Vous êtes sur la page 1sur 28

História dos Arquivos

INTRODUÇÃO
No presente trabalho traçar-se-á em síntese a evolução histórica do Arquivo e da Arquivística desde a
sua origem até aos dias de hoje.
         Assim na essência deste trabalho estarão presentes os passos que o Arquivo e a Arquivística
deram através dos tempos, os seus altos e baixos, em suma a larga caminhada para a sua afirmação.
         Se por um lado o Arquivo, é hoje definido como, o conjunto de documentos, independentemente
da sua data, da sua forma, e do suporte material, produzidos ou recebidos por qualquer pessoa, física
ou moral, ou por qualquer organismo público ou privado no exercício da sua atividade, conservados
pelos seus criadores ou sucessores para as suas necessidades, ou transmitidos a instituições de
arquivos, por outro a Arquivística é a disciplina que trata dos aspetos teóricos e práticos dos Arquivos
e da sua função.         Ora, estas duas definições são hoje dadas pelo Conseil International des
Archives, mas, para aqui chegar um longo caminho teve que ser percorrido, e para as
compreendermos temos que conhecer então esse trajeto. 
          Longe da pretensão de elaborar um tratado sobre a História do Arquivo e da Arquivística, fica a
esperança de que este trabalho sirva como mais um contributo para a uma melhor compreensão do
seu papel ao longo dos tempos. 
ARQUIVO
Para podermos analisar a evolução histórica
dos arquivos, será necessário estabelecer
balizas cronológicas, assim iremos ás
origens, desde o nascimento destes, com as
Civilizações Pré-Clássicas até aos dias de
hoje.
         Ao longo da História, que os arquivos
se encontraram com diferentes suportes,
desde as placas de argila, do papiro, do
papel, entre outros.
         Hoje, a variedade de suportes
aumentou, o que por sua vez aumentou o
conteúdo destes que se tornou bastante
variado.
        
 
Arquivos das Civilizações
Pré-Clássicas Os arquivos constituem desde sempre a memória das
instituições e das pessoas, e existem desde que o Homem
fixou por escrito as suas relações como ser social.
         Vários autores defendem que, a História dos
Arquivos não pode ser considerada à margem da História
Geral da que formam parte integrante, tanto que a
sociedade condiciona a sua existência, a sua organização,
os seus critérios de conservação e, mesmo, a sua
finalidade. A evolução histórica dos arquivos e do seu
conceito como veremos é paralela ao desenvolvimento das
sociedades humanas.
       Assim, os arquivos surgem desde que a escrita
começou a estar ao serviço da sociedade, e terão nascido
de forma espontânea no seio das Antigas Civilizações do
Médio Oriente há cerca de seis milénios atrás.
         O aparecimento da escrita condicionou o
aparecimento dos primeiros Arquivos, de tal forma que
desde logo a humanidade tomou consciência de era
necessário conservar os registos produzidos para mais
tarde poderem ser utilizados.
      

 Os Arquivos mais antigos que são


conhecidos, remontam ao 4º milénio a. C.,
junto das Civilizações do Vale do Nilo e
Mesopotâmia. Graças à Arqueologia foram
descobertos, quer em Elba, Lagash, Maari,
Ninive, Ugarit, etc. diversos vestígios dos
primeiros Arquivos.
Em Elba por exemplo encontraram-se
numerosas placas de argila, dispostas em
estantes de madeira e em distintas salas,
grandes volumes de documentos, missivas
governamentais, sentenças judiciais, cartas,
atos privados, etc.
         Estes arquivos situavam-se, nesta
época em Templos e Palácios, para estarem
mais próximos das classes dirigentes.
  
       Há autores que defendem
que estas estruturas se podem
Desde logo, que estes arquivos
já considerar como verdadeiros
tiveram grande importância, e
Arquivos devido ao tipo de
constituíam já um complexo
documentação que lá era
sistema de informação, não sendo
conservada.
concebidos como simples
         Descobriu-se que a sua
depósitos de placas de argila, mas
organização tinha já um grau
como complexas estruturas
superior, pois encontraram-se
organizativas e funcionais.
léxicos e catálogos descritivos.
         Aos arquivos desta época
         Através, também da
podemos apelida-los de arquivos
Arqueologia, foi possível
de palácios ou arquivos de placas
reconstituir a organização de
de argila.
alguns dos arquivos
         Tudo indica que alguns dos
descobertos, que
pressupostos modernos da
demonstraram que estes
Arquivística estavam já patentes
dispunham já de muitos dos
nos Arquivos das Civilizações Pré-
elementos que se iram tornar
Clássicas.
clássicos e que ainda hoje são
definidos pela Arquivística.
         
É atribuído a Éfialtes, cerca de 460 a. C., a  Interessante será referir que
criação do primeiro arquivo do mundo grego. em Atenas cada magistratura
Também aqui os arquivos se situavam em dispunha do seu Archeion, ou
templos e em dependências do Senado, a Sul seja o lugar onde se redigem
da Ágora como em Atenas. e conservam os documentos
         Da Grécia Antiga destacam-se os expedidos pelo poder
arquivos de Gea e Palas Atenen, por ai se governativo. Este conceito irá
encontrarem importantes depósitos de ser transmitido ao mundo
documentos, como leis e decretos, atas romano, onde será conhecido
judicias, decretos governamentais, inventários, como Archivium.
etc.

  A partir de 350 a. C. aparece-nos o termo Métrôon que era onde se


guardavam leis e decretos governamentais, atas do Senado, etc., e que
funcionava como Arquivo do Estado ateniense. Acredita-se que um
pouco por toda a Grécia haveriam noutras cidades, arquivos civis e
religiosos.
         Temos pois, que os arquivos no plano técnico dispunham já de um
nível de maturidade bastante elevado.
     Segundo Plutarco, é atribuído a Valerius Publicoa, que exercia a
função de Cônsul em 509 a. C., a criação do primeiro arquivo da
Roma antiga.
      Os arquivos da Roma antiga seguem de perto os das cidades
gregas, continuando na Época Republicana a funcionar em templos,
nomeadamente em Roma, no Templo de Saturno, junto ao erário
público, onde se guardavam as Tabulae Publicae, que depois se veio
a denominar Tabularium, agora situado no Capitólio.
O Tabularium, desempenhava a função de Arquivo Central do Estado,
já com a importância de um grande serviço público. Os documentos
diplomáticos eram conservados no Templo de Júpiter e os
testamentos no de Vesta.

 
Durante a época Imperial, os srinia começaram a especializar-se como srinium a memoria, que estava encarregada
de publicar e conservar as ordens do Imperador, por outro lado, a denominada a libellis, foi criada para atender o
despacho das publicações e consultas elevadas à Corte. A cognitiones ou a cognitionibus, estava a cargo dos litígios
civis e criminais que se apresentavam ao Imperador.
         Haviam ainda o srinia ou rationibus, que tratava das
finanças e da contabilidade Imperial e finalmente a ab
epistalis, onde se redigiam as do Imperador ás consultas
formuladas por funcionários e cidadãos. Sabe-se que cada
uma desta “repartições” tinham os seus próprios arquivos
independentes fisicamente em estantes separadas, onde
se aplicava um rigoroso respeito pela proveniência dos
fundos. Um dos grandes feitos dos romanos nesta área, é o
facto de terem instaurado uma verdadeira rede de arquivos,
assim um pouco por todo o Império vamos assistir ao
aparecimento de Tabularius nas cidades provinciais mais
importantes, nos quais se recolhia a legislação, a
jurisprudência e a documentação da administração
provincial, assim como surge também os arquivos do
municípios e os arquivos privados, fruto do
desenvolvimento do Direito, e que constituíam um
instrumento fundamental para a garantia da propriedade
dos cidadãos. De referir ainda que a organização romana
desenvolveu o conceito da Arquivo Público, pois apesar
dos arquivos centrais terem sido criados para uso estatal,
abriram as portas à sociedade, funcionando como garantia
de prova para a reclamação de direitos dos cidadãos.
         
No âmbito da Organização Arquivística, tivemos grandes progressos, pois os romanos tinham um grande sentido
prático e concediam à administração do Império uma grande importância, o que levou que muitos dos critérios
utilizados por eles continuam ainda hoje em dia válidos, tanto nas linhas orientadoras da profissão de arquivista como
na configuração da sua rede de arquivos.

  
Como nos refere A. Malheiro da Silva, a importância concedida à Podemos concluir então que, em termos
relação entre documento e a entidade produtora virá, por sua vez a organizacionais os romanos dispõem já
constituir a chave da Arquivística moderna. Também com o mundo de um desenvolvido sistema
romano assistimos à metamorfose da Arquivística numa disciplina públicodearquivos, que se denota bem
com uma missão e regras próprias, servida por uma enorme rede de pela complexidade da sua
serviços e um corpo profissional especializado. administração.
         Na Idade Média a gestão de documentos vão estar fundamentalmente
Com o advento da Idade Média o Arquivo nas mãos da Igreja, detentora do “Saber e da Cultura”, concentrados em
passa a significar o espaço ou serviço Catedrais e Mosteiros.
onde se preservam registos antigos, ou
seja começa-se a difundir a ideia de
Arquivo como espaço ou serviço onde se
recolhem documentos de valor, por
constituírem prova ou memória de atos
ocorridos no passado, sob as
designações de origem Pré-Clássica,
como Santuário ou Tesouro.
         Ao cair o Império Romano vai
desaparecer a complexa administração
que se havia desenvolvido até então, Os Arquivos Eclesiásticos vão assim ter a função de guardar e gerir os
onde se vê desaparecer a ideia de saúde títulos de propriedade, quer da Igreja, quer de outras instituições públicas
pública e bem comum, aparecendo por e particulares.
sua vez a ideia de vida privada, que se vai          Apesar disto os Arquivos nesta época recuperam a importância que
converter no fator predominante desta tinham na Antiguidade. Sendo que, com o redescobrimento do Direito
época. Romano no Século XII entramos numa nova fase da história dos
arquivos.
    Então, a partir do século XIII, começa a ser introduzida a prática dos registos, que eram livros onde se
transcreviam os documentos outorgados por uma autoridade, ou entidade, nomeadamente nas Chancelarias, e outras
instituições. Nesta época as unidades administrativas destas estruturas dividiam-se já em secções orgânicas, e com
funcionários especializados (arquivistas) e normas a seguir.
         Será importante referir que, a prática arquivística nesta época, não se confinava só à Europa, conhecendo-se os
casos da China e do Mundo Árabe.

        
Com o Século XIV surgem por toda a Europa É durante este século que assistimos ao primeiro
vários Arquivos Centrais como o Archivo de la grande movimento de nomeação de arquivistas oficiais
Corona de Aragón em 1318 e o Arquivo da Torre nas Cortes de Europa.
do Tombo em 1325, entre outros. Ao mesmo          Este movimento, leva a que os Arquivos sejam
tempo dá-se também a descentralização dos encarados de uma forma diferente, contribuído para
arquivos, o que leva ao aparecimento dos que a partir do século XV surjam grandes cronistas
Cartórios Concelhios, é a época de novas oficiais, juntamente com o aparecimento dos primeiros
tipologias documentais, como os inventários, dá- cultores da crítica filológica e textual.
se o alargamento ao tipo de documentos a          Como vimos, e ao qual já se havia feito
conservar, como documentos financeiros e referência, na Idade Média o Arquivo vai recuperar a
historiográficos, etc. sua a importância.
         
         Com o século XVI, vemos surgir um novo sistema administrativo, o Estado Moderno. Absolutista e Centralizador
por natureza, contribuirá para a concentração dos arquivos, fazendo surgir os primeiros Arquivos de Estado, que
resultam de novas conceções de administração e reformas institucionais. A criação do Arquivo de Simancas em 1540,
em Espanha por ordem de Carlos V, considerado o Arquivo Moderno do Estado Espanhol, é de facto um sinal bastante
significativo do novo sistema administrativo. Este arquivo é considerado como o primeiro exemplo de um Arquivo de
Estado. Mais tarde, iremos assistir à criação do Arquivo Secreto do Vaticano em 1611, e ainda na Espanha o Arquivo
das Índias, em 1788, eles também exemplares de Arquivos de Estado.
     
 Será importante referir que, O arquivo vai-se converter num
esta centralização dos elemento fundamental da
documentos, irá provocar administração e a adquirir uma
ajustamentos metodológicos, função predominantemente
sendo frequente a jurídico-política.
elaboração de normas,          Ruiz Rodríguez, defende
regulando os preceitos de que nesta época, se encerra um
rotina do Arquivista. período da História, em que os
         Segundo, autores Arquivos tiveram um papel de
como Jean Favier, a noção serviço ás instituições e
de Propriedade dos Arquivos governos que os fizeram nascer.
foi substituída pela de Em suma, foram colaboradores
Arquivos Públicos dos Estados na administração
depositários dos dos respetivos territórios.
documentos do Estado e          Este período fica, pois
cuja conservação era ou conhecido como a época dos
podia ser de interesse Arquivos de Estado.
público.
A partir de 1789, com a Revolução Francesa iremos assistir a uma
verdadeira mudança na História da Europa, que se irá repercutir na
noção e funcionalidade dos Arquivos. Com o advento do Estado de
Direito nasce um novo conceito, a Soberania Nacional. Neste contexto,
nascem os princípios de responsabilidade, de garantia, eficácia e
justiça da atuação da Administração perante os cidadãos.
         Associado a isto, o Arquivo passa a ser considerado como
Garantia dos Direitos dos Cidadãos, e Jurisprudência da atuação do
Estado.
        Um dos grandes marcos, para a História dos Arquivos, é sem
sombra de dúvida a fundação de raiz, logo em 1789, dos Archives
Nationales de França, e com eles a já muito conhecida Lei de 7
Messidor, que sai no Ano II da Revolução, que proclama que os
Arquivos estabelecidos junto da representação nacional eram um
depósito central para toda a República. A esta Lei traz um conceito
moderno e liberal de Arquivo, onde o Arquivo Central do Estado deixou
de constituir um privilégio dos órgãos de poder e passou a ser
entendido como Arquivo da Nação aberto ao cidadão comum.
No século XIX, a política de
concentração dos Arquivos vai ser
continuada um pouco por toda a
Europa, à exceção da Grã-Bretanha
onde o processo vai ser mais tardio.
No início deste século, perante o
desenvolvimento do Positivismo, que
preconizava a verificação documental
ao serviço da análise histórica,
contribui para que os arquivos
adquirissem uma posição instrumental
relativamente à Paleografia e à
Diplomática. Já na segunda metade
deste mesmo século e agora sob os
auspícios do Historicismo os arquivos
vão-se transformar em verdadeiros
laboratórios do saber histórico.

Imagem retirada dos Archives Nationales com ilustração da


Assembleia Nacional de 1790
Na Época Contemporânea os arquivos vão adquirir dupla dimensão, onde se por um lado são garantia dos direitos dos
cidadãos, por outro conservam e gerem a memória do passado da nação e por isso vão ser objeto da investigação
histórica.
         Bautier, defende, a ideia de, que até meados do século XX os arquivos desenvolveram sobretudo a vertente de
conservadores e gestores da memória do passado, deixando de lado a função de serviço à Administração, que até aí
tinham desempenhado.

No século XX vamos pois assistir à


consolidação do conceito e função de
Arquivo, como conjunto de documentos,
independentemente da data, da forma e do
suporte material, produzidos ou recebidos
por qualquer pessoa, física ou moral, ou por
qualquer organismo público ou privado no
exercício da sua atividade, conservados
pelos seus criadores ou sucessores para as
suas próprias necessidades ou transmitidos
a instituições de Arquivos.
A Arquivística nasce na sequência da Revolução Francesa com os novos
serviços de Arquivo que então foram criados e no seio da História Positivista,
fortemente vinculada à Diplomática. Só com a prática da teoria de que os
documentos se devem organizar de acordo com a estrutura da instituição de
onde proveem, a Arquivística se conseguiu autonomizar e tornar-se
independente. Este princípio proveniência é considerado a base desta
Ciência.
         Segundo Posner, internacionalmente consensual, a data aceite para o
nascimento da Arquivística, é o dia 24 de Abril de 1841, quando Natalis de
Wally introduziu as normas para a organização dos fundos reunidos nos
Arquivos Nacionais Franceses, de livre acesso de consulta desde a
Revolução Francesa.
         Mas, o grande marco na evolução da Arquivística, podemos encontra-lo
em 1898, com a publicação do Manual dos Arquivistas Holandeses, por
Muller, Feith e Fruin, onde se abre uma nova era para a disciplina, e que
representa a afirmação e libertação da Arquivística, relativamente ao papel
secundário para a qual tinha sido remetida até então, como veremos mais
adiante.
 No entanto muito antes, do seu nascimento formal da Arquivística como disciplina, já existia como prática
de sistematização e conservação de fundos documentais, desde que o Homem criou os primeiros
Arquivos, como depósitos dos testemunhos escritos e como base do seu direito.

                 Desde a Roma Antiga que, nos encontramos com um método de trabalho, a que hoje
chamamos principio de proveniência, onde os documentos produzidos por diferentes dependências se
conservavam em diferentes galerias do Tabularium e do Templo de Saturno, mantendo independentes cada
um deste fundos, onde em cada um destes documentos eram já ordenados cronologicamente, formando
séries. No entanto esta prática tinha simplesmente uma orientação lógica, onde não se pensava num futuro
interesse histórico dos documentos nem no estabelecimento de uma doutrina arquivística.
Com o Na Idade Moderna, e Ilustração a Arquivística vai evoluir no sentido Com, o século XVII
aparecimento de procurar facilitar as técnicas que garantam a organização e veremos proliferar a
das Chancelarias conservação dos depósitos que estão nos arquivos, surgindo para o Literatura Arquivística,
da Idade Média, efeito vários conjuntos de normas a seguir. aumentando a sua
e a consequente produção durante o
produção e século XVIII, período
conservação onde já se discutia os
documental, conceitos para a
surgem os organização dos arquivos.
cartulários onde Paralelamente á
se copiavam os emergência deste tipo de
documentos literatura os arquivos,
recebidos por começam a ser
uma instituição, e consultados por
os registos. investigadores e eruditos,
Assistimos a uma tendo em vista a
evolução sem preparação das primeiras
sobressaltos na histórias cientificas,
prática fenómeno que vai
arquivística. influenciar a Arquivística
no século seguinte.
O papel da Arquivística no século XIX, vai ser o de procurar novas teorias, que facilitem o Arquivo a prestar
um bom serviço à História. A mais importante destas, e que se converterá no principio fundamental da
Arquivística, como já se referiu, vai ser sem dúvida a teoria do principio de proveniência.
         A Arquivística vai agora centrar a sua atenção, para a descrição, e para a elaboração de instrumentos
de trabalho que permitam ao historiador encontrar facilmente a informação de que necessita para
investigação.
Surgem, um pouco por todo o lado, Coleções Diplomáticas, Guias, Inventários, Catálogos e Índices, e
muito menos literatura sobre Teoria Arquivística, com acontecia no século anterior.
 Apesar disto, vemos surgir, já desde os finais do século XVIII, por toda a Europa, Escolas de Formação
Profissional de Ensinamentos por Oralidade, o que representa já a preocupação da Arquivística no campo
de formação especializada dos arquivistas.
Nos finais do século XIX, vamos assistir a um
grande marco da evolução da Arquivística, onde
se vai consolidar o Modelo quanto á Origem e
Organização dos Arquivos, o que vai contribuir
para que seja criado uma Autoridade
Arquivística Central, resumindo, um órgão que
coordene a política relativa aos Arquivos a nível
internacional. Ao mesmo tempo vai-se sentir
pela Europa, América e U.R.S.S. grandes
alterações nos campos da Organização e da
Política Arquivística. Toda esta viragem se vai
efetuar a partir de 1898, com a edição do
Manual dos Arquivistas Holandeses, que
sistematizava a teoria de Natallis de Wally e
fundamentaria as Bases da Arquivística
Moderna. É de referir que, na transição do
século XIX para o Século XX, nomeadamente
durante o início do segundo se dará a
consolidação definitiva das ideias surgidas na
Revolução Francesa quanto ao Modelo
Arquivístico.
Com o século XX, os
Arquivos, irão recuperar a Surge então no âmbito da
sua dimensão UNESCO, em Agosto de 1950 o
administrativa, que se irá Conselho Internacional de
acentuar nos Anos 30, e se Arquivos (CIA), que vem dar
consolidará mais tarde, já resposta à necessidade de
nos anos 50, onde a coordenação a nível
Arquivística irá desenvolver internacional, da Arquivística.
um sistema para facilitar a Com o CIA, vai-se assistir à
Administração nos intensificação da cooperação
momentos mais difíceis, entre países, na Organização de
como por exemplo a Congressos, Mesas Redondas,
Segunda Guerra Mundial. assim como se aumentará a
         É precisamente a publicação de literatura
partir dos Anos 50 que se especializada, como a revista
tenta conciliar as Archivium, que nasce logo em
Conferência Internacional da Table Ronde des Archives
dimensões tradicionais da 1951, vemos surgir também as
Arquivística, a História e a Conferências Internacionais
Administração. da Table Ronde des Archives.
Os Anos 60 são envolvidos por preocupações de ordem prática, dando-se uma acentuação na vertente
técnica da Arquivística. O grande marco desta época acontece em 1964, ano em que é publicado o Elsevier
´s Lexicon of Archive Terminology.

              Na década seguinte, por sua vez


assiste-se ao aprofundamento das questões
teóricas da Arquivística, que irão contribuir
para o seu desenvolvimento científico.   
         Reforça-se o papel dos profissionais de
Arquivo, fazendo surgir as primeiras
Associações de Arquivistas, como a
Associação Portuguesa de Bibliotecários,
Arquivistas e Documentalistas (BAD), logo
em 1973. E já nos finais da década, é criado
a Programa de Gestão dos Documentos
(RAMP), que assegura a publicação de
documentos que abarcam a maior parte dos
aspectos da Arquivística.
Os Anos 70, prendem-se pelo
aprofundamento de questões essenciais
para a formulação de um corpo teórico
capaz de suportar um fundamentação da
Arquivística.
         Já com os anos 80 se caminha para
a afirmação da Arquivística com Ciência
da Informação, e na procura dos seus
fundamentos, que se irá acentuar nos
anos 90.
         A Arquivística nos anos 90 entrou
numa nova era, onde a grande
preocupação se prendeu e ainda se
prende, nos dias de hoje, com a
importância da Informática como meio de
gerir novos documentos.
        Nesta nova era a Arquivística afirma-
se definitivamente como uma Ciência da
Informação e se clarificam o seu objeto e
o seu método.
Dentro deste contexto podemos afirmar que a
Arquivística é hoje uma Ciência que procura uma
identidade própria que lhe dê autonomia e respeito da
História e da Administração. Os Arquivos de toda as
épocas e condições, quer Históricos quer
Administrativos, são por sua vez o seu objeto. Por outro
lado a Arquivística elabora normas e instrumentos de
trabalho que permitem ao Arquivista organizar a
documentação e dispô-la ao serviço do utente do
Arquivo, assim como deve contribuir para a identificação
e valorização arquivística, criar normas de reprodução
em Arquivos, de instalação, conservação e restauração
dos documentos a cargo dos mesmos. A gestão de
informação, com o advento da nova tecnologias
contribuiu para que a Arquivística adotasse novas
técnicas de trabalho, fazendo com que entrasse no
campo das Ciências da Informação, criando princípios
universais aplicáveis a todos os arquivos do mundo,
através da normalização dos seus princípios orgânico-
descritivos, de vocabulário internacional e homologação
dos conteúdos da formação profissional dos Arquivistas.
O século XX trouxe avanços significativos, e novas
preocupações. Viu nascer o CIA em 1950,
contribuindo para a alargamento do debate sobre os
fundamentos da Arquivística. Com os anos 60 as
preocupações com a terminologia arquivística,
levaram à edição do Elsevier´s Lexicon of Archive
Terminology. A década seguinte deu lugar a
importantes contribuições para o aprofundamento de
matérias teóricas tendo em conta a promoção
Científica da Arquivística.
Nos Anos 80, a nova revolução tecnológica
levou à adaptação da Arquivística a esta realidade,
processo que se acentua com os anos 90, e que
continua nos dias de hoje, chegados ao século XXI.
Impôe-se assim no futuro, o desenvolvimento de
novas formas de guardar e preservar a informação
com recurso a outras tecnologias que por agora não
passam de meros exercícios de imaginação mas que
por certo, e mais rápido do que se espera, se tornarão
em breve novas realidades ao alcance do ser
humano.

Do site http://www.ilustrados.com/

Vous aimerez peut-être aussi