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Identidade e Etnia
Kabengele Munanga (USP)
Uma breve análise conceitual, considerando questões
históricas e atuais da sociedade e o papel pedagógico
enquanto sujeitos ativos no processo de formação.
Empresta o
lápis “cor de pele”?
RAÇA
Historicamente o conceito de raça aparece no século
XVI-XVII, designando a descendência, a linhagem.
No século XVIII surge o conceito de raça nas Ciências
da Zoologia e Botânica com a classificação de espécies,
com Lineu (1707-1778).
Seres humanos
Filo: Cordados
Sub filo: Vertebrados
Classe: Mamíferos
Ordem: Primatas
Espécie: Humana
Espécie humana porque formamos um conjunto de
seres, homens e mulheres capazes de constituir casais
fecundos.
• Nos séculos XVI e XVII, o conceito de raça passou a atuar nas relações entre as classes sociais
da França da época, foi utilizado pela nobreza local que se identificava com os Francos, de
origem germânica em oposição aos Gauleses, população local identificada com a Plebe. Os
Francos se consideravam linhagem de “sangue puro”, insinuando suas habilidades especiais e
aptidões naturais para administrar e dominar os Gauleses.
• No século XVIII, a cor da pele foi considerada como um critério fundamental e divisor d’água
entre as chamadas “raças”. Então a espécie humana foi dividida em três raças: branca, negra e
amarela.
• No século XX, descobriu-se os marcadores genéticos, ou seja, através do sangue poderiam ser
observados fatores que diferenciariam as raças, como doenças hereditárias, grupos sanguíneos
e alguns fatores na hemoglobina.
• Com relação aos marcadores genéticos, pesquisas comparativas chegaram a conclusão de que
os marcadores genéticos de dois indivíduos pertencentes a uma mesma raça podem ser mais
distantes que os pertencentes à raças diferentes.
De acordo com kabengele, pode-se concluir que:
• Raça não é uma realidade biológica;
• Graças aos progressos realizados nas ciências biológicas, a partir dos anos 70, e que fizeram desacre-
ditar na realidade científica da raça, assiste-se ao deslocamento do eixo central do racismo e surgimento
de formas derivadas ligadas ao estigma corporal: racismo contra mulheres, jovens, velhos,
homossexuais, pobres, etc.
• RACISMO QUALIFICADO
Qualquer atitude ou comportamento de rejeição ou injustiça social;
• RACISMO CLÁSSICO
Noções de raça;
• RACISMO NOVO
Noções de etnia;
Fonte: youtube/canalpreto/racismoestrutural
Fonte: ipea.com.br/atlasdaviolência2018
Segundo levantamento Nacional de informações Penitenciárias de dezembro de 2017:
Fonte: conjur.com.br/2017-dez-08
• O Brasil abriga a quarta maior população prisional do mundo, atrás
apenas dos Estados Unidos, da China e da Rússia. Tratam-se de 622
mil brasileiros privados de liberdade, mais de 300 presos para cada
100 mil habitantes. Mais da metade (61,6%) são pretos e pardos,
revela o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias
(Infopen).
• Na contramão dos demais países, porém, a taxa de aprisionamento
no Brasil não está diminuindo. Entre 2004 e 2014, o índice cresceu
67%. A taxa de superlotação por aqui também é maior: 147% no
Brasil, ante 102% nos Estados Unidos e 82% na Rússia.
https://www.cartacapital.com.br/sociedade/seis-estatisticas-que-mostram-o-abismo-racial-no-brasil/
Fonte: youtube.com.br/2minutosparaentenderadesigualdaderacial
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=vtbXWVEWl88
“Quem não tem sangue de negro nas veias, deve ter nas mãos”.
MC Renan – Eu só peço a Deus
ETNIA
• Conjunto de indivíduos que têm um ancestral em comum, têm uma língua em comum, têm uma
mesma religião, uma mesma cultura e moram geograficamente num mesmo território.
O racismo praticado nas sociedades comtemporâneas não precisa mais dos conceitos de raça ou da
variante biológica, ele se reformula nos conceitos de etnia, diferença cultural ou identidade cultural, más
as vítimas de hoje são as mesmas de ontem e
“as raças de ontem, são as etnias de hoje”
• Identidade cultural se constrói com base na tomada de consciência das
diferenças provindo das particularidades históricas, culturais, religiosas, sociais,
regionais, etc. se revelando um certo pluralismo tanto entre os negros, quanto
entre os brancos e entre amarelos, todos tomados como sujeitos históricos e
culturais e não como sujeitos biológicos ou raciais.