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Teoria Geral

da Infracção
Infracção Penal. Noções Gerais.
Objecto de Estudo
OBJECTIVOS DA AULA
Saber o conceito de infracção penal.
Fazer a distinção de crime e
contravenção.
Ter noção de contravenção e
compreender as suas regras específicas.
Saber o que são e quais são os
pressupostos da infracção.
Entender as várias concepções de
infracção.
BIBLIOGRAFIA
RECOMENDADA

Lições de Direito Penal, Prof Orlando Rodrigues,


pags 54 e ss.
Direito Penal, Prof Cavaleiro de Ferreira, pags 145
e ss.
Direito Penal Português (parte geral), Vol. II, Prof
Germano Marques da Silva, pags 9 e ss.
Direito Penal (parte geral), Prof, Figueiredo Dias,
pags 235 e ss.
Teoria Geral da Infracção
Parte da ciência do Direito Penal que se
ocupa de explicar o que é a infracção penal
e quais as carcteristicas que ela deve ter
para se considerar penalmente relevante.
É uma construção dogmática que nos
habilita a perceber qual é o caminho lógico
para averiguar se há crime ou
contravenção.
INFRACÇÃO PENAL

Acção de infringir que a nível


do DP é confundido com o
conceito de crime.
De forma lata abrange o
crime e as contravenções.
INFRACÇÃO PENAL
Esquema:

Infracçã
o Penal Crime Contra
Sentido vençõe
s s
Lato
CRIME
(NOÇÃO FORMAL)

Facto voluntário declarado


punível pela lei penal. Art. 1º do
CP.
ContravençÃO
Noção de Contravenção. Art. 3º
do CP.
Ela não se confunde com um
crime menor;
Caracteriza-se por ser um acto
de uma disposição preventiva,
tutelando assim interesses
juridico-penais indeterminados.
ContravençÃO
A tutela penal opera-se pela
punição da lesão e pela prevenção
da lesão.
A contravenção consubstancia-
se na violação de leis ou
regulamentos que contêm
disposições preventivas de valores
penalmente tutelados.
ContravençÃO
O objecto da contravenção é a
própria norma e a razão da sua
punição é a mera desobediência à
lei, independentemente do
resultado/consequência dela
resultante.
CONTRAVENÇÃO
Ela é uma infracção formal, sendo a
ilicitude e a ausência de objecto
material, suas características
intrínsecas.
ContravençÃO
O dolo é indiferente, assim como a
ausência de consciência da ilicitude
quando haja simplesmente
possibilidade de ter tal consciência.
Crimes e Contravenções.
Síntese

A diferença entre ambos assenta


num critério qualitativo que resulta
da natureza do interesse que cada um
visa realizar.
Para a contravenção é o interesse
do Estado na prevenção de bens e
valores jurídicos indeterminados
constante das disposições preventivas
de leis e regulamentos.
CRIMES E CONTRAVENÇÕES
SÍNTESE

Para a contravenção é o interesse do


Estado na prevenção de bens e valores
jurídicos indeterminados constante das
disposições preventivas de leis e
regulamentos.
Regras das
Contravenções
Contravenções Contravenções
Salvo em caso de Inadmissibilidade
reincidência e de de tentativa e
fixação de sanção frustração;
variável, a
contravenção não é O dolo é
graduável. Arts 33º, indiferente. Art. 3º
36º CP, 175º, 83º do CP;
CE;
Não punibilidade Redução dos
do cúmplice e do prazos de
encobridor. Art. 25º prescrição. Art.
do CP; 125º parágrafo 3º;
Regras das
Contravenções
Contravenções Contravenções
Salvo disposição Possibilidade
legal especial, os
instrumentos e de oblação
objectos voluntária
apreendidos são
sempre entregues quando
ao infractor. Art. punida com
486º parágrafo
único. multa.
Conceito de Infracção
Penal
Noção formal.Art. 1º do CP.
Contrariedade da conduta humana a
valoração e desobediência ao
imperativo norma penal.
Facto humano típico, ilícito e culposo.
Conceito de Infracção
Noção Material:
É um facto lesivo de
interesses fundamentais da
sociedade, que põe em perigo
as condições de existência, de
conservação e de
desenvolvimento desta.
Conceito de Infracção.
Síntese.
Da conjugação das duas noções
resulta que a infracção penal é um
facto humano que coincide com o
modelo descrito na previsão da lei
penal, lesivo de interesses sociais
juridicamente tutelados e censurável
(cometido com culpa).
Da noção formal presume-se a
material
Pressupostos da
Infracção Penal

São elementos pre-existentes à


infracção, elementos sine qua
non à nascença da infracção.
Pressupostos da
Infracção Penal

Pressupostos da
Infracção Penal

Sujeito Objecto
Pressupostos da Infracção
Penal

Sujeito

Activo Passivo
Pressupostos da
Infracção Penal

Sujeito activo é aquele que


comete a infracção e sobre
quem recai a responsabilidade
criminal em primeira instância.
Pressupostos da
Infracção Penal

Sujeito Passivo é o que sofre os


efeitos da infracção (ofendido,
lesado).
Pressupostos da
Infracção Penal

Material
Objecto
Jurídico
Pressupostos da
Infracção Penal

Esquema Esquema Esquema

Imediato
Jurídico
Objecto Mediato
Material
Pressupostos da
Infracção Penal

Objecto material:
quid/pessoas sobre que incide a
acção.
Pressupostos da
Infracção Penal
Objecto Jurídico imediato:
Valores/interesses jurídicos
tutelados pela norma penal que
a infracção viola.
Pressupostos da
Infracção Penal

Objecto Jurídico Mediato:


relações sociais que os
interesses jurídicos exprimem.
Concepção Objectiva da
Infracção

A infracção é vista como um


facto socialmente perigoso,
portador de perigosidade social.
Concepção Objectiva da
Infracção

Normativamente a gravidade da
infracção afere-se pela pena
abstractamente aplicável e
legislativamente atribuída em função
da perigosidade que encerra para os
bens jurídicos .
Concepção Objectiva da
Infracção

Concretamente a gravidade e
o grau de perigo da infracção
resulta do dano que causa,
sendo por esta gravidade que
se mede a culpa.
Concepção Subjectiva da
Infracção

A infracção é um acto de
oposição/contrariedade à
norma penal e a ordem
jurídica.
Concepção Subjectiva da
Infracção

É a posição em que o infractor se


coloca relativamente a norma que
serve de base para a punição e não o
dano.
Posição adoptada pelo CP

Orientação objectiva medindo-


se a gravidade da infracção
pela gravidade do dano.
Concepção Unitária da
Infracção Penal

Crime é uma unidade


insusceptível de
desdobramento em elementos
constitutivos.
Ele é um todo unitário e não
uma soma de elementos.
Concepção
Analítica/Atomista da
Infracção Penal

Vê o crime como uma unidade


conceptual susceptível de
decomposição em elementos com
autonomia lógica e normativa
passíveis de estudo individual.
Concepção
Analítica/Atomista da
Infracção Penal

O facto humano, a tipicidade, a


ilicitude e a culpabilidade são
admitidos como elementos
constitutivos do crime que
apesar da sua existência não
prejudicam a existência da noção
de crime.
Objecto da Teoria da
Infracção Penal
- O processo crime que se quer como
um processo de indagação da
responsabilidade criminal, havendo que
recolher-se elementos de prova que se
subsumam aos elementos constitutivos
do crime (geral e especialmente
previsto) para culminar na aplicação
judicial de uma pena concreta.
Objecto da Teoria da
Infracção Penal
- No processo de responsabilização
criminal tendente a aplicação da pena é
observado a intervenção de elementos
fornecidos pela teoria da infracção tais
como princípios gerais e regras da
dogmática penal e não só que habilitarão
o intérprete e aplicador das normas
penais a responsabilizar penalmente de
forma correcta.
Necessidade de Uma Teoria
da Infracção A partir de
Tipos Concretos
Legalmente não existe um conceito
material de crime.
A indagação do que seja materialmente o
crime não resulta de uma noção única, mas
sim da previsão constante da parte especial
do Código Penal (Livro 2º, a partir do artigo
130º do CP).
Existem, entretanto, princípios e regras
gerais abstractamente aplicáveis a todos
crimes.
Necessidade de Uma Teoria
da Infracção A partir de
Tipos Concretos
- Estas regras e princípios comuns
permitem chegar a definição de certos
elementos/características estruturais
comuns.
- A teoria da infracção tem como objectivo
o estudo destes elementos estruturais que
permitem compreender o sentido e alcance
dos tipos criminais legalmente previstos.
Elementos da Infracção
Penal

Elementos da
Infracção
Penal

Tipicida Culpabili
Acção Ilicitude
de dade
Elementos da Infracção nas
Sucessivas Fases da Teoria
da Infracção

Fases
Sistema
Sistema Sistema
neo-
Clássico Finalista
clássico
Elementos da infracção nas
Sucessivas Fases da Teoria
da infracção
Sistema clássico Sistema Neoclássico

Acção é qualquer Acção é a conduta


movimento corpóreo humana que nega
naturalisticamente valores tutelados pela
falando, bem como a norma penal,
transformação do incluindo a omissão;
mundo exterior que Ela é a acção típica.
daí ocorra;
Desligada da vontade
do agente.
Elementos da Infracção nas
Sucessivas Fases da Teoria
da Infracção
Sistema Clássico Sistema neoclássico

Tipicidade é a mera Tipicidade é uma


correspondência correspondência
formal e externa com baseada em valores
o modelo legal; normativos que
implicam verdadeiros
Basta a simples juízos e não já a mera
coincidência com o correspondência
modelo legal formal;
Ela confunde-se com
a ilicitude.
Elementos da Infracção nas
Sucessivas Fases da Teoria
da Infracção
Sistema Clássico Sistema Neoclássico
A Ilicitude é a A Ilicitude é a ofensa
oposição formal da material de certos
acção a ordem bens jurídicos;
jurídica
independentemente É a danosidade,
da vontade do permitindo assim
agente; uma graduação.
É uma presunção da
tipicidade ilidível por
causa de justificação.
Elementos da Infracção nas
Sucessivas Fases da Teoria
da Infracção
Sistema Clássico Sistema Neoclássico

A culpabilidade é a A Culpabilidade é
relação psicológica vista como
que liga o agente à censurabilidade;
acção; O dolo e a
O dolo e a negligência são vistos
negligência são como elementos do
formas de culpa juízo de culpabilidade
Críticas aos Sistemas
Sistema Clássico Sistema Neoclássico
Funda-se no Separa o mundo da
naturalismo e na natureza/real/objectivo
mecanicismo;
Não engloba a do mundo dos valores
omissão na acção; em que se situa o
Ilicitude puramente direito, desrespeitando
formal, impedindo a assim as estruturas do
graduação; mundo natural;
Não resolve a
negligência Analisa os elementos
inconsciente, nem subjectivos próprios da
explica a acção típica na culpa.
inimputabilidade.
SISTEMA FINALISTA
Acção é a acção final, Tipicidade é
motivada por uma fundamentada no
finalidade dolo que é o seu
(capacidade de elemento subjectivo,
previsão das afastando-o assim da
consequências da sua culpa;
actividade/actuação Ilicitude além da
consciente dirigindo- ofensa dos valores
se ao fim proibido tutelados pela norma
que se propõe) e da danosidade, é
vista também como
um desvalor da
acção.
SISTEMA FINALISTA
Culpabilidade centra- Crítica:
se na censurabilidade Apenas se adequa aos
ou reprovação do crimes dolosos, não
agente por ter explica os crimes
praticado o acto omissivos e
apesar do negligentes, o que
conhecimento que levaria a elaborar
tinha; dogmáticas
A consciência da separadas
ilicitude e a relativamente a
capacidade de culpa estes.
passam a ser os
elementos da culpa
SISTEMA FINALISTA
Méritos:
A crítica só procede quanto ao crime negligente e
não já relativamente aos crimes omissivos.
Apesar de não permitir uma análise unitária da
infracção por estudar a negligência à parte, os
crimes negligentes são excepcionais e os dolosos a
regra.
Transferiu o dolo para a tipicidade, retirando da
culpabilidade os elementos psicológicos, facilitando
a compreensão da infracção penal.
SISTEMAS. SÍNTESE
CLÁSSICO= FUNDA-SE NO NATURALISMO E NO
MECANICISMO, CONSIDERANDO ACÇÃO QUALQUER
MOVIMENTO CORPÓREO NATURAL.

NEOCLÁSSICO= SEPARA O MUNDO REAL OU NATURAL DO


MUNDO DAS LEIS OU DO DIREITO.

FINALISTA= A ACÇÃO VISA UMA FINALIDADE QUE A


MOTIVA.
A Acção Penal
Toda conduta humana dominada ou
dominável pela vontade lesiva, ofensiva ou
perigosa para os interesses tutelados pelo
DP.
Pode exprimir-se naturalisticamente em
um só acto ou em vários actos capazes de
produzir efeitos no mundo exterior.
Elementos da Acção
Penal

Externo
Humano

Dirigido a um
Voluntário
fim
Elementos da Acção
Penal
Humano:
Comportamento do homem enquanto
pessoa física e psicológica capaz de praticar
acções finalistas.
O CP releva a vontade individual e defende
a responsabilidade pessoal por facto próprio
radicado na culpa. Artigo 26º do CP.
Elementos da Acção
Penal
Dominados pela vontade: naturalmente
presididos pela vontade humana em
circunstâncias comuns da vida (no trabalho,
lazer, convivência social geral, etc), a partida
sem relevância penal.

Dominável pela vontade: susceptível de


domínio pela vontade.
Elementos da Acção
Penal
Exterior:
Só as acções externas ou com expressão
exterior e lesivas dos interesses tutelados
pelo direito penal podem ser relevantes.
Os simples pensamentos por mais
chocantes que possam ser não são
penalmente relevantes.
Elementos da Acção
Penal
Voluntário:
Derivado da vontade consciente e
voluntária.
Afastam-se todas as situações que estejam
fora do domínio da consciência e da vontade:
actos reflexos, coacção física/moral
irresistível, sonambulismo, hipnotismo, etc.
Sentidos da Acção Penal
Lato:
Engloba tanto o comportamento negativo
do sujeito (não fazer/deixar de
fazer/omissão), como o comportamento
positivo (fazer/actividade).
Sentidos da Acção Penal
Estrito:
Engloba apenas o comportamento positivo,
fisicamente activo, caracterizado na maior
parte das vezes por um movimento físico
corpóreo.
Acção Penal
A Omissão:
Releva no direito penal quando o preceito
legal impõe uma certa actividade que deixa
de ser exercida (é omitida) pelo agente.

Ela releva penalmente quando está ligada a


um dever de agir/dever de garante que a lei
impõe e que não é observado pelo agente.
A Acção Penal

Dever de garante:
É o dever particular que coloca o agente na
obrigação de actuar de certa maneira para
garantir que o resultado danoso/proibido não
ocorra.
É um verdadeiro dever jurídico particular de
agir.
Acção Penal
Fontes do dever de Garante:
- Directa –
A lei, quando esta impõe directamente .
- Indirecta -
O negócio jurídico (ex: contratos) e as
situações de ingerência (quando se cria uma
situação anterior de perigo exterior).
Acção Penal
A omissão pode produzir resultados
proibidos valorados pelo direito penal
(crimes omissivos impróprios) ou ser
valorada independentemente do resultado
(crimes omissivos próprios).
Acção Penal
O Evento:
É o efeito ou consequência de uma acção
em sentido lato consubstanciando-se na
modificação do mundo exterior.
Acção Penal
Existem crimes que são de resultado e
estes alcançáveis tanto por acção
como por omissão e existem aqueles
que só se alcançam por acção
propriamente dita.
Acção Penal
O evento se torna indispensável para que
determinados tipos de crime se consumam.
O NEXO DE CAUSALIDADE
É a relação de causa e efeito entre a acção do
agente e o resultado produzido em função
daquela.

É a relação entre a actividade do agente e as suas


consequências, de modo que a produção destas
surge como efeito directo e adequado daquela.
NEXO DE CAUSALIDADE
Teoria da Equivalência ou da Conditio Sine Qua
Non:
Defendida por Von Buri, esta teoria defende que
causa é o conjunto de todas as condições que
produzem um fenómeno, sem as quais este não se
teria produzido.
Todas as circunstâncias que contribuíram para a
produção de um resultado são consideradas
causas.
NEXO DE CAUSALIDADE
Para se apurar se determinada circunstância é
causa pergunta-se se sem ela o evento teria ou
não lugar.
Ela designa-se teoria da equivalência das
condições porque na perspectiva do resultado
todas as condições se equivalem, ou seja, tem o
mesmo valor.
NEXO DE CAUSALIDADE
Características da Teoria da equivalência:
- O nexo causal não admite interrupção, salvo
naqueles casos em que com o absolutismo da
certeza o resultado não deixaria de ocorrer,
mesmo sem a acção do agente.
NEXO DE CAUSALIDADE
Críticas a Teoria da Equivalência:
- Conduz a exageros intoleráveis quando levado as
ultimas consequências.
- É fonte de desigualdades e injustiças.
- Não distingue entre causa típica e causa
acidental.
NEXO DE CAUSALIDADE
Teoria da Causalidade Adequada:
A condição é adequada quando se mostra idonea
para produzir o evento, quando segundo as
condições concretas e as regras da vida, tal
condição produz aquele resultado.
NEXO DE CAUSALIDADE
Como ajuizar a causalidade adequada?
Através de uma prognose póstuma, colocando-se
o juíz na posição do agente e no quadro das
circunstâncias concretas em que aquele actuou e
questionar-se o evento se verificaria como
consequência normal da acção.
CIRCUNSTÂNCIAS ACIDENTAIS
NO PROCESSO CAUSAL
Conduzem a processos causais atípicos que excluem a
imputação objectiva do resultado a acção, porque
interrompem o nexo causal, quando não são conhecidas,
nem susceptiveis de conhecimento pelo agente. Podem
ser de 3 tipos:
- Acções acidentais de 3ºs.
- Factos da natureza.
- Circunstâncias pré-existentes.
LIMITES DA RELEVÂNCIA DO
PROCESSO CAUSAL

- Só a imputação objectiva que cabe na esfera de


protecção da norma penal é relevante.

A finalidade protectiva da norma penal é que


conta.
-
LIMITES DA RELEVÂNCIA DO
PROCESSO CAUSAL

- A previsibilidade objectiva e a
evitabilidade do resultado típico.
-A possibilidade de domínio sobre o
processo causal e da criação do risco
de produção de um dano pelo agente.
Desvios Previsíveis e Causa
Virtual/Hipotética no Processo
Causal
Estes não impedem o nexo causal, sendo a
imputação objectiva imputável ao agente. Podem
ser:
- Desvios previsíveis no processo causal: cabe na
previsibilidade normal, por isso é irrelevante e
não interrompe o nexo causal, imputando-se
objectivamente o resultado daí derivante.
Desvios Previsíveis e Causa
Virtual/Hipotética no Processo
Causal
- Causa hipotética: é aquela que em
qualquer caso normal e previsivelmente
produziria o resultado
independentemente da acção do agente.
O nexo não se interrompe e o agente
responde criminalmente.
CAUSALIDADE DA OMISSÃO
Para que a omissão releve terá que se constituir
causa necessária do resultado ou evento.

Além disso, a omissão terá que ser precedida de


um dever particular de agir para evitar que o
resultado danoso se produza.
A Causalidade no Código Penal
Embora aquando do surgimento do nosso CP
ainda não se colocava a discussão, pela análise
dos preceitos do CP, conclui-se que eles afastam a
teoria da Conditio sine qua non e admitem a
teoria da causalidade adequada.
Arts 362º, 465º CP.
A TIPICIDADE
Acção típica é aquela que corresponde ao modelo
ou tipo abstractamente descrito na previsão das
normas penais incriminadoras.

Tipo legal: corresponde ao modelo de


comportamento que é relevante para lei penal,
compreendendo um conjunto de características
objectivas e subjectivas do facto punível.
A TIPICIDADE
Tipificação: tarefa levada a cabo pelo
legislador que consiste na redução a
escrito de comportamentos danosos a
modelos/tipos abstractamente descritos
na lei.
A TIPICIDADE
Os tipos legais servem para a partir deles se
aferir se uma determinada conduta é típica
ou não, ao mesmo tempo que servem de
garantia contra o arbítrio judicial.
A TIPICIDADE
Tem ainda uma função social, pois através
dos tipos legais de crime sabe-se
antecipadamente quais os interesses
sociais a salvaguardar e quais os
comportamentos
ofensivos/perigosos/ameaçadores
(função de prevenção geral)
A TIPICIDADE
Sentido amplo de Tipo:
- É confundido com o conceito de crime, pois
engloba não só a acção típica, mas também a
ilícita e culposa.
A TIPICIDADE
Sentido restrito:
- Engloba apenas os elementos os
elementos contidos na descrição do
preceito primário da norma penal.
A TIPICIDADE
Sentido Intermédio de tipo:
-Engloba os elementos considerados no tipo
restrito e todos os elementos da ilicitude.
Entretanto, estudaremos o tipo no sentido
restrito.
A TIPICIDADE
Saber se uma acção é típica ou não é
um exercício que se coloca
relativamente a cada tipo legal de
crime e aquela assim passa a ser
considerada quando corresponder
ao modelo tal como vem descrito no
preceito penal.
TIPO OBJECTIVO
Conjunto de elementos descritivos e
normativos que determinam o
quadro externo de aparecimento do
facto criminoso.
TIPO OBJECTIVO
Elementos descritivos:
São aqueles elementos de facto para cuja
determinação não é necessário fazer
qualquer valoração jurídica. São
conceitos de linguagem corrente cujo
conhecimento apreende-se pelos
sentidos, através de uma actividade
sensorial.
TIPO OBJECTIVO
Elementos normativos:
São elementos de direito que pressupõem
uma valoração que pode ser jurídica ou
cultural.
Só podem ser pensados ou representados
sob a lógica pressuposição de uma
norma ou valor.
ELEMENTOS DO TIPO
OBJECTIVO
- sujeitos (activo e passivo).
- Objectos material e jurídico.
- A acção executiva
- O evento ou o resultado (nos crimes de
resultado).
- O nexo de causalidade (nos crimes de
resultado).
Distinção elementos
constitutivos do crime e
circunstâncias

Quando as circunstâncias passarem a


ser elementos do crime são
consideradas elementos do tipo
objectivo.
Distinção elementos
constitutivos do crime e
circunstâncias

Quando forem meras circunstâncias


agravantes ou atenuantes, já não
são assim consideradas, passando
meras circunstâncias exteriores ao
tipo que poderão agravar ou atenuar
a conduta do agente.
O TIPO SUBJECTIVO
Conjunto de elementos que definem a
consciência e a vontade do agente
realizar o ilícito descrito em cada tipo
legal.
Nos crimes dolosos o tipo subjectivo geral
é o dolo.
Art. 110ºCP.
O DOLO
É a vontade livre e consciente de praticar
uma determinada conduta proibida por
lei com a finalidade de alcançar um
resultado igualmente proibido.

Determina a direcção e o fim do


comportamento do agente.
ELEMENTOS DO DOLO
1- Intelectual ou cognoscitivo:
Consiste no conhecimento actual de todos
os elementos objectivos essenciais ou
definidores do tipo de crime que a sua
vontade visa realizar (plano da
representação).
PRESSUPOSTOS DO
ELEMENTO
INTELECTUAL DO DOLO
- Conhecimento dos elementos típicos
que preexistem a sua acção, não sendo
por esta provocados.

- Conhecimento dos elementos


produzidos pelo seu comportamento.
Saber das consequências do mesmo.
PRESSUPOSTOS DO
ELEMENTO
INTELECTUAL DO DOLO
- Conhecimento do processo causal de que
resulta o evento, isto quando o processo
causal é elemento constitutivo do crime
(crimes de execução vinculada).
PRESSUPOSTOS DO
ELEMENTO
INTELECTUAL DO DOLO
Em qualquer dos três pressupostos o que
o agente precisa ter em termos de
conhecimento é um conhecimento
prático usual sobre os elementos
jurídicos empregues.
O DOLO
Elemento Volitivo ou Intencional:
Consiste na vontade de realização de um
acto e de alcance de um resultado
proibidos (plano da vontade/querer).
FORMAS DE DOLO
Directo:
• O agente representa e quer directamente
o facto criminoso.
• O agente representa um facto que
preenche um tipo legal de crime e actua
com intenção de o realizar.
FORMAS DE DOLO
Necessário ou indirecto:
• Agente prevê o facto criminoso como
consequência necessária da sua
actuação.
• Embora o agente não queira
directamente o resultado o prevê e sabe
que ele será consequência necessária do
seu comportamento.
FORMAS DE DOLO
Eventual:
O Agente representa o facto criminoso
como consequência possível da sua
acção e conforma-se com a sua
realização.
DOLO EVENTUAL V.S.
NEGLIGÊNCIA
CONSCIENTE
Em ambas as figuras o agente representa a realização do
facto/resultado proibido como uma consequência
possível da sua acção/do seu comportamento.

Diferença:
-Na Negligência consciente o agente não se conforma com o
resultado.
-No dolo o agente conforma-se/aceita este resultado
proibido.
O ARTIGO 44º Nº 7 DO
CÓDIGO PENAL
A expressão “…sem intenção criminosa e sem culpa…” não
se refere apenas ao dolo directo, mas sim a todas as
formas de dolo.

As formas de dolo indirecto e eventual não devem ser


entendidas como formas de negligência.

Afasta-se, também, a responsabilidade penal objectiva.


FORMAS DE DOLO
Dolo directo: impera/domina o momento volitivo, o resultado
é querido directamente.

Dolo indirecto: predomina o momento cognoscitivo, o


resultado é dado como certo.

Dolo eventual: o resultado não é querido directamente, nem


dado como certo, mas é deixado ao sabor dos
acontecimentos.

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