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INTRODUÇÃO

O conteúdo deste seminário está baseado nos dois seguintes artigos:

- Vizinhança global ou proximidade imposta? Impactos da


comunicação intercultural mediada por computador sobre o papel da
cultura no ensino de língua inglesa (Ana Cristina Biondo Salomão)

- Interações virtuais e competência intercultural (Mirelle Amaral de


São Bernardo & Lúcia Maria de Assunção Barbosa)
TEMÁTICA CENTRAL

Ambos giram em torno da seguinte afirmativa:

A atual e inegável expansão tecnológica amplia o contato com pessoas de


diferentes culturas e altera sensivelmente nossas relações sociais e a maneira
como vemos e interpretamos o mundo em que vivemos.

E a partir dessa compreensão, questionam:

Como as pessoas se comportam em relação às interações interculturais


possibilitadas?

Como o ambiente virtual muda as interações entre as pessoas, mais


especificamente entre os professores e seus educandos e entre os próprios
alunos?
TEMÁTICA CENTRAL

A atual e inegável expansão tecnológica amplia o contato com pessoas de


diferentes culturas e altera sensivelmente nossas relações sociais e a maneira
como vemos e interpretamos o mundo em que vivemos.

Questionamentos

Como as pessoas se comportam em relação às relações interculturais


possibilitadas?

Como o ambiente virtual muda as interações entre as pessoas, mais


especificamente entre os professores e seus alunos e entre os próprios
educandos?
TEMÁTICA CENTRAL

De acordo com Salomão (2012), a chamada “vizinhança global” não


representa verdadeiramente uma intensificação da sociabilidade, mas
sim uma “proximidade imposta” (termo cunhado por Kumaravadivelu,
2006).

Nessa direção, Salomão (2012) afirma que a globalização contribui para


a contração do espaço, do tempo e das fronteiras, não para a expansão
da harmonia comum ou dos valores compartilhados entre as pessoas do
mundo.
TEMÁTICA CENTRAL

Portanto, o aumento de possibilidades de comunicação intercultural


(escritas e orais) gerado pelo cenário atual de novas tecnologias nos
ajudam a entender de que forma conceitos como cultura e
interculturalidade podem ser entendidos no ensino de línguas hoje.
TEMÁTICA CENTRAL

Segundo Salomão (2012), no mundo contemporâneo globalizado existe


uma tensão entre HOMOGENEIZAÇÃO e HETEROGENEIZAÇÃO
CULTURAL.

Isso leva:
- Aos questionamentos decorrentes da comunicação intercultural para
o ensino de línguas e o papel do professor;
- À necessidade de pensar e reteorizar a identidade da língua, do
sujeito falante e da cultura, reconhecendo o caráter políticos das
relações entre língua e sociedade (Rajagopalan, 2003).
NOVAS TECNOLOGIAS

A internet revolucionou as práticas comunicativas da sociedade e trouxe


um ensino de línguas mediado pelo computador, orientado para as
relações interculturais.

Thorne (2006) aponta para 3 mudanças principais:


- Ênfase no ensino de língua envolto por uma estrutura de
competência intercultural e pragmática;
- Expansão do contexto de instrução da sala de aula para a interação
entre comunidades e nações;
- Problematização dos conceitos de comunicação e cultura dentro da
pedagogia de ensino de línguas e pesquisa.
COMPETÊNCIA INTERCULTURAL

Essa nova realidade abre espaço para o desenvolvimento da


competência intercultural, conforme Salomão (2012).

CONCEITO: um falante interculturalmente competente é aquele que


utiliza sua competência linguística e sua conscientização sociolinguística
a respeito da relação entre língua e contexto, para poder interagir ao
longo de fronteiras culturais e evitar mal-entendidos que poderiam
decorrer de diferenças em relação a valores, significados e crenças, o
que vem ao encontro das necessidades de comunicação a distância
mediada pelas novas tecnologias (Gimenez, 2008).
COMPETÊNCIA INTERCULTURAL

De acordo com Gimenez (2008), isso significa ensinar cultura dentro do


ensino de línguas estrangeiras como um processo interpessoal, no qual
a prescrição de fatos e comportamentos culturais é substituída por um
processo de entendimento do que é ser o outro (estrangeiro).

Assim, cultura é ensinada como diferença - cultura não é vista aqui


como características nacionais e varia de acordo com diversos fatores
sociais)
COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL

CONCEITO: é a interação que ocorre quando o enunciado de uma


pessoa de uma determinada cultura deve ser recebido, interpretado e
compreendido por um outro indivíduo pertencente a uma cultura
diferente (Bennett, 2002).

Salomão (2012) explica: a cultura é, em grande parte, responsável pelo


recorte das realidades individuais, das competências e, sobretudo, dos
comportamentos comunicativos. Portanto, quando as competências e
os comportamentos dos interlocutores diferem, a comunicação entre
eles pode ser menos eficaz.
COMPETÊNCIA INTERCULTURAL
MODELO DE BYRAM (1997):

Competência cultural dentro da competência sociolinguística


Para o autor, o falante deve ter:
- Uma atitude positiva em relação à percepção da diferença no outro;
- Curiosidade e abertura.

* Alto nível de atitude > ressocialização > desconstrução de estruturas


anteriores de realidade subjetiva e sua reconstrução segundo novas
normas.
COMPETÊNCIA INTERCULTURAL
MODELO DE BYRAM (1997):

O sucesso da comunicação entre pessoas de diferentes culturas depende:


- Da atitude (saber ser);
- Do conhecimento (conhecimentos).

Habilidades necessárias para isso:


- Saber compreender;
- Saber aprender;
- Saber fazer;
- Saber se engajar.

*o desenvolvimento dessas habilidades torna o sujeito um falante


intercultural
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA

Termo cunhado pelo sociolinguista e antropólogo Dell Hymes (1976) em


resposta às teorias formalistas do linguista Noam Chomsky (1965) a
respeito da competência linguística dos falantes de uma língua.

Chomsky: competência é o conhecimento que o falante-ouvinte ideal


tem da sua língua (suas estruturas e regras) e desempenho é o uso real
da língua em situações concretas;
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA

Hymes: incorporou a dimensão social ao conceito de competência (por


considerar que ela vai além da construção de uma gramática
internalizada)

Segundo ele, aquele que estuda a linguagem deve ser capaz de levar em
consideração o fato de que a criança adquire conhecimento de uma
sentença não somente como gramática, mas também por meio do
contexto sociocultural presente na interação social, numa tentativa de
unir a competência e o desempenho.
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA

Conceito: proficiência funcional da língua, ou seja, a expressão, a


interpretação e a negociação de significados envolvendo interação
entre duas ou mais pessoas que pertencem (ou não) à mesma
comunidade linguística, ou entre uma pessoa e um texto oral ou escrito
(Savignom, 1983).
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA

MODELOS DE COMPETÊNCIA COMUNICATIVA

A partir da década de 70 (quando Hymes postulou tais ideias), a


abordagem comunicativa foi desenvolvida por diversos linguistas e
professores de línguas

Métodos gramaticais / métodos de tradução / métodos audiolinguais


alinhados ao ensino comunicativo de língua estrangeira
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA

MODELO DE CANALE & SWAIN (1980)


Apontaram quatro tipos de competência abarcadas na competência
comunicativa:
- Competência gramatical: domínio do código linguístico;
- Competência sociolinguística: conhecimento das regras sociais que
norteiam o uso da língua;
- Competência discursiva: coerência entre orações e frases para
formar um todo significativo;
- Competência estratégica: estratégias de enfrentamento para
compensar ou reparar imperfeições no conhecimento das regras e
conflitos comunicativos
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA

MODELO DE BACHMAN (1990) E BACHMAN & PALMER (1996)


Para os autores, a habilidade comunicativa de linguagem consiste no
conhecimento e na capacidade de implementar ou executar tal
competência (a comunicativa) em contextos específicos de uso.

Composição da competência comunicativa:


- Competência linguística > organizacional
> pragmática
- Competência estratégica: conhecimento sociocultural, real do mundo;
- Mecanismos psicofisiológicos: processos neurológicos e psicológicos na
real produção da língua como um fenômeno físico
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA

Segundo Celce-Murcia, tais modelos são importantes, MAS estão ligados


a instrumentos de avaliação e não ao ensino de língua em si!
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA
MODELO DE CELCE-MURCIA, DÖRNYEI & THURRELL (1995)
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA
MODELO DE CELCE-MURCIA, DÖRNYEI & THURRELL (1995)

Círculo menor > competência central: discursiva

Ligada a outras competências de forma interacional e dinâmica:


sociocultural, acional e linguística (influenciam o discurso e são
influenciadas por ele)

Círculo maior > competência estratégica: inventário de estratégias


comunicativas, cognitivas e metacognitivas que permitem a negociação
de significado, resolução de ambiguidades e compensação de
deficiências nas outras competências
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA
MODELO DE CELCE-MURCIA, DÖRNYEI & THURRELL (1995)

Em relação aos modelos anteriores, temos a adição da competência


acional - habilidade de produzir e compreender atos de fala
significativos.

Em relação ao método de Canale & Swain (1980):


- O termo competência gramatical mudou para competência linguística
(incluindo morfologia e sintaxe e indo além da gramática)
- A terminologia competência sociolinguística mudou para
competência sociocultural;
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA

MODELO DE CELCE-MURCIA,
DÖRNYEI & THURRELL (1995)

Por meio do conceito competência


sociocultural, os autores descreveram
diversas variáveis sociais de grande
importância para a discussão
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA

De acordo com Salomão (2012), a noção de competência sociocultural apresentada no


último modelo é bastante abrangente, envolvendo:

- Fatores de ordem individual e grupal;

- Homogeneidades e heterogeneidades

* Porém, falta uma visão que incorpore a dinamicidade da cultura, como constantemente
construída nas relações interpessoais.
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA
MODELO CELCE-MURCIA (2007)

Por isso, em 2007 Celce-Murcia propõe um novo modelo de competência comunicativa:


COMPETÊNCIA COMUNICATIVA
MODELO CELCE-MURCIA (2007)

Círculo menor > competência central continua a mesma: discursiva

- As competências sociocultural e linguística continuam no modelo;

- A competência acional é substituída pelas competências:


> formulaica = blocos de língua fixos e pré-fabricados amplamente usados em
interações cotidianas;
> interacional = engloba as subcompetências acional (atos de fala), conversacional
(tomada de turnos) e paralinguística ou não-verbal.
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA
MODELO CELCE-MURCIA (2007)

Competência sociocultural e competência interacional intimamente ligadas, assim como


Competência linguística e competência formulaica intimamente ligadas;

Todas se completam, sendo perpassadas pela competência discursiva, tornando o modelo


mais dinâmico.
COMPETÊNCIA COMUNICATIVA

A presença fundamental do aspecto cultural nos modelos de competência comunicativa


+
A percepção da necessidade de se integrar língua e cultura no ensino de línguas atual
=
Proposição da elevação da dimensão cultural dentro do conceito de competência
comunicativa
=
um novo modelo, o da Competência Comunicativa Intercultural

(Salomão, 2012)
CONCLUSÕES

Assim, a competência comunicativa não é o principal objetivo do ensino e aprendizagem de


língua na atualidade, e sim a competência intercultural

“A educação linguística na sociedade contemporânea requer falantes que sejam capazes de


interagir com outros povos, respeitando a cultura do outro assim como mantendo presente
sua própria identidade cultural” (SALOMÃO, 2012).

“Para o ensino de línguas, essa nova perspectiva intercultural traz implicações para os
conceitos de ensino de cultura e da própria competência comunicativa, uma vez que ser
comunicativamente competente em uma língua envolverá conhecimentos teóricos e
pragmáticos que perpassem um nível mais crítico e reflexivo do que a simples imitação de
padrões culturais” (SALOMÃO, 2012).

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