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A. Proxy, camras aR tenho o suficiente. Todos os que me sto préximos sempre tive- ram uma atitude indulgente em relaglo $ minhas atividades de escritor, € no cessavam de me aconselhar a nilo trocar a minha verdadeira profissio pela de escrevinhador. Tenho, em Moscou, centenas de conhecidlos, entre os quais uns vinte escritores, € ni consigo me lembrar de a0 menos um que me lesse ou me como artista. Em Moscow, hii o nado “circulo literario": talentos e mediocridades de todas as idades ¢ matizes retinem-se, ‘uma vez por semana, no reservado de um restaurante, € kf gastam suas linguas. Se eu Ia chegasse e lesse apenas um pedacinho de das na minha cara. Durante 08 cinco anos tive tempo de me compenetrar da iteriria. Logo me acostumei a olhar 03 meus trabalhos com indulgéncia, e fol um deus-nos-acuda! Esta é a primeira razao... A segunda: sou médico jicina até o pescogo, de modo que coelhos nunca atrapalhou tanto 0 sono sua carta, eles dariam de perambulagio pelos jorna 0 provéibio sobre os de alguém quanto o meu Tstou escrevenclo tudo isto apenas para justificar um pouco, perante © senhor, a minha grave fata, Até agora mantive, em rela: batho literdrio, uma atitude extremamente leviana, negligente e gratuita. Nio me lembro de nenbum de meus contos cem que ex tenha trabalhado mais do que um dia. *O Cacaclor", do qual o senhor gostou, escrevi numa casa de banhos! Tenho escrito os meus contos 4 maneira dos repérteres que tomam notas de incéndios: maquinalmente, meio inconsciente, sem a minima preocupacio nem com 0 leitor, nem comigo mesmo... Tenho es- crito fazendo 0 possivel para niio desperdigar, num conto, as ima- gens € 05 quiadlros que me slo caros € que, 86 Deus sabe a raziio, tenho poupado e esconclido cuidadosamente. (© que primero me levou & autocritica foi uma carta muito amével e, pelo que me parece, sincera, de Suvorin. Comecei en- to a me preparar para escrever algo razoavel, mas, apesar de tuclo, eu nito estava confiante no meu valor literirio. Mas eis que, inesperadamente, chegou a sua carta, Desculpe a comparagao, mas ela atuou em mim como um decreto gaverna- mental: “sair da cidade em vinte € quatro hor de re- 6 _peucesTas 0 coRwesronDescta pente, senti uma necessidade impreterivel de me apressat, de sait mais depressa de onde estou atolado. [.} You me livrar do trabalho com prazo fixo, Nao vejo nenhum inconveniente em passar fome, como, als, jf passei, mas nao se trata de mim... D has horas vagas, u pouuinho da noite, ou seja, tempo apenas suficiente para um tra- batho superficial. No verio, quando terei mais tempo livre € me- nos despesas, comegarei a trabalhar seriamente. porque ja € tarde: a vinheta est pronta, e o livro, impresso. Antes do senhor, muita gente de Petersburgo jt havia me aconselhado a ilo estragar 0 livro com um pseuddnimo, mas ndo cet atencio, provavelmente por amor-prOprio. Nao gosto nem um pouco do meu livro. £ uma salada, um amontoado de trabalhinhos de estu- dante, depenados pela censura ¢ pelos redatores das publicagdes humoristicas. Creio que, depois de lé-1o, muitos ficarao desapon- tadlos. Se eu soubesse que estava sendo lido que o senhor esta- va me observando, eu nao deixaria que publicassem esse livro. ‘A esperanga esti no futuro, Tenho apenas vinte € seis anos. ‘Talvez eu ainda tenha tempo para fazer alguma coisa, embora 0 tempo passe depressa. [..] ores (Pitre Rasch2), cu, ”

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