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REALISMO E NATURALISMO

Diferença entre "realismo“ e "Realismo"

Pode ser empregado toda vez que a arte/artista


procura expressar o mundo de maneira objetiva,
deixando a imaginação e o subjetivismo em segundo
plano. Assim, pode-se falar em realismo sempre que
uma obra procura reproduzir de forma objetiva a vida
real, tendo como assunto o mundo contemporâneo do
artista. Um exemplo desse realismo é a obra "Vidas
Secas" de Graciliano Ramos, que, apesar de ser
classificada, devido as suas características, como uma
obra Modernista, procura retratar a dura realidade do
sertão nordestino.
Pode-se dizer que essa obra é incidentalmente
realista, uma vez que mostra a imagem crua da
realidade, sobretudo aquela que diz respeito à vida e
aos instintos.
Já "Realismo" e "Realista” definem o
movimento literário, surgido em meados do
século XIX, em oposição ao Romantismo e aos
excessos do lirismo e da imaginação. Isto
significa que esse movimento se baseia em um
preciso programa estético, que pressupõe
estreito vínculo entre a Arte, a Ciência e A
Filosofia.
O termo Realismo é de origem francesa. Ele
foi usado pela primeira vez em 1855 pelo pintor
Gustave Courbet, que intitulou sua exposição de
arte, realizada em Paris, como Le Réalisme.
O primeiro romance que refletiu essa nova
tendência foi Madame Bovary(Realismo -1857)
de Gustave Flaubert, seguido por Thérèse
Raquim (Naturalismo -1867), de Emile Zola.
O vagão de terceira classe – J. B. Daumier. Em primeiro plano, a penúria; no plano posterior, de costas para o
sofrimento, os que viajam em outras classes. As diferenças sociais foram em tema frequente nas obras realistas e
naturalistas.
Realismo em Portugal
A Questão Coimbrã ou do Bom senso e do Bom gosto foi uma
polêmica entre escritores conservadores ainda apegados ao
Romantismo, liderados per Castinho, e jovens escritores recém-
formados em Coimbra. Tudo começou com a publicação de um livro de
poesias intitulado Poemas da Mocidade (1865), por Pinheiro Chagas.
Castilho escreveu um prefácio enaltecendo os poemas de Chagas e
aproveitou para falar mal dos jovens poetas de Coimbra. Entre esses
jovens estavam Antero de Quental e Teófilo Braga.

Questão Coimbrã
Como resposta, Antero publica uma carta aberta a Castilho,
denominada "Bom senso e Bom gosto", onde rebate as críticas do
mestre romântico:
"Levanto-me quando os cabelos brancos de V. Ex.a passam diante
de mim. Mas o travesso cérebro que está debaixo e as garridas e
pequeninas cousas que saem dele confesso não merecerem, nem
admiração, nem respeito, nem ainda estima. A futilidade num velho
desgosta-me tanto com a gravidade numa criança V. Ex.a precisa menos
cinquenta anos de idade, ou então mais cinquenta de reflexão (...).
Nem admirador nem respeitador
Antero de Quental”
Realismo e Naturalismo
Uma segunda distinção seria entre Realismo e Naturalismo.
Primeiramente, pode-se afirmar que o Naturalismo é uma
ramificação do Realismo. Sendo assim, uma obra naturalista
pode ser chamada de realista, mas não o contrário.
Momento Histórico
II metade do século XIX –
• Consolidação e fortalecimento da burguesia;
• A exaltação da liberdade individual, a rebeldia, o ufanismo e
de imaginação romântica são substituídos por novas palavras
de ordem: ciência, progresso e razão, que interessam à
classe dominante, no sentido de estabilização de suas
conquistas e maximização da produção industrial.
• Luta de classes – desencadeada da espantosa riqueza de
poucos e da degradante pobreza de muitos (sindicatos).
• Nascimento de Grandes Movimentos Sociais e Políticos como
o Socialismo, Comunismo e o fortalecimento do pensamento
republicano.
Características
• Objetividade: o que interessa é o objeto, o não-eu. Retratar
as personagens como eram por meio de análises, descrição,
observação (valorização da ciência, da pesquisa).
• Racionalismo: em oposição à emoção e ao
sentimentalismo, havia uma preocupação com a verdade;
• Impessoalidade (ou impassibilidade): o escritor deve
manter a neutralidade diante daquilo que está narrando, e,
dentro de alguns limites, jamais confundir sua visão
particular com a visão e os motivos das personagens.
Por isso mesmo, há um predomínio das narrativas em
terceira pessoa ("Raskolnikov puxou o ferrolho, entreabriu a
porta...") sobre as narrativas em primeira pessoa ("Eu puxei
o ferrolho..."). A terceira pessoa favorece a impressão de
que as personagens realizam seus destinos sem a
interferência do sujeito que as criou. Flaubert diz que o
autor, em sua obra, deve ser como um Deus no universo:
onipresente e invisível.
Características
• Contemporaneidade: retrata o presente
• Crítica à burguesia: Descrição da realidade externa, tal
como é. Ataque à burguesia conservadora – casamento,
a família, o amor, a religião são colocados em xeque e
ironizados; reinam o pessimismo ( Shopenhauer – viver
é sofrer), final infeliz, o adultério, a hipocrisia e as
segundas intenções.
• Narrativa lenta, minuciosa e a ação e o enredo perdem
a importância para a caracterização das personagens;
(predomínio da descrição sobre a narração).
• Predomínio da denotação – a metáfora é colocada em
segundo plano.
• Preocupação formal – busca-se a clareza, o equilíbrio,
a harmonia de composição (estilo baixo, porém sério)
• Exaltação sensorial – o romântico apreendia o mundo
com o coração, com o sentimento; o realista é sensorial:
precisa ver, apalpar, cheirar, experimentar fisicamente.
Características
Sexualização do amor – o amor perde a
conotação espiritualizante e dá-se ênfase
ao aspecto físico.
Personagens esféricas (redondas) –
enquanto no Romantismo as personagens
tendiam a ser lineares (planas), ou seja,
construídas ao redor de uma única ideia
ou qualidade - o Realismo valoriza as
personagens esféricas, que apresentam
várias qualidades, que repelem qualquer
simplificação.
Pontos divergentes
O romance naturalista começa onde para o realista.
Ex: Adultério
Realista - cerra as cortinas, uso imaginação; estaca, julga
moralmente asqueroso;
Naturalista - vai além, acompanha com minúcias,
detalhes, mas com interesse de cientista (não como
voyeur), sociólogo; invade.

Realista analisa problemas sociais – binóculo de um


camarote; ou, aproximando-se, com luva de pelica;
náusea.
Naturalista – coloca luvas de cirurgião, arma-se de
instrumentos para perfurar as pústulas para libertar
sociedade de graves opressões.
Arte com espelho
Fazer o leitor pensar - mudar a realidade e o
comportamento;
Arte engajada, compromissada, panfletária,
revolucionária; diferentemente da estéril (sem
proveito; inútil) confissão de estados de alma;
Denunciar a enfermidade social e a
decadência da sociedade contemporânea –
criação de romances com material que permitia
“colocar em presença forças sociais capazes de
desencadear as taras hereditárias das
personagens, durante algum tempo mantidas
em segredo, tão somente à espera das
condições favoráveis para eclodir, como uma
barragem que se rompesse.”
Adesão à ciência; surgem as novas correntes de
pensamento
• Oposição à metafísica, abandono das preocupações
teológicas – subjetivas e egocêntricas;
• Nenhuma atividade da personagem realista é gratuita,
há sempre uma explicação lógica e cientificamente
aceitável para seu comportamento.
Augusto Comte - positivismo – o homem percebe que só
existe o que a ciência explica; interesse por aquilo que
pode ser observado, analisado, dissecado;
experimentado e comprovado;
Hypolyte Taine – determinismo: o comportamento humano
é condicionado – meio (ambiente); momento (história) e
herança genética (raça);
Charles Darwin – evolucionismo – seleção natural;
somente mais aptos sobrevivem; homem regido por
instinto biológico, mesma lei que rege animais; Dessa
noção decorre o gosto dos autores pelo zoomorfismo –
aproximação por símiles entre homem e animal.
Impressionismo
O Impressionismo surgiu na segunda metade do
século XIX, e seus artistas se empenharam para
registrar a impressão momentânea, dispensando as
técnicas tradicionais acadêmicas. Claude Monet é um
artista importante deste período. Em seus quadros, um
lago não era uma imagem azul da água, mas inúmeras
pinceladas multicolores do ocre ao azul marinho.
Diferente dos artistas acadêmicos, os impressionistas
valorizavam a luz natural e cenários externos ao ateliê.
Na literatura, o artista deve procurar o registro das
impressões momentâneas, segundo o estado de espírito
que o invade num único e dado momento. Em vez de
retratar a coisas como ela é (Realismo), registra a
impressão que ela provoca no observador. O texto
impressionista é muito sensorial, pois explora as
nuanças o cromáticas, olfativas, gustativas etc.
Impressionismo – La Grenouillère - Monet
Impressionismo

“olhos negros, pupilas retintas de uma cor


só... de um moreno rosa que algumas
formosuras possuem, e que seria a cor do
jambo...Adiantava-se por movimentos
oscilados, cadência de minueto
harmonioso e mole que o corpo alternava.
Vestia cetim preto justo sobre as formas,
reluzente como pano molhado ..."
(O Ateneu)
Expressionismo
No Expressionismo, corrente artística da virada do século
XIX para o XX, a pintura não mais representava a imagem real ou
o efeito da luz, mas distorções intencionais que geravam
novas formas e expressavam os sentimentos do artista,
como angústia, dor, inadequação da realidade, ciúme, medo,
solidão, miséria humana, prostituição etc. Deforma-se a
figura, para ressaltar o sentimento. Trata-se do exagero do
processo impressionista de captação do real. O narrador acentua
os aspectos grosseiros e cruéis das personagens ou da situação,
por meio de símiles exagerados.
“ As mangueiras, como intermináveis serpentes, insinuavam-
se pelo chão”. (O Ateneu)
” As crianças, seguindo em grupos atropelados, como
carneiros para a matança”. (O Ateneu)
“ E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade
quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer,
um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar
espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como
larvas no esterco.”
(O cortiço Aluísio Azevedo)
Expressionismo
Toulouse-Lautrec - Salão O grito - Munch
na Rue des Moulins - 1894
Realismo
• Flaubert Causa Tremores na Sociedade Francesa
França, 1856, Gustave Flaubert é processado por ofender a moral pública. Motivo: a publicação
de seu romance Madame Bovary, hoje considerada obra-prima e precursora do Realismo na
Europa.
• Realismo: O Nascimento
O Realismo nasceu como um movimento de reação ao Romantismo europeu, que já dava sinais
de decadência. Como escola literária, se estendeu aproximadamente de 1830 a 1880. Na França,
durante o século XIX, as novas teorias científicas, o surto industrial e a difusão do pensamento
de Augusto Comte - o positivismo - fizeram surgir uma visão de mundo mais objetiva, ou, sob
certo ponto de vista, mais científica.
• Influências na Literatura
Nesse ambiente, é claro, a literatura também sofreu influência e autores como Stendhal, Balzac
e, principalmente, Flaubert, se dedicaram a escrever obras sem o sentimentalismo e o
individualismo dos româticos. Aos poucos, o Realismo vai delineando suas características. Os
autores não mais deveriam se preocupar com seu mundo interior ou com questões metafísicas e
sim dar atenção ao "mundo real".
• Verdades Absolutas
No Realismo, a arte e a literatura devem representar a verdade absoluta e objetiva, devem ser
um espelho do mundo sensível e dar atenção à fidelidade máxima à natureza física e
psicológica do homem. Esta escola literária tenta reproduzir a realidade de maneira exata,
perfeita, sempre fruto da observação minuciosa dos fatos. É por isso que alguns críticos
afirmam que, com o Realismo, se inaugura a fase do "romance documental", ou seja, os
romances desse período são mesmo descrições duras da realidade e procuram se assemelhar
ao máximo daquilo que os olhos veem e do que tudo o que se comprova por experimentação.
• Brasil
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)
Naturalismo
• Naturalismo: Origens
Como estilo ou escola literária, o Naturalismo se originou na França e tem como seu
fundador o escritor Émile Zola.
• Visões Pessimistas e Aspectos Desagradáveis
O princípio essencial do Naturalismo é a minuciosa descrição da natureza, com
especial destaque aos aspectos desagradáveis da vida e a uma visão pessimista
da sociedade e do mundo de modo geral.
• Cientificismo e Positivismo
Toda conduta humana é regida e explicada por fatores como a hereditariedade e o
meio-ambiente. Essa visão foi motivada por novas teorias científicas ou pseudo-
científicas em voga no século XIX e pelo espírito positivista muito presente naquele
período.
• Extremos da Estética Realista
O Naturalismo literário é derivado do Realismo, mas leva às últimas consequências
a "estética realista", isto é, a descrição, a impessoalidade, a representação fiel
da realidade e a negação do sentimentalismo romântico, procurando dar um
caráter científico à literatura.
• Quando o Realismo e o Naturalismo se Confundem
Muitos críticos, no entanto, consideram difícil, ou mesmo impossível efetuar uma
distinção clara entre o Naturalismo e o Realismo, do qual o primeiro, de fato, se
originou.
• Brasil
O mulato (1881) de Aluísio Azevedo

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