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Organizadores Miriam Cristina Carlos Silva Monica Martinez Tadeu Rodrigues luama. Tarcyanie Cajueiro Santos: UMBERTO _ NAMI - Universidade de Sorocaba APORTES DE UMBERTO ECO AO ESTUDO DAS NARRATIVAS MIDIATICAS E ORGANIZACIONAIS LARISSA CONCEICAO DOS SANTOS Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA 1 INTRODUGAO Numa historia sempre hd um leitor, e esse leitor é um ingrediente fundamental ndo sé do processo de contar uma histéria, como também da prépria historia. Umberto Eco Para Fisher (1984), o homem constréi a realidade so- cial através da narrativa de hist6érias dramaticas, compostas de fatos, bem como de crengas, as quais possuem uma forga per- suasiva comparavel aos contos de fadas e julgadas em fun¢ao de critérios de coeréncia e fidedignidade. A vivéncia, a experiéncia e conhecimento do mundo outorgam ao sujeito narrador uma certa “autoridade de conse- lheiro”, conforme enfatiza Bosi (2004, p. 34): “quando o velho narrador e a crianga se encontram, os conselhos sao absorvidos pela historia: a moral da histéria faz parte da narrativa como um s6 corpo, gozando as mesmas vantagens estéticas (as rimas, 0 humor)”. De acordo com Eco (1979), uma narrativa, ou uma 1306 | Umberto Eco em Narrativas sequéncia narrativa, deve possuir algumas condi¢ées elementa- res: a determinagaio de um agente, um estado inicial, uma série de mudancas orientadas no tempo e produzias por certas causas que conduzem a um resultado ou estado final. Atualmente as narrativas assumem novas formas, de- vendo adaptar-se aos mais variados suportes e atender objeti- vos igualmente diversos. A tradi¢ao oral voltada a transmissao de ensinamentos, que outrora atravessava as gera¢ées, é subs- tituida pelas narrativas midiaticas, publicitarias e jornalisticas. Nesse tipo de relato, a “moral da histéria” estimula os individuos a adotarem determinadas praticas (culturais, de consumo, de comportamento), muitas vezes incitando-os a aco, a reflexdo e ao engajamento para com diferentes causas. A sociedade atual compée-se de miltiplas formas e expresses narrativas, que transformam o real em relato (nar- rativizagao dos acontecimentos) e confundem ficcao com reali- dade. Diante desse panorama, questiona sabiamente Eco (1994, p. 137): “se a narrativa est4 tao intimamente ligada a nossa vida cotidiana, sera que nao interpretamos a vida como fic¢do e, ao interpretar a realidade, nao lhe acrescentamos elementos ficcio- nais?”. A fim de langar luz sobre este, entre outros questio- namentos em torno das narrativas, Umberto Eco nos convida a dar um passeio pelos bosques da ficc4o, a entender os caminhos e labirintos que permeiam toda construgao narrativa e que re- velam “os mecanismos pelos quais a ficgao é capaz de moldar a vida” (ECO, 1994, p. 145), através da obra langada em 1994 e que tem por titulo fortuito Seis passeios pelos bosques da fic¢do. Com base no referido livro, o qual além de trazer no- vas contribuigées ao estudo das narrativas também retoma os principais conceitos de obra aberta, cooperacao interpretativa e 0 papel do leitor, publicados em manuscritos anteriores, pre- tende-se ressaltar a importancia dos estudos de Umberto Eco as investigagées acerca das narrativas midiaticas (MARION, 1997; 1307 |

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