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O AMOR E SUA

DESINTEGRAÇÃO NA
SOCIEDADE OCIDENTAL
CONTEMPORÂNEA
Fromm diz que o amor é uma atitude,
uma orientação de caráter. Não há, a
priori, um objeto de amor, mas uma
visão amorosa com relação ao mundo.
Pois se amo uma única pessoa, excluo
o resto da humanidade. Aqui meu afeto
torna-se simbiótico ou um egoísmo
ampliado.
A sociedade capitalista se funda na ideia
de um mercado o mais livre possível. O
mercado é regulado pela utilidade das
coisas. Nele tudo é transformado em artigo
de compra e venda, desde as coisas
mortas até a energia e capacidade de
trabalho. Fromm afirma: “O capital
comanda o trabalho; as coisas
acumuladas, que são mortas, têm valor
superior ao trabalho, às forças humanas,
àquilo que é vivo”.
Ele alerta que o capitalismo tem
necessidade de pessoas que
cooperem sem atrito. É importante que
consumam muito e de forma
padronizada. No capitalismo o homem
experimenta suas forças de vida como
um investimento que deve produzir o
máximo de lucro possível.
SOLUÇÕES DA CIVILIZAÇÃO
MODERNA/CAPITALISTA.
Estamos tão alienados que mesmo
buscando nos aproximarmos dos outros,
não conseguimos superar a separação.
Então a civilização moderna/capitalista nos
oferece soluções de curto prazo, fáceis e
instantâneas: o trabalho rotinizado e
burocratizado, a diversão acrítica e o
consumo compulsivo patrocinado pela
mega indústria da diversão. Mas isso não
diminui a separação entre as pessoas!”.
E COMO FICA O AMOR NESSE
AMBIENTE?
Estamos impossibilitados de amar:
“Autômatos não podem amar; podem
trocar seus fardos de personalidade e
esperar um bom negócio”. O casamento
passa a ser uma equipe de dois destinada
a auferir lucros. Um ajuda o outro a ter
sucesso no mundo capitalista. “Forma-se
uma aliança de dois contra o mundo, e
esse egoísmo a dois é enganosamente
tomado por amor e intimidade”.
A PRATICA DO
AMOR
O amor é uma arte. E só aprendemos uma
arte praticando-a: não há uma receita. A
experiência de amar é pessoal e
intransferível. E para dominar uma arte é
necessário disciplina e concentração.
Concentração é algo muito difícil de conseguir
em nossa cultura. Somos multifuncionais,
multiuso, fazemos tudo ao mesmo tempo. O
tempo tem pressa. Aprender a concentrar-
se exige do aprendiz que evite a
conversação trivial. Falar das coisas de
maneira abstraída não é concentrar-se,
falar de lugares comuns, falar do que o
coração não sente não é ficar atento.
Somos incapazes de ficarmos sós, em
companhia de nós mesmos. “Sentar-se
quieto, sem falar, fumar, ler, beber, é
impossível! A maioria das pessoas, precisam
fazer alguma coisa com a boca ou as mãos”.
Temos que aprender a ficarmos sós conosco
mesmos, pois é essa capacidade uma das
condições da capacidade de amar.
Deve-se inclusive evitar as más companhias. “Por
más companhias não me refiro apenas a pessoas
que sejam viciadas e destruidoras; deve-se evitar a
companhia destas por que sua órbita é venenosa e
deprimente. Falo também da companhia dos
zumbis, da gente que tem a alma morta, embora
seu corpo esteja vivo; daqueles cujos pensamentos
e conversas são triviais; que tagarelam em vez de
falar e que emitem opiniões estereotipadas em vez
de pensar”.
Queremos andar rápidos, mas a rapidez é
má professora de uma arte. “O homem
moderno pensa que perde alguma coisa –
o tempo – quando não faz as coisas
rapidamente; todavia, ele não sabe o que
fazer com o temo que ganha – a não ser
matá-lo”. Aristóteles dizia que obtemos as
virtudes através do hábito.
Semelhantemente Fromm diz que se
alguém quer tornar-se um mestre em
alguma arte, devote a vida inteira a ela.
“Com relação à arte de amar, isto significa
que quem aspire a tornar-se mestre nessa
arte deve começar por praticar a disciplina,
a concentração e a paciência, em todas as
fases de sua vida”.
Mas, afinal, qual é a
principal condição para
eu realizar minha
capacidade de amar?
A superação do narcisismo. Para o narcisista só é
real o que existe dentro de si mesmo. O que é
exterior só visto sob o ponto de vista do útil e do
perigoso. A pessoa insana toma como verdadeiro
só aquilo que vai na sua cabeça, como num sonho
eterno. Todos nós somos meio insanos, somos
atingidos por uma visão narcísica do mundo. Nas
palavras de Fromm: “A faculdade de pensar
objetivamente é a razão; a atitude emocional por
trás da razão é da humildade. Ser objetivo, usar a
razão, só é possível quando se consegue uma
atitude de humildade, quando se emerge dos
sonhos de onisciência e onipotência que se tem
quando criança”.
Por isso o amor requer uma certa renúncia
ao narcisismo, requer o desenvolvimento
da humildade, da objetividade da razão.
Humildade e objetividade são
inseparáveis. Preciso ver a pessoa que
vou amar como ela realmente é, renunciar
a quadro que pinto dela com as cores do
meu desejo. A pessoa pode fazer parte do
meu projeto pessoal, mas não é o meu
projeto pessoal.
Não podemos deixar de salientar que
Fromm diz: a fé em si mesmo é condição
fundamental para o amor. Essa ”fé” é
racional, uma convicção fundamentada na
minha própria experiência ou sentimento.
É a certeza e a firmeza que nossas convicções
possuem, isso de forma argumentada, defensável e
objetiva. Ter fé em mim abre espaço em meu
psiquismo para ter fé no outro, para dota-lo da
capacidade de eu amá-lo. “Ter fé requer coragem, a
capacidade de correr um risco, a disposição de
aceitar mesmo a dor e a decepção”. Quem tiver
pouca fé em si, ou pouca fé no noutro, não pode
amar em plenitude.

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