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Revue franco-brésilienne de géographie / Revista franco-brasilera de geografia
36 | 2018 :
Número 36
J S
https://doi.org/10.4000/confins.13368
Résumés
Português Français English
As fronteiras nacionais são sobreposições simultâneas e cumulativas de tempos e espaços e
configuram-se como um dos maiores sintomas da necessidade que as sociedades têm de criar
modos de diferenciação. Com base nesses argumentos, defendemos que se configura um
equívoco referenciar as fronteiras como naturais ou casuais e extraí-las de seus construtos
temporais e espaciais, tratando-as como homogêneas e não dialéticas. Para isso, baseados na
proposição de Milton Santos de que o conhecimento pressupõe análise, que por sua vez
pressupõe divisão, optamos pela separação entre essas duas componentes, com o objetivo final de
indicar evidências da formação temporal e espacial das fronteiras. Pretendemos igualmente com
esta divisão indicar o quão artificial e didática ela se configura, já que tempo e espaço se
reconhecem e confundem continuamente ao longo de toda nossa argumentação.
Les frontières nationales sont les chevauchements simultanés et cumulatifs du temps et des
espaces et sont un des principaux symptômes de la nécessité qu'ont les sociétés de créer des
modes de différenciation. Sur la base de ces arguments, nous soutenons que c’est une erreur de se
référer aux frontières comme naturelles ou accidentelles et les extraire de leurs constructions
temporelles et spatiales, en les traitant de façon homogène et non dialectique. À cette fin, sur la
base de la proposition de Milton Santos que la connaissance implique l'analyse, ce qui suppose à
son tour la division, nous avons opté pour la séparation de ces deux composantes, avec l'objectif
ultime d'indiquer évidences de la formation temporelle et spatiale des frontières. Nous voulons
aussi avec cette division montrer à quel point cette séparation est artificielle et didactique,
puisque le temps et l'espace se reconnaissent et se confondent tout au long de notre
argumentation.
The national frontiers are a simultaneous and cumulative overlapping of times and spaces and
configure itself as one of the major symptoms of society’s needs to create differentiation models.
Based on these arguments, we defend that it is a mistake to reference frontiers as natural or
casual and to extract them from their temporal and spatial structures, treating them as
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homogeneous and non-dialectics. For this, based on the proposition of Milton Santos that
knowledge implies analysis, which then implies division, we opted for the separation of these two
components, with the ultimate goal to highlight some evidences of the temporal and spatial
formation of frontiers. We also intend with this division to show how artificial and didactic this
separation is, since the categories of time and space, recognize and confuse themselves
continuously throughout our argument.
Entrées d’index
Index de mots-clés : frontières, espace-temps, nation.
Index by keywords : boundaries, space-time, nation.
Índice de palavras-chaves : fronteira, espaço-tempo, nação.
Texte intégral
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Crédits : Thibault Boissot
1 Segundo Merleau-Ponty (2011), em seu estudo sobre a “Fenomenologia da
percepção”, os seres humanos não são uma consciência cognitiva pura. Somos, ao
contrário, uma consciência encarnada em um corpo que não se separa do espaço e
tempo em que está inserido. Somos concomitante e inerentemente espaciais e
temporais.
2 É inegável que o espaço e o tempo são categorias básicas da existência humana e
estão interligados na natureza e na sociedade. Contudo, apesar de suas relevâncias,
raramente discutimos o seu sentido e tendemos a tê-los por certos e/ou autoevidentes.
A respeito do tempo, que nesse contexto poderia ser igualmente atribuído ao espaço,
Santo Agostinho (2000, p. 322) dizia: “Se ninguém me pergunta, eu o sei: se o quiser
explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei.”
3 No campo das ciências sociais, o tempo e o espaço são percebidos e traduzidos por
muitos teóricos, de modo que a evolução de suas formas pode ser apreendida como o
transcurso da própria história da sociedade. A busca pela compreensão dessa dinâmica
implicaria, portanto, no entendimento das diversas transformações e experiências
espaço-temporais a partir do ponto de vista da prática social e, consequentemente, dos
grupos que detiveram o poder de determiná-las (Castells, 1999 , p. 467).
4 Simultaneamente a este embate dos diferentes padrões e escalas que definem a
organização social, surge o que Harvey (1992) chama de “compressão” e Giddens (1991)
de “esvaziamento” do tempo e do espaço. Estes fenômenos promovem um impacto
desorientador sobre as práticas sociais que, alimentados pela busca de meios flexíveis
de acumulação do capital, incorpora formas ainda desconhecidas e fraturadas por
crescentes dimensões e reduzidas escalas.
5 Mudanças como o incentivo à criação do mercado mundial e a ampliação das redes
de circulação de pessoas e consumo, representam a partir de então um marco profundo
na história do capitalismo e de suas manifestações espaço-temporais. Essa nova lógica
cria uma dinâmica de experiências humanas orientadas à acronia e à atopia sem
precedentes, já que as escalas espaciais e temporais são reduzidas a ponto de se falar na
abolição dessas duas dimensões. Tudo se passa aqui e agora, de modo que o passado e o
futuro se dissolvem, deixando o infinito presente de um mundo que parece se encolher
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Imagem 1: Muro de escola na cidade brasileira de Mundo Novo na fronteira entre o Brasil
e Paraguai
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O muro materializa grande parte dos conflitos politicos, sociais e econômicos entre Israel e a Palestina.
Crédito: Juliana Siqueira
35 Essa passagem do poema Nosso tempo, do mineiro Carlos Drummond, nos conduz a
(re)pensar o(s) sentido(s) do tempo - e no nosso caso o(s) tempo(s) como fronteira. Os
conceitos objetivos de passado e futuro como elementos vinculados métrica e
linearmente encontram seu paradigma atual em instrumentos como relógios,
cronômetros e calendários - símbolos admiráveis da era industrial - e orientam a
concepção científica ocidental do tempo histórico.
36 Contudo, apesar da aparente incontestabilidade desse modelo nos dias atuais, a
exatidão e a métrica nem sempre foram as máximas imperativas da percepção
temporal. A depender de seus hábitos e conhecimentos orientados por referências
variadas, tais como ciclos agrícolas, crenças religiosas e observação astronômica, os
seres humanos se relacionaram com o tempo de formas diferentes ao longo da história
(Castells, 1999).
37 Desse modo, inclusive identidades aparentemente sólidas como gênero,
nacionalidade e declaração racial, escondem choques de temporalidade que estão em
constante processo de transformação e se encontram em pontos ou zonas que muitos
pesquisadores têm concebido como “fronteiras”, sejam elas literais ou metafóricas
(Sousa Santos, 1994; Raffestin, 1993, 2005; Martins, 1997; Grimson,2000b; Bhabha,
1998).
38 Esses encontros de historicidades indicam, segundo Martins (1997, p.10,158), que a
pluralidade de perspectivas temporais não deveria estar relacionada a atraso social ou
econômico, mas principalmente à contemporaneidade de diversas mentalidades que
correspondem a realidades e momentos históricos distintos. Esses tempos,
compreendidos em sua diversidade, aparentemente se combinam, mas de fato também
se desencontram no choque entre as realidades próprias de cada grupo social. Desse
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modo, os conflitos gerados pelos embates entre realidades antagônicas e pela mescla
das diversas categorias sociais tornam a fronteira um lugar privilegiado de observação
sociológica, de modo a facilitar que “as mesmas pessoas tenham os diferentes
momentos de sua vida atravessados, às vezes num único dia, por diferentes
temporalidades da história” (Martins, 1997, p. 28,174,182).
39 Sob esses argumentos Martins (1997, p.150) em suas próprias palavras “foge à
abordagem reducionista que vê um único destino histórico para todos
indistintamente” e reforça a ideia central de sua concepção sobre fronteira que, em
função na situação de conflito social, constitui-se essencialmente no lugar da alteridade.
Quanto a isso o autor declara:
44 Apesar dos efeitos das delimitações das regiões fronteiriças ganharem maior
notoriedade com o advento e consolidação do Estado moderno, presume-se que a ideia
de fronteira esteve presente em todas as sociedades que possuíam alguma consciência
de coletividade e de território comum e, como tal, são datadas de períodos muito
anteriores ao marco estabelecido pelos Estados Nacionais (Marcano, 1996 apud Santos,
2006 p. 22).
45 Avalia-se que os primeiros registros que insinuam a ideia de fronteiras territoriais
foram encontrados em sociedades primitivas, como tribos na América, África, Ásia e
Oceania. Nestes contextos é razoável supor que as fronteiras eram orientadas por
símbolos naturais, como rios, lagos e montanhas e que não possuíam uma conotação
política ou econômica fundamentada na ideia de propriedade. Essas divisões primitivas
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Imagem 5: As barreiras físicas, cada vez mais numerosas e sofisticadas que separam os
países do mundo em 2018.
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Considerações finais
62 Inúmeros fatores convergem para que as fronteiras sejam inscritas de formas
múltiplas, o que confere ao termo uma grande diversidade de representações e
significados. Entretanto, é inegável que muitos estudos, com os mais variados
interesses e níveis de análise, estão orientados pelo fio condutor da divisão entre
Estados e mais amplamente de outras delimitações geopolíticas, como cidades, regiões
ou continentes.
63 Essa expressão é reforçada pelo fato de que inúmeros estudiosos consideram que
uma grande variedade de fenômenos importantes para a compreensão da sociedade -
tais como sua identidade, políticas internacionais, conflitos e fragilidades - se passa na
zona de encontro e articulação entre Estados Nacionais. Nessa região, como se o
pesquisador aprovisionasse uma lupa, até mesmo os fenômenos sociais não exclusivos
parecem ganhar relevo e riqueza de detalhes, que em outras regiões permanecem
encobertos e pouco nítidos.
64 Sob este prisma, este trabalho tentou ressaltar que as fronteiras não podem ser
reduzidas a uma mesma categoria temporal e espacial, uma vez que cada realidade está
formada por componentes sociais distintos, que exigem um sistema interpretativo
próprio e diferenciações internas. Torna-se fundamental, portanto, um olhar
invariavelmente inquiridor e crítico, que supere esquematismos e pré-concepções, uma
vez que a fronteira isolada não existe, mas sim “as fronteiras” no plural, que nascem dos
encontros espaciais dos diversos tempos em sua diversidade.
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Notes
1 Este trabalho deriva da dissertação de mestrado intitulada “Fronteira e mobilidade: a Amazônia
e suas pluralidades” defendida em 2013 no âmbito do programa de Pós-Graduação em
Demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Gostaria de agradecer ao Dimitri
Fazito e Roberto Monte-Mór pelas preciosas contribuições prestadas a este trabalho.
2 Ver a discussão detalhada da diferenciação entre “limites” e “fronteiras” em Machado (1998) e
Steiman e Machado (2002).
3 Esses padrões, segundo Gennep (2008, p. 36) não se aplicam somente a um país ou
território, mas a qualquer lugar em que as zonas neutras se estreitem (como templos, casas,
cidades e bairros, a ponto de se reduzirem a uma simples pedra, viga ou umbral) e que, por
conseguinte, as definições entre ser ou não “bem-vindos” se clarifiquem.
4 Segundo Martin (1998, p. 29), a civilização Maia se acercou mais do padrão de cidade-Estado e
os Astecas da “Confederação” e por isso não poderiam ser considerados Impérios.
5 O presidente americano Donald Trump insiste que o Estado Mexicano deverá pagar os custos
da expansão do muro entre os dois países. Para isso, profere ameaças como a extradição de
pessoas que chegaram ilegalmente aos EUA enquanto eram menores de idade (Dreamers).
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Auteur
Juliana Siqueira
Mestranda em Étude Comparative du Développement à L’École des Hautes Études en Sciences
Sociales, motasiqueira.juliana@gmail.com
Droits d’auteur
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