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4. Teoria da Lei Penal
4.1 Fontes do Direito Penal
4.2 Norma Penal e Lei Penal. Conceito
4.3 Lei Penal em branco
4.4 Interpretação e aplicação da Lei Penal: analogia; princípios
gerais do direito e eqüidade
4.5 Lei Penal no tempo: irretroatividade e retroatividade da lei
mais favorável;lei excepcional ou temporária; e, tempo do
crime
4.6 Lei penal no espaço: princípios fundamentais; conceito de
território nacional; lugar do delito; extraterritorialidade,
imunidade diplomática e imunidade parlamentar
|

   
 Ñ á se disse ± com acerto! ± que o que distingue o
Direito Penal dos outros setores do ordenamento
jurídico é a sua conseqüência: a pena. Todavia não
se deve inferir que o Direito Penal se reduz ao
estudo da pena. Na verdade, ele é estruturado em
três grandes teorias: a Teoria do Crime, a Teoria da
Pena e a Teoria da Lei Penal. Essas três teorias,
portanto, formam a dogmática penal´. BRANDÃO,
Cláudio. Introdução do Direito Penal. São Paulo: Forense,
2005.

!

   
 A Teoria da Lei Penal estuda as Fontes do Direito Penal, a
Lei Penal no Tempo e a Lei Penal no Espaço.
 Fontes do direito penal:No âmbito semântico, fonte é
nascente, designando origem, procedência de algo.
 É também reveladora do que estava oculto, daquilo que
ainda não havia surgido. É o ponto de passagem do oculto
ao visível.
 Logo, fonte do direito é o local de origem do Direito; é na
verdade o próprio Direito que sai do oculto e é revelado.

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1. Fontes materiais: a sociedade e o Estado (o direito nasce do fato
social, isto é, das necessidades da vida em sociedade).
Como o direito nascem da vontade dos indivíduos que compõem a
sociedade, podemos dizer que a consciência do povo que integra
a nação é a fonte maior do direito.
A sociedade organizada, através do poder legislativo, por meio dos
seus representantes, escolhidos pelo voto, escolhe os bens
jurídicos que devem ser tutelados pelo direito penal,
estabelecendo as penas e as demais regras relativas aos
infratores das normas.
Por tal razão, em algumas sociedades, alguns fatos são considerados
crime e outras não.
A fonte de produção, ou substancial é remotamente a consciência
popular e diretamente (art. 22, I, CF) o Estado. Assim, a União,
por meio do P.Legislativo, é a fonte material ou substancial do
direito penal.
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2. Fonte Formal: imediata e mediata.
a)imediata: a lei penal
b)mediatas: costume e princípios gerais do direito.
a)O direito,para se estabelecer no seio da sociedade, para
valer e imperar, para ser obedecido por seus
membros, os indivíduos, precisa ser conhecido da
sociedade, exteriorizar-se, ganhar forma, tornar-se
concreto, o que se dá através de estruturas lógicas,
que são as leis, isto é, o documento emanado do
Poder Legislativo. No direito penal, por força do
princípio da legalidade, só a lei é fonte de
exteriorização da criação dos crimes e das penas.
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b) Mediatas:
b.1 costume: Ñ...Ñconsiste na regra de conduta criada
espontaneamente pela consciência comum do povo, que a
observa por modo constante e uniforme e sob convicção de
corresponder a uma necessidade jurídica´. Compõe-se de
dois elementos: um objetivo, o uso(consuetudo), e outro
subjetivo, a convicção jurídica(opinio necessitatis). Sem a
existência de um legítimo convencimento a respeito da
necessidade de sua prática, o costume seria reduzido a
mero uso social, desprovido de exigibilidade´.
ÑDe outro lado, se destituído de seu conteúdo objetivo, tolhe-se-
lhe o caráter de certeza e de precisão, próprio de todas as
normas jurídicas, e que o costume apresenta, ainda que
em menor grau´.
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...Esta última forma, também denomidada consuetudo
abrogatoria ou desuetudo, resulta na não-aplicação da lei
em virtude de seu descompasso com a realidade histórico-
cultural. Carece, porém, de toda eficácia, pois uma lei só
pode vir a ser revogada por outro diploma legal, conforme
art. 2° da LICC. Das três espécies, o costume secundum
legem e o praetem legem poderão ter validade para o
direito penal, porque não atuam além dos limites do tipo ou
em sua oposição, mas agem na intimidade da norma para
que o seu sentido se ajuste às concepções sociais
dominantes´.L.R.Prado.
No nosso sistema jurídico(escrito e romanísitico), o costume
tem caráter complementar e subsidiário em relação à lei.
V

   
b.2 urisprudência: Ñ...contribui a jurisprudência para o conhecimento do
Direito vigente no país, para o aperfeiçoamento e a justa concreção
da lei criminal. É inegável que o trabalho dos juízes e tribunais não
quer dizer mera aplicação mecânica as leis; ao contrário, como
atividade de caráter nitidamente valorativo, implica a interpretação e
a adaptação das norma jurídicas às necessidades individuais e
sociais, com o objetivo de realizar a justiça como fim último do
Direito´(Prado).
b.3 Doutrina: Ñcomo instrumento mediato, é o resultado da atividade
jurídico-científica, isto é, dos estudos levados a cabo pelos juristas
com o escopo de analisar e sistematizar as normas jurídicas,
elaborando conceitos, interpretando leis, emitindo juízos de valor a
respeito do conteúdo das disposições legais e apontando sugestões
de reforma do Direito vigente´(Prado).
†

   
b.4 Princípios Gerais do Direito: Segundo Carlos Maximiliano,
apud Moura Teles, Ñnão é constitucional apenas o que está
escrito no estatuto básico, e, sim, o que se deduz do
sistema por ele estabelecido´. Assim, o Direito é um
sistema harmônico, do qual se deduzem alguns preceitos
fundamentais, nem sempre escritos, mas que têm validade.
São estes as bases, os fundamentos, os pilares
decorrentes do ordenamento jurídico como um todo, tendo
valor e aplicação geral.
Não definem crimes ou estabelecem penas, mas aplicam-
se, fundamentalmente, para informar e delimitar o Direito,
no sentido de impor limites ao jus puniendi estatal, em face
do status libertais do indivíduo.
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 Lei é o documento elaborado e emanado do Poder Legislativo,
dentro do devido processo de tramitação e publicização, que contém
as normas jurídicas, de caráter bilateral, coercitivo, heterônomo,
bilateral e atributivo(dialética de implicação polaridade).
 A lei é o único instrumento utilizado pelo Estado para dar
conhecimento do que é Direito Penal. É nela, somente nela, que
estão contidas as normas que definem crimes e cominam
penas(Moura Teles). Isso como evidência do Princípio da
Legalidade.
 Ora, se nas leis estão contidas as normas, impõe-se diferenciá-las:
ÑA norma é a regra de conduta, imposta coativamente pelo Estado. É
o comando. É a ordem. A norma está contida na lei. Esta é o
instrumento de manifestação da norma. É o meio pelo qual a norma
é comunicada aos indivíduos... Sendo que a norma penal por
excelência é aquela que define o crime e comina a pena´(Moura
Teles).
||

   
 Classificação da Norma Penal: incriminadoras, não
incriminadoras e explicativas.
a) Incriminadoras: aquelas que definem crimes e cominam penas.
São normas penais em sentido estrito, caracterizando-se por
ser originária do Estado, imperativa e erga omnes, valendo
inclusive para os absolutamente incapazes, é ainda abstrata e
impessoal.
b) Não incriminadoras:O Direito Penal não se limita a definir a
conduta considerada criminosa e a estabelecer as penas a elas
adequadas, mas, em algumas situações, a dizer que a conduta
definida como crime é permitida(legítima defesa ), ou ainda que,
diante da conduta, a resposta não será a pena antes fixada(v.g.
E.C.A. com as medidas sócio-educativas). São definidas pela
doutrina como normas penais permissivas, que admitem duas
espécies: justificantes e exculpantes.
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 ustificantes: tornam lícitas, permitidas, justificadas, condutas
definidas como crime (arts. 23 e 128, I, II do CP);
 Exculpantes: não justificam as condutas definidas como crimes,
apenas as isentam de pena(arts. 21, 26, 27 e 28, § 1° do CP).
c)Explicativas: são aquelas que tornam claras questões penais ou
explicam o conteúdo de outras normas(art. 25 do CP).
 ÑPara obedecer ao princípio da reserva legal, a norma penal
incriminadora é elaborada de modo diferente das demais
normas do direito, com uma técnica própria. É constituída por
duas partes, bem delimitadas na aparência, em sua forma: o
preceito e a sanção.
 O preceito, também chamado preceito primário ou preceptum
iuris, está contido na primeira parte da norma, que é a
descrição da conduta proibida, do comportamento que o direito
deseja que não ocorra´.


   
 Ñsegunda parte da norma é a sanção, também
chamada preceito secundário ou sanctio juris. É a
conseqüência jurídica da violação do preceito primário,
do descumprimento do mandamento´(Moura Teles).
 A construção da norma penal observa uma técnica
legislativa que difere das demais normas jurídicas,
com a delimitação da conduta proibida, como
decorrência do princípio da legalidade, que exige lex
praevia, lex scripta, lex stricta, lex certa.
 Norma Penal em branco: ÑEm princípio, o Direito Penal
deve definir de modo autônomo os pressupostos de
suas normas, evitando a remissão a outras regras do
ordenamento jurídico´.
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 ÑAinda assim, a regulação jurídico-penal de certas
matérias(v.g.,economia popular, meio ambiente, relações de
consumo, saúde pública, ordem tributária), altamente condicionadas
a fatores histórico-culturais, que exigem uma atividade normativa
constante e variável, costuma ser realizada por imperiosa
necessidade técnica através do modelo legislativo denominado lei
penal em branco (Blankettstrafgesetz), cuja origem remonta ao
pensamento de Karl Binding´.
 ÑClaro está que a principal vantagem da norma em branco é a
estabilidade do dispositivo principal, emanado de autoridade
legislativa de maior categoria através de moroso e complicado
processo. As mutações impostas em razão do tempo e do lugar se
fazem por meio de atos legislativos mais simples, de fácil
maleabilidade, como é o caso da alteração de tabela de preços,
dependente de mero ato administrativo e não do laborioso sistema
de edição de lei ordinária(Prado)´.


   
 A lei penal em branco pode ser conceituada como aquela em
que a descrição da conduta punível se mostra incompleta ou
lacunosa, necessitando de outro dispositivo legal para a sua
integração ou complementação. Isso vale dizer: a hipótese legal
ou prótase é formulada de maneira genérica ou indeterminada,
devendo ser colmatada/determinada por ato
normativo(legislativo ou administrativo), em regra, de cunho
extrapenal, que fica pertencendo, para todos os efeitos, à lei
penal. Utiliza-se do chamado procedimento de remissão ou
reenvio a outra espécie normativa, sempre em obediência à
estrita necessidade(Prado).
 Na lei penal em branco, o comportamento prescrito(ação ou
omissão) vem apenas enunciado ou indicado(só parcialmente
descrito), sendo a parte integradora elemento indispensável à
conformação da tipicidade penal. Mas a conseqüência jurídica
aplicável encontra-se regularmente prevista(Prado). |ã

   
 Exemplos: Lei 11.343;2006, art. 268 do CP.
 Lei penal em branco em sentido estrito e em sentido amplo.
a. ÑChama-se norma penal em branco em sentido estrito(próprias)
aquela cujo o complemento emana de outra instância legislativa
inferior, por exemplo um decreto, uma portaria, uma resolução.
Exemplos: art. 12 da Lei 6.368/76, complementado por Portaria
da Dimed, do Ministério da Saúde; art. 269 do Código Penal,
complementada por Portaria do Ministério da Saúde; art. 2°, VI,
da Lei n.° 1.521, completada por Portaria da Sunab.
b. Norma penal em branco em sentido amplo(impróprias), quando o
complemento provier da mesma lei ou de de outra,de mesma
instância legislativa, como ocorre com a norma do art. 237 do CP:
ÑContrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que
lhe cause nulidade absoluta: Pena ± detenção, de três meses a um
ano´. Os impedimento estão no art. 1521 do C.Civil.
|]

   
 Necessário se faz identificar a diferença entre Lei penal
incompleta e Lei penal em branco.
 Lei penal estruturalmente imperfeita é aquela em que se
encontra prevista tão-somente a hipótese fática (preceito
incriminador), sendo que a conseqüência jurídica localiza-se
em outro dispositivo da própria lei ou em diferente texto
legal(v.g., Lei 2.889/1956 ± Genocídio).
 No art. 304 do CPB podemos ver no mesmo artigo as duas
espécies legislativas(lei penal em branco e incompleta) em
um único tipo legal (Prado).

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 Fixando os precisos termos dessa distinção, não queremos
significar, entretanto, que hermenêutica, interpretação e
aplicação constituem em três disciplinas inteiramente distintas,
sem ligação, nem recíproca dependência.
 Ao contrário, aquilo que as distingue é, tão-somente, a diferença
que vai entre a teoria científica, sua prática e os diferentes
modos técnicos de sua aplicação.
 Em substância, entre elas existe uma unidade conceitual e uma
continuidade, que devem ser devidamente consideradas, pois o
Direito Teórico, Normativo ou Aplicado, é sempre e
precipuamente uma ciência´.(Vicente Ráo, in O Direito e a Vida
dos Direitos, São Paulo:Ed. Max Limonad, 1952, vol. 2, pg. 542)

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b. Doutrinária: é a realizada pelos juristas, pelos estudiosos, pelos
cientistas do Direito.
c. udicial, é interpretação realizada pelo uiz, única obrigatória para os
casos das normas de efeitos concretos(decisões). Esta interpretação
tem força obrigatória apenas para o caso em que estiver sendo
julgado, não sendo obrigado o uiz a dar a mesma interpretação dada
por outro uiz ou Tribunal. Não está o uiz vinculado à interpretação
dada pela instância superior, ou mesmo o STF.
‡ Métodos de Interpretação
1. Gramatical, literal ou filológica as normas são comando expressas
através da língua oficial, devendo, como primeiro passo, descobrir
seu significado léxico e gramatical.

!]

   
2. Teleológico ou finalístico: o intérprete visa descobrir a vontade da lei,
perguntando quais seus objetivos, qual sua finalidade´.Como já foi
dito, o DP tem como tarefa a proteção dos bens jurídicos mais
importantes, das lesões mais graves...Para descobrir, portanto, a
vontade da lei, é indispensável, em primeiro lugar, considerar o bem
jurídico´Lei 9.434/97, sobre remoção de órgãos.M.Teles.
‡ Ratio legis: Ño método teleológico ou finalístico impõe ao intérprete a
obrigação de perguntar quais os motivos determinaram o
estabelecimento do preceito penal, bem assim quais as necessidades
e qual princípio superior deram à norma penal. Ao fazê-lo, estará
descobrindo o fim da lei, sua razão de ser, seu elemento teleológico.
A interpretação finalística exige não apenas descobrir a ratio legis ± razão
teleológica, que é a consideração do bem jurídico -, mas impõe ao
intérprete a atenção para com os outros elementos: o sistemático, o
histórico, o direito comparado e outros, extrapenais e extrajurídicos´.
M.Teles
!V

   
‡ Sistemática: cabe ao intérprete analisar a N inserida no contexto maior de
ordenamento ou sistema jurídico.
a) Não deve ler um artigo da N de forma isolada do conjunto dos artigos. Incisos e §§
devem ser lidos em consonância com o que está dito no caput(art. 342 caput e §
2°).
b) De igual maneira que os Incisos e §§, os artigos devem ser lidos levando-se em
consideração a seção ou capítulo em que estão inseridos.
c) Os artigos da N e seus Incisos e §§ devem ser interpretados de forma sistemática,
isto é, levando-se em conta outros setores do ordenamento jurídico; sua estrutura,
isto é, hierarquia, coesão e unidade.
‡ Histórica, Ñque o estudo da história do Direito Penal nem sempre é útil para a
compreensão do Direito Penal moderno, porque o que interessa é o significado que
a norma num determinado momento apresenta, não as modalidades de suas formas
precedentes,o como veio à luz. Mas se a indagção sobre transformações formais da
norma em períodos sucessivos pode também trazer esclarecimentos, acerca do
conteúdo substancial da própria norma, idêntica indagação deve ser realizada a
respeito dos valores que ela atualmente tutela e tal indagação se enquadra
perfeitamente nas exigências de uma interpretação teleológica´ . Betiol apud M.
Teles.


   
‡ Outros elementos: a confrontação do direito nacional com o de
outros países, verificando o tratamento dado para o mesmo
instituto, mostra a relevância do direito comparado para a
interpretação finalística.
Deve ainda o intérprete atentar para o elemento político-social, de
natureza extrapenal, Ñque consiste na verificação do
ajustamento harmônico da norma penal com as instituições
políticas e sociais da sociedade e, particularmente, com os
interesses dos cidadãos. É claro que a norma penal não pode
integrar-se em dissonância com os anseios da sociedade, que
se expressam por meio de suas instituições legítimas´. (ver
poder da mídia).
Os conceito jurídicos nem sempre são suficientes para esclarecer a
vontade da norma, devendo valer-se de elementos
extrajurídicos, sociológicos, psiquiátricos, antropológicos, etc..
˜-

   
 ƒuanto ao Resultado
I. Declarativa ou enunciativa, quando o legislador disse
µexatamente o que está escrito, isto é, p mens legis é
exatamente igual ao verba legis(art. 141, CP- varias
pessoas deve ser interpretado c/c arts. 226,I e 288 do
CP). Típico do Direito Penal, que não permite qualquer
extensão do resultado interpretativo, salvo in bonam
partem.
II. Extensiva: ocorre um desequilíbrio entre o mens legis e o verba
legis, em benefício do primeiro, isto é, o legislador disse menos do
que o desejado, necessitando a interpretação para estender o o seu
alcance.(O significado do termo bigamia não significa que o terceiro
ou quarto casamento não sejam punidos; art. 130, CP- a lei deseja
punir não só a exposição, mas também o próprio contágio).

˜|

   

III. Restritiva, quando as palavras do texto legal disserem mais que a


sua vontade, o intéprete deve restringir seu alcance, amoldando-o à
intenção da lei(Art. 28,I, CP ± não toda a emoção ou paixão, mas
limita a abrangência).
Conclusão: Ñinterpretação finalística vai conduzir, necessariamente, a um
resultado harmônico e conclusivo, induvidoso, e o intérprete não
deve preocupar-se se o resultado será restritivo, extensivo ou
meramente declarativo. Se o método teleológico tiver sido aplicado
com critério, especialmente com a tenção à razão de ser da norma,
considerando-se o bem jurídico, a agressão perpetrada e elemento
sistemático, a interpretação terá sido realizada corretamente.
Aplicando-se o método teleológico e se, mesmo assim, não se chegar a um
resultado harmônico, induvidoso, remanescendo ainda dúvidas, o
caminho não pode ser outro: interpreta-se conforme seja mais
favorável ao perseguido, ao acusado da prática do crime´. . M.Teles
˜!

   
III. Analogia: é aplicar a um caso, em que não há uma lei específica, uma lei que se
aplica a um caso bem semelhante. Ver art. 4.° da LICC.
‡ Pergunta-se: pode o juiz, diante de determinado fato, na ausência de
norma penal incriminadora, aplicar, ao fato, norma penal incriminadora que
incide sobre outro fato, mesmo que muito semelhante? NÃO!!!!!!!!!!!!!,
diante do preconizado pelo Princípio da Legalidade.(No caso do furto de
uso, há ilícito de ordem penal se ocorrer dano material sobre a coisa, ou
apenas ilícito civil, com a necessidade de reparação do dano, cf. art. 927,
CC).
‡ Analogia pode ser in malam partem(proibida), e in bonam
partem(permitida).
Interpretação Analógica difere da analogia, uma vez que a analogia não há
norma incriminadora, há omissão da lei, enquanto que naquela é a
lei que determina ao intérprete, quando for aplicá-la ao caso
concreto, complementar seu preceito analogicamente(art. 121, § 2°,
CP). Não é determinada apenas nas normas incriminadoras, mas
também nas explicativas(Art. 28,II, CP).
˜˜

   

Eqüidade: Ña eqüidade como recurso hermenêutico de


aplicação do Direito é um procedimento que adapta a
generalidade da norma às peculiaridades dos casos
concretos. Como bem se afirma justiça e eqüidade são
caminhos diferentes para chegar a um único valor: Ña
justiça considera o caso individual do ponto de vista da
norma geral, a eqüidade procura achar a própria lei do
caso individual´(R.Prado).

˜@

   + ;    
O tempo para o Direito Penal é muito importante, em face
da evolução da sociedade, que impõe a necessidade de
incriminar novas condutas, e de descriminar outras.
Vemos tal importância à luz do art. 5°, XL, da CF, e art. 2°
do CP.
Institutos que precisam ser entendidos:
a. Vigência da lei;
b. Abolitio criminis (efeitos da condenação art. 91, CP);
c. Novatio legis incriminadora(in pejus);
d. Novatio legis in mellius (até o trânsito em julgado, o juiz ou
o tribunal, após, o juiz da execução criminal).
˜þ

   + ;    
Princípios solucionadores de conflitos intertemporais de leis penais
comuns: CP, art. 2°, parágrafo único.
Obs. ÑO conflito temporal de normas pressupõe uma seqüência de leis
penais e rege-se pelo princípio constitucional da irretroatividade(art.
5°, XL,CF), com a aplicação da lei vigente no momento da prática
do fato punível ± tempus regit actum ± afirmando-se a anterioridade
da lei penal e a exigência de segurança jurídica´ R.Prado.
a. Ausência de conflito intertemporal de leis penais comuns: vigora o
princípio da atividade da lei penal única;
b. Existência de conflito intertemporal de leis penais comuns: vigora o
princípio da extratividade da lei penal mais benéfica, sob duas
espécies:
b.1 ou o princípio da ultratividade da lei penal anterior mais
benéfica(lex mitior);
b.2 ou o princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica.
˜ã

   + ;    
c. Princípio da ultra-atividade da lei anterior mais benéfica(ou da irretroatividade da
lei posterior mais severa- lex severior):
c.1 A lei anterior ao fato é ultra-ativa qando for mais favorável ao agente que a lei
posterior(nova) que a revogou;
c.2 A lei posterior ao fato, que agravar a situação de seu autor, não lhe será aplicada,
não retroagindo.(art. 5°, XL, CF; arts. 1° e 2° contrario sensu, CP).
d. Princípio da retroatividade da lei posterior mais benéfica(ou da não ultra-atividade
da lei anterior mais severa):
d.1 A lei posterior ao fato, que beneficiar a situação de seu autor, ser-lhe-á aplicável,
retroagindo.
d.2 A lei anterior ao fato não será ultra-ativa quando for menos favorável ao agente
que a lei posterior que a revogou.(art. 5°, XL, CF; Art. 1° CP ± princípio da
legalidade e da reserva legal; ; art. 2° CP, parágrafo único; e art. 2°, caput,
CP-abolitio criminis e art. 107, III, do CP).
Também a lei intermediária ± em vigor depois da prática do fato e revogada antes de seu
julgamento final ± permanece válido o postulado da retroatividade da lex mitio e a da
não-retroatividade da lex gravior.

˜]

   + ;    
Princípios solucionadores dos conflitos inter-temporais de leis excepcionais e
temporárias e de normas complementadoras das leis penais em branco. Tempo
do crime. Art. 3° do CP.
ÑA lei excepcional é aquela que visa atender situações excepcionais, de
anormalidade social ou de emergência(v.g. estado do sítio,
calamidade pública, grave crise econômica), não fixando prazo de
sua vigência, que dizer, tem eficácia enquanto perdurar o fato que a
motivou´.
Ñ...a lei temporária prevê formalmente o período de tempo de sua vigência,
ou seja delimita de antemão o lapso temporal em que estará em
vigor. Exige duas condicionantes: situação transitória de
emergência e termo de vigência´.R.Prado.
Ultratividade da lei velha: as razões encontram-se na Exposição de motivos do
CP: a) evitar que a sanção penal seja frustrada por expediente astucioso no
retardamento dos processos; b) evitar enfraquecimento intimidativo da lei penal;
e,c) evitar que não ocorra alteração do comportamento do criminoso, visto que, à
época da conduta, ele violou o ordenamento jurídico, causando dano à sociedade.
˜V

   + ;    
Leis penais em branco:
Ultra-atividade da lei velha: Ocorrerá quando a lei penal em branco tiver natureza
temporária ou excepcional, e a revogação do complemento não alterar a
criminalidade da conduta(vg. Art. 2°, VI da Lei 1.521/51 ± com alteração da tabela
de preço).
Retroatividade da lei mais benéfica: Ocorrerá quando a lei penal em branco tiver natureza
de lei comum, e não natureza temporária ou excepcional, e a revogação do
complemento alterar a criminalidade da conduta(v.g. art. 269 CP, quando uma
doença deixar de ser considerada contagiosa).
Tempo do Crime ± tempus delicti ± há três possibilidades de determinação:
I. Teoria da atividade ou da ação ± considera-se o delito realizado com a ação ou a
omissão do agente;
II. Teoria do resultado ou do evento ± o momento da prática do crime é aquele em
que ocorreu o efeito; e,
III. Teoria mista ou unitária ± o tempo do delito é considerado tanto o da ação como o
do resultado.
˜†

   + ;    
Da leitura do art. 4°do CP, constata-se que o Brasil adotou a teoria
da atividade ou da ação, sendo o tempo da infração penal tanto o
da ação quanto o da omissão, independente do momento do
resultado, salvo para efeitos de prescrição e decadência(arts. 111 e
103, CP). Temos então:
a. ÑDelito permanente: a conduta se protrai no tempo pela vontade do agente
e o tempo do crime é o da sua duração(v.g. art. 148, CP);
b. Delito habitual ± como o anterior, mas com a caracterização da
habitualidade(prática repetitiva de atos);
c. Delito continuado ± formado por uma pluralidade de atos delitivos, mas
legalmente valorados como um só delito para efeito de sanção(art. 71,
CP);
d. Delito omissivo ± o que importa é o último instante em que o agente ainda
podia realizar a ação obrigada(crime omissivo próprio) ou a ação
adequada para impedir o resultado(crime omissivo impróprio);e,
e. Concurso de pessoas ± o decisivo é o momento de cada uma das
condutas individualmente consideradas´.R. Prado.
@-

   + ;   *
Ler art. 5° do CP.
Ñ...princípio da territorialidade, aplica-se a lei penal aos autores
ou partícipes de crimes ocorridos no território do Estado que
editou a lei penal... para nossa legislação e, consoante o
disposto no art. 5° do CP., é de ser aplicada a lei penal
brasileira aos crimes cometidos no todo ou em parte no
território nacional. Por território nacional em sentido estrito
deve-se compreender o espaço físico em seu aspecto
tridimensional, ou seja o solo, o subsolo e o suprasolo,
compreendendo a superfície e a subsuperfície territorial, o
espaço aéreo correspondente ao solo, as águas interiores(rios,
lagos, etc.), o mar territorial e o espaço aéreo correspondente
ao mar´.

@|

   + ;   *
Ñ á por território nacional em sentido lato, deve-se albergar o
denominado Ñterritório por extensão ou por ficção´, compreendendo
as embarcações e aeronaves brasileiras oficiais onde quer que se
encontrem, as embarcações e aeronaves brasileiras particulares em
alto-mar ou no correspondente espaço aéreo, e as embarcações e
aeronaves estrangeiras particulares que se encontrem em território
brasileiro(em sentido estrito). De observar-se que escapam ao
alcance do espectro de território as embarcações e aeronaves
oficiais estrangeiras que se encontrem em território nacional;
outrossim, será forçoso reconhecer a inviolabilidade dos prédios
das sedes diplomáticas(embaixadas, consulados), havendo ainda
imunidade aos agentes diplomáticos, familiares e empregados da
mesma nacionalidade, tudo consoante dispõe a Convenção de
Viena. Vige aqui, neste caso o princípio da impenetrabilidade da
ordem jurídica estatal...´. Vander Andrade.
@!

   + ;   *
Princípios fundamentais que, por convenção, regem a aplicação do jus puniendi
do Estado, e orientam a solução dos conflitos:
I. ÑPrincípio da territorialidade: aplica-se a lei penal aos fatos puníveis
praticados no território nacional, independente da nacionalidade do
agente, do ofendido ou do bem lesado.
II. Princípio real, de defesa ou da proteção de interesses: aplica-se a lei penal do
Estado titular do bem jurídico lesado ou ameaçado, onde quer que o delito tenha
sido cometido e qualquer que seja a nacionalidade do seu autor. Devem ser
objeto de tutela exclusivamente bens ou interesses estatais, coletivos ou
comunitários e não de ordem individual (v.g. art. 7°, I, CP).
III. Princípio da nacionalidade ou da personalidade: aplica-se a lei penal do
país de origem do agente, onde quer que ele se encontre(v.g. art. 7°, II, b,
CP). Decompõe-se em personalidade ativa e passiva ± caso a lei aplicada
seja da nacionalidade do sujeito ativo ou passivo da infração. Tem
aplicação subsidiária para evitar a impunidade de delitos perpetrados em
país estrangeiro por nacionais de outro estado, porque na maioria dos
países vige a regra da não-extradição de seus cidadãos...diante da
alternativa de punir ou entregar ao Estado legitimado para a punição, o
princípio da personalidade dá preferência à primeira opção.


   + ;   *
IV. Princípio da universalidade ou da justiça mundial: aplica-se a lei nacional a todos
os fatos puníveis, sem levar em conta o lugar do delito, a nacionalidade de seu
autor ou do bem jurídico atingido(v.g. art. 7°, II, a, CP). Constitui-se em um
expoente do ideal de uma justiça penal universal, sob a base do imperativo da
justiça ± eliminação da impunidade -, ainda que o delito tenha sido praticado no
estrangeiro...a competência é operado pelo critério da prevenção;
V. Princípio da representação, da bandeira ou do pavilhão: aplica-se a lei do Estado
em que está registrada a embarcação ou aeronave, ou cuja bandeira ostenta,
quando o delito ocorre no estrangeiro e aí não é julgado(v.g. art. 7°, II, c,
CP)´.M.Prado.
Local do crime: art. 6° do CP.
Princípio da extraterritorialidade: Art.7° do CP
a. Incondicionada: aplica-se a lei brasileira sem nenhuma condicionante(art. 7°, I,
CP), ainda que o agente tenha sido julgado no estrangeiro(art. 7°, § 1°, CP), com
fundamento nos princípios de defesa(art. 7°, I, a, b, e c, CP) e da
universalidade(art. 7°, I, d, CP);
b. Condicionada: aplica-se a lei brasileira quando satisfeitos alguns requisitos(art. 7,
II, a, CP), da personalidade(art. 7°, II, b, CP), ba bandeira(art. 7°, II, c, CP) e da
defesa(art. 7°, §3°, CP).
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   + ;   *
Conceito de território nacional: Art. 5°, CP ± podendo ser real ou efetivo e por
extensão ou flutuante(ficção jurídica).
Como exceção, a lei penal brasileira não será aplicada em algumas hipóteses:
I. Imunidade diplomática: versa sobre a hipóteses em que os
embaixadores e funcionários encontram-se sujeitos à legislação de
seus países de origem; segundo Noronha, Ñas imunidades
diplomáticas não excluem o crime, deferem apenas apenas a outro
pais a sua apreciação´.
II. Imunidade absoluta, material, ou inviolabilidade: refere-se à
inviolabilidade do parlamentar(senador, deputados federal e
estadual, vereador), no exercício do mandato, por suas opiniões,
palavras e votos(art. 53, caput; 27, § 1°; 20, VII, CF);
III. Imunidade relativa ou formal: refere-se ao processo ao processo e
julgamento(art. 53, § 1°, CF). Esta última foi estendida ao deputado
estadual(art. 27, § 1°, CF), mas não ao vereador.
Extradição, deportação e conflito aparente de normas: estudar material
oportunizado(não está no programa).

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