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(Coleio Ess Dips por ulus Célia Berrettini SAMUEL BECKETT: ESCRITOR PLURAL ‘Dados Inernaclonals de Canoga na Puliceg (CIP) Cimara Bras do Liv, SP, Bail) ‘eset, Ca Sal Bocket: eserorplrl/ Cola Bertin, — Slo Paulo Perspective, 2008.— (Eas | 208) loge, ISBN 85-773-0697-2 1. Becket Saul 1906-1969 - Crticn © Snterpetgta I, Tila. See oa34s copa Indices par extogo eens: 1. Bsettons # precast erica: Lierara francesa 848 EDITORA PERSPLCTIVA S.A ‘Av. Bg Las Ant, 3025 140-000 Sto Pal SP— Bt Telex (0-11 385-8588 sreioperpectvacom be 28 A Tesfo, AMaralina ea Leonardo efania w SAMUEL BECKETT BSCRITOR PLURAL cs, depois traduzido para o inglés, comega com a personagem-iulo dleiada de costs numa cama e sentndo jd préxima a more to dese jad, pois dis “Estar no entanto logo completamente moro enfin” (p. 7,0 gro nosso) Ao mesmo tempo, pens log alcangar a tan- allidade, a impassibilidade: “Estaei neato e inert Isto me srd fi Gil, Morrerei moro, sem entuias0"(p 8) "ES dias, avsenaram-s as pessoas que, nunca visivels, se ena regavam de encher sa igla de sopae de esvaziar seu vaso notuno, objetos que ele, com seu batéo, empurava pare a port. Alig obast0 the serve nos para aproximar e afastar 05 objets ses “bens” - conn também para explrar ao rear da cama, Para precncher seu tempo de espera ~ 2 espera &o ema becket- tiano por exceléncia~ recor atts expedienes falar do seu presente, de sus "bess" e contr, escrever quatro hstsia, com temas diferen- tes paraoque utiliza um toca de ips um velo caerno; na ealidae de, eshoga apenas a primeira, pos as histras “a nada leva” ~ sim ples "jogo da pé-more, Logo, porém, medida que invent, ropega tm obsticulos, corrge 0 que escrve, desconfiando se nfo é ainda dele que es flando, "apesar das precauges"(p.25), ede ter adotado fo nome de Sapo, que depois se chama Luis, eer seguida de novo Sapo que, velho, transforma em Macmann (sgunda parte) ~ sio vidas imaginéries que se aproximam da dele, tal eomo um digro se Se entelagando ao testo qu edie. Macrnan, duplo de Malone, pode tind circular pel exterior mas tem urn fim emelianie wo do narrador, mum quarto de aslo (‘So Jodode Deus"), cada vez mais desamparada ¢, mais desapegedo do mundo, fechando-se em si mesma Eo lito termina no nada, ist tendo havo um passeio pelo nar, de halupa com cinco interes do asilo,eo consented tecimento de Macmannartastando Malone peas aguas ikima im ge fia, 6 de un brag levantado para sempre, S6 essa imager. E S anulagdo total, enfim a calms desejada “mais nada” (p. 217) Ue ‘has amibém, paves do texto e que no vm seguidas de pont f- tal Eo siléneo! Etamibém a imobildade (© romance pode, como tm so entendido,signiicaradeciara- lo da butlidade da leo. O relat imaginério de quem quer que Sela Sapo, Las ou Maemann~redundar sempreem fracass, ou no Tetomno a si mesmo. Sao sempre prjesdes do narrador. Donde a ne- Cessidade de Malone de assassinar suas erature fceanss, para no mais verse nela,anecipando asim a prpria morte. Efem-se vst, ros sforgs vos de Malone para seu contar vidas, uma critics ndie- tea todalteratura que no seguiseatfonca de Beckett, uma denincia da ilusio realisa, qual Robbe-Grillet se refriia anos mas tarde. © dominio da literatura & oda abirariedad, isto 6, o narador ~ no caso Malone, e,em hina insta, Becket poe escolhe elemen- {os iogréficos de suae personages assim como manipula vontade LISTA E COMENTARIOS DAS ORAS 1st ‘0 tempo. Malone confess, no infeio, que a pritica da escrtura €-the “um jogo”. Domfuio, pois, do arbitrtio e do lio. ‘Atendo-se a0 texto, © gue fica é: a invengto das personagens, sendo indi, haverd sempre 0 retormo uo eu do narrador. Houve ape- ras, durante algum tempo, o esquecimento ilusio de si, de um ew que se procura, que procura uma voz ~ voz dire, quando ele fala de si; voz indireta, quando fala das fiogdes, Sea fice falha,restaa situa- so presente, isto é, a imobilidade, a degenerescEncia, a solidio, 0 ‘mpobrecimento, o despojamento, a aproximagko da morte—tudo isso ‘expresso pela palavra. B, pela palavre, Malone ainda vivia “BRAM VAN VELDE” (Ensaio, inglés, 1948) ‘Euumtextodialogado, extaida dos Three Dialogues with Georges ‘Duthie, em inglés, embora red gido em Pars, e que apareceuinicial- ‘mente na revista Transition Forty-Nine (dezembeo de 1949), revista publicada em inglés e com a qual Beckett colaborou, durante anos, ‘com alguns textos ¢ virios pocmas, além de tradugées. Evoca, por sugestfo de Duthuit, as conversas que mantiveram sobre a arte emt eral e a pintara em particular; nao se trata, porém, de transerigo Nesse breve ensaio, como em outros, Beckett focaliza Bram van Velde, o artista que, segundo ele, tem o mérito de ser: prio wit que er marti frcasar come nen cuo ous fous (sofas con’ eu mvs i oeun dese 1}. Colo sive [cer dei ub, dere to poste ences un to expres (Pp. Dike pf ras. Assim, 0 ato anistico & a representa cla “impossibilidade da representacio", Oudo seu fracasso, assegurando que opintor em ques- to 6 0 “primeiro cujas mdos ndo estdo atadas pela certeza de que exprimir-é un ato impossivel™ (p. 26) (0 gro € nosso. E Becket, na sua arte de eseritor, procura segui-lo, tal sua adm ag por aquele com quem tem afinidade esttica, Alas, nao s6 est, mas os Trés Dilogos, entre ouvos ensaios, refletem sua concepyio da ceseriura em gerale de sua pepria arte. LESPERANDO GODOT (Teateo, francés, 1948-1949) Pega composia entre 9 de outubro de 1948 ¢ 29 de janciro de 1949, mas 56 publicada em 1952 e encenada, pela primeira vez, em 19.05 dis rimeiros fo “aL Coat") "Masson a _SAMURL BECKETT, ESCRITOR PLURAL ase 1983, fiat pl péprio ator pir oinls,em 193: Mating jor God Aplasos ein ao, regbesd0 OUT aime {a epatussto porta parte esteoso at ee. “Pec inovaora, dupe, € um marco asia do teatro, do ioe do ete contemporine, Quando da sua esti, eato Tange csova sen limentao por store J Feome coma Gia oun, Lzormand, alacton, Anu Cotas, Camus © Set, pois 1 havi vingndo os exergos dy, Aplin Roussel e Vite, to seni da renova, Dao cog ase ape pou Fala, Ge manciafrsesca, mia d home, do abso de condigio arm, ds tee Jo her lor sso, em Dus competent: desanparao nun univers host, desprvido owe Trogea farses ou fetes, Visto tigi Jo ner do niverso, muitos alors ativeramea tm. Ade Becket, pore, das mas wis, pis cones notaraoneico,“€atatalade Uh condi humana quent mo, noo homer tl al Sociales haven nla rptrcom dats, oengajamenio te eolgi areca, ea egos como ade Clade, sj po fdcosonten como ade Sut. Tuco nua inggem 108, 0- tndciond endo "fsa mets Paes aprons ta rignalidade de Goo com sua ao reduideaominimo. Extagioe Viaiiesperando Godot com quem teria areado um enconto tnt mo AUD como no ADU ‘Sper imeromyia pla hoped de Poraa acy. alm da doen ster. con press sum lgar indfide, ua hora inde terminuda em queso asenics os menos raion o dese Aalvment rac, nto progres calcula om eyo da Tine c do desenlce & quando termina, odo pode recomegay, ra mesa etna da sper, vs nesta epi movado renova tea, Prem, por masneradorqu sia fo dena Becket de serum tion sinda que um tdiional tou genes plo uso psoa gu fa don proses Fa, Sse, do maida del ore, eerste ae € ios no psou desert ao creas como, por exemp, La ‘Tale gunad servo ao sero menor prado de Gado fat de (oe abear oa un ett de odo 8 apts soci que Fel pem ser essere, (pga free o aspect trdiional de um ndmero da commedia del!'arte'’. E 0 dramaturgo Anouilh ressal~ tava, nos seus coments, gue Gade er "um eset dos Pensc= nis de Pascal ao pos Fratlinocfiicoio™ Als como Pica, com eu elebre gar ds plhagos come Rye com ua 4, Ad Pere Mae opp 155 1S, Emotendrt God, Pari che, 197 p83. 16 Ap Laced Po, Tate age Beck onto ete ire aperientl on Fron, Pais, Dood 1963, p50. LUSTA BCOMENTARIOS DAS ORAS ws das Elegias a Duino, Becket vénospthagos ua imagem ds hum side. Como die Vladimir a Estragto: "Mas rest ger, neste mo- ‘meno, humanidade somos ns, qu isto nos aera ono" (p12). de noxarse, 3 pare certs intepretagies algo fantsioxas © forgadas, que 0s nomes dos personagenssio de origem diversa Esrgio, francés; Vicimin cla: Pozzo, alana © Leky, ingles siversalzandoa congo humana a espera de Godot. God, nome hoje unverslmente conhecido? Virias tm sido as hipSteses para explo e moias, também, talver imapinaivas demas, Toler a tlhor sj da rai Goa (Deus, rn ingles) eo sux fancs of, tutivo que, como Cherer-Cheror(Carls-Ceritos),dlhe um cir tho de failed condscendent. Ou sera com valor pejorvo, posto ue afigraesperada no vom jamais? Mas para JeanTacques Mayous. em um artigo de ades anglais, Godot nad mais € que a palavra Gado, do lands falado, pra designer God ~explcagio muito pause Com seu chapéu-coco, cm seus getos mecicos © gags, com suas falas crwenses que segue mits veaes as nies do citeo edo ‘nase hel nges, com suas manpulagbs com o chaps e seus mov merios coms saptes, agi caegades de forts sigifcao (vide Parte 1) so Vadiire Expo os palhagos que representa a humana de, num mando absurd sem sentido sugerid pelo cenio que nada tem deacoThedor Parodiam eles eisténeia humana pois, como n0- tou Genevibve Sera, a estudar Becket, “a fang dos palhags 6, sadicionalment, una fang desmiificador” endo que Godot €¢ parétia do homem “proetado na enstnciaeprocurando resolver seu Dréprio enigma” ou, and,» buresca epresenagto do home ue Tenuni esolver seu prépro enigma, pis o patos de referencia, 2 tncas chavs de qu dsp ~a realidad do espago, do tempo, da materia revelaranseinuiliadvels™ endo mu, despojado, com apenas ua estrada desoldora que soos leva pat lguma alm de una pod, sobre w qual et sen- tado Estragio ~ 6 hostlidade do mundo A Srore, ge aparece com algumnasflhas no At I, inécandoapassagem do tempo, se bem que Sem grandes tansformages para os dos protagonists sempre ae er de Godot, € ua vor simbelie, que te fevadoy entre ou, Lintepretaco de que ett da vor da vida eterna, O comentiio de Vadim, a revéla no Ato vir apoar essa interpreta: “$6 ‘irvore vive." (p 132), Seria aver simbolo do renaser, da pre- nidae de vida, do temo recomegar de um dia de incertae de sof meno, mas um dia que condi novamente ao crepisculo reno vaio da clridade Tomar gue envolve os dis clachards, expécie de 17. Apu Per Mab, op cit. 36 18, Mire neu he, Pass alia, 1965, $8. ‘mendigos, sem domicilio, no final de cada ato. Arvore que tem sido também associada ao carvalho Yggdrasil das lendas finlandesas ou ainda aguela em que Judas se enfercou, visto que, vérias veres na pega aparece ligada a idéia de morte, de Suiidio, nao faltando sequer ‘a conolaglo com a cruz. Qualquer que seja, porém, a identiticagto, ttata-se, como foi dito, de um elemento arquetipico, que leva a con- siderat& pega um mito (vide Parte 1). ‘Quanto A estrada no campo, lugar concretoe bastante banal, ro setia um lugar metafisico, que ndo & 0 Paraiso nem o Inferno, mas 20 ‘mesmo tempo AntepurgatGrio © Limbo? — pergunta-se um estudio- 50", E, realmente, as personagens ignoram o local em que se encon- fram, mio poder deserevé-lo e nfo véem send a drvore (p. 122). ‘Assim, Pozzo seria Caim? Inegiveis sio as alusbes 20s dois Testa- ‘mentos,s imagens biblicas, As eitagdes e 40s simbolos, revelando 0 * autor cuja infancia se alimentou com a leitura da Biblia, Como jé referido, eta a pega uma moderna “moralidade” com temas cristos. "Abre-se com os temas da solidfo, da incomunicabilidade humana ‘eda espera. Esto & espera de um certo Godot que, afin, nfo vem e {que eles sequeridentificariam, pois noo conhecem. Aliss ndo estio Seguros quanto ao lugar, 3 data ¢ ao horrio do encontro, tanto é fala ‘sua meméria, S6 esto seguros da espera Esnasto = amosenbon? ‘ac Nie pode. Esanato~Por ge? ‘seu Estos Got ‘que 60 eitmotiv da pega. A espera a tnicarealidade sobre qual nto piram dvidas, nfo importando quem seja Godot, alguém ou algo. ‘Quando Estrago, bem no iniio, conta a Vladimir que fi aged do durante a noite ~ & a hostilidade do mundo -, lamentam nko se teem atiado da Torr Eiffel, i por 1900, quando ainda estavam bem. E surge a idéia de suicfdo, quo se repetrs vérias vezes, ainda que ‘sempre abandonada pela vago esperanga da vinda salvadora 'E um sentimento vago de culpabilidade, andnima, leva-os a e= cordar o episéo dos dois ladrBes que foram erucificados com Crist. Para passarem o tempo? Ou para se interrogarem sobre si mesmos? ‘Mas chega um par esttanho: Pozzo, “o domador”, ¢ Lucky, “o ani- mat”, Sena God, esse déspota que, com ochicote, maltrato criado/ ‘eseravo, exibindo insensivelmente suas “misérias” de homem tico tiante dos clackards? Pozzo, além dos ossos, restos de sua refi foferece-Ihes um espetéculo: os nimeros da “danga da rede" e do" pen- ‘imento” de Lucky, Este nf s6 dana groteseamente, como discursa ‘co que se ouve é a famosa e mesmo antologiea trada, jé ocalizada, © 19, Emo Laite, op p-28 LSTA HCOMENTARICS DAS O8RAS us ues carcino de eos tmor gua ann Io pl tame sca uted oui ou de Pa, to ogo de palin el, Neovo eatin con tindse'nomelor explo de uma lingagem absurd & Servis da expressio do absurdo., E 0 icracional, coetentemente apresentado te mats sir, Ou doin doe andamene es comer ‘aligns, nec e clr, concgbs gu, dev noo. mudora seo des, mg eh el fama ao bomen do p-gur ent x qual, Beka fea cefémeras. ee : ae WM stad estat ps cnegusnovamentsos os cl char we i ew pera intr rg a ee roar svar qe Godt oi por ors sm dia sop 1 At nengr oti om corn ana do es prt fosists tenor, ou melon dss novaments pl cegada das moxmas personages: do mente para una que Godt ‘no vi, precdia pla do por Pore Laci, emboraditrene =o cept xt ego ened condo plo ot, aora mie nm tal invert de pep ape etna coms termino © Aa Poderdoecomest snr, increment Ent vance? amos ember sito more, tas da dpi ea lenamenie canono nado Nol Bdevese ono comego do Als Iocan de Vindmir= cago no gat pls exe me ago, ua ez ue est come jf dette lian ote Ness pest da solardade ca o emo retro de ates ce pas em fregoeriesrepeigbes, nada mul adequado gue acanlo ree, +e file, contin panto hom ge cocs vam forege ete sag," marl aor" ahe se deena files e Vadim "oldealta oud dees Celt Haapna espera. Apr dos dis qu poem ota Sido um: o omen, endo Esgaoa mata e Vidi ene meno, ps 60 pil cipal spat, o segundos ence ‘com o chapéu, objetos sumamente significativos. B um jogo, ou “o trabalho’ de cad un ogo de pales mas que ag dn do Contento becketiano, deat designe, eso gato, insignis, iverdo em sau faze pasa empo: mat ‘pein Alin "og com ohana rw sere tulo 3 (Parte 1). Ean e Bali, Experando God, cj xo mundial iva ponds rent ata sobretido quando Ie pela eslarecimen, be us SAMUEL BECKETT: SCRITOR PLURAL rigutsima, prestando-se a indimeras interpretagdes, E, conseqiente- mente, a dstintas encenagdes 0 INOMINAVEL (Romance, francés 1949) ‘Texto de 1949, Limnommable, vertido para o inglés, The Unna- ‘able, completa a tilogia bockettians, pois estaria, de eerta forma, vinculado aos dois romances anteriores; aps o “mais nada’, final de ‘Malone More, slo naturals as perguntas que abrem 0 terceito edlt- ‘mo romance: “Onde agora? Quando agora? Quem agora?” Eo térming de um ciclo e roms a busca de Malone; hi ofalante ‘que procura experimentar em vio sua identidade, dizendo-se,Portan- 1o, procura de sie, novamente, fracasso, Dispde a personagem apenas da palavra;e,fisicamente, nada tem de humano, Assim se descreve, como tendo: "a forme, se no a con sistGncia de um ovo, com dois buraces nio importa onde para imped ‘aexplosao” (p. 36) E, ainda, na mesma pina: “Sou uma grande bola falant, falando de coisas que no existem ou que talvez existam”. ‘Mas fala e pode ver; e vé desfilar, com intervalas, personagens anteriores que quer afsstar para poder assim falar de sie no daqueles os Murphy, Molloy ¢ outros Malone [..] les me fizeram perder meu tempo (J permitindo-me falar deles”(p. 32). ‘Iimével e perdido na escaridio, necessita porém de uma hist para encontrarse, deve encarnar-se em autrapersonagem. Inicialmen- {e,em Mahood, hamem-tronco, pois est imerso numa jrra,& entrada de um restaurante, eem cujorostoimével, apenas se mavem 0 olhos. [Esse Malood tem lembranga da tempo em que ainda se locomovia, com suas peras,e apés.aperda de uma delas, com muletas;e ainda do epistio catastrdfica que 0 reduziu a0 que é. Ora, como Maliaod esté muito préximo das personagens anteriores que ele afstou, vai entTo recorrer a un “anti-Mahood” ~ tata-se de Worm (verme, em inglés), personagem estranhissima, incompleta,desprovida, como est, dein leligéncia, de conscitncia de si mesma ¢ também de capacidade de ‘o que o leva a um impasse, perguntando-se o falante: (Como) ‘Mahood, eu nfo soube merrer (Como) Worm vou me arruinar ao nas- cer?” (p. 133) ‘Mas, num determinade momento, Worm ouve um rufdo; 1op0, tem uma orelha, uma eabega, um olho. E acabard por falar, aproxi- mando-se de ou assemelhando-se a Mahood. Portanto, ho duplo ‘malogro nas encatnagGes: no primeiro e no segundo cabo [Nesse romance, a desconfianga em relaglo a linguagem ~ jd pre sente anteriormente ~ é Wo aguda que chega a eontestar 0 en como tmissor da palavre, ou coma diz a personagem: “Nao direi mais eu, rio o drei nunea mais, é imbecil demais”(p. 139). LSTA ECOMEYTARIOS DAS ORAS 16 ‘Mas 0 eu retomaré, embora desarticulado, no final do texto. Eo cu, ndo psicolégico, mas lingistico que surge a personagem cont ua a falar, falar falar, ainda que a busca do eu plas palavras expres- se uma auséncia do ex, o nada, ‘Se, no incio,afrmara sua obrigaso de falar, sem ealarse jamais (P.9), agora no final reafirma tal obvigasio: preciso comin vou pois, coin, pres le plas aro gut ws ower, pees das, a gue eae me encom si gue else Sigam [o)€ rein crn. vou contin (yp. 251-262). sé, pois, entre a palavrae o siléncio; ou entre @existir eo nfo existiO discursa continua ou deve continua, indepencentemente de uma personagem nomeada, Mas gers poss/vel? parece oportunotranscrever as explicagées de Becket, ambéin transcrtas por Alfred Simon, valendo-se do texto de Israel Sherker, ‘do New York Times, de 6 de maio de 1956: Non de minh bra, ada sto pola. OTnomnére Hé completa es ‘eps. Nto EU, no TER ndo SE. No rominative nko cise verbo. No ‘Mimeio de cour Eoimpasse no romance. Parecia que 0 autor nfo mais escreveria Mas retomaria com o romance Como E, tendo passado antes pelos cere textos de 1950: Texos para Nada TEXTOS PARA NADA (Textos, francés, 1950) ‘So treze textos cuts, ¢ seu titulo parece inspirar-se na expres slo musical “medida para nada”, dizem alguns entices, aproximando a obra da misica. Ou seriam textos “para nada”, intteis, pois a nada ‘conduzem? O fato & que, como que exaurido pela composigio do ro- mance 0 Inomindve,sentindo-se, como confessou a amigos, incapaz de escrever a no ser alguns pardgrafos, em tempos espagados, com Os Beckett esses textos que s6 foram publicados em 1955, par insis- tBncia de Jérdme Lindon, da Miguit Estavao autor convieto do impasse em que se encontra confessado, no texto tendo Nomear 6 aad €nomesve diner, oad el « continuando, & guisa de explicaslo, ou tentativa: cord queseu mo se mo pei omega 1), 20-0p. et. 230,

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