e Gomorra como figura de Judá. Moisés já havia feito referencia a Israel como Sodoma e Gomorra: "Porque a sua vinha é a vinha de Sodoma e dos campos de Gomorra; as suas uvas são uvas venenosas, cachos amargos têm" ( Dt 32:32 ; Gn 18:16 e 19:28 ; Rm 9:29 ). 1:11-12 De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o SENHOR? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. 12 Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios? O elemento de culto que os habitantes de Jerusalém julgavam de maior valor, o sacrifício, é posto em xeque pelo próprio Deus. Deus faz a pergunta: - ‘De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios?’ Além de deixar claro que estava farto dos holocaustos, Deus enfatiza que não se agrada de sangue de animais. Esta verdade permeia os livros do A. T., pois o salmista diz: "Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos" ( Sl 51:16 ). O profeta Samuel também anunciou: "Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros" ( 1Sm 15:22 ).
Como ofereciam tantos holocaustos, era de se presumir que ao menos Deus houvesse pedido aos homens que oferecessem holocaustos, porém, Deus é enfático: - ‘Quem requereu isto?’. Quando lemos os livros do Pentateuco, vemos Deus requerendo do seu povo que obedeça a sua palavra, sem diminuir ou acrescentar ( Dt 4:2 ), e não encontramos Deus requerendo sacríficos, antes disciplinando como deveriam proceder caso se propusessem oferece-los “Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando algum de vós oferecer oferta ao SENHOR, oferecerá ...” ( Lv 1:2 ). Desde Abel e Caim voluntariamente os homens oferecem sacrifícios a Deus, porém, Deus nunca requereu isto das mãos dos homens, pois Deus tem interesse no homem (ofertante), e não na oferta (sacrifícios). O povo de Israel estava como Caim, oferecendo sacrifício debalde, pois Deus não tem interesse no sacrifício ou na oferta, antes no ofertante. Em primeiro lugar Deus atenta para o ofertante e depois para a oferta. E se Deus rejeita o ofertante, consequentemente a oferta está rejeitada “E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou” ( Gn 4:3 -5). Verso. 13 Não continueis a trazer ofertas vãs. O profeta Isaías continuou a enumerar outros elementos do complexo sistema religioso dos judeus: além das oferendas e ofertas de cereais (ver Lev. 7.9-12), havia os ritos com incenso (ver Êxo. 30.1,7,8 e Lev. 2.1, a observância dos dias especiais, como a lua nova; as festas observadas no primeiro dia do mês, por ocasião do aparecimento da lua (ver II Crô. 8.13; o dia de sábado e os outros vários dias de sábado ou descanso (ver Lev. 16.31,23,24; e as convocações para as assembléias, que visavam propósitos especiais, como as festas da páscoa, do pentecoste,_ dos tabemáculos e do dia da expiação (ver Lev. 23.3; Núm. 28.26; 29.1,7,12; Êxo. 12.16; Joel 2.15-17). Incluía todo o complexo sistema que Yahweh tinha descartado, porque o significado havia-se perdido, mediante a corrupção generalizada da moral e os atos abertos de violência e pecados de toda a espécie. Verso 14 As vossas luas novas, e as vossas solenidades. O profeta Isaias repetiu aqui a menção ao rito da lua nova e, com uma referência geral, repetiu a menção às muitas festas requeridas pela lei mosaica, pronunciando seu Icabode contra eles, porquanto passara a odiar toda aquela triste questão. Yahweh abominava toda essa questão. Como no restante do Antigo Testamento, foram usadas fortes expressões antropomórficas. Em outras palavras, os atributos e sentimentos do homem são conferidos a Deus. Falamos a respeito de Deus dessa maneira por estarmos presos no dilema do pensamento e da linguagem humana. Corações hipócritas e pecaminosos tinham furtado do sistema seu significado. Cf. o vs. 4 deste mesmo capítulo. Ver também Isa. 43.24. 15 Quando estendeis as vossas mãos. Um típico gesto de oração consistia em estender as mãos com as palmas para cima, em atitude de súplica, na esperança de receber algo. Os olhos estavam abertos e olhavam para o céu. Muitas orações eram feitas, bem no meio da apostasia, mas elas não seriam ouvidas; pelo contrário, seriam até desprezadas por Yahweh, objeto dessas súplicas. 16 Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos. Convite ao Arrependimento Isso é retratado como lavar a imundícia do pecado e da violência, com vistas à purificação. A santidade consiste em limpeza. Além disso, tirar ê outra palavra-chave. As coisas más devem ser tiradas da vida e descartadas. Mediante tal remoção, os olhos de Yahweh não mais as veriam nem se irariam contra elas. Sem nenhuma metáfora: deixai de fazer o mal. O original hebraico diz aqui, literalmente, "crimes", e muitos dos pecados de Judá eram crimes, até mesmo crimes de sangue, conforme vemos em Isa. 1.15. O profeta estava dirigindo a palavra contra uma perversão extremamente radical. 17 Aprendei a fazer o bem. Diversas boas ações foram ordenadas, em substituição a más ações: teria de haver um processo de aprendizado para que os judeus conhecessem e obedecessem à lei, o tipo de processo que penetra no coração. Quando as lições fossem aprendidas, seria feita a justiça. Deveria haver a "regra do direito", a justiça social e pessoal, a reforma dos indivíduos, as instituições, os juizes e os tribunais. A opressão precisava ser eliminada. Os fracos e pobres não deveriam continuar sendo explorados pelos fortes e ricos. As propriedades deveriam ser devolvidas às viúvas e aos órfãos, e atos de caridade teriam de substituir os atos de opressão. Os órfãos e as viúvas teriam de ser defendidos, em vez de explorados. A legislação mosaica fornecia diretrizes para esses atos e teria de ser seguida. Cf. II Sam. 14.4-7; II Reis 4.1 e Rute 4.1-4. 18 Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor. Este é um dos mais citados versículos de Isaias, o clamor apaixonado de reforma no qual Yahweh deixou de lado, por um minuto, Suas terríveis ameaças e convidou homens humildes a raciocinar com Ele. A idéia do versículo é a correção através de um discussão arrazoada na qual a verdadeira natureza das coisas é exposta, e o desejo pela mudança é instilado. 19 Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. O pecador precisa estar disposto a fazer o que é reto e realmente obedecer à prática do bem. Somente então Judá continuaria a desfrutar a terra na qual habitava. Habitar significa participar de todas as coisas boas, pois a Terra Prometida era a terra do leite e do mel (Êxo. 3.17,18; 33.3; Deu. 6.3). Se não houvesse reação favorável ao chamado divino, então aquela terra seria entregue a um poder estrangeiro, a maior parte do povo de Judá seria morta, e o minúsculo remanescente seria levado para o exílio. Haveria colheitas abundantes, o coração da economia e o bem-estar pessoal. Isso foi prometido no pacto mosaico (ver Deu. 28.3-6,11) 20 Mas se recusardes, e fordes rebeldes. A alternativa à mudança de mente era ser devorado à espada. Os rebeldes, que já estavam em profunda rebelião, podiam ou comer da terra, em meio à prosperidade, ou então ser devorados pelas armas de algum inimigo estrangeiro. Yahweh havia afirmado a escolha pelas palavras de Sua boca, o que significa que se tratava de um destino fixado. A reação humana favorável condicionava os resultados. Se isso não fosse uma verdade, então não poderia haver responsabilidade moral. 20 Como se fez prostituta a cidade fiel! A cidade antes fiel fora apanhada nos pecados e atitudes de uma prostituta, o que provavelmente significa uma esposa prostituída, o assunto do livro de Oséias. A esposa fiel tinha sofrido tremenda queda. A cidade de Jerusalém era um centro de santidade e justiça, e um lugar onde se adorava a Yahweh. Em vez de um povo santo e de instituições santas, tinham chegado homens ímpios, e a coisa inteira estava corrompida. O local estava pleno de pecados pesados e pecadores assassinos. A capital da adoração ao Senhor tinha-se tornado um centro de crimes. A esposa entrara em sociedade com seu marido, e o mesmo Israel fizera com Deus. Mas o pacto tinha sido quebrado, bem como seus relacionamentos e benefícios. 21 A tua prata se tornou em escórias. A prata é um metal que se torna precioso mediante o processo do refino. Mas a prata de Judá tinha seguido outro caminho e se tornara escória através das muitas poluções em que o povo tinha se envolvido. A prata é um metal nobre, mas pode tornar-se ignóbil através da corrupção. Judá tinha revertido o processo de refino pelo processo da polução. A escória é um resíduo e serve somente para ser jogada fora; e, assim, Judá seria jogado fora mediante o cativeiro babilônico. 22 Portanto diz o Senhor, o Senhor dos Exércitos, o Poderoso de Israel. O reino do sul, Judá, vinha fazendo grande semeadura de pecados e agora tinha de colher a corrupção. Semeadura. A Assíria faria grande confusão e deixaria muitas vítimas. Em seguida, os babilônios fariam ainda pior. 24 Voltarei contra ti a minha mão. A mão de Deus volver-se-ia contra Judá. Ver sobre a mão de Deus em Sal. 81.4, e sobre mão direita, em Sal. 20.6. Temos aí menção ao instrumento divino de operação, e Ele teria Seus instrumentos nas agências humanas que usaria, as quais eram suficientemente brutais para administrar a vingança apropriada Isaías cap. 2
v.1 A glória futura do verdadeiro Israel. Juízos
preparatórios. O dia do SENHOR. A purificação de Jerusalém. 2.2 NOS ÚLTIMOS DIAS. O NT define os últimos dias como o período de tempo entre a primeira e a segunda vinda de Cristo (ver At 2.17 nota). Aquilo que Isaías descreve nos vv. 1-5 terá seu cumprimento total na segunda vinda de Cristo, quando Ele estabelecer o reino de Deus na terra. 2.2-5 SE FIRMARÁ O MONTE DA CASA DO SENHOR. Isaías profetiza a respeito de um período quando o governo divino se estabelecerá em toda a terra (cf. Mq 4.1-3). Toda iniqüidade, injustiça e rebelião dirigidas contra Deus e sua lei serão debeladas e a justiça prevalecerá (cf. 59.20 60.3,14; Jr 33.14-16; Zc 2.10-12). Todas as nações , judeus e gentios, adorarão e servirão ao Senhor. Esta profecia manifesta o propósito final de Deus para Israel e a raça humana; ela cumpre-se no próprio Jesus Cristo, que executa juízo e justiça na terra (9.1-7; 11.3-5). • 2.3 NOS ENSINE... SEUS CAMINHOS... SUAS VEREDAS. O interesse primordial de todos os que se tornam discípulos do Senhor deveria ser conhecer e obedecer à sua vontade, como cidadãos do seu reino. É importante que quem proclama a mensagem de Deus, tome o máximo cuidado com o que prega e ensina, para que isto seja a mensagem de Deus, proveniente das Escrituras inspiradas, i.e., a revelação de Cristo, dos profetas do AT e dos apóstolos do NT (ver Ef 2.20 nota). Todo mundo, tanto os perdidos como os salvos, precisam ouvir a verdade de Deus proclamada por lábios ungidos pelo Espírito Santo, dedicados aos retos caminhos de Deus. • 2.6-9 TU DESAMPARASTE O TEU POVO. Estes versículos descrevem a apostasia e o mundanismo da nação de Judá. Seus habitantes abandonaram a Deus, adotaram a idolatria e o ocultismo, deleitavam-se nas práticas ímpias dos pagãos e depositavam sua confiança no dinheiro, nas alianças internacionais e no poderio militar. Daí, Isaías orar para que não houvesse perdão até que Deus, mediante duros revezes os levasse a um arrependimento de coração (vv. 17-21). Ele sabia que o perdão aparente do ritual religioso só agravaria a situação. Um arrependimento sincero deve preceder o perdão (1.16-20). 2:10 Vai, entra nas rochas e esconde-te no pó. O terror lançado por Yahweh feriria os judeus com plena força, e os israelitas tentariam ocultar-se nas •. 'z.1 -::hosas em redor de Jerusalém, ou em buracos feitos no chão. A • : : -.-/:.: :.: escudo de Yahweh seria removida. Os babilônios fariam a obra • -.-. ze.astação, mas por trás deles estaria a glória da majestade de Yahweh, • = causa real do desastre. As colinas em redor de Jerusalém estavam cheias • \z :z e-.as em rochas de pedra calcária, as quais foram procuradas pelos • desertores judaicos em fuga. Cf. Juí. 6.2; 15.8; I Sam. 13.6; 14.11; 24.3; I • Heis 18.4. Haveria pânico no exército de Judá, e todas as coisas contribuiriam • juntamente para pôr fim ao poder do exército dos filhos de Israel. O que • secrasse seria levado para o exílio. É verdade que, depois de alguns anos, • raiaria um novo dia, mas não enquanto a escória não fosse expurgada. A • situação se tornara irremediável. 2:11 • Os olhos altivos dos homens serão abatidos. Compreendemos, com base • neste versículo, que Judá se enchera de orgulho por causa de suas riquezas e de seu • forte exército (vs. 7). Eles tinham "ultrapassado" a necessidade de depender de Deus • e assim, no dia da provação, Deus não estaria disponível para evitar a catástrofe • generalizada que lhes sobreviria. Ver no Dicionário o verbete denominado Orgulho; e • ver orgulho e humildade contrastados em Pro. 11.2; 14.3; 15.25; 16.5,18; 21.4; 30.12,32. 2:11 • Os olhos altivos dos homens serão abatidos. Compreendemos, com base • neste versículo, que Judá se enchera de orgulho por causa de suas riquezas e de seu • forte exército (vs. 7). Eles tinham "ultrapassado" a necessidade de depender de Deus • e assim, no dia da provação, Deus não estaria disponível para evitar a catástrofe • generalizada que lhes sobreviria. Ver no Dicionário o verbete denominado Orgulho; e • ver orgulho e humildade contrastados em Pro. 11.2; 14.3; 15.25; 16.5,18; 21.4; 30.12,32. • Ver olhos altivos em Pro. 6.17. No tempo do julgamento, as potências humanas serão • humilhadas, e somente o Senhor será exaltado, tornando-se o Movedor Primário das • questões humanas. Note o leitor o título Senhor dos Exércitos (vs. 12), porquanto este • versículo descreve uma situação militar. Mas o Senhor dos Exércitos estaria dirigindo • as forças babilônicas! Ver sobre esse título no Dicionário e em I Reis 18.15. Quanto • àquele dia, ver o vs. 12, o Senhor tem um dia. 2:11-12 • O Senhor Tem um Dia. Judá teve seu dia de orgulho, o que não passava de • falácia. O Senhor já tinha marcado um dia de julgamento, e as árvores nobres e • auto-exaltadas seriam niveladas até o chão. Ver no Dicionário o artigo chamado • Dia do Senhor, quanto a amplas explicações sobre essa frase. O Senhor dos • Exércitos lideraria exércitos estrangeiros para efetuar a justiça e expurgar a escória • da corrupção. Uma prata pura seria assim produzida (ver Isa. 1.25), de tal • modo que a nação de Israel, através da tribo de Judá, poderia viver novamente • após o cativeiro e dar a Israel um novo começo. Este texto olha para além da • Babilônia, talvez até a era do reino, quando o poder divino tomará conta do • mundo inteiro. 2:15 • Contra toda torre alta. Outras coisas altas, feitas pelas mãos dos homens, • são as torres e as muralhas fortificadas. Essas coisas supostamente • proveriam proteção; mas, quando chegar o dia da ira, elas serão inúteis. Os • babilônios por certo não se deixariam impressionar por elas. Por conseguinte, • coisa alguma alta na natureza, nem qualquer coisa alta feita por mãos humanas, • seria capaz de impedir o avanço dos babilônios, nem a grandiosidade • correspondente do poder e governo de Deus. As fortificações militares eram • uma das glórias do reinado de Uzias, e essas coisas tiveram continuação nos • governos reais de Judá subseqüentes. Ver II Crô. 26.9,10; 27.3,4; Osé. 8.14; • Miq. 5.11; e cf. Isa. 22.8-11 e Sal. 48.13. Ver sobre a torre de Babel, uma das • mais orgulhosas obras humanas, em Gên. 11.1-9. • As fortificações militares eram • uma das glórias do reinado de Uzias, e essas coisas tiveram continuação nos • governos reais de Judá subseqüentes. Ver II Crô. 26.9,10; 27.3,4; Osé. 8.14; • Miq. 5.11; e cf. Isa. 22.8-11 e Sal. 48.13. Ver sobre a torre de Babel, uma das • mais orgulhosas obras humanas, em Gên. 11.1- 9. 2:16 • Contra todos os navios de Társis. Os mastros dos navios mercantes de • Társis eram altos, e esses navios representavam uma das origens das riquezas • de Judá, do que os judeus tanto se orgulhavam (vs. 7). Os fenícios eram, então, • os dominadores dos mares. 2:17 • A arrogância do homem será abatida. Este versículo oferece um sumário das • idéias dos vss. 11-16. A exaúação, sem importar de qual natureza, seria aviltada, • como parte necessária do julgamento geral divino prometido pelos profetas. Os homens • seriam rebaixados e rolariam pelo chão; o que era alto seria abatido, e somente • Yahweh permaneceria elevado, naquele dia (ver o vs. 12), o dia do Senhor, no Seu • momento de ira, em Seu dia de julgamento. Cf. o vs. 11, que é virtualmente igual ao • que se vê no vs. 17. "Isso pode referir-se ao tempo em que os babilônios capturaram • a nação de Judá, em 586 A.c 2:18 • Os ídolos serão de todo destruídos. Entre as coisas que seriam destruídas, • estavam os ídolos, nos quais o povo de Judá tinha chegado a confiar, em lugar de • Yahweh. Ver o vs. 8, onde é mencionada a idolatria de Judá. Essa falta de coragem • e de espiritualidade seria, no final das contas, mortalmente destruidora. Na • verdade, a idolatria consiste em perder a fé nas realidades espirituais e colocar a fé • sobre aquilo que é falso. E assim também acontece com todas as nossas formas • mais sutis de idolatria. Deus é substituído por deuses que nada são, o maior erro • de todos, do qual se originam todos os tipos de erro. Os ídolos são "nada" neste • mundo, conforme lemos em I Cor. 8.4, e passarão para um nada bem merecido na • mente e nas práticas dos homens do dia da crise. Cf. Zac. 13.2. • Então os homens se meterão nas cavernas das rochas. Este versículo • expande a idéia do vs. 10, mas adiciona a noção das "cavernas", a qual, porém, • é ali entendida pela menção às "rochas". Em seguida, o profeta adiciona: "quando • ele (Deus) se levantar para assombrar a terra". Então haverá figuradamente • terrível abalo na terra e possivelmente terremotos literais. Os abalos sísmicos • são uma "figura para um julgamento severo e universal" (Fausset, in loc). Ver • Apo. 6.15,16. Quanto ao terror do Senhor, ver o vs. 21. • Naquele dia os homens lançarão às toupeiras e aos morcegos. Tendo • testemunhado o fracasso da idolatria em proteger no dia do juízo divino (ver o vs. • 12), os homens jogarão fora todas as suas obras idolatras, imagens, gravações, • obras fantasiosas de ouro e prata, que eles adoraram em meio a tanto ridículo. As • toupeiras e os morcegos tornar-se-ão os proprietários desses objetos. De maneira • correspondente, os homens se voltarão a Yahweh como alto e único Deus, e • renovarão suas formas de adoração e seus votos. Veja o leitor a ironia embutida • em tal declaração: coisas antes tão valiosas e transformadas em objetos de adoração • serão lançadas fora como coisas detestáveis. Isso aponta para uma revolução • espiritual provocada pelo julgamento divino, e esse é precisamente o motivo pelo • qual o juízo será aplicado. Há nele um aspecto restaurador, e não apenas retribuidor. • 2.21 • E meter-se-ão pelas tendas das rochas e pelas cavernas das penhas. • Este versículo é uma repetição dos vss. 10 e 19, mas também adiciona palavras • vividas: "quando ele se levantar para espantar a terra". Portanto, encontramos • aqui o "terror do Senhor" (vs. 19), e não um temor piedoso e reverência (o • "temor do Senhor", conforme a expressão é usualmente empregada; ver no • Dicionário o artigo chamado Temoi), e, sim, um terror literal, causado pelos • julgamentos divinos, que deixarão os homens apavorados e os farão ocultar-se • nas cavernas das colinas. A Palestina tinha um quase ilimitado número de • cavernas nas colinas de pedra calcária que, desde os tempos mais remotos, • serviram de esconderijos, nos momentos de perseguição e destruição. • 2.22 • Afastai-vos, pois, do homem cujo fôlego está no seu nariz. Não se pode • confiar no homem em tempos de crise e destruição. Ele é apenas uma criatura que • respira com o nariz. Mas, quando perde a sua respiração, ele se transforma em • nada. Cf. Sal. 104.29; 118.8,9. Ver também Gên. 2.7.0 homem é removido da terra • com facilidade (ver Isa. 2.9,11,12,17). A tendência da nação de Judá seria voltar-se • para aliados humanos que a ajudassem a livrar-se da invasão babilônica, mas essa • seria outra medida inútil. • A medida certa era apelar a Yahweh, o regulador e inspirador • dos eventos históricos. Deus é o único que pode reverter a maré do julgamento. E • Ele fará isso para aqueles que realmente se arrependerem. "Confiai nem no homem • e nem nos deuses inventados pelos homem. Nem ele nem eles podem salvar" • (Adam Clarke, in loc). Diz o Targum: "Pois o homem está vivo hoje, e amanhã não • o estará; ele deve ser considerado como nada". (Ver Sal. 8.1.)