Fromm- Parte I- Seminário: Prof.Dr. Salézio P. Pereira. Saléziop@gmail.com PSICANALISE HUMANISTA; sua tese principal é as emoções do homem não estão enraizadas nas necessidades instintivas, mas sim nas condições especificas da natureza humana, na necessidade de encontrar uma nova relação entre o homem e a natureza. Nestes três livros encontram-se uma perfeita continuidade da elaboração de sua teoria psicanalítica humanista. Livros: Psicanálise da sociedade contemporânea, ética e psicanálise, O medo a liberdade. Fundamentos teóricos da psicanálise humanista de Erich Fromm. • Erich Fromm é um pensador alemão oriundo da escola freudiana, que é considerado um neofreudiano, um dos dissidentes da psicanálise ortodoxo. Sistematizando uma nova compreensão na psicanálise sobre a técnica, teoria, e pesquisa. Uma visão epistemológica do inconsciente dentro de uma abordagem transdisciplinar. • Erich Fromm tinha um sólido conhecimento em psicanálise, psicologia, sociologia, historia, antropologia, política, cultura, biologia. Através destas ciências conseguiu fazer uma nova critica a ciência psicanalítica. E por isto é considerado um dos psicanalistas que mais aprofundou não sendo comparado com nenhum psicanalista na atualidade. Foi chamado também de culturalista. • Freud defendia a tese do • Erich Fromm fez uma poder de atuação da pulsão analise diferente realçando sobre a vida da pessoa, a compreensão da realçou e valorizou os totalidade dos mais aspectos biológicos, diversos aspectos da fisiológicos e físico- existencia. Acrescentou que químicos no organismo a cultura e a sociedade tem humano. Sustentou em sua mais influencia no teoria o valor organismo humano do que preponderante da libido as pulsões instituais. sexual. Sua formação acadêmica. • Erich fromm, realizou sua graduação em sociologia e depois defendeu sua tese em filosofia. Portanto não teve nenhuma relação com a medicina ou psicologia. Participou ativamente do Instituto de Frankfurt, onde realizou pesquisas na área social e cultural utilizando como base o método e a interpretação psicanalítica. Sua principais Obras. • O medo a liberdade. (Estuda o significado da liberdade para o homem de nosso tempo e analisa os fatores dinâmicos existentes em seu carater). • Ética e Psicanálise. ( Onde tenta relacionar a psicanálise é a ética do homem na modernidade.) • Psicanálise e religião: (Analisa os conceitos da religião em comparação com os valores éticos e materiais.) • Psicanálise da Sociedade Contemporânea: (Análise dos principais conceitos epistemológicos da teoria psicanalista). • Sexo e carater ( Análise da influencia cultural sobre o processo de formação da sexualidade). • O mito e complexo de Édipo: (Faz um estudo de todas as teorias na psicanálise e suas diferenças conceptuais.) A teoria de Erich Fromm: A influência do meio social. A crítica de Fromm em relação à teoria Freudiana. • Fromm reconhecia o valor da descoberta de Freud sobre o inconsciente e as forças irracionais que determinam o comportamento e que estes processos são regulados por leis. • Os sonhos e os sintomas possuem uma linguagem e que as irracionalidades da conduta humana e o carater são influencias externas experimentadas principalmente na infância. • Quais os conceitos da teoria Freudiana que Fromm concorda: Fromm admite a importância em relação ao determinismo psíquico, a importância da associação livre, o significado da neurose, a existencia dos mecanismos de defesa, como repressão, projeção, transferência e racionalização. Sua principal critica é relacionada dos conflitos do homem com e a sociedade. • Considerou que seus discípulos tinham uma concepção muito ingênua da sociedade, do que ocorre no meio social. • Suas conclusões quando aplicadas as teorias psicológicas e aos problemas sociais eram elaborações totalmente equivocadas. • Freud estava impregnado pela cultura de sua época histórica que não conseguiu ir além do materialismo mecanicista e do iluminismo positivista. Quais são estas diferenças teóricas. • Freud defende uma dicotomia básica entre o homem e a sociedade, e também de que na essência o homem é mau. • A natureza do homem é anti-social e a sociedade deve reprimir e controlar os seus instintos e “domestica-lo”. E como conseqüência disto ocorreria algo milagroso, a sublimação, ou seja, a transformação dos instintos naturais em tendencias culturais que chegam a constituir a base da cultura humana. • Para Freud o homem que desenhou representava o universal, portanto, as paixões e angustias do homem moderno eram consideradas como forças eternas arraigadas na constituição biológica do ser humano. Em outras palavras as relações do homem com a sociedade universalizou dizendo que todas são idênticas nos sistemas sociais e que o homem buscara sua satisfação nas necessidades biológicas. O que disse Fromm a respeito deste posicionamento de Freud. • O problema básico da psicanálise é o que se refere ao tipo especifico de relação do ser com o mundo e não a satisfação das necessidades instintivas. • Fromm defende que certas necessidades são comuns a todos, como a fome, a sede, o sexo, etc.., as pulsões que contribuem para estabelecer as diferenças de carater entre os homens, como o amor, o odio, o desejo de poder, a submissão, são resultado dos processos sociais. A natureza humana • As inclinações mais belas, assim como as mais repugnantes, não formam parte da natureza humana, fixa e biologicamente dada, mas o resultado do processo social que cria o homem. A sociedade não se limita a cumprir uma função repressora, possue também uma função de criação, muito mais importante. O homem da historia: Adaptação. • O homem é dinâmico, transforma a historia, cria, ao mesmo tempo que ela o transforma. • Para entender a dinâmica do processo social temos que entender a dinâmica dos processos inconscientes da mente que atuam na pessoa, observando-o nas relações que estabelece com a sua cultura. A análise do conceito de adaptação • Existe uma adaptação estática e uma dinâmica. A primeira adaptação a normas que não alteram a estrutura do carater e implica, só, a inclusão de um novo habito. • A adaptação dinâmica, é a que transforma intimamente a psicologia do ser. • Nesta dinâmica o ser ao mesmo tempo que ele se adapta, algo se transforma nele. Pode desenvolver uma grande hostilidade reprimida, podendo atuar como uma força no carater. • Uma neurose é um tipo de adaptação dinâmica. A satisfação dos instintos não é o problema básico do homem. • Fromm diz que a satisfação da pulsão sexual libidinal não é o problema básico do homem , quando nega toda a teoria que interprete a historia como o resultado das forças psicológicas que em si mesmas não estão condicionadas e toda teoria que desaprecie o fator humano como um dos elementos dinâmicos do processo social. • O instinto provem de uma necessidade biologicamente determinada, como por exemplo, a fome, o desejo sexual, mas temos de considerar que as formas de expressão de tais necessidades, variam de acordo as sociedades nas mais diferentes sociedades do mundo e nas épocas históricas, e são antagônicas porque constituem-se por determinação das varias culturas que influenciam no comportamento. • Para Erich Fromm o homem é o animal que menos tem o comportamento predeterminado e que sua adaptação não se deve tanto ao instinto, mas sim a aprendizagem e a adaptação cultural; filogeneticamente se diz que o homem surgiu de um processo de adaptação instintiva, quase imutável, de seus antepassados do mundo animal. Recorreu uma longo caminho, sem adquire para isto, normas hereditárias de atividades especificas. Isto exige que cada pessoa aprenda a viver. Nasce e se encontra em dependência absoluta dos outros. Tudo deve aprender. Como não herda uma norma fixa de atividade, deve aprender a atuar, e como existem diversas possibilidades de ação, tem de aprender a pensar. Assim chega a um grau de consciência que o torna diferente do resto da natureza e de um grupo. Conhece o seu grau de poder frente ao universo e adquire consciência de que a morte e seu destino final. • Isto significa que para Fromm o INSTINTO diminui nos animais superiores, especialmente no homem. A adaptação a natureza se baseia, para ele, essencialmente, no processo de aprender dentro de uma cultura e não com o instinto. As dicotomias • O ser humano é o ser que menos predeterminação existe em seu comportamento. • Fromm diz que o homem não é uma parte fixa da natureza como se fosse um animal e não pode regular-se instintivamente nos processos de adaptação ao mundo externo. O animal se adapta ou morre, mas se adapta as transformações esta mudando a si mesmo, autoplasticamente, mas não com as condições ambientais. Desde modo vive harmonicamente. O homem nasce em condições que o distinguem do animal; sua consciência o leva a ver a si mesmo como uma entidade separada dos demais, recorda o passado, almeja um futuro, cria objetivos e ações mediante os símbolos, concebe o mundo; etc. Se converteu numa anomalia da natureza; é parte dela e esta só, esta submetido as suas leis e, sem duvida, transcende ao resto da mesma; esta separado e ao mesmo tempo é uma parte, comete erros e esta preso ao ambiente de convivência social que os outros membros, tem consciência de si, se da conta de sua impotência e de suas limitações e almeja seu próprio fim: a morte. Todas ESTAS DICOTOMIAS FORAM CHAMADAS POR ERICH FROMM DE “EXISTENCIAIS”. O HOMEM E SUA EXISTÊNCIA • O Homem nunca esta livre de sua dicotomia existencial, não pode livrar- se de sua mente, mesmo que seja seu desejo; não pode liberar-se de seu corpo enquanto vive nele e é ele que o permite viver. A dicotomia existencial fundamental é da vida e da morte. A razão, bendição e maldição do homem. • A razão a sua vez pode ser a sua bendição como também pode tornar-se a sua maldição, a sua reflexão esta em busca de resolver este problema insuperável desta dicotomia. A existência humana e, neste sentido diferente dos demais seres, se encontra em um estado de permanente desequilibrio. A dicotomia existêncial • Estas dicotomias existenciais significam uma situação insuportável, por isto, o homem deve lutar para tornar tolerável essas condições atormentadoras. O dinamismo de sua historia é intrínseca a sua existência da razão, estas exigências forçam o homem a utilizar a sua razão e desenvolver um mundo próprio como se fosse a sua própria casa, relacionando-se consigo mesmo e com seus semelhantes. Não existe no homem nenhum impulso inato; é a sua condição inerente a sua existência o que faz com siga adiante. As dicotomias históricas • É parte constituinte da natureza humana, estas dicotomias históricas, as quais são produto do homem e susceptíveis de ser resolvidas ou seja quando se apresentam em épocas posterior. Uma dicotomia histórica, por exemplo, é a contradição contemporânea entre a abundancia dos meios técnicos para a satisfação material e a incapacidade de emprega-los, para a paz e bem-estar dos povos. Dicotomia histórica e existencial
• Um dos fatores desta contradição era a abundancia
dos meios técnicos para a satisfação material e a incapacidade de empregar, exclusivamente, para a paz e bem estar dos povos. • Existe a confusão de outorgar condições a natureza, que correspondem a existência e a historia da humanidade. • Existem pessoas mal intencionadas que desejam perpetuar-se mesmo diante das contradições históricas, afirmando que são existenciais, por isto são inalteráveis. Condições existenciais • Tratam de convencer o homem de que não se pode ser, não deve ser, e que deve conformar-se com o seu trágico destino. • Muitas pessoas adormecem atrás de alguma ideologia que diminui o seu medo da morte, e mesmo assim consciente ou inconscientemente, permanecem insatisfeitas. Adaptação e sistema econômico • Para atender as necessidades básicas da natureza, o homem deve produzir e trabalhar. • Todo homem nasce num determinado sistema econômico, por isto seu modo de vida vai ser influenciado pelo sistema social econômico, que pode influenciar na formação da sua estrutura de carater, por necessidade de sobreviver o ser humano sente-se obrigado a aceitar as condições nas quais deve viver. Impossibilidade de suportar a solidão • Existe a necessidade produzida pelo desejo de relacionar- se consigo mesmo, com o outro e com a sociedade. • Se alguém vive sozinho pode sofrer sérios distúrbios mentais, esta relação com o outro preenche a carência de afeto e amor. • Um homem pode estar fisicamente só, isolado, durante anos, mas pode sentir-se relacionado com as idéias, valores, normas, regras sociais e com os outros. • Por outra parte pode viver em comunidade e sentir-se totalmente isolado, e o problema se agravar pode desencadear um processo esquizofrênico. • Cada ser humano experimenta como a criança o medo da solidão. A possibilidade de ser abandonado é a ameaça mais séria que sente a criança. • Todo ser humano quer pertencer a uma associação, um clube, um grupo de amigos, e talvez a alguém. • Na velhice sente-se separado dos demais, aparece o vulto da morte, pequeno, vulnerável, e insignificante. Se consegue pertencer a um grupo de pessoas pode voltar a sentir-se, útil, seguro, compreendido, valorizado, e com isto busca suas energias para poder voltar a viver. Individualidade, Liberdade, solidão e submissão. • Cada ser humano possue um significado em relação a “liberdade”, um grau de consciência de sentir-se separado, independente da natureza e dos demais homens, quando marcou o inicio da historia humana, sem duvida esta autoconsciência segue sendo muito perturbadora durante os longos períodos da historia. O processo de Individuação • Este é o processo da pessoa que consegue desligar-se dos vínculos simbioticos, ou de incestos, este é um processo do qual todos temos que fazer uma passagem. • Ao nascer estamos ligados pelo cordão umbilical de sua mãe, a criança continua unida a ela indiretamente e psiquicamente. • A pessoa necessita de liberdade na medida em que não consegue separar-se psiquicamente destes laços que o prendem ao mundo externo, porque estes laços significam por outra parte, segurança, o sentimento de pertencer a alguém e de estar presente no meio de um grupo de pessoas. Vínculos primários • Um exemplo disso é quando uma criança esta unida a sua mãe, uma pessoa esta ligada a sua comunidade. • A saúde emocional tem haver com este processo de libertação da sua individualidade e dos vínculos primários, uma vez conseguido este objetivo tem de buscar sua própria segurança, através de sua individualidade. • Na medida que busca esta liberdade e individuação, as vezes se sente só, e ao mesmo tempo sabe que tem uma familia, amigos, etc. Quando a pessoa faz a experiência deste sentimento de solidão cria uma profunda angustia. • Então existe dois caminhos: Se unir ao mundo mediante o trabalho construtivo o amor, ou buscar formas de segurança que possam prejudicar contra a sua liberdade e de sua integridade do seu eu individual. • Se pode relacionar-se com o mundo, produtivamente, atuando e compreendendo. O homem produz objetos e neste processo de criação exercita seus poderes sobre a matéria. O homem compreende o mundo, mental e emocional, através da razão e do amor. (Ética e psicanálise Pág. 103) Fundamentos teóricos da Psicanálise Humanista de Erich Fromm- Parte II- Seminário: Prof.Dr. Salézio P. Pereira. Mecanismos de fuga • Quando a pessoa esta tomada por uma insuportável solidão e impotência, envolvido pelas condições do mundo social e familiar, pode empregar mecanismos psíquicos mediante os quais tenta escapar a estes sentimentos. A pessoa pode usar destas fugas através da cultura e da solidão. • O autoritarismo (sado-masoquista). • Este comportamento é o resultado a uma tendência a submissão e a dominação, que, por outra, que existe tanto nos neuróticos como nos ditos normais. • Este conceito esta baseado na noção de perversão e neuroses. O masoquista • Quando predomina no sujeito os impulsos masoquistas, estas atitudes de fuga, consiste em abandonar a independência do eu pessoal para fundir-se com alguém exterior a si mesmo, a fim de adquirir a força do ele necessita. E uma busca de vínculos substitutivos dos primários. • O comportamento masoquistas tem sua origem nos sentimentos de inferioridade e de impotência individual. As suas queixas sinalam inconscientemente o desejo de sentir-se inferior. • O masoquista tende a diminuir-se, recusa- se a a crescer e ser alguém. Com freqüência são incapazes de experimentar o sentimento “EU SOU”, “EU QUERO”. Em alguns casos chegam a castigar-se e a punir-se num auto-fragelo social. • As vezes produzem acidentes que não poderiam ter ocorrido, mas o desejo inconsciente de punição produz o prejuízo. • Tem o desejo de sentir-se dominado por alguém, sentir-se ligado a alguém através do sofrimento, é uma forma disfarçada de fugir da solidão. • Existem pessoas que não quer exercer sua liberdade, sente-se muito sozinho, geralmente querem submeter-se a um líder, e um sistema, ideologia que eles consideram importante. A inversão • A racionalização dos masoquistas para justificar seus desejos de submissão dizem que vivem o amor e a lealdade. • O masoquista que se submete a um poder exterior, a um poder incorporado ao seu “EU” (Compulsão psíquica) a necessidade de fugir das suas responsabilidades e das duvidas que acompanham toda decisão. O sadismo • Busca a dominação sobre outras pessoas. • A)Um desejo a submeter os demais exigindo submissão. • B)Uma tendência a explorar os outros, e incorporar a sua pessoa tudo aquilo que conseguiu dos outros. • C)Um desejo de fazer sofrer psíquica e fisicamente aos demais. As características do sádico • Tem o desejo de impor maus tratos aos demais sem conseguir alcançar o domínio de uma pessoa, de constituir-se em seu dono, em seu deus. Quando causa dor, não buscam a dor em si, sem uma prova de que alguém pertence a eles, tudo para não sentir-se sós. • Precisa dominar alguém, seu desejo de poder esta atrelado a sua força, quando na verdade e sua debilidade. Substitui porque não tem a força vital genuína de conquistar alguém através do amor. A simbiose • Tanto o masoquismo e o sadismo é uma tentativa do ser humano para poder suportar a solidão e a falta de amor e afeto. • A simbiose destrutiva não possibilita a saúde emocional, existe um processo de desintegração da personalidade e despersonalização. • Ambos perdem a integridade do seu próprio “eu”, não existem autonomia e sim dependência. O Auxiliar mágico • Muitos acreditam que a vida consiste na sustentação de um “poder exterior”. • Estas pessoas necessitam ser cuidadas, proteção, indiretamente buscam a alguém que resolvam seus problemas. • Esta atitude aparece durante o tratamento psicanalítico principalmente quando o paciente não quer assumir-se, responsabilizar-se e resolver as suas questões pessoais, deslocam este desejo para uma figura divina ou autoridade constituída. A destruição • A destruição é um comportamento de fuga que busca a eliminar determinar pessoas por projeção. • A pessoa destrutiva trata de superar seus sentimentos de inferioridade compensando na competência, utilizando coisas e pessoas. • Destruir não soluciona sua solidão, mas acredita em conseguir um esplendido distanciamento na busca obsessiva do poder. • Quando o impulso vital é frustrado, aumenta o desejo de destruição, quanto mais a pessoa é realizada na vida, diminui o desejo de destruir. Este é o produto de uma vida não vivida. O conformismo automático • Esta fuga da solidão, consiste numa obediencia cega as normas da sua cultura. • Em outras palavras a pessoa deixa de ser ela mesma, assume um tipo de personalidade que é obediente as regras culturais e se transforma num ser exatamente igual a todos os outros, e consegue agradar e preencher as expectativas daquilo que os outros esperam dele. Assim não existe conflito, não tem medo, não tem solidão, mas o preço que paga pela é muito alto, com a perda da sua personalidade. • Fromm discorda e diz que não somos livres nem para pensar, sentir e produzir. Afirma que todas as pessoas que produzem, sentem e pensam não de acordo com suas próprias idéias mais através dos acordos e normas culturais, quer dizer não somos livres de absolutamente nada, e se queremos ser livres, se queremos impor nosso individualismo, ficamos sozinhos e para solucionar este impasse optam pelo conformismo automático. A personalidade: temperamento e carater. • Fromm define o carater “ como uma forma especifica impressa pela natureza humana atraves do processo de adaptação dinamica das necessidades dos homens e seus modos de existencia são unicos de uma sociedade determinada. Em 1948, diz que o “carater é uma forma relativa permanente em que a energia humana é canalizada nos processos de assimilação e socialização.” (Ética- Pág.60.62) Adaptação, Assimilação, socialização. • Em 1941 Fromm definiu o carater “ como a forma especifica impressa na natureza humana pela adaptação dinâmica das necessidades dos homens aos modos de existência peculiares de uma sociedade determinada”. (O medo da liberdade, pág. 512) Fromm: Ética e Psicanálise, pág. 68 • Que o carater é a forma relativamente permanente em que a energia humana é canalizada nos processos de assimilação e socialização. Adaptação, Assimilação e socialização • Recordamos que Fromm disse no livro o “medo a liberdade” onde defende que os instintos contribuem para estabelecer as diferenças de carater entre os homens, que são o resultado de um processo social e da natureza humana. Comvem afirmar que o carater deve ser considerado com estes processos e não com a libido como defendia Freud. “As inclinações mais belas, assim como as que repugnamos são do resultado social”- (Fromm. O medo a liberdade. Pág. 36) • Todo homem nasce num cenário que não escolheu e deve, pois, trabalhar nas determinadas formas que impõe o sistema social econômico no qual cresceu. Assim, o modo de vida é predeterminado pela sociedade correspondente, pelas peculariedades de um sistema social econômico e chega a ser um fator principal da sua estrutura de carater, devido a necessidade de autoconservação obriga o individuo a adaptar-se (Aceitar) as condições nas quais tem de viver.(O medo a liberdade. Pág.43) As formas de adaptação que Fromm defendeu. • AUTORITARISMO (Sadismo e Masoquismo), • A destrutividade • A conformidade automatizada • O Amor. Em 1948 escreve o seguinte:O homem se relaciona com o mundo. • (Assimilação)-Adquirindo e assimilando objetos. • (Socialização)-Relacionando com outras pessoas e consigo mesmo. • O homem pode adquirir coisas recebendo de uma fonte exterior ou produzido pelo seu próprio esforço. Mas deve adiquirir de alguma maneira e assimilar de alguma maneira para satisfazer suas necessidades. Do mesmo modo como já falamos deve viver junto aos demais e não de forma isolada. Deve associar-se com outros para sua defesa, o trabalho, a satisfação sexual, etc. Mas não só necessita relacionar-se com os outros, deve ser parte de um deles, parte do grupo, porque a solidão é intolerável. • O homem pode relacionar-se de diversas maneiras: pode amar ou odiar, pode competir ou cooperar, pode edificar um sistema social baseado na igualdade ou na autoridade, na liberdade ou na opressão, mas deve estar relacionado de alguma maneira e de forma particular naquilo que realiza, isto é a expressão de seu carater. “Estas orientações com as quais uma pessoa se relaciona com o mundo constituem a medula de seu carater”. (Ética e Psicanálise. Pág. 66 e 67) Formas do processo de Assimilação • A receptiva, a exploração, a gananciosa, a mercantil e a produtiva. • Assim, por exemplo, o carater receptivo esta relacionado com o masoquista. O carater explorador com o sádico, o acumulativo com o destrutivo, o mercantil com o conformista e o produtivo com o amor. Carater social e carater individual • O carater social é o carater que exibe um grupo social, quer dizer, o conjunto de estruturas comuns a todos os homens de um grupo. O carater individual é o constituído, através das características do carater do grupo, pelas particularidades que diferenciam uma pessoa de outra. • O carater social compreende, pois, uma seleção de traços, a saber: “O núcleo essencial da estrutura do carater da maioria de um grupo, que se desenrola como resultado das experiências básicas e dos modos de vida comum do mesmo grupo.” (O medo a liberdade Pág.296 e 297) • O que se expõe é facilmente compreensível quando se admite que o carater da criança é desenvolvido na interação familiar, especialmente na relação com os Pais. A família é o lugar da “agencia psíquica” da sociedade, que ajuda a criança a adaptar-se a sociedade. A criança, nesta aprendizagem, adquire aquele carater que o faz desejar fazer o que deve fazer e cujo núcleo divide com a maioria dos membros da mesma classe social.(Ética e psicanálise. Pág. 69) Classificação caraterológica • Como já percebemos o carater estão relacionados com a forma que a pessoa se adapta ao mundo. De acordo com os processos de socialização e assimilação, fromm menciona dez orientações de adaptação com seus correspondentes tipos de carater. O carater receptivo • A pessoa com esta orientação sente que ela é a fonte de todo bem, se encontra direcionado para o mundo exterior, e que sua única maneira de conseguir seus objetivos materiais, afetivos, intelectuais, etc., e recendo o esperado de alguma dita fonte externa.(Ética e psicanálise. Pág. 72 a 74) • O amor deseja ser amado; não ama. É tão importante o ser amado que “se perde” por qualquer pessoa que demonstre amor, independente se esta pessoa tenha algum valor ou não. • Em relação ao aspecto intelectual, ele sente capacitado para prestar atenção e seguir conselhos, mas não produz idéias, não por uma carência de inteligência mas sim porque acaba esperando que tudo venha do externo. • Nas relações pessoais pede conselho inclusive em relação a pessoa da qual tem que tomar alguma decisão. • Se é religioso espera tudo de Deus( no sentido de que ele não faz nada) e se isto não acontece, busca um auxiliar mágico. • É uma pessoa com lealdade baseada na gratidão e no seu medo de perder “ a fonte que alimenta”. • Tem muita dificuldade de dizer “não” e como sempre diz “sim” se encontra sempre em promessas conflitivas. • É receptivo e otimista, cordial, confia na vida. Tem grande apreço pela comida e a bebida nas compensa sua ansiedade e depressão. • Fisicamente a boca é muito expressiva. Os lábios tendem a permanecer abertos como numa espera constante. O rosto tem um traço insinuante e redondo. • As pessoas de carater receptivo encontram-se frequentemente nas sociedades onde o direito de um grupo a explorar aos outros já esta bem estabelecido. Como o grupo explorado não pode mudar a situação, tende a considerar seus governantes como seus provedores. O carater explorador • A pessoa de carater explorador, como no caso o receptivo, sente que a fonte de todo bem se encontra no exterior, mas estas pessoas não esperam receber as conquistas como uma davida, mais apropriando-se do que deseja mediante a violência, astúcia, manipulação, sedução, mentira. Utiliza e explora qualquer coisa ou pessoa das quais pode tirar algum proveito. • No amor, rouba e sacaneia. Sente atração somente por pessoas que podem lhe dar afeto. Devido a sua necessidade de explorar os outros pessoas, “ama” a quem são suscetíveis de manipulação e exploração e se “cansa” das pessoas que já retirou todo o suco. O Cleptomaníaco é um exemplo desta categoria de pessoas, porque ele só consegue gozar com aquilo com que ele rouba, e adquiri dinheiro para comprar objetos roubados. No aspecto intelectual, não produz nenhum tipo de idéia, mas sim se apropria e faz plagio dos demais. É uma pessoa desconfiada, perspicaz, cínico, invejoso e ciumento. A sua boca tem uma atitude de morder é um símbolo do impulso que alimenta o carater. Suas feições são agudas e agressivas. (Ética e Psicanálise. Pág. 72 e 73) • Sua orientação exploradora, com seu lema “pego o que necessito”, se remonta a nossos antepassados feudais e se estende aos aventureiros do século XIX. Em nossa era ressurge nos sistemas políticos e sociais que exploram os recursos naturais e humanos, não de seu pais, mas sim de paises debilitados em sua auto estima, que são fáceis de invadir e explorar..... O caráter acumulativo e ganancioso • A pessoa que tem esta orientação tem pouca fé no que poderá obter no exterior, sua segurança se baseia na acumulação e nas suas economias, porque tipo de gasto de interpreta como uma ameaça. A pessoa de carater acumulativo se protege atras de um muro bastante fortificado e não sai desta fortificação de forma nenhuma, somente em carater excepcional. Sua ganancia é em relação a objetos materiais, sentimentos e pensamentos. • O amor é para ele uma possessão. Demonstra uma especial lealdade as pessoas e as recordações. Pensa sempre que o “passado foi o melhor”. Intelectualmente, pode saber de tudo, mas é estéril e improdutivo. É egoista em seus conhecimentos. É bastante organizado e tem uma maneira metódica de controlar suas emoções, é uma defesa contra qualquer tipo de novidade do mundo exterior. Seus lábios são firmementes apertados e suas feições angulares, todo seu rosto é uma espécie de muro protetor entre ele e o mundo exterior.