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Elisabete Silva
Raquel Antunes
Introdução
A fotossíntese é um processo de conversão de energia luminosa em energia química. As plantas, como seres
fotoautotróficos utilizam a energia luminosa para produzir compostos orgânicos, como a glicose, usando
como fonte de carbono o dióxido de carbono e como fonte de protões e eletrões a água. O dióxido de
carbono é, portanto reduzido e a água oxidada. A fotossíntese pode ser expressa globalmente pela seguinte
equação:
A radiação visível é apenas uma pequena parte do conjunto de radiações electromagnéticas ao qual se dá o
nome de espectro electromagnético.
A energia luminosa do Sol é formada por radiações de diferentes comprimentos de onda, constituindo o
espectro solar. Os olhos humanos apenas captam um pequeno conjunto dessas radiações, que formam a luz
a luz branca ou luz visível, cujo comprimento de onda varia entre os 380 e os 750 nm, aproximadamente. Nas
plantas, as clorofilas e os carotenoides, são os principais pigmentos fotossintéticos e absorvem as radiações
de comprimento de onda correspondente ao azul violeta e vermelho alaranjado. As radiações com
comprimento de onda correspondentes à zona verde não são absorvidas, daí vermos as folhas com cor
verde.
As folhas das plantas, por norma, flutuam. Quando infiltramos uma solução no interior das folhas a
densidade aumenta provocando o afundamento das mesmas na solução. A solução infiltrante contém uma
pequena quantidade de bicarbonato de sódio, que vai funcionar como uma fonte de carbono para a
fotossíntese. À medida que se vai produzindo oxigénio, este é libertado para o interior das folhas, alterando
a flutuabilidade e estas ascendem.
Uma vez que a respiração celular ocorre simultaneamente com a fotossíntese e consome oxigénio, a
medição do número de folhas (discos) que ascendem é uma forma indireta de avaliar a taxa fotossintética.
Conteúdos programáticos
Esta atividade experimental enquadra-se nas disciplinas de Biologia e Geologia 10º ano, nomeadamente na
unidade 2 de Biologia - Obtenção de matéria pelos seres autotróficos, e na disciplina de Física e Química A,
10º ano, na unidade 1 - Das estrelas ao átomo - Espectros, radiações e energia.
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Protocolo Experimental:
Objetivo:
Material:
Bicarbonato de sódio
Seringa de plástico (sem agulha)
Detergente da loiça
Folhas de espinafres
Furador/Pipeta de Pasteur
Gobelés
Cronómetro
Fonte de luz
Filtro azul, verde e vermelho (papel celofane)
Procedimento:
Preparar uma solução de bicarbonato de sódio 0,01% m/m (0,05g de soluto em 500 cm3 de solução).
Colocar na solução 1/2 gotas de detergente (evitar a formação de bolhas de sabão).
Cortar 10/12 discos uniformes de folhas de espinafres (evitar as nervuras maiores).
Colocar os discos no interior da seringa e deixar apenas um pequeno espaço entre os discos e o êmbolo.
Colocar um dedo na abertura da seringa e com outro puxar o êmbolo, de modo a criar o vácuo. Repetir
este procedimento (10 segundos de cada vez) até que a solução se infiltre nos espaços de ar dos discos
das folhas, que se afundam na solução.
Transferir o conteúdo da seringa para um gobelé, que já contém um pouco da solução de bicarbonato de
sódio (até uma altura de 3 cm).
Colocar o gobelé debaixo de uma fonte de luz e iniciar a contagem do tempo até à ascensão de todos os
discos. A cada minuto, registar o número de discos que se encontram a flutuar.
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De vez em quando, abanar o gobelé para desprender discos que eventualmente estejam agarrados à
parede do recipiente.
Continuar os registos até ao momento em que todos discos estejam a flutuar.
Em qualquer trabalho experimental, deve utilizar-se um controlo. Para tal, infiltre os discos com água e
detergente (sem bicarbonato), e repita o ensaio como anteriormente.
Repetir este procedimento utilizando: lâmpadas de diferentes intensidades luminosa; lâmpadas cobertas
com filtros de diferentes cores (azul, verde, vermelho).
Nota:
A utilização de detergente na solução infiltante vai permitir a destruição da cutícula hidrofóbica que
reveste a folha, facilitando a entrada da solução no interior da folha.
Evitar a formação de bolhas, na solução, pois dificultam o afundamento das folhas
A atividade resulta melhor com folhas de espinafres e tangerineira. Tivemos alguma dificuldade com
folhas muito finas (ex.: manjericão).
Esta atividade experimental pode ser realizada utilizando outras variáveis, como por exemplo: distância
da fonte luminosa; folhas de plantas diferentes. Nunca utilizar mais de que uma variável.
Sugestões exploração:
Com esta atividade os professores poderão solicitar que os resultados obtidos sejam transformados em
gráficos (n.º de discos flutuantes/tempo).
Poderão ser colocadas algumas questões que desenvolvam o espirito crítico e o raciocínio dos seus alunos
tais como:
Qual a função do bicarbonato de sódio?
Qual a função da adição do detergente na solução?
Por que afundam os discos?
Porque ascendem os discos?
Qual a relação entre a intensidade luminosa e a taxa fotossintética?
Qual a relação entre a radiação incidente e a taxa fotossintética?
O que aconteceria se, depois de todos os discos ascenderem, colocar o gobelé no escuro?
Comparação entre os gráficos com e sem bicarbonato de sódio e explicação dos resultados obtidos.
Solicitar a elaboração e realização de um novo procedimento experimental para testar uma outra variável
que afete a taxa fotossintética.
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Bibliografia
Helms, Doris et al (1998). Biology in the Laboratory. Third Edition. New York: W.H. Freeman and Company
Williamson, Brad. The Floating Leaf Disk Assay for Investigating Photosynthesis. Disponível em
http://www.elbiology.com/labtools/Leafdisk.html