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SISTEMA ESTÁTICO DE

NORMAS AS GRANDES
DICOTOMIAS
FERRAZ JR, Tercio Sampaio. Introdução ao
Estudo do Direito
AS GRANDES DICOTOMIAS
• As grandes dicotomias do direito “permitem uma
sistematização, no sentido dogmático, isto é, do
direito analiticamente concebido como conjunto
de normas. Trata-se, para usar uma terminologia
de Kelsen, de uma sistematização estática” (que
leva em conta na organização das normas, sua
estrutura e matéria normada).
• O caráter estático do sistema significa que se
prescinde do processo contínuo de formação,
atuação e desaparecimento das normas, o qual
caracteriza uma dinâmica. O sistema estático
concebe o conjunto normativo como um dado,
abstração feita de seu câmbio permanente.
• Dicotomias que permitem uma sistematização,
no sentido dogmático (aquilo que deve ser visto
como dogma, algo indiscutível de uma doutrina
ou sistema).
DICOTOMIA – DIREITO PÚBLICO E
DIREITO PRIVADO
• Dicotomia peculiar dos sistemas romano-germânicos -
surgimento intimamente ligado ao Direito romano que foi
renascido (no período da Renascença) no direito germânico.

• Autores justificam essa dicotomia como uma divisão


metodológica que tem por objetivo ser usada como
organização das normas, ou seja, “um quadro estático e de
caráter técnico, que orienta os estudiosos no uso das
normas e instituições jurídicas.

• Origem: Dicotomia peculiar dos sistemas romano-


germânicos. Surgimento da proposta dessa divisão: Direito
romano (de um texto de Ulpiano, jurisconsulto romano, no
livro Digesto, do Corpus iuris civilis): “publicum jus est quod
ad statum rei Romanae spectat, privatum quod ad
singulorum utilitatem” (O direito público diz respeito ao
estado da coisa romana, o privado à utilidade dos
particulares)
• Idade Moderna - 
• Agir político: Atividade produtora de bens de uso (paz,
segurança, bem-estar, equilíbrio etc).
Sociedade: Garante a homogeneidade da esfera
pública.
Indivíduo: Garante a homogeneidade da esfera
privada (mas é também social).

• Surgimento do Estado (ente abstrato, organismo


burocrático, soberano).

• Direito público: Regido pelos interesses do Estado


(administração, imposição de tributos, penas)
• Direito privado: Interesse dos indivíduos (suas
relações civis e comerciais cuja base é a propriedade
da riqueza).
• Dicotomia do Direito em público e privado não é
apenas um critério classificatório de ordenação
dos critérios de distinção dos tipos normativos.
• Interesse dessa classificação/dicotomia: Permite
uma sistematização – estabelecimento de
princípios teóricos, básicos para operar as normas
de um e outro grupo, ou seja, princípios diretores
do trato com as normas, com suas consequências,
com as instituições a que elas se referem, os
elementos congregados em sua estrutura. Esses
princípios decorrem do modo como a dogmática
concebe direito público e direito privado.
ex: Princípio máximo do direito público – Princípio
da soberania.
 Ramos dogmáticos: Finalidade prática: Reconhecer a hipótese
normativa dentro de um quadro teórico definido. É necessário
dizer se os comportamentos normados são de direito público ou
direito privado, de direito administrativo ou direito comercial.
Essa necessidade decorre do domínio teórico da matéria,
exigido para seu tratamento coerente e coeso, pois sem isso
aos critérios de decidibilidade, faltariam certeza e segurança.
 Nunca existiu um critério de rigor técnico e satisfatório capaz
de designar claramente a distinção, pretendida pela dogmática
jurídica, entre Direito Público e Direito Privado. O interessante
neste assunto é que não se vislumbrava a linha divisória ao
nível de realidade jurídica concreta, ao nível de aplicação real
efetiva do Direito; tampouco se conseguia fazê-lo ao nível
teórico e abstrato. Toda tentativa revelava-se frustrada.
 Tentativa da maioria da doutrina – Tem por critério os sujeitos
envolvidos e a qualidade destes quando estão na relação
jurídica; e o conteúdo normativo e o interesse jurídico a ele
relacionado.
 No atual estágio de desenvolvimento do direito positivo –
tendência à publicização dos atos dos particulares; cada vez
mais o Estado intervém na órbita privada, não só para garantir
os direitos ali estabelecidos mas para impor normas de
conduta, anular pactos e contratos, rever cláusulas contratuais
etc. Há, de fato, uma nova concepção social do Direito.
• Ramos do Direito Público interno: Direito
Constitucional, Direito Administrativo, Direito
Tributário, Direito Processual, Direito Penal, Direito
Eleitoral, Direito Militar.
• Ramos do Direito Público externo: Direito
Internacional Público
• Ramos do Direito Privado: Direito Civil, Direito
Empresarial ou Comercial.
• Ramos do Direito Difuso (interno): Direito do
Trabalho, Direito Previdênciário, Direito
econômico, Direito do Consumidor, Direito
Ambiental.
• Ramo do Direito difuso (externo): Direito
Internacional Privado.
DICOTOMIA – DIREITO OBJETIVO E
DIREITO SUBJETIVO
• Dicotomia que pretende realçar que o direito é um
fenômeno objetivo, que não pertence a ninguém
socialmente, que é um dado cultural, composto por
normas, instituições, mas é também um fenômeno
subjetivo, porque faz dos sujeitos titulares de poderes,
obrigações, faculdades, estabelecendo entre eles
relações. Ex: Direitos das sucessões (algo
objetivo)/Direito à sucessão de um herdeiro (algo que lhe
pertence).
• Origem: Era Moderna – Contribuição de uma nova
concepção de liberdade – o homem é livre à medida que
pode expandir o que quer. Noção crucial para o
capitalismo – liberdade de mercado. Com base no livre-
arbítrio, na liberdade como não-impedimento, constroí-se
um conceito positivo de liberdade = liberdade como
autonomia, capacidade de dar-se as normas de seu
comportamento que, em termos políticos, será a
liberdade de autogovernar-se – liberdade do contrato
social. Servirá à defesa da propriedade privada
identificada como a riqueza, à defesa da economia de
mercado livre e à concepção de Estado como um
grardião (ameaçador) das liberdades fundamentais
 Direito objetivo: Norma jurídica em si, enquanto
comando que pretende um comportamento. É
aquele objetivado, independentemente do
momento de seu uso e exercício.
 Complexo de normas disciplinadoras da conduta.
O direito estabelecido em abstrato. Apresenta um
aspecto social, fixado, imóvel.
 O direito objetivo revela e faz nascer o direito e o
dever subjetivos, e estes só têm sua razão de ser
naqueles, isto é, devem-lhe a existência (NUNES,
2007, p. 137)
 “É o conjunto em si, das normas jurídicas escritas
e não escritas, independentemente do momento
do seu exercício e aplicação concreta. Por isso, o
direito objetivo acaba sendo confundido com o
direito positivo” (NUNES, 2007, p. 134).
 Direito subjetivo: A prerrogativa colocada pelo
direito objetivo à disposição do sujeito de direito.
 É tanto o efetivo exercício do direito objetivo
quanto a potencialidade do exercício desse
mesmo direito (NUNES, 2007, p. 135).
 É a manifestação individual da norma, quando o
direito já foi concretizado. É o facultas agendi.
 As fontes de direito subjetivo (ou das relações
jurídicas) são quando estas se apresentam como
fatos jurídicos produzidos efeitos de aquisição,
modificação ou extinção de direitos de uns e
deveres de outros. São qualificadoras de fatos
jurídicos.
 Ex: O direito objetivado como Lei do Inqulinato,
que regula o despejo do inquilino por falta de
pagamento, faz nascer para o proprietário-
locador o direito subjetivo de pleitear o despejo
do inquilino. o locador não tem a obrigação de
ingressar com ação de despejo contra o inquilino.
Pode ou não ingressar. É o direito subjetivo seu, e
DICOTOMIA – DIREITO POSITIVO E
DIREITO NATUARAL
 Origem: Influência a partir do séc. XVIII.
 Direito Positivo = No período do
racionalismo jurídico concebeu-se o saber
jurídico como uma sistematização completa
do direito a partir de bases racionais
(fundamentados em princípios da razão).
Soma do direito objetivo com o direito e
dever subjetivos. Ou seja, pode ser separado
em dois elementos direito objetivo e o direito
e dever subjetivos.
 Direito Natural = Conjunto de direitos e
deveres que se aplicavam às relações entre
os seres humanos de forma análoga à que
ocorre com o direito posto. Duplicação do
sistema jurídico.
 Dicotomia que sofre um declínio,
acompanhando o declínio do Direito Natural.
Dicotomia como instrumento operacional –
técnica para descrição e classificação de
situações jurídicas normativamente
decidíveis perdeu força).
 Importância mantem-se nas discussões sobre
política-administrativa, na defesa dos direitos
fundamentais do homem, como meio de
argumentação contra a ingerência
avassaladora do Estado na vida privada e
como freio às diferentes formas de
totalitarismo.

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