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ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS

CURSO GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

PEDRO OLIVEIRA DE SOUZA FILHO

ANESTESIA EM GRANDES FELINOS: A CONTENÇÃO QUÍMICA A DISTÂNCIA

MANAUS-AM
2021
PEDRO OLIVEIRA DE SOUZA FILHO

ANESTESIA EM GRANDES FELINOS: A CONTENÇÃO QUÍMICA A DISTÂNCIA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel. Escola
Superior Batista do Amazonas. Curso de
Medicina Veterinária.

Orientadora: Prof. Me. Claudia Elisa Martins


Vieira.

MANAUS-AM
2021
PEDRO OLIVEIRA DE SOUZA FILHO

ANESTESIA EM GRANDES FELINOS: A CONTENÇÃO QUÍMICA A DISTÂNCIA

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção


do grau de Bacharel. Escola Superior Batista do Amazonas. Curso de Medicina
Veterinária.

Aprovada em........../.........../.............

--------------------------------------------------------------------
Orientadora: Me. Claudia Elisa Martins Vieira
Escola Superior Batista do Amazonas (ESBAM)

BANCA EXAMINADORA

Prof. Me.
_________________________________________
Daniel Grijó Cavalcante

Prof. Esp.
_________________________________________
Rafael Justa de Oliveira
MANAUS-AM
2021
AGRADECIMENTOS

Ao Deus que Amo e Adoro por Toda Minha VIDA.

Aos animais por nos ajudarem a entender o universo. Sem eles o mundo não teria
tamanha serenidade, sabedoria e prosperidade.

Especial agradecimento In memoriam a minha lida e amada cachorra Mel, por seu
amor e amizade verdadeira, “FILHA, O PAPAI TE AMA”!

A minha Escola Superior Batista do Amazonas – ESBAM.

A minha Orientadora: Prof. Me. Claudia Elisa Martins Vieira, por sua orientação e
ensinamento de grande conhecimento da anestesiologia.

Ao meu filho querido Pietro Souza e a minha amada esposa Tatiana Barbosa, amor
meu, você é o meu porto seguro!
"O único defeito dos animais é que eles confiam no ser
humano. Por essa razão, chegará o dia em que os humanos
irão ver o assassinato de um animal como agora veem o de
outro ser humano". Leonardo da Vinci.
ANESTESIA EM GRANDES FELINOS: A CONTENÇÃO QUÍMICA A DISTÂNCIA
BIG FELINE ANESTHESIA: DISTANCE CHEMICAL CONTAINMENT

Pedro Oliveira de Souza Filho


Claudia Elisa Martins Vieira
RESUMO
O presente trabalho é uma Revisão Bibliográfica sobre “Anestesia em Grandes
Felinos: A Contenção Química a Distância". A contenção química de grandes felinos
é extremamente importante para a guarda e manejo desses animais e segurança da
equipe técnica envolvida no processo. Por ser rápido, eficiente e fácil de usar, além
de substituir a contenção física que se preocupa principalmente em prendê-los e
imobilizá-los. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi analisar as técnicas mais
adequadas e seguras para a realização da contenção química em felinos de grande
porte. Com base nos resultados da revisão, pode-se concluir que a distância crítica é
de extrema importância para se efetuar a contenção, a fim de manter a integridade
física dos animais e todos os protocolos devem ser selecionados com base na
espécie de felinos e, é essencial usar anestésicos dissociativos em combinação com
agonistas α2-adrenérgicos para melhor efeitos sinérgicos. Muitos felinos requerem
contenção e anestesia em algum momento de suas vidas. No entanto, muitas vezes
acaba sendo um episódio perigoso e difícil em comparação com o manejo de
espécies nativas.

Palavras-chave: Eficiência. Analisar as Técnicas. Manejo.

ABSTRACT

The present work is a Bibliographic Review on "Anesthesia in Large Cats: Chemical


Containment at a Distance". Chemical containment of large cats is extremely
important for the safekeeping and handling of these animals and for the safety of the
technical team involved in the process. efficient and easy to use, in addition to
replacing physical restraint, which is mainly concerned with trapping and immobilizing
them. size. Based on the results of the review, it can be concluded that the critical
distance is extremely important to carry out the containment, to maintain the physical
integrity of the animals and all protocols should be selected based on the species of
felines and, it is essential to use dissociative anesthetics in combination with α2-
adrenergic agonists for better synergistic effects. m some time in their lives.
However, it often ends up being a dangerous and difficult episode compared to the
management of native species.

Keywords: Efficiency. Analyze the Techniques. Management.


Graduando do Curso de Medicina Veterinária pela ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS
(ESBAM), Manaus/AM, pedrofilho.os29@gmail.com

Professora Assistente Orientadora de TMCC do Curso de Graduação em Medicina Veterinária da
ESCOLA SUPERIOR BATISTA DO AMAZONAS.
LISTAS DE FIGURAS

FIGURA 1 - Onça Pintada................................................................................... 15

Onça
TABELA 2 - 16
Parda......................................................................................
LISTA DE TABELAS

Classificação taxonômica da onça-


TABELA 1 - 14
pintada......................................

Classificação taxonomia da Onça-


TABELA 2 - 15
Parda.........................................
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

FC - Frequência Cardíaca

FR - Frequência Respiratória

SNC - Sistema Nervoso Central

PA - Pressão Arterial

SO2 - Oxigênio da Hemoglobina

M – Metros

Ml – Mililitro

MPA – Medicações Pré-anestésica


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................10

2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................13

2.1. Os Felídeos Selvagens........................................................................................13

2.2 A Contenção Química em Felinos Grande...........................................................17

2.3 Protocolos de anestesia em felinos selvagens.....................................................20

2.3.1 Anestésicos empregados em Animais Selvagens.............................................21

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................24

REFERÊNCIAS...........................................................................................................26
10

1 INTRODUÇÃO
Os felinos selvagens pertencem a um dos grupos de mamíferos mais
valorizados pelos humanos, quer pela sua beleza majestosa, quer pelo respeito que
eles impõem, como maiores predadores terrestres. Por serem agressivos e não
domesticados, o uso da contenção química é necessário principalmente para
imobilização, para examinar, diagnosticar e tratar adequadamente o animal
selvagem. Vale ressaltar que não só substitui vários métodos de contenção física,
mas também é eficaz, fácil de usar e, muitas vezes, mais rápido e eficiente
(WAIZBORT, 2000, p. 143).

A escolha da técnica, equipamento, medicamento e via de administração


usada para controlar produtos químicos depende muito do tipo de procedimento a
ser realizado, do comportamento da espécie, do indivíduo, da disponibilidade e
experiência da equipe (CUBAS, et al., 2007).

O estresse é um dos fatores a serem considerados e, é definido como a


reação do organismo a agressões físicas, psicológicas, infecciosas, entre outras,
que podem prejudicar a homeostase. No entanto, se o animal se sentir ameaçado,
todo o seu organismo entra em alerta para se defender da agressão instalada.
Porém, quando os fármacos são administrados corretamente, menos dano é
causado ao animal, pois quanto menor o volume do medicamento, mais rápido é a
absorção e o efeito, menor é o grau de dano ao tecido muscular, reduz o risco de
traumas, além de aumentar a precisão do lançamento do dardo (DIEGUES, 2000, p.
30).

Por conta disso, o estudo sobre Anestesia em Grandes Felinos: A


Contenção Química a Distância. Revisão de Literatura, tem como objetivo norteador
analisar as técnicas mais adequadas e seguras para a realização da contenção
química em felinos de grande porte. Tendo em vista que a distância crítica é de
extrema importância para se efetuar a contenção (CUBAS, et al., 2007).

Por essa razão, este trabalho tem por problemática, o evento de captura de
grandes felinos e imobilização com uso de fármacos que podem afetar o bem-estar
do animal, alterando variáveis fisiológicas e bioquímicas.
Tendo em vista que, a distância crítica é extremamente importante para fazer
a contenção, pois é aquela que o animal mantem de seu inimigo antes que ele
11

apresente algum comportamento agonístico e se não for respeitada a distância, o


animal ataca ou foge.
Dito isso, o presente estudo tem como questões norteadora:
 Uma vez que é difícil obter informações sobre a vida selvagem,
especialmente dos felinos selvagens, a extrapolação alométrica, é uma ferramenta
importante para o cálculo da dose com base em um animal modelo, é necessária?
 Todo procedimento anestésico precisa ser cuidadosamente planejado
com antecedência e cautela?
 Será que as complicações anestésicas podem ser observadas com
maior frequência em felinos selvagens do que em felinos domésticos, pois pouco se
sabe sobre a farmacodinâmica e farmacocinética desses animais?

Pelas questões supracitadas, o estudo justifica-se por ser a contenção


química de grandes felinos extremamente importante ser realizada correta e
responsável para a segurança desses animais e da equipe técnica envolvida no
processo. Por ser rápido, eficiente e fácil de usar, ele substitui a contenção física e
se preocupa principalmente em prendê-los e imobilizá-los. Isso porque, muitos
felinos requerem contenção e anestesia em algum momento de suas vidas, seja em
cativeiro ou na natureza. No entanto, muitas vezes se torna um episódio perigoso e
difícil em comparação com o manejo de espécies domésticas.

O Médico Veterinário deve ter o animal em mãos, mas também deve ter
conhecimento sobre a doença do animal, principalmente em relação à interação com
o animal. Pois, ao tentar imobilizá-lo por meio de propulsores medicinais, deve
manter distância suficiente para que o ponto de fuga do animal, que varia conforme
a espécie, não seja alcançado (SILVA, M. S., 2006).

Todo procedimento anestésico deve ser cuidadosamente planejado com


antecedência. Pois ele requer uma avaliação pré-anestésica, durante a qual
algumas considerações são feitas sobre a condição fisiológica do paciente, a
espécie, o tipo, duração, tipo do procedimento, escolha dos medicamentos e custos
(MASSONE, 2003).

O equipamento de contenção nada mais é do que uma extensão da mão


humana na qual irá realizar o devido procedimento de contenção, de modo no qual
permita chegar até ao animal. No entanto, muitas vezes se transforma em um
12

episódio perigoso e difícil em comparação com o manejo de espécies domésticas,


considerando que a vida selvagem é mais sujeita a estresse e lesões do que as
espécies domésticas, especialmente durante a captura, manuseio, contenção
química e transporte (CUBAS, ANDRADE, 2002).

Acessibilidade ao animal (em liberdade ou em cativeiro), peso,


comportamento, jejum anterior, fatores ambientais e disponibilidade de
equipamentos, medicamentos e pessoal também devem ser levados em
consideração no trabalho com animais silvestres (GUNKEL; LAFORTUNE, 2007).

Isso porque, o estresse deve ser considerado e avaliado seu nível, tendo em
vista que, ele é definido como a totalidade das respostas do corpo a agressões
físicas, psicológicas, infecciosas etc. que podem perturbar a homeostase. Pois se o
animal se sente ameaçado, todo o seu organismo é colocado em alerta para se
defender da agressão que se instalou.

Animais de comportamentos, agressivos e levemente estressados requerem


doses mais altas e estão sujeitos a mais complicações cardiovasculares e
metabólicas durante um evento estressante. Nestes casos, Gunkel e Lafortune
(2007) apontam para o uso de sedativos orais como acepromazina, midazolam ou
medetomidina, que reduzem o risco de hipertermia, hipotensão, hipertensão ou
arritmias.

De acordo com Cubas e Andrade (2002), os principais agentes de anestesia


por inalação são metoxifluorano, halotano, isofluorano, isofuroano e ácido nitroso.
Para poder utilizá-los é necessário equipamento adequado, o que se torna um
obstáculo devido ao alto custo do equipamento (CUBAS, ANDRADE, 2002).

Quanto a condição fisiológica do animal, ela pode ser determinada por exame
físico prévio, exames cardíacos e hemogramas para a vida selvagem, no entanto, a
abordagem se torna difícil e perigosa, limitando e muitas vezes sem avaliação pré-
anestésica. Assim, uma combinação de medicamentos pode ser usada para facilitar
a realização de procedimentos ambulatoriais, como coleta de sangue, e assim obter
resultados diagnósticos confiáveis. É importante enfatizar que esses medicamentos
têm efeitos colaterais no sistema cardiovascular e variáveis hematológicas mínimos.
Além disso, complicações anestésicas podem surgir mesmo nas melhores
circunstâncias e, portanto, o veterinário deve estar preparado para usar
13

procedimentos de emergência e medicamentos em uma variedade de condições,


seja na sala de cirurgia ou sob anestesia em campo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Os Felídeos Selvagens


Felideos, Felidae do latim científico: pertencente à família dos mamíferos
digitígrados da ordem dos carnívoros. Os Felídeos selvagens são predadores
terrestres e caracterizam-se pelo fato de serem muito furtivos, fortes, muitos deles
muito rápidos e precisos na caça às suas presas, que apanham com as suas garras
afiadas e matam com as mordidas enérgicas em suas presas grandes e
assustadoras (GRIGIONE et al., 2009; PRIMACK; RODRIGUES, 2001).

Quase todos os felinos alimentam-se apenas de carne de animais que


pegam, comida fresca de suas vítimas e ignoram outro tipo de alimento que não seja
carne fresca. Sua agilidade os torna grandes escaladores de árvores e alpinistas. A
comunicação entre eles, dependendo da espécie, consiste principalmente de
rugindo, grunhindo, guinchando alto, ronronando, balindo e assobiando. Os felinos
grandes e pequenos pertencem à extensa família Felidae, a maioria dos quais
pertence à segunda espécie mencionada (31 de 39 espécies) (CUBAS, ANDRADE,
2002).

As patas dianteiras têm 5 dedos e as traseiras 4, todos têm o privilégio de ter


um bom olfato, boa audição e a capacidade de ver muito bem à noite. Dispõe mais
de 500 músculos nos quais se tem absoluto controle sobre todos. Sua espinha é
bastante flexível, lhes permitindo subir em árvores com bastante facilidade e
agilidade. O tamanho dessa espécie varia muito, pois é possível encontrar felinos
selvagens pesando apenas 1 quilo e outros gigantes pesando até 400 quilos
(GRIGIONE et al., 2009; PRIMACK; RODRIGUES, 2001).

A onça-pintada (Panthera onca), a onça-parda (Puma concolor) e a


jaguatirica (Leopardus pardalis) são considerados os maiores felinos brasileiros. O
jaguar é o maior felino da América, medindo cerca de 1,80 m de comprimento e
pesando até 100 quilos. É um animal que possui hábitos solitários sendo um
excelente predador, que raramente ataca os seres humanos, bastante ágil e, ótimo
nadador (GRIGIONE et al., 2009; PRIMACK; RODRIGUES, 2001).
14

A onça-pintada, em particular, é considerada uma espécie-chave na


conservação ambiental, pois desempenha um papel importante na manutenção do
bioma, mantendo e restaurando sua diversidade e resiliência, por estar no topo da
cadeia alimentar e precisam de grandes áreas protegidas para sobreviver. A
presença desse felino na área pode ser um indicador da integridade e potencial de
recuperação ambiental. Ambas as espécies requerem uma grande área de
distribuição que também abrange áreas de outras espécies, de forma que a
conservação das espécies de ponta também ofereça proteção para distintas
espécies simpátricas (espécies guarda-chuva) (GRIGIONE et al., 2009; PRIMACK;
RODRIGUES, 2001).

A onça-pintada é uma espécie de guarda-chuva (umbrella species), pois é


uma espécie que necessita de uma grande reserva natural para sobreviver. Porque
suas demandas ecológicas incluem todas as demandas de outras espécies que
ocorrem em seu ambiente. Ou seja, se a onça está bem, outras espécies também
estão (MORATO, 2011).

Tabela 1 - Classificação taxonômica da onça-pintada.

CLASSIFICAÇÃO TAXONOMIA

Reino Animalia

Filo Chordata

Classe Mammalia

Ordem Carnivora

Família Felidae

Gênero Panthera

Espécie Panthera onca

Sinônimos científicos Felis onca, Leo onca

Onça-pintada, onça, onça-preta, jaguar,


Nomes comuns
jaguarcanguçu, jaguaretê, canguçu.

Fonte: MESIANO, Paulo Sérgio Monteiro. Panthera onça, o maior felino do continente americano.
2001.

onça-pintada é considerado o maior felino da América sendo o único


membro do gênero Panthera no continente. É encontrada em quase todos os
15

biomas brasileiros, com exceção dos pampas. Estima-se que o tamanho da


população do país seja inferior a 10 mil indivíduos. Entre os biomas brasileiros, a
Floresta Amazônica é a região de maior importância para esse animal (MORATO,
2011).

Embora seja o bioma de menor incidência na Mata Atlântica, possivelmente


devido à fragmentação desse ecossistema. Embora não existam estudos
atualizados sobre a incidência de onças-pintadas no Brasil, a espécie está
criticamente ameaçada de extinção principalmente devido ao desmatamento, ao
pequeno número de indivíduos e ao abate deste animal, muitas vezes devido a
rebanhos invasores. Não há evidências de que esses animais sobrevivam em
ambientes alterados pelo homem, bem como na interação com os humanos, já que
geralmente fogem quando sentem a ação humana (MORATO, 2011).

Figura 1: Onça Pintada

Fonte: https://www.infoescola.com/mamiferos/onca-pintada/.

A onça-parda, Puma concolor, é considerado o segundo maior felino do


Brasil. Este animal é encontrado em uma grande variedade de habitats, florestas até
a formações de savana, e ocorre ocasionalmente em ambientes alterados como
16

plantações e pastagens, que são encontrados em todos os biomas brasileiros


(MORATO, 2011).

Tabela 2 - Classificação taxonomia da Onça-Parda.

CLASSIFICAÇÃO TAXONOMIA

Filo Chordata

Classe Mammalia

Ordem Carnivora

Família Felidae

Gênero Puma concolor (Linnaeus, 1771)

Status de Conservação Vulnerável, menos preocupante (IUCN).

Fonte: Atlas de Conservação da natureza brasileira ± Unidades Federais. (MACHADO et al., 2004).

Por conseguinte, a onça-parda, ao contrário dos felinos como a onça-


pintada, não esturra, nem urra. Sua expressão se assemelha a um miado. Além do
tamanho, esse animal se destaca pela manobrabilidade. Suas patas traseiras,
proporcionalmente as maiores entre os gatos, permitem ao animal dar grandes
saltos tanto em distância quanto em altura, atingir grandes velocidades em curtas
distâncias, escalar com excelente destreza, possibilitando que tenha extrema
facilidade de movimentação na copa das árvores (BRASIL, 2014).

Figura 2: Onça Parda


17

Fonte: http://www.ecofuturo.org.br/blog/onca-parda-o-grande-felino-do-parque-das-neblinas.
A onça-parda, por sua vez, pode pular até seis metros e podendo pular de
alturas de até mais de 15 metros. É um animal noturno, difícil de encontrar, e sua
dieta varia de pequenos roedores a grandes mamíferos (BRASIL, 2014).

É um animal solitário, mas os pares podem ser vistos durante a época de


reprodução. Eventos de pareamento podem ser observados em irmãos jovens (com
porte adulto a partir do 8º mês). Nestes casos, podem ser observados um grupo de
onças juntas (BRASIL, 2014).

A dieta consiste em uma grande variedade de animais, desde grandes


presas como veados a pequenas presas como roedores e invertebrados. No Brasil,
a dieta é composta quase que exclusivamente de animais de pequeno e médio
porte, o que é atribuído à competição com a onça-pintada. Porém, ambas as
espécies estão criticamente ameaçadas de extinção em todo o mundo, e a onça-
parda é classificada como menor vulnerabilidade (least concern) devido à sua ampla
distribuição, enquanto a onça-pintada está criticamente ameaçado (near threatened).
Vale ressalta que, ambas as espécies estão ameaçadas de extinção no Brasil
(BRASIL, 2014).
18

Portanto, a perda e fragmentação de habitat são citadas como as principais


causas dessa ameaça. A onça-parda é mais sensível à perda de habitat do que à
fragmentação, pois pode mover-se entre fragmentos (PALMEIRA et al., 2008). Já a
onça-pintada apresenta menor resistência às ameaças antrópicas, pois prefere
remanescentes florestais menos afetados (NOVACK et al., 2003; SILVEIRA, 2004) e
evita áreas agrícolas e pastagens (CULLEN et al., 2005). Outras ameaças à
persistência dessas espécies incluem conflito com humanos durante os
deslocamentos, a caça, a falta de comida e o número crescente de mortes e
acidentes nas estradas, principalmente da onça-parda.

2.2 A Contenção Química em Felinos Grande


A contenção química se refere ao estado induzido por drogas que produz
mudanças comportamentais benéficas, sedação, analgesia ou relaxamento
muscular. Atualmente, não há drogas de contenção produtos químicos que podem
produzir o nível ideal de cada uma dessas propriedades em todos os animais
(GUNKEL & LAFORTUNE, 2007).

Isso porque, a contenção química é extremamente necessária para o


manejo de animais silvestres, pois é a única forma de manuseio e transporte dos
animais, que também possibilita intervenções cirúrgicas minimamente invasivas,
indução de anestesia inalatória, exame físico, coleta de material e realização de
teste diagnóstico. Anestésicos dissociativos, normalmente associados a agonistas
α2 adrenérgicos, benzodiazepínicos e opioides, são usados com diferentes efeitos
em cada associação na contenção de uma ampla variedade de espécies selvagens
(REIS, 2008).

Em animais de cativeiro, é importante induzir jejum alimentar por 12 a 24


horas para evitar vômitos e aspiração durante a indução e recuperação. A
introdução do jejum aquático é controversa, pois há autores que relatam que os
animais foram mantidos com água ad libitum e que não houve complicações
(LARSSON et al. 2008). Lesões e aumento do estresse, resultando na necessidade
de aumento da dose da medicação, e maiores complicações cardiovasculares e
metabólicas devido ao maior tônus simpático (GUNKEL & LAFORTUNE, 2007).

Os materiais mais comumente usados para contenção química de grandes


felinos selvagens são: pistolas de ar (curto alcance), zarabatanas (curtas distâncias),
19

bastões de aplicação (curto alcance), armas de ar comprimido (médio alcance), rifles


de dardos (longo alcance) (CULLEN et al., 2005).

Qualquer meio utilizado para contenção do animal deve: garantir total


segurança ao paciente e à equipe envolvida, sendo que os medicamentos
(fármacos) utilizados mais importantes são: Narcóticos: Etorfina, Carfentanil,
Butorfanol; Ketamina (ketalar, francotar), Tiletamina (zoletil); Xilazina (rompum,
kensol), Metomidina (dormitol), Detomidina (domosedan); Diazepan (valium,
kiatrium), Midazolam (dormonid) (REIS, 2008).

Neste caso, as agulhas são pontos-chaves na contenção de felinos


selvagens, que de acordo com deem, (2004) existem três tipos básicos de agulhas
disponíveis, que são: agulhas com gola, agulha simples ou agulha com gancho
farpado.

A agulha com colar é frequentemente usada porque permanece fixa no local


da punção e garante uma injeção completa do medicamento. A agulha simples é
recomendada para animais que ficarão nas árvores antes da contenção, pois
causará menos danos aos tecidos, mas pouco uso, pois permanecerá fixada no local
da injeção por menos tempo e poderá haver perda de volume total. A agulha com
gancho farpada, por outro lado, é uma das mais utilizadas porque, embora possa
causar graves danos aos tecidos, garante a injeção total do medicamento e a
segurança de todos os envolvidos. A região mais indicada para as aplicações é o
membro pélvico, sendo recomendado que seja posicionado no lado mais caudal do
bíceps femoral para evitar o fêmur e o nervo ciático. As aplicações nos membros
torácicos são contraindicadas devido à sua proximidade com o tórax e a cabeça
(DEEM, 2004).

Ressalta-se que, quanto menor o volume da droga, mais rápida é a


absorção e o efeito, e menor o grau de lesão do tecido muscular do animal. Já a
zarabatana usa uma seringa de plástico de 3ml que é colocada em um tubo com
cerca de 1m de comprimento e espessura semelhante à da seringa, e é
impulsionada por um forte sopro do operador (DEEM, 2004).

A quetamina proporciona efeitos catalépticos, analgésicos e anestésicos,


mas, sem efeitos hipnóticos em mamíferos selvagens. Durante a indução, podem
ocorrer movimentos musculares involuntários, hipertensão e movimentos tônico-
20

clônicos dos membros, frequentemente observados em leões e outros felinos de


grande porte, além da ocorrência de momentos de apneia nesses animais. Em
primatas e felinos, sialorreia, pálpebras abertas e reflexo laringofaríngeo ativo são
comumente observados (MASSONE, 2003).

No entanto, a cetamina permite seu uso em conjunto com outras drogas,


tornando-a mais fácil de conter em casos e formas em que não promove todos os
efeitos desejados quando administrada sozinha. A xilazina é um antagonista do
adrenoreceptor α2, que ganhou popularidade como uma pré-medicação anestésica
eficaz em uma ampla gama de espécies animais, tanto nos animais domésticos,
quanto nos silvestres, e que pode ser administrado por via intramuscular ou
intravenosa. A administração intramuscular e, também, porque permite seu uso em
conjunto com outros agentes. Tem bons efeitos em herbívoros como camelos,
dromedários, veados, veados, bisões, girafas, antílopes e zebras, além de atividade
regular em gatos como leões, onças e jaguatiricas e canídeos como lobo-guará,
raposa e outros. mesmo grupo (CUBAS, ANDRADE, 2002).

A combinação xilazina-quetamina, tem sido preferida por causa da remoção


dos profundos efeitos depressores causados pela xilazina e a remoção da catatonia
causada pela quetamina. Os efeitos calmantes e anestésicos são alcançados
quando essas drogas são administradas em conjunto, enquanto os efeitos são
menos intensos quando administrados isoladamente (ANDRADE, 2002).

Na anestesia por inalação, os principais agentes são metoxifluorano,


halotano, isoflurano, isofuroano e ácido nitroso. Para utilizá-los é necessário
equipamento adequado, o que se torna um obstáculo devido ao alto custo dos
aparelhos (CUBAS, ANDRADE, 2002).

Portanto, após a sedação, o monitoramento da frequência cardíaca (FC) e


frequência respiratória (FR), temperatura corporal, cor da mucosa, tempo de
reperfusão capilar e grau de depressão do sistema nervoso central (SNC) é
essencial. Se possível, outras variáveis como pressão arterial (PA), saturação de
oxigênio da hemoglobina (SO2) e gases e eletrólitos no sangue devem ser
monitorados (FAHLMAN et al. 2005). Vale ressaltar que, devido a incapacidade de
conduzir uma avaliação pré-anestésica completa, a resposta de qualquer animal aos
21

medicamentos e sua recuperação pode ser imprevisível ou mesmo resultar em


complicações inesperadas.

2.3 Protocolos de anestesia em felinos selvagens


O protocolo de anestesia para contenção de felinos selvagens deve permitir
rápida e indução calma da anestesia, estabilidade cardiovascular, antagonistas
farmacológicos específicos e uma recuperação sem intercorrências tempestuosos
(WENGER et al., 2010).

Os fármacos mais comuns usados para conter felinos selvagens são os


anestésicos dissociativos, como a cetamina e a tiletamina. O termo anestesia
dissociativo é usado para descrever uma condição na qual as funções neurais do
eixo cortico-talâmico e do núcleo talâmico central são suprimidas com estimulação
simultânea de partes do sistema límbico, como o hipocampo, e desencadeiam um
estado cataléptico, com sustentação os reflexos palpebrais (LI, 2007).

Em animais felinos selvagens, a anestesia é frequentemente usada para


imobilização, pois os anestésicos são usados como um método de contenção
química quando se deseja realizar procedimentos como exames de rotina,
tratamento de doenças, coleta de amostras biológicas para exames laboratoriais,
exames de imagem e procedimentos cirúrgicos (HORTA, 2012).

Os primeiros relatos de anestesia em animais selvagens referem-se aos


povos sul-americanos e africanos por meio do uso de dardos ou flechas utilizadas na
caça que eram embebidas com substâncias eficazes para facilitar a captura do
animal. Os primeiros observadores de animais de vida selvagem usaram drogas que
bloquearam a junção neuromuscular para capturar animais selvagens. Essas drogas
causaram paralisia do músculo esquelético e pararam de respirar. Sabe-se que esse
método não é mais utilizado devido aos seus efeitos adversos. (CUBAS, CATÃO-
DIAS; SILVA, 2014).

Por essa razão, existe a necessidade de aprimorar as técnicas de anestesia


em animais selvagens devido ao seu constante crescimento na rotina clínica, e os
anestesistas devem garantir que todos os procedimentos anestésicos sejam
registrados sempre que possível. Os Médicos Veterinários de anestesia devem
incluir informações nos formulários de anestesia, tais como: faixa etária, espécie,
sexo, peso, procedimento a que o animal é submetido, medicação antes da
22

anestesia, meios de início e manutenção, bem como vias de administração, duração


da anestesia, valores dos parâmetros pré, trans e pós-anestésicos e meios de
emergência (CRUZ & NUNES, 2011).

2.3.1 Anestésicos empregados em Animais Selvagens


A anestesia foi revelada no século 13 e encontrou seu conhecimento
profundo em 1844 por meio de dois cientistas, Horace Wells e William Thomas
Green Morton, que observaram que o gás hilariante causava analgesia em um
ouvinte ferido que não sentia nada. Desde então, diversos estudos de anestesia
humana continuaram com o surgimento de novos exploradores e fármacos, e
posteriormente a anestesiologia também foi aplicada a animais selvagens e exóticos
(CRUZ & NUNES, 2011).

O sucesso da anestesia depende da medicação pré-anestésica. Os


fármacos utilizados na Medicação Pré-Anestésica (MPA) auxiliam no preparo do
paciente para a indução da anestesia, promovem relaxamento muscular, sedação,
analgesia, minimizam os possíveis efeitos colaterais da anestesia e proporcionam
segurança ao anestesista (CUBAS, CATÃO-DIAS; SILVA, 2014).

Na escolha do MPA, deve-se levar em consideração o tipo de procedimento


a ser realizado, a presença de dor, o temperamento do animal, o estado geral do
paciente e o nível de sedação necessária. A medicação pré-anestésica destina-se a
permitir uma indução suave e segura, e os benefícios do uso desses agentes
incluem redução da dor durante a cirurgia, redução da dose de agentes de indução e
redução de efeitos colaterais como náusea, agitação, bradicardia e salivação
(NUNES, et al. 2006).

De acordo com Cruz e Nunes (2011), a implementação segura e eficiente de


procedimentos anestésicos sem colocar em risco a saúde do animal é alcançada por
meio do conhecimento profissional das características individuais dos indivíduos, da
farmacodinâmica e farmacologia dos medicamentos utilizados, das técnicas a serem
utilizadas para o procedimento e do conhecimento da anestesia equipamentos
disponíveis.

2.3.2 Anestésicos locais


23

Os anestésicos locais exercem seu efeito sobre a condutividade do sódio em


três locais; na superfície da membrana, mudança no potencial transmembrana sem
mudança no potencial de repouso intracelular; na matriz da membrana, o que leva a
modificações especiais nos canais de sódio; e em receptores protéicos localizados
na superfície interna da membrana do canal de sódio, adaptando este último tipo de
receptor a todos os tipos de anestésicos locais específicos (CORTOPASSI et al.,
2011).

Anestésicos locais, como o cloridrato de lidocaína, atuam prevenindo a


produção e transmissão de impulsos nervosos na membrana nervosa. Esses
ingredientes ativos atuam na forma iônica conectada aos canais de sódio na parte
interna da membrana celular e bloqueiam esses canais. Dessa forma, os
anestésicos locais penetram no tecido de forma não protonada e, a seguir,
interagem com os canais de sódio dentro da célula (CORTOPASSI et al., 2011).

2.3.3 Halogenados

Os anestésicos inalatórios são administrados aos pacientes com o objetivo de


atingir uma pressão parcial suficiente do anestésico no cérebro do indivíduo e,
assim, atingir o efeito desejado para a anestesia. Os representantes mais
importantes são halotano, isoflurano e sevoflurano (STEFFEY, 2003).

Quando agentes inalatórios são administrados, moléculas de agentes, como


oxigênio e dióxido de carbono, movem-se através de gradientes de pressão. Como
resultado, os gases se movem de regiões de pressão mais alta para as mais baixas
até que o equilíbrio seja estabelecido. Durante a indução, a pressão parcial ou
adequada do anestésico é aumentada e diminuída no trajeto do vaporizador até o
circuito respiratório do paciente. O anestésico chega aos pulmões, onde passa dos
alvéolos para o sangue arterial e, em seguida, é distribuído para os tecidos do corpo,
como o cérebro (STEFFEY, 2003).

No entanto, recomendamos o uso de anestésicos injetáveis em mamíferos,


porém, o animal deve ser examinado antes do procedimento anestésico para
determinar se o paciente é capaz de suportar esse tipo de contenção. Vários
medicamentos podem ser usados para fornecer anestesia em mamíferos selvagens.
Os anestésicos injetáveis são a melhor opção para processos de curto e longo prazo
que causam estresse mínimo nos animais e não causam apneia. No entanto, como
24

já citado antes, esses anestésicos apresentam um atraso na reversão do esquema


anestésico do paciente, que pode apresentar sinais de hipóxia, hipotensão e até
mesmo necrose tecidual (SANTOS, 2013).

Vale ressaltar que, a anestesia inalatória é amplamente difundida nessas


espécies, sendo os medicamentos inalatórios mais usados atualmente o isoflurano e
o halotano. A vantagem desses fundos é a capacidade de alterar rapidamente o
esquema de anestesia com um metabolismo orgânico mais baixo e menos tempo de
recuperação do paciente. No entanto, alguns animais podem desenvolver hipotermia
e apneia (SANTOS, 2013).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foram analisados vinte e cinco artigos sobre a contenção química em animais


selvagens, dentre eles os felinos, onde pode-se observar que A monitorização dos
animais anestesiados é essencial para identificar e as correções das alterações
fisiológicas em tempo útil, para garantir uma profundidade apropriada da anestesia e
para avaliar a eficácia dos tratamentos de suporte. Vale ressaltar que, as técnicas e
princípios usados com animais domésticos também podem ser aplicados a animais
selvagens.

Pode-se compreender que a recuperação é um ponto crítico no tratamento


anestésico em espécies silvestres, especialmente em espécies grandes, pois
geralmente não é possível durante esse período por motivos de segurança. As
considerações sobre a recuperação da anestesia variam de acordo com as opções
25

de medicamentos e cada situação, mas na maioria dos casos será uma técnica
anestésica reversível (DINIZ,1996).

As complicações relacionadas à anestesia são comuns e podem estar


relacionadas ao uso impróprio de equipamentos, efeitos farmacológicos adversos,
suporte e preparação cardiovascular e respiratória inadequada do paciente, fatores
inerentes ao paciente, como regurgitação, ou processos patológicos multifatoriais
complexos, incluindo miopatia.

Ressalta-se que, o animal em estado apreensivo está sob estressor


psicológico de nível médio e, se houver intensificação, pode transformar em
ansiedade, medo ou, na sua forma mais aguda, em terror. Se o animal está em um
estado iminente de exaustão devido a doença ou outros fatores e está sujeito à
contenção, poderá ocorrer choque adrenal fatal em função do consumo das últimas
reservas corporais estocadas. O óbito decorrente da contenção pode ser dividido
em: superagudo, agudo ou mediato e o tardio.

Ao analisar estudos realizados por Cubas (2006), observou-se que quando


um animal é capturado, a atividade da musculatura esquelética é repentinamente
interrompida e um processo fisiológico conhecido como bomba muscular é
bloqueado. Este fenômeno é caracterizado pela ação mecânica da contração
muscular do plexo vascular, que leva à expulsão de sangue dos leitos venocapilares.
Dessa forma, tanto o calor gerado pela atividade muscular quanto os subprodutos da
glicogenólise, especialmente o ácido láctico ácido, são removidos do microambiente
muscular. A mioglobina é tóxica e pode causar insuficiência renal, enquanto o
potássio e o cálcio tornam o sistema de condução elétrica do coração sensível à
adrenalina, que pode levar à FV e consequente parada do PC. O acúmulo de lactato
pode destruir ainda mais as células do miocárdio afetando ainda mais a função
cardíaca. A destruição muscular também libera enzimas intracelulares - AST, LDH e
CPK - cujos níveis séricos elevados são um bom indicador da probabilidade de
desenvolver CM.

O planejamento adequado da captura de grandes animais selvagens e o


monitoramento contínuo da anestesia são necessários para minimizar e evitar
complicações e mortes desses animais. A captura de animais selvagens é
necessária por várias razões, que são: transporte, exames, tratamentos, recaptura
26

de animais selvagens, animais fugindo de recintos. A contenção resulta em muita


tensão podendo desencadear complicações como o estresse, miopatia ou morte.
também perigoso para quem o usa e requer conhecimento de todos os tipos de
comportamento e conhecimento prático das ferramentas a serem utilizadas.

Entendeu-se que a sedação é uma condição caracterizada por depressão


central acompanhada de sonolência, com o benefício de reduzir o estresse para o
animal e criar um ambiente seguro para o paciente e equipe, resultando em maiores
níveis de derivações de estresse. Qualidade dos dados leva (LUGO -ROMAN et al.,
2010). Os gatos apresentam várias peculiaridades no que diz respeito ao
metabolismo dos fármacos, com respostas clínicas específicas a algumas
substâncias ativas. Os efeitos do uso de drogas variam em gravidade e podem
complicar a interpretação dos testes de laboratório e levar a um diagnóstico incorreto
(PERUMAL et al., 2007).

Portanto, de acordo com as análises feitas em estudos realizados por Cuba


(2007) a escolha da tecnologia, equipamento, medicamentos e as vias de
administração para conter produtos químicos são essencialmente determinadas pelo
tipo de procedimento a realizar, o comportamento da espécie e do indivíduo, e a
disponibilidade e experiência da equipe.

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