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Violência contra a

Pessoa Idosa:
Os desafios da
Intervenção
Profissional
Cleilson Teobaldo dos Reis
Psicólogo – CRP 996
A
A violência a pessoa idosa pode ser
definida como ações ou omissões
cometidas uma vez ou muitas vezes,
prejudicando a integridade física e
emocional das pessoas desse grupo
etário e impedindo o desempenho de seu
papel social. A violência acontece como
uma quebra de expectativa positiva dos
idosos em relação às pessoas e
instituições que os cercam (filhos,
cônjuge, parentes, cuidadores e
sociedade em geral).
Minayo, MC
SITUAÇÃO DRAMÁTICA
Sabe-se muito pouco sobre a violência
contra idosos no Brasil. É muito difícil
penetrar no silêncio das instituições, das
famílias e dos próprios idosos.Em defesa do
agressor o idoso cala, omite e justifica
tentando atenuar os agravos da violência
com o argumento de que já está velho
mesmo.

Estudos nas delegacias dos idosos


observam que as demanda não se traduzem
em BO e muito menos em inquérito policial.
SITUAÇÃO DRAMÁTICA
 Assim como as mulheres, os idosos
possuem laços afetivos com os
indivíduos e na maior parte das vezes
recorrem a delegacia com
intermediação do conflito, sem
intenção dar continuidade ao
processo.

Situação dramática: somente a


morte, sua ou o do agressor, liberta
alguns idosos da violência sofrida.
PESQUISA SESC/FUNDAÇÃO PERSEU ABRAMO

“IDOSOS NO BRASIL; VIVÊNCIAS, DESAFIOS E EXPECTATIVAS


NA TERCEIRA IDADE

 A violência, desrespeito ou maltrato é algo presente na


vida dos idosos, muito embora, espontaneamente, só 15%
relatem alguma ocorrência. Entre os homens há maior
percepção de violência (18% contra 13% entre as
mulheres).

 Os relatos variam de violência urbana como assaltos e


estupros, cometidos por desconhecidos, à violência
doméstica física, como espancamentos e atentados contra
a vida, ou psíquica, como humilhações sistemáticas,
cometidos por familiares, passando pela violência
institucional de desrespeito aos direitos dos idosos,
cometida por agentes públicos em hospitais, mercados e
principalmente no transporte público.
PES QU ISA SES C/FU ND AÇÃO PER SEU AB RAM O

“ID OS OS NO BRASIL ; VIV ÊN CIA S, D ESA FIOS E


EX PE CT ATIV AS NA TE RC EIR A ID ADE

 35% dos idosos já sofreram


algum tipo de violência. Este
índice é maior entre os
homens(40% contra 30% entre
as mulheres) e sobretudo entre
os mais velhos (52% entre os
homens com 80 anos ou mais).
Membro da família da vítima PE RFIL DO
Filhos e filhas (Filho muito
mais que filhas; solteiros mais
AGR ES SOR
do que casados e filhos com
menos de 49 anos)

Vivem no mesmo espaço

Isolamento social dos


familiares e idosos

Histórico de violência
familiar .

A maioria dos estudos


mostra forte associação entre
maus tratos contra idosos e
dependência química,
sobretudo de álcool.
Por que o idoso não denuncia a
violência da qual é vítima?
 Receio de sofrer nova violência como resultado
da impunidade
 Medo de ser abandonado pela família
 Por sua condição de velho, dependente e
supostamente inválido, acredita ser merecedor
do tratamento cruel – legitima e naturaliza a
violência
 Sentimento de preservação da família, sem
expor o familiar agressor, em geral um filho e
por vergonha
 Atribui a si próprio a culpa pelo que considera
“falha” na educação e criação dos filhos
 Descrença nas instituições e nos profissionais
TIPOLOGIA
DA
VIOLÊNC IA
Classificação e conceituação adotada e
padronizada em diversos documentos nacionais e
internacionais, dentre eles, o Plano de Ação para
o Enfrentamento da Violência contra a Pessoa
Idosa, de 2005.
1. Abuso físico, maus tratos físicos ou violência física

Uso da força física para compelir os idosos a fazerem o que não desejam, para
feri-los, provocar-lhes dor, incapacidade ou morte.

1. Abuso psicológico, violência psicológica ou maus tratos psicológicos

Agressões verbais ou gestuais com o objetivo de aterrorizar os idosos, humilhá-


los, restingir sua liberdade ou isolá-los do convívio social.

1. Abuso Sexual, violência sexual

Ato ou jogo sexual de caráter homo ou hetero-relacional, utilizando pessoas


idosas. Visam obter excitação, relação sexual ou práticas eróticas por meio
de aliciamento, violência física ou ameaças.
Não somente as mulheres jovens são violentadas. Mulheres de todas as fixas
etárias são vítimas de violência sexual.
1. Abandono

Forma de violência que se manifesta pela ausência ou deserção dos


responsáveis governamentais, institucionais ou familiares de
prestarem socorro a uma pessoa idosa que necessite de proteção.

1. Negligência

Recusa ou omissão de cuidados devidos e necessários aos idosos,


por parte dos responsáveis familiares ou institucionais. A
negligência é uma das formas de violência contra idosos mais
presentes no país. Ela se manifesta, frequentemente, associada a
outros abusos que geram lesões e traumas físicos, emocionais e
sociais, em particular, para as que se encontram em situação de
múltipla dependência ou incapacidade.
1. Abuso financeiro e econômico

Exploração imprópria ou ilegal dos idosos ou uso não consentido


por eles de seus recursos financeiros e patrimoniais. Esse tipo
de violência ocorre, sobretudo, no âmbito familiar.

1. Autonegligência

Conduta da pessoa idosa que ameaça sua própria saúde ou


segurança, pela recusa de prover cuidados necessários a si
mesma.
INTERVENÇÃO
PROFISSIONAL
PRINCÍPIOS:

• Promoção da qualidade de vida;

• Diminuição da incidência de declínio funcional


através da prevenção de doenças, seqüelas e
complicações;

• Manutenção da capacidade funcional do idoso


de forma a preservar a independência e a
autonomia;

• Identificação da ocorrência de violência;

• Elaboração de estratégias de intervenção


É preciso romper com o preconceito
cultural existente contra o idoso. Ele
torna difícil o reconhecimento da
violência. Considera-se que o declínio
funcional e a perda da qualidade de
vida são características inerentes à
velhice. Muitas vezes, os profissionais
não querem se envolver na questão
familiar, alegando que é domínio
privado, e se furtam a
responsabilidade profissional de
preservar e proteger a saúde daquele
idoso.
INTERVENÇÃO
• Recomenda-se o trabalho interdisciplinar.
Todos os membros da equipe têm um papel
fundamental. Outros profissionais podem
ser chamados a dar o seu parecer.

• Compartilhar a tomada de decisões é


fundamental para apoiar adequadamente
os profissionais

• Os procedimentos devem ser feitos de


maneira cuidadosa, para não expor o idoso
a maior risco.
INTERVENÇÃO
• Explorar todos os recursos da comunidade
para ajudar na proteção àquele idoso.

• O suporte familiar através da orientação


para as questões relativas à doença do
idoso, para tomadas de decisão, para
divisão de responsabilidades dos
familiares e para informação sobre rede
de apoio e suporte comunitário são
eficientes para a manutenção do idoso na
comunidade livres dos riscos.

• Utilizar-se dos recursos legais.


INTERVENÇÃO
• A intervenção deve promover o
respeito dos direitos à privacidade e
autodeterminação do idoso.

• Os esforços devem ser concentrados na


manutenção do idoso em ambiente
domiciliar. A institucionalização deve
ser considerada uma alternativa e não
fim.

• O acompanhamento dos idosos


vitimizados deve incluir a
monitorização da eficácia das medidas
de suporte e a revisão periódica do
AVALIAÇÃO
 Mantenha suas perguntas simples, diretas, sem
ameaça e sem julgamento. Evite confronto;
 Evite responder perguntas feitas pelos membros da
família que sugerem determinadas respostas.Elas
podem revelar o que você considera importante
investigar.
 Esteja atento a algumas condutas tomadas por
algum membro da família como, por exemplo,
considerar o idoso “propenso a acidente”,
“desastrado”, relatar com detalhes excessivos a
causa dos ferimentos evidenciados pela vítima;
 Registre todas as informações coletadas;
 Observe ainda, sinais de depressão, agitação,
baixa-estima, alterações de marcha, dor, coceira,
contusões ou sangramentos na área genital que
indiquem agressão sexual, mudanças no estado
mental e privação de sono.
AVALIAÇÃO

 Não ter pressa durante a entrevista


 Procurar trabalhar aspectos de interesse ao longo
da conversa, de maneira tranqüila;
 Ouvir antes de examinar;
 Prestar bastante atenção em traumatismo,
queimaduras, aspectos nutricionais, mudanças
recentes de condição econômica e social;
 Não diagnosticar prematuramente o cliente como
vítima de abuso ou negligência, nem adiantar ao
cuidador ou familiar um plano de intervenção até
que todos os fatos estejam esclarecidos;
 Fazer contatos adicionais assim que for possível:
visitando e entrevistando vizinhos, amigos e
outros familiares para obter informações
adicionais.
SUGESTÃO PARA ENTREVISTA
• Mostrar-se cordial e amável.
• Facilitar ao idoso a oportunidade dele sentir-se
seguro, sem medo e sem represálias. Ex:
• “O que conversaremos ficará entre nós, se você assim
desejar”
• Observar a comunicação não verbal
• Mostrar empatia: “estou muito preocupado com
você ou o senhor”
• Repetir as respostas dadas pelo idoso para deixar
claro e que ela confirme “ Você não disse nada a
ninguém porque tem medo de que seu filho faça
alguma coisa contra você. Não é isso?”
SUGESTÃO PARA ENTREVISTA

• Ser específico: Eu estou vendo um hematoma


no seu braço
• Mostrar sensibilidade: Entendo que seja
difícil para você falar dos seus problemas
pessoais.
• Mostrar disposição para ajudá-lo a
encontrar outros apoios profissionais, se
necessários.
O QUE NÃO DEVEMOS FAZER

• Sugerir respostas as perguntas que fazemos


• Pressionar o idoso para que responda perguntas as
quais ele não quer responder.
• Julgar o insinuar que a pessoa idosa pode ser
culpada pelo que está acontecendo
• Mostrar-se horrorizado do relato ou a situação
descrita
• Fazer promessas que não pode ser cumprida
• Criar expectativas que podem não se reais, sobre a
solução do problema.
OUTROS EXEMPLOS DE PERGUNTAS

• Você poderia me contar como estão as coisas


em casa.
• Há alguma coisa em especial que gostaria de
me contar?
• Que ajuda você acredita que poderá
receber?
• Com está o seu relacionamento com as
pessoas que vive com você?
• Você pode me descrever um dia de sua vida?
OUTROS EXEMPLOS DE PERGUNTAS
• Se sente só?
• Tem medo de alguém em casa?
• Alguém grita com você?
• Já te obrigaram a comer à força?
• Alguém em sua casa não fala com você?
• Alguém já te negou algum alimento ou remédio?
• Quando você precisa de roupa, alimentos e
medicação, você é atendido?
• Pode sair de casa quando tem vontade?
• Você pode receber ou visitar seus amigos?
• Controlam suas chamadas telefônicas?
• Alguém em sua casa usa drogas, bebe ou tem
alguma doença mental?
ALGUNS SINAIS QUE PODEM IDENTIFICAR
VIOLÊNCIA
2. FÍSICA
 Lesão incompatível com o relato
 Cortes, feridas não explicadas
 Múltiplas Fraturas
 Hematomas
 Lesões em local não visível do corpo
 Perda de peso não explicada
 Queimaduras por cigarro, etc
 Roupas inadequadas, sujas
 Erros reiterados no uso de medicamentos
 Mudanças inesperadas de comportamento
ALGUNS SINAIS QUE PODEM IDENTIFICAR
VIOLÊNCIA
2. ABUSO SEXUAL
 Hematomas nas mamas e áreas genitais
 Infecções genitais ou DST
 Sangramentos vaginais ou anais inexplicadas
 Queixa de abuso sexual

3. PSICOLÓGICO
 Isolamento deliberado
 Medo de falar abertamente
 Relato de histórias “impossíveis”
 Confusão e desorientação
 Depressão, baixa auto-estima
 Agitação
ALGUNS SINAIS QUE PODEM IDENTIFICAR
VIOLÊNCIA
4. FINANCEIROS
 Perda inexplicada e dinheiro ou cheque
 Mudança no testamento
 Desaparecimento de jóias e pertences valiosos
 Falta de conforto em casa ou padrão de vida
inadequado a renda.

3. ABANDONO/NEGLIGÊNCIA
 Queixa de abandono
 Aparecimento de úlcera de pressão
 Desnutrição ou desidratação
 Agravamento da saúde
 Presença de barreiras arquitetônicas
Desafios e Compromissos…
Informar e conscientizar a sociedade sobre a questão da
violência;

Promover treinamentos para profissionais que atuam na


área da saúde, para identificação, tratamento e prevenção da
violência;

Defender idosos que sofreram violência;

Estimular pesquisas sobre a questão da violência, para


conhecer melhor a extensão e a natureza da violência contra
idosos, definindo necessidades e avaliando aa eficácia de
modelos de prevenção e de intervenção;
Desafios e Compromissos…

Desenvolver programas educativos para idosos, que


possibilitem o desenvolvimento de sua capacidade de
autocuidado, ajuda mútua, bem como a defesa do direito de
autodeterminação;

Estimular políticas públicas de prevenção de violência que


contemplem serviços adequados para dar apoio a adultos
vulneráveis, promovendo a coesão familiar e a solidariedade
intergeracional.
IDOSOS
UMA NOVA FORÇA PARA O DESENVOLVIMENTO

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