Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Confins
Revue franco-brésilienne de géographie / Revista franco-brasilera de geografia
29 | 2016 :
Número 29
A P C P
https://doi.org/10.4000/confins.11419
Resumos
Português Français English
Este artigo aborda o setor aéreo brasileiro com destaque para o segmento regional. Nesse âmbito,
o objetivo é revelar a importância do segmento aéreo regional brasileiro em relação a
densificação de rotas no Brasil e a atuação das companhias aéreas tanto em termos de escala
territorial como de estratégia empresarial. Destaca-se nessa abordagem, como a hierarquia
urbana está justaposta à hierarquia aeroportuária, o que conduz a compreender que as
estratégias de cooperação são processadas como uma necessidade empresarial de sobrevivência
das companhias aéreas regionais que se subordinam a atuação territorial das empresas líderes de
mercado aéreo brasileiro. Esse interesse se dá, principalmente, como forma de analisar a
representatividade desse segmento na relação estratégica das empresas aéreas de diferentes
portes e atuação territorial. Em síntese, a subserviência do segmento aéreo regional revela a
contraditória lógica de mercado entre as companhias do setor aéreo brasileiro.
Cet article traite du secteur aérien brésilien et en particulier du segment régional. Dans ce
contexte, le but est de révéler l'importance du segment aérien régional brésilien en ce qui
concerne la densification de routes au Brésil, le rôle des compagnies aériennes en termes
d'échelle territoriale et la stratégie d'entreprise. Dans cette approche, nous mettons en évidence
comment la hiérarchie urbaine est juxtaposée à la hiérarchie des aéroports, ce qui conduit à
comprendre que les stratégies de coopération sont traitées comme une nécessité pour la survie
des compagnies aériennes régionales, qui sont subordonnés aux opérations territoriales des
entreprises leaders du marché aérien brésilien. Cela mène, principalement, à analyser la
représentativité de ce segment dans la relation stratégique entre les compagnies aériennes de
différentes tailles et l'action territoriale. En bref, la soumission du segment aérien régional révèle
la logique de marché contradictoire entre les entreprises dans le secteur du transport aérien
brésilien.
This article discusses the Brazilian airline sector with emphasis on the regional segment. In this
context, the aim is to reveal the importance of the Brazilian regional airline segment regarding
the densification of routes in the country and the performance of airlines in terms of territorial
https://journals.openedition.org/confins/11419?lang=pt#article-11419 1/15
20/09/2020 Quem são? Para onde vão?: o segmento aéreo regional no Brasil
scale and business strategy. This approach highlights such as the urban hierarchy is juxtaposed to
the airport hierarchy, leading to understand that cooperation strategies are processed as a
business necessity for survival of regional airlines that are subordinated of the territorial
operations of the leading Brazilian airline market. This interest is mainly as a way to analyze the
representativeness of this segment in the strategic relationship between the airlines of different
sizes and territorial performances. In short, the submission of regional airline segment reveals
the market contradictory logic between the companies in the Brazilian airline sector.
Entradas no índice
Index de mots-clés : secteur aérien brésilien, segment aérien régional, compagnies aériennes,
stratégies d´entreprises, Brésil
Index by keywords : Brazilian airline sector, regional airline segment, airlines, business
strategies
Índice geográfico : Brasil
Índice de palavras-chaves : setor aéreo brasileiro, segmento aéreo regional, companhias
aéreas, estratégias empresariais
Texto integral
Visualizar a imagem
Créditos : Hervé Théry
1 O setor de transporte aéreo no Brasil é particularmente um setor estratégico para
economia considerando, principalmente a extensão territorial do país, que permite uma
ampla atuação das companhias aéreas nas diferentes escalas territoriais.
2 Na última década abriram-se novos nichos de mercado e com isso a ampliação das
escalas territoriais de atuação das companhias aéreas, assim como o aumento da
demanda contribuíram para que o setor aéreo apresentasse ganhos inquestionáveis.
Neste sentido, Barat (2008) destaca que o Brasil tornou-se um dos países emergentes
com maior potencial de desenvolvimento do transporte aéreo, em virtude de uma
conjugação favorável de fatores: 1) dimensão continental do território; 2) alta
mobilidade geográfica e social da sua população; 3) acelerado deslocamento das
fronteiras econômicas; 4) inserção competitiva nos mercados globais em vasta gama de
bens e serviços; 5) estabilidade monetária no longo prazo e o consequente aumento do
poder aquisitivo dos consumidores.
3 No entanto, essa atuação do segmento aéreo se dá de forma fragmentada, devido uma
subdivisão hierárquica de escalas, que embora complementar se posiciona por uma
organização fundada sobre uma ordem de prioridade de relações de subordinação de
uma escala a outra.
4 Essa subdivisão não é fortuita, faz parte de um contexto histórico de políticas
públicas, de organização e planejamento do setor, bem como está diretamente
relacionada com a própria atuação das empresas aéreas brasileiras, que são
segmentadas por suas condições de potencial de reprodução do capital, o que na prática
se impõe de forma estratégica mediante a lógica de mercado.
5 O desenvolvimento do transporte aéreo no Brasil configurou diversos estudos sobre a
aviação comercial, distribuindo e classificando geograficamente o transporte aéreo em
segmentos, dentre os quais residem o internacional, o nacional e o regional. A
classificação do setor transporte aéreo, realizada pela Organização da Aviação Civil
Internacional (OACI), divide-se em três níveis:
https://journals.openedition.org/confins/11419?lang=pt#article-11419 2/15
20/09/2020 Quem são? Para onde vão?: o segmento aéreo regional no Brasil
https://journals.openedition.org/confins/11419?lang=pt#article-11419 3/15
20/09/2020 Quem são? Para onde vão?: o segmento aéreo regional no Brasil
11 Bettini (2007: 48), por sua vez, salienta que se atribui à aviação regional a atividade
explorada de maneira regular que, simplificadamente, utiliza aviões de capacidade
inferior a 100 passageiros e as utiliza em ligações com cidades que possuem densidade
de tráfego reduzida. Nessa análise, o autor ainda ressalta uma importante característica
do setor aéreo brasileiro, qual seja: dificuldade de se definir o transporte aéreo regional,
dada sua complexidade em relação ao conceito, que quando tomado na prática
apresenta-se difuso, o que se coloca como obstáculo à proposta de um modelo de
organização industrial que represente o setor.
12 Ainda que não se possa atribuir uma definição precisa para este segmento,
consideramos que aviação regional tem como finalidade a interconexão por diversos
motivos econômicos, empresariais, de lazer, familiares, de saúde entre outros, que são
ligações que empreendem um importante elo de comunicação rápida que estão
presentes em diferentes regiões.
13 Oliveira e Silva (2008) destacam que a aviação comercial regional tem como
fundamento ao menos quatro critérios possíveis para definir este segmento:
demarcação com base na companhia aérea; demarcação com base na aeronave;
demarcação com base nos aeroportos e demarcação com base na ligação aérea.
14 Dentre esses critérios acrescentamos ainda a demarcação das ligações de maior
densificação por região. Caracteristicamente, o Brasil possui regiões com distintas
peculiaridades que definem o setor de transporte aéreo regional de forma diferenciada.
Algumas regiões têm no modal aéreo uma forma de conexão rápida e precisa aos fatores
de deslocamentos com fins econômicos, de negócios etc., como na região Sudeste;
outras regiões necessitam deste modal como fundamental meio de locomoção, ou seja,
como forma de se integrar territorialmente ao restante do país, sendo que na maioria
das vezes esse modal se caracteriza como intrínseco à "diminuição" do isolamento
territorial, como por exemplo, na Região Norte2.
15 Há ainda regiões em que o setor aéreo funciona como um fator preponderante à
movimentação da econômica local, regional em que o setor turístico fortemente
integrado às cidades, às áreas de exploração do turismo etc., necessitam do transporte
aéreo como forma de agregar valor a este setor econômico.
16 No entanto, mesmo em decorrência das diferentes razões e necessidades da prestação
do serviço de transporte aéreo, particularmente do segmento regional, os estudos da
Região de Influência das Cidades (Regic) mostram que a preponderância da região
Centro-Sul define, em grande medida, a utilização e densificação das ligações aéreas no
Brasil:
17 Tal fato pode ser comprovado pelo Mapa 01 que mostra as ligações aéreas no Brasil
por passageiro no ano de 2010, o que permite observar que estas ligações estão
hierarquicamente concentradas na Região Centro-Sul, bem como o número de
passageiros está relacionado também a esta mesma lógica, articulando prioritariamente
São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, considerando o volume de ligações nacionais
e regionais realizadas entre esses estados.
https://journals.openedition.org/confins/11419?lang=pt#article-11419 4/15
20/09/2020 Quem são? Para onde vão?: o segmento aéreo regional no Brasil
https://journals.openedition.org/confins/11419?lang=pt#article-11419 5/15
20/09/2020 Quem são? Para onde vão?: o segmento aéreo regional no Brasil
2008 2014
EMPRESAS
(Nº DE PAX) (Nº DE PAX)
ABAETÉ 3.010 -
META 33.234 -
NHT 75.900 -
RICO 71.286 -
TAF 61.345 -
https://journals.openedition.org/confins/11419?lang=pt#article-11419 6/15
20/09/2020 Quem são? Para onde vão?: o segmento aéreo regional no Brasil
as regiões do país, sobretudo naqueles aeroportos com maior densidade de tráfego, que
são as companhias: TAM Linhas Aéreas, GOL Linhas Aéreas Inteligentes, AZUL Linhas
Brasileiras e AVIANCA Brasil4, juntas representaram 98,9% dos passageiros
transportados.
27 A Tabela a seguir elucida numericamente o número de passageiros transportados
pelas grandes companhias aéreas nacionais, considerando o mesmo ano de análise das
regionais:
2008 2014
EMPRESAS
(Nº DE PAX) (Nº DE PAX)
https://journals.openedition.org/confins/11419?lang=pt#article-11419 7/15
20/09/2020 Quem são? Para onde vão?: o segmento aéreo regional no Brasil
https://journals.openedition.org/confins/11419?lang=pt#article-11419 8/15
20/09/2020 Quem são? Para onde vão?: o segmento aéreo regional no Brasil
https://journals.openedition.org/confins/11419?lang=pt#article-11419 9/15
20/09/2020 Quem são? Para onde vão?: o segmento aéreo regional no Brasil
AZUL 60 106
GOL 57 56
TAM 46 44
AVIANCA 26 29
38 Vale ressaltar que no final do ano de 2013 quase a totalidade das operações da TRIP
havia sido absorvida pela AZUL, ou seja, a grande maioria do número de aeroportos
utilizados pelas companhias regionais era da TRIP, que teve essa participação
transferida para a AZUL. Em números absolutos, de 173 aeroportos utilizados pelas
companhias aéreas regionais, 102 eram da TRIP, que passaram a ser operados pela
AZUL. Vale destacar ainda que a Pantanal, embora conste nos anuários estatísticos da
ANAC seus voos regionais, esta empresa pertence a TAM, sendo, portanto, seus voos e
os aeroportos utilizados designados por esta empresa aérea.
39 Conforme dados fornecidos pela Agência Nacional da Aviação Civil, denominados
pela fonte de dados APCP/ANAC, é possível observar que dentre as empresas aéreas
regionais supracitadas anteriormente, é inexpressiva as operações destas companhias
nas principais cidades da rede urbana brasileira, diferentemente da TAM, GOL, AZUL e
AVIANCA.
40 O Gráfico a seguir demonstra um panorama das ligações aéreas no ano de 2013 entre
os aeroportos de maior movimentação de passageiros no Brasil e o cômputo geral das
companhias aéreas regionais no comparativo com as grandes empresas aéreas
brasileiras. Para isso foram selecionados os aeroportos de Congonhas,
Guarulhos/Cumbica, Viracopos/Campinas no estado de São Paulo, Brasília no Distrito
Federal, Santos Dumont e Galeão no estado do Rio de Janeiro.
https://journals.openedition.org/confins/11419?lang=pt#article-11419 10/15
20/09/2020 Quem são? Para onde vão?: o segmento aéreo regional no Brasil
44 No caso do segmento regional essa importância ganha ainda mais relevo, uma vez
que este segmento possui uma "pseudoestratégia", qual seja: alimentar as rotas das
grandes companhias aéreas, como forma de manter a sobrevivência das empresas
regionais no mercado de transporte aéreo brasileiro.
45 Se estas empresas aéreas regionais atuam numa escala limitada de operações,
geralmente ligando cidades com baixo potencial de tráfego; se estão submetidas a uma
hierarquia urbana e aeroportuária e se há uma contraditória estratégia de
sobrevivência, uma "conexão" é necessária nesse voo para compreender o inevitável: de
onde vem, para onde vão essas companhias regionais?
Considerações Finais
57 É inegável a essencialidade do segmento aéreo regional para o Brasil, tanto em
termos de atendimento de localidades isoladas, como para a própria dinâmica do setor
nos mercados mais atrativos. Mas, o segmento aéreo regional se faz ainda mais
importante para a lógica estratégica do mercado empresarial, que contraditoriamente
se reproduz mediante a sobrevivência de umas e a consolidação de outras.
58 Desse modo, é crucial enfatizar que a discussão sobre a relevância do segmento aéreo
regional para o país merece uma atenção maior dado, sobretudo, sua funcionalidade,
além disso, não se pode eximir que o Governo tem investido aportes significativos para
a viabilização desse segmento, constituído ainda que indiretamente nas concessões
aeroportuárias dos principais aeroportos brasileiros, ou seja, um percentual da
https://journals.openedition.org/confins/11419?lang=pt#article-11419 12/15
20/09/2020 Quem são? Para onde vão?: o segmento aéreo regional no Brasil
Bibliografia
AGLIETTA, M. Regulación y crisis del capitalismo. La experiencia de los Estados Unidos. 3a Ed.
México, España, Argentina, Colômbia: Siglo Veintiuno Editores, 1986.
BARAT, Josef. O plano de voo da aviação regional. In: Revista Custo Brasil. Rio de Janeiro, Ano
3, n. 17, 2008.
BETTINI, Humberto F. A. J. Um Retrato da Aviação Regional no Brasil. In: Revista de Literatura
dos Transportes. Vol. 1, 2007, p. 46 - 65.
BRASIL. Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR). Panorama 2012. São Paulo, 2012.
_____________ . Associação Brasileira das Empresas Aéreas de Transporte Aéreo Regional
(ABETAR). Brasília, 2014.
_____________ . Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC). Relatório 1. Estudo de
BRASIL. Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC). Relatório 1. Estudo de Mercado VCP, GRU,
BSB (MZ Group). Brasília, 2011. Disponível em:
http://www2.ANAC.gov.br/transparencia/audienciasPublicasEncerradas2011.asp. Acesso em:
26/07/2013.
_____________. Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC). Anuários Estatísticos (Vários
anos). Rio de Janeiro, 2014.
_____________. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Infraestrutura Aeroportuária. Rio de Janeiro, 2014.
_____________ . Regiões de Influência das Cidades (REGIC). Dados estatísticos. Rio de
Janeiro, 2010.
https://journals.openedition.org/confins/11419?lang=pt#article-11419 13/15
20/09/2020 Quem são? Para onde vão?: o segmento aéreo regional no Brasil
CAMILO PEREIRA, Ana Paula. Transporte aéreo regional no estado de São Paulo. Dissertação
(Mestrado em Geografia) 263f. Universidade Estadual Paulista/FCT. Presidente Prudente/SP,
2010.
_____________. Asas da centralidade em céus conhecidos: a dinâmica empresarial do setor de
transporte no território brasileiro. Tese (Doutorado em Geografia Humana) 374f. Universidade
de São Paulo/USP. São Paulo, 2014.
COUTINHO, Luciano; FERRAZ, João Carlos. Estudo da competitividade da indústria brasileira.
Campinas, SP: Papirus. Editora Unicamp, 1994.
OLIVEIRA, Alessandro Vinícius Marques de; SILVA, Lucia Helena Salgado. Constituição do
marco regulatório para o mercado brasileiro de aviação regional. Nectar/ABETAR. São José dos
Campos/SP, 2008.
LENCIONI, Sandra. Concentração e centralização das atividades urbanas: uma perspectiva
multiescalar. Reflexões sobre o caso de São Paulo, In: Revista de Geografia Norte Grande. Vol.
39, 2008, p. 7 - 20.
THÉRY, Hervé. O transporte aéreo no Brasil: asas da centralidade. In: Mercator Revista de
Geografia da UFC. Fortaleza: [s.n.], ano 2, n. 3, 2003.
THÉRY, Hervé. Representações de fluxos aéreos. In: GEOUSP – Espaço e Tempo, São Paulo, v.
19, n. 1, p. 160 - 165, 2015.
DOI : 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2015.98642
Notas
1 De acordo com os estudos do BNDES (2002) sobre a aviação comercial brasileira o termo
"Aviação Regional" apresentou significado específico somente no período 1975-1999 quando
havia uma política específica de diferenciação.
2 A essencialidade do setor de transporte aéreo na Região Norte é definida, sobretudo pela
Amazônia brasileira, em especial para a porção ocidental dessa região. Essa importância se dá
pela quase ausência de rodovias e, principalmente pelas dificuldades de deslocamento rápido. As
embarcações continuam sendo o principal meio de transporte para o interior amazonense seja
para o transporte de passageiros ou de cargas, obviamente por causa da densa rede hidrográfica.
Por outro lado, devido às dimensões continentais da Amazônia, voar tem sido a solução para
vencer as distâncias. Como em muitos lugares não há pista de pouso, usa-se o hidroavião. O
transporte aéreo no Amazonas mantém poucas linhas diárias, com viagens regulares para o
interior do estado. A cidade de Parintins, por exemplo, é a única do interior amazonense que
recebe voos com circulação nacional. As demais que recebem voos regionais diariamente são:
Coari e Tefé (médio Rio Solimões), São Paulo de Olivença e Tabatinga (alto Rio Solimões) e
Lábrea (sul do Amazonas, rio Madeira) e São Gabriel da Cachoeira, na região da "cabeça do
cachorro" (Alto Rio Negro). Comparando as distâncias em linha reta e considerando o tempo de
locomoção entre o avião e o principal meio de transporte na região amazônica tem-se diferenças
cruciais que definem a importância desse meio de transporte. De Manaus a Parintins há uma
distância de 369 km em linha reta, por barco regional o tempo despedindo nesse trajeto é de 24
horas, de barco a jato é de 12 a 15 horas e de avião aproximadamente 1 hora. De Manaus a
Manicoré, são 616 quilômetros percorridos em 30 horas de barco regional, 16 horas de barco a
jato e aproximadamente 2 horas de voo. De Manaus a Eirunepé há uma distância de 2.417soma-
se 1 hora até Tefé e mais 1 hora e 30 minutos até Eirunepé.
3 Informações disponíveis em "Brasil será 4º mercado mundial de voos regionais em 2030".
Disponível em: http://exame.abril.com.br/. Acesso em 15/04/2015
4 Embora a AVIANCA Brasil (antiga OCEANAIR) ainda se apresente expressivamente no setor
aéreo regional, opta-se por enquadrá-la no grupo das grandes companhias do setor devido esta
empresa realizar voos na escala internacional, com operações executadas, sobretudo para a
Colômbia. A empresa alcançou participação de 7,2% no mercado doméstico de passageiros em
termos de RPK e atuou em 25 aeroportos brasileiros em 17 estados (ANAC, 2013).
5 De líder do mercado no final dos anos de 1990, com mais de 50% de participação no mercado
doméstico, a VARIG teve, em 2006, seu market share reduzido para 2%, fator que se somava a
diminuição da taxa de ocupação de seus aviões e ao aumento de sua dívida, sendo adquirida pela
GOL que reposicionou a marca para VRG. Com um plano de reposicionamento das marcas VRG e
uma nova identidade visual para a antiga VARIG, a GOL procurou no início desvencilhar as ações
das empresas aéreas, com o intuito de uma gestão individual, e assim, as empresas aéreas seriam
consideradas concorrentes e competidoras. Contudo, alguns anos após essa estratégia, o que se
observa é uma ação conjunta das empresas aéreas, com: compartilhamento de aviões, a venda
conjunta de bilhetes aéreos e estratégias que conciliam as ações de ambas, ou seja, embora as
marcas fossem diferentes, as duas companhias aéreas atuam conjuntamente no setor de
transporte aéreo brasileiro. Em resumo, a VARIG existe hoje apenas na história e pulsando
dentro do coração da GOL (CAMILO PEREIRA, 2014).
6 Os acordos interlines caracterizam-se pela venda de passagem entre diferentes empresas aéreas
que possuem um acordo, isto é, uma empresa aérea vende a passagem da outra empresa aérea.
https://journals.openedition.org/confins/11419?lang=pt#article-11419 14/15
20/09/2020 Quem são? Para onde vão?: o segmento aéreo regional no Brasil
7 Codeshare caracteriza-se como uma prática de mercado na qual as companhias aéreas
compartilham aeronaves.
Autor
Ana Paula Camilo Pereira
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), apaulacape@gmail.com
Direitos de autor
Confins – Revue franco-brésilienne de géographie est mis à disposition selon les termes de la
licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale - Partage dans les Mêmes
Conditions 4.0 International.
https://journals.openedition.org/confins/11419?lang=pt#article-11419 15/15