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seiam as aguas ferreas ao som propriamente nacional? Diz«i,

da musica. homens, que nos tendes gover-

Também não faltam algumas nado, que fizestes do entrudo?

infelizes mettidas n uns andra- Apenas alguns punhados de

jos, as quaes passam a noite a trenioçoâ avariados, que os paes

dizer aos passeiantes: de família mandam comprar

—Já sei que estás mal com para darem ás filhas para que

a tua bella. se divirtam?

—Como vae o teu derriço? O entrudo de Vasco da Gama

— Não te dou o braço porque e de Alfonso de Albuquerque

pôde haver quem tenha ciúmes. reduzido a tremoço saloio!

Nos camarotes apresenta-se

Ah! que não sei de nojo como oconle!


um exercito de seres, a quem

ainda por cortezia e defferencia

chamamos mulheres! Estão ali O ovo, esse ovo que tinha a

postadas tão tezas, que pare- vantagem de sujar; a laranja,

cem espeques, sustentando ve- que tinha o mento de cegar..,

lhas ruinas. Nem uma graça, desappareceram!

nenhum dito de espirito! A civilisação, dizeis vós, co-

Nós não lemos mulheres, le- hibe esses divertimentos bru-

mos saias, temos mães de fa- taesí! Brutaes! Chamar brutal

mília, e amas de leite!!! a um divertimento tolerado du-

E os maridos? Esses lá estão rante séculos! com applauso

sentados ao lado das caras me- geral de nacionaes e estran-

tades para que ellas lhes não geiros!

fujam! Passava um homem pór Bai-


o GAJR.3NrJ^"VJ5k.3L.

Que de mystificações não al- xo d uma janella, ferrava-se-lhe

lumia o dia seguinte ao de um com uma laranja ou com um


Estamos no Carnaval, como tram debaixo da mascara, a

baile de mascaras! Que caras ovo; que mal havia em que esse
innocencia e a c
os sabem; estamos em com-

enrugadas se não encontram individuo se tornasse uma la-


Devemos confessar que ape-
ia anarchia.

debaixo d essa mascara, onde ranjada ambulante, ou uma


sar de tudo não poucas vezes
O baile de mascaras é uma

se haviam sonhado rostos divi- omuleta sem ter ido ao fogo?


encontram n esses bailes a mais
rdadeira época d'anarchia so-

nos! Que de maridos mais ma- Hoje feijão e tremoço!


desinteressada innocencia. E pa-
il; as mulheres reinam, são

ridos do que nunca! Que de O Chiado nos dias de en-


ra elles o maior prazer de vol-
eranas absolutas, exercem

dores, pleurises, lluxões! Uns trudo turnou-se um verdadeiro


ta aos penates poderem dizer
so misericórdia um terrível

curaw-se, outros estendem o deserto de Sahara. A rapaziada


ás mulheres: que se divertiram
píer de reacção.

canello, e o inundo não acaba, de braços cruzados vê passar


j> baile de mascaras! é o so- muito em Lisboa, 110 baile do

nem tão pouco o carnaval!!! umas mascaras enlameadas e


i>j> de todas as mulheres mo- Entrudo, que pregaram muita

■ Não era assim no tempo dos caminhando como se fossem


.';S. de todas jís donzellas mais peça, que andaram toda a noite
n

nossos maiores; as coisas cor- para o patíbulo.


\ menos emancipadas; é o so- pelo braço de um dominó côr

riam por outra maneira. O en-


up de todo o deputado pro- de rosa, e de uma varina, que

& Ditosa condição, ditosa gente.


trudo, esse Santo Entrudo que
víciano. nunca poderam conhecer!

fazia as delicias de nossos paes


eni um só falta aos bailes A nós nada nos diverte tanto
?

acabou n esta terra semsabo- E no meio de tudo essa ra-


ritinascaras da Trindade e Co- como certos pares (sem serem

rona! paziada esperançosa, n'este dia


lyeu. Os bailes de S. Carlos do reino) que veem ajoujados

sã.: exclusivamente para as pes- Que é feito d esses folgares em que tudo devia ser folia,
ao baile de mascaras com as

observada a certa distancia,


soa pacatas e d avançada ida- caras esposas sem se perderem em que se matava um cidadão

atirando-se-lhe com um vaso á parece meditar algum suicídio!


de, ^ão bailes hygienicos* Os de vista um só momento. Não

»;)es ta patria provincianos, se largam, e passam toda a cabeça? Que é feito d'essa ale- E alcunha-se isto de pro-
m

noite aborrecidos, com a maior gria que acommettia velhos e gresso e civilisação? não, mil
etno amos dizendo, persua-

emulação. Dir-se-hia que pas- moços? Que ê feito do entrudo vezes não, o que estamos pre-
Om-se geralmente, que encon-
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O 70

sendínido é a decadência. fer-

•dida a autonomia rio entrudo,'

perdido está tudo. Cumpre re-j

suseif.tr o ovo, o pós, e a Ta-

rar.»; cumpre salvar o paiz, éj

esta a primeira lei.

Não é com a amortisação do j

deficit que a palria se salva;

não* é com a organisação do

exercito que nos havemos fazer

respeitar do estrangeiro; mas

sim jogando o entrudo como

outrora.

Dizem os nossos visinlios

hespanhoes:

«Dae-nos pão, toiros e repu-

blica;»—nós dizemos: «minis-»

tros da coroa, dae-nos pós, la-

ranja, e ovo; dae-nos o entru-

Prestes a cahir n um cano,


do. e a posteridade abençoará

Dando forte trambulhao,


os vossos nomes, e proclamará

Gritam com -furor insano:


a vossa coragem.»

—Ai! acudam, ó senhores


E tempo ainda. A indepen-

Da nova illuminacão.
dência nacional, a dignidade do /

paiz, exigem a resurreição do

antigo e sempre chorado en- Entre dois soldados da mu-

trudo. nicipal, um novo e outro ve

Ahra-se uma subscripção na- lho, na Avenida da Liberdade:

tional para a compra de pós, Novo. — O' 47, acredita que

ovo, e laranja, e nenhum por- não estou arrependido de nu

tt.guez deixará de concorrer ter juntado com aquella cacho-

para tão glorioso, como patrió- pa. Aquilio é que é uma rapa-

tico fim. riga desembaraçada para o tra-

balho!... Quantas vezes el a

me está limpando o terçado e

eu lhe digo: «Deixa lá, filha,

|
EM FRANÇA E NA ITALIA que isso já está bom; em se I

metlendo na bainha, não se è

Temos grandes novidades. A


se anda sujo ou limpo»... Eo

monarchia foi proclamada em


caso é que ella não o larga

França. Foi acclamado rei o


sem satisfazer a sua vontade

general Boulanger, que já to-


Velho (suspirando).—Pois ey

mou posse do throno.


rapaz, sou mais infeliz do qu

- O sr. Carnot, ex-presidente


tu. Já lá vae quem me fazi
Alguns medicos teem ensaiado ultimamente com optimo re-

da republica, quiz suicidar-se,


esse serviço, e hoje, apesar d
sultado _
o curativo da enxaqueca, aconselhando os doentes que

atirando comsigo do balão abai-


velho e cançado, tenho eu d
padecem d'esta doença a mudarem as .suas residências para a

xo do sr. Cypriano Jardim; mas


o fazer.
rua Augusta. D um sabemos nós que se mudou para aquella

o balão subiu tanto que a lua

rua e o seu reconhecimento pelas melhoras foi rogar pragas

exerceu sobre elle a sua attrac-

aos caldeireiros.

ção, e o sr. Carnot proclamou

a republica lunar.

Na italia succedeu um caso

extraordinário. Um dos bigodes

Ao rei Humberto entrou pelas

janellas do Vaticano, e tirou Os moradores da baixa vío

mandar collocar uas estadas


um olho ao papa. Dizem que

berços de madeira polida, T


resultado d'isso o papa vae

Os agiotas de Lisboa tratam de formar uma associação com de receberem as crianças (,r<
iançar excominunhão sobre to-

n elles queiram expôr aj...


dos os bigodes grandes. o fim humanitário de tirarem a pelle ao seu similhante.
fôonúBÒ toda a noite, dizendo

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uô somente 1 «aià, ao que a :

pobre padecente só respondia:

Um fidalgo muito nosso co-


—Pa^a que queres tu que

nhecido consultou sua esposa


eu và à Sé.

como é que se devia mascarar

* para não ser conhecido em S.


♦ •

Carlos.

—Olha, respondeu-lhe a fi-


N'um baile da Trindade, per-

dalga, vae como andas em ca-


guntou um mascara feminino a

sa; para não seres conhecido,


um mascara do sexo forte:

basta que laves as mãos e pen-


—Como achas a minha mas-

r
teis o cabello.
cara?
I

—Horrível.

♦ ♦
—Que faria se me visses

sem ella.

Vão ser alcatifadas as pla-


—E tu como m'achas?

téas dos theatros, afim de que


Acho que és um asno.

a bulha dos applauses não in-


—Que faria se conversasses

terrompa os espectáculos.
.comigo meia hora. I

Uma formosa pretinha,

Que ninguém chamará louca,

Encobria a carapinha

Debaixo de fina tou...

Pois comquanto fosse bella,

—Não ha uma cousa assim!

Quem passava por pé d elia

Sempre lhe fazia at...

E a alguns ella desejára

Pagar com enorme rombo,

Ou, salvo seja, na cara,

Ou, salvo seja, no lom...

A—
_ ^ • • •
A Drinceza Dedal frequentava
Por fim alguém encontrando.

valsas e polkas com o José das Pinguinhas, que obsequiara a


Que lhe faltou mais ao peito,

alteza liliputiana com algumas ditas.


De presente lhe foi dando

Nada menos que o conceito.

^ Pinguinhas já prometteu

A. .;r agora abstinência ...


■w

Na Quaresma continuará

A costumada Penitencia.
PUBLICO
AO

ao public )
70

tem bilhete valido por quatro dias

no comboio da publicidade, e se o

encontrai- o=hão
qutzerem procurar

WÊÊÊÊÊÊdu
em todas as ruas e

rante o Carnaval, porque passado

Como é bom entrar na tasca,

esse kso de tempo, desappareoerá


Mas quando não haja molho,

P'ra beber dois decilitros

E comer grão com rep... d este mundo, onde tanto tem go-

V .V .WE

e )Jfrido
—Olá, rapaz, traze vinho, sado

Que não seja ba

leitor se div
—Xin xenhor, diz o gallego, que os seus
E

Este é do mais apura...

tom muito é o que elle mais

Agora para comer

O que è que me dás tu ? seja.

—Eu dulhe óbos cum xoriço


i

Ou cum os xispcno. m m • n ^ 1 /> A rM o /111


Vi k r»
Typ
O TO

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Então de tal diabrura consequência do posterior doe

Desculpa pedir-me vem, calções estar já de côr duvi-' *

Depois com muita ternura dosa.

0 olho assoprou-me bem.

Grande seringa empunhava

N um baile, meu tio João, 0 BILE DO FIDALGO

E quando brincar tentava

Cae lhe a seringa da mão. Um typo de sangue azul,

Excêntrico era certas baldas,

Corro logo e a apanho D um parente herdou um bule

Com ideia de brincar De louça fina das Caldas.

E zás, zás, com arreganho,

Vou a vareta puxar. Mostra logo aos seus penates- -

A herança que recebe,

Como não a manobrasse E á mesa, entre os magnates,

Nem pra traz nem p'ra diante, Pelo bule o vinho bebe 1

Dê-lh'a, que a concertasse.

Que seringa tão pedante! Estranham todos em pezo,

Aquella excentricidade,

Assim eu passei a salvo Mas como o fidalgo è tezo,

De ser ali seringada, Ninguém lhe tolhe a vontade.

Pois o pobre do papalvo

Deu- he elle um dia na telha,


Tinha a seringa arrombada!

CARNAVAL DE PEPITA
Já entre as dez e as onze,

D Entrudo a maior surpreza Comer um bife de grelha

(CANÇONETA)
Fez-m'a o meu primo Arthur: Na sua sala de bronze.

Poz-me uma véla accesa


Já tinha o gosto em criança À' força a porta uiabriu,

Mesmo em cima do «tournure» Dito e feito, mesa posta.


•E ninguém m o leve a mal Mettendo me grande susto!

E elle no bife a rilhar


Por brinquedos e p ia dança

E ao lado o bule de que


Distrahida, sem temer,
Quando chega o Carnaval. E logo entrando-me em casa

Pela rua eu caminhava; P ra pinga escorripichar


Pós de gomma me deitou;

E a véla a arder, a arder,


Só dez annos eu contava Com o bicho não fiz v

O vestido me pingava. Vae a pegar-lhe já torto,


E com os velhos e novos Comigo o Entrudo brincou.

Cae-lhe ao chão, deixa-o ÍT


Já o Entrudo eu brincava

A casa quando eu cheguei Tomba o dono, estará mõtfto'/


Com bisnagas e com ovos. Mas depois encorajada

Em chammas ia ateada, Vão a ver, estava a dormir 1


Ao rabo as mãos lhe deitei;

E «ó da guarda!» eu gritei,
Mas dos brinquedos d'Entrudo P io bicho fui bisnagada,

—Tenho a «toilette» estragada!


Tem a predilecção minha Eu brinquei, brinquei, brinquei

Os tremoços e o canudo,
Precisando certa dama

Acudiu logo um bombeiro,


A. bisnaga e a borraxinha. No Carnaval que passou,
Realisar uma merca

Que a agulheta empunhou,


Caminhando eu p lo Chiado,
Abala de sua casa

E applicando-» ligeiro
Visto que eu soffrido tenho Um rapaz me acompanhou
Na linda villa d'AIver...

Ella esguichou, esguichou.


Do Carnaval as partidas, Bisnagando-me de lado.
* •

Contar-lh'as eu aqui venho


And'» a llaaií! as e^topinhas

Sem usar meias medidas. Dois typos endiabrados,


Dando ao demo tanka praga,

—Isto até córar me faz—


Até que uma bella noite
Hontem ia em um trem de

Rapaz de nome Torquato Bisnagaram-me arrojados,


Chega á cidade de Bra...
praça um titular muito conhe-

Bezuntou-me uma occasião Um na frente e outro atraz!

cido em Lisboa, quando ao vi-

Com bastante pó de cato,


Nunca largando o conceito
rar a esquina da travessa da

Oh! que grande comichão! P ra casa vindo uma vez,


Que ella tinha na mão,
Espera, esbarrou o trem com

Quando eu subia a escada,


um carro carregado de estru- Trouxe afinal o que qu'ria,

Por mais que eu me coçasse Fui p io visinho Valdez


me, estando a ponto de tom- Mas com grande traba...

Não parava o formigueiro, Ali mesmo bisnagada.


bar.

E por mais que me lavasse


Os carros de estrume não

Eu era toda um brazeiro! Já farta da brincadeira,


devem andar pela cidade! ex-

Eu p ra fugir d elle vou,


clamou irritado o cocheiro do Para mim.

Os cabellos arranquei, Mas seguiu-me na carreira


trem.

N um momento desesp rada, E bisnagou, bisnagou!


O carreiro parou e respon-

E como os beiços cocei


deu com toda a placidez:

Eu tinha a bocca inflammada! Rapaz de nome Themudo,


. íHFATROS E BAILES
—Se olhasses bem para o

Quet gostava da folia,


que levas dentro do trem, não

Doente assim como estava Brincou comigo o Entrudo Em uma das ultimassseciías
fallavas assim.

Não parei com a folia; Em casa de minha tia. do theatro lyrico, um dos pr

Mas quando o pò me apanhava meiros cantores deu alguma

Eu ardia, ardia, ardia. Por um tubo que assoprava, notas falsas ao regente,

—Era um tubo dos mais grossos! Yeiu á nossa redacção um chestra; este por cavalfte/rj^T

Um outro, meu namorado, Elle á cara me atirava archeiro queixar-se de que lhe não o denunciou á policy. "J

uem dei alma, dei tudo, Com feijões e cora tremoços. tinham cabido as abas da farda,


guiu o anno passado it lem^^HM
Pedimos á ♦ *

r-rae peça d'Entrudo. Logo assim brincar eu quiz pessoa que as achasse o favor

E também de vez o colho;


de as restituir, caso ainda as No ultimo baile da T

Je macaco se vestiu, Mas fui na lucta infeliz, não transformasse em cueiros, apresentou ac um ingle

Mas que macaco robusto! Inchado ficou-me um olho! pois lhe fazem grande falta em grogue, que se agarro-*

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