Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
sans
Gayeté
(Montaigne, Des livres)
Ex L i b r i s
José M i n d l i n
i'
1 p>
POEMETO DA ADOT/RSCEXOIA
POR
Joaquim de Souzandrade
1888—1889
_ MARANIjAO
Typ. a vapor deJoáo d'Ágttigv Ahneida S- C,
IM>3
mm •
#•
B c n c d i x i t q u c ilüs Deus, e i ait: C r c s c i t c c i m u l -
t i p l i c a m i n i . . - do l i g n o a u t e m s e i e m i a b o n i
et malí nc comedas. I u q u n c u m q u e e n i m
dic c o m c d c r i s ex co, m o r t e m o r i e r i s . C a p ,
| l r i m r i r o (üa
Paraisal du,aivd*íii principio, rindo
N'aurora a Creacán^ a térra áureo vcrdí.r;
Os troncos scínti l i a n d o e m fructós: nteigo c l i n d o
V e r b o a m a r , nos j a r d i n s , crescendo-^a branca lior !
. O h o m e m na adolescencia a presentir a sciencia.
T e m o r d o cpracáo, q u e atarda e i n c a u t a a uniáo;
E Serpens callidior das m o i t a s de v i o l e t a .
Dos anjes c o m o u l h a r , de Sátan co'a véneta
Ante a m e n o r d i v i n a , ante E v a aínda m e n i n a ;
Deus ad auvam: da l u z t e i i a a revolucáo.
Que o d i l u v i o apagou (passado, d o n d e a esp'ran¿a
Dos ecus d e n t r o s o r r i u nos arcos d'allianca).
4
A c a r i c i a n d o aragens; c daOCando
V i v i d a s ondas s e r p e m e i a m , s a l i a m —
Oh, de e r y s t a l as límpidas b a r q u h i h a s
Pelas c u r v a s d o s rios. n'uns c a n t a r e s ,
N'uns s u s p i r o s de gracas. q u e l e n i b r a n c a s
Dao r i n d o ás rectidóes q u e liáo se c u r v a m í
Das cráteras ñas rosas d a n c a m c h a m a r a s
De sagrado Vesuvío zona-torrída
C i n c t o s da m a d r e terrir. Oh, m o c i d a d e !
Vos, q u e da c a r n e e m fiar sois os esmaltes.
Sois os b r i l h a n t e s pelos ceus d o i d e a r i d o .
A l i m e n t a n d o os ceus q u e vos devoran!.
Q u e c m b r e v e t e m p o a ciiv/as .vos r e v e r t e m ;
Vos, coracáo e m sangue, o l l l o s e m luirteá
Nos a l h e i o s thésoiros q u e s'escóndem
l.á ñas oceultas, nas celestes v i v a s
Estcllileras urnas oiro-puro,
Olhósv.'i g l o r i o s o Deus ! Olí. m o c i d a d e !
C e g u c i r a a n g e l i c a l da intancía d'Lva,
Doce eslacáo p r i m a v e r i l - e d e n e a
Das a u r o r a s , da e s p T a n c a . a tior, o s ninlíos,
N i n h o s táo a l v o s r e i l e c t i n d o ás aguas
Do E u p h r a t c s , m a r g e o s l u c i d a s verdosas.
De A m i d a a B i r , d'l'.l-Deir á B a b y l o n j a ,
E,os d i s t a n t e s rochedos separados,
E os castcllos t e u d a c s —
h'lav'io c a r i s s i m o , -
P a r a p h r a s c s a q u i b o r d a n d o (oras,
T e l a r i s o u h a a m a t i z a r de a u r o r a s
Assim:
R l i e n o , na a g u a
Teus berghs, tuas villas.
Paragens t r a n q u i l l a s ,
Mirando-se estáo:
E da hórrida f r a g o a
PRlMF.IItO DIA 7
E os m v s t i c o s e r m o s
Os t h r e n o s inferamos
E l i d i e n d o a soidao:
K os vcvis das ondinas.
As brancas n e b l i n a s
Cobrindo o caslcllo
Q u é eleva-so a l c m .
T.errivel n o v u l t o
Phantasuco, o c e u l t o i
N'uni c e t i . - , a i i i i b e l l o
Q'ii'e ao plectro e o n v e m !
Pois, se edenca c' a niinha «Evansclinav
De n o i n c H c l c u r a ; se <> metí fifi é bíblico,
De lücto CÓ'os l u c t u o s o s . . . E prosigo.
—O duan da Crcacáo: fora-lhe o melhor liiulo _
A o em d i a s s e i s creado: e «uns d cuses» sendo nós;
P o r u n u o . o creador, sem miltónos celieulos,
Va i ao través a l a r de uní n o v o Edén a vos:
I-orinas, b e l l a nudez ( p o b r e z a de toilette,
Dirán., n o abvsmo.-ainor e m luz o coracáo:
Hóínens, d e i x e m seguir todo o q u e os ceus reflecte
Das ¿lorias a . o p u l e n c i a — o h , 0 ideal milháo !
Q u a n d o os B a r d o s aos réis d i z i a m : o t h r o i i o
Kuirá por'térra, se dos sons da [ y r a
A m p a r a d o nao forí E os rúis cáiram'.
* *
Otie de iifas eras récord% d'imagcns
N á o d esperta m níuralhas r u i n o s a s /
A o longo as ondas oorrem-ihes o os te nipos
Incessántes lhes v o a m , rió s i l e n c i o
D e m o l i d a s dos Persas, o u das i m i t e s ;
N o m a n t o d'ebano e s t r e l l a d o . OU q u a n d o
Saltava-as, sol q u e salta dó h o r i z o n t e .
O m a g n á n i m o Arsáejda Tíridáto
l-'ugiudo- d'Ardeschir
A mansá'o d'Ara.
Sem r a n g e r c m portSes nos b r o n z e o s gon/os
N e m ver-se luz n e m gente, e 0 sol b a t e m l o
Nos p e q u e u i n o s vidroá m u l l i c o r c s ,
Era m a l a s s o m b r a d a . ()s q u e passavam,
Evitando-a, di/er baixinho haviam:
«Astros d o i r a i l o s / Fogo de Z o r o a ^ r r o
Para passarcm: té n'aquella noite
LVesta illúminacáo, vista na A r m e n i a ,
Que os d i a s e d e n a c s volta aos f u l g o r e s .
« * *
Do n o v o Edén os ceus brühando, Nnethe
C o n t a d o antediluvio a historia á llcletira:
— « D o c e A r m e n i a ! . s o r r i r de'gozo á e n t r a d a ,
oD'ondc á saida d'Edcn s o l u c a v a m
«Nossos primeíros pacs; feliz estancia
«Dosjardins de d e l i c i a , o hornero crescendo,
« C o m e n d o figos, a brincár ñas s o m b r a s ,
«Entre as zoonias f i r m a s p r i m i t i v a s ,
«Co'os ursos e os leóes a i n d a i n o l l e n s o s ,
«Parelhas co'a g i r a f a a d o n z c l l a d a ,
« E ao sol, ñas espumosas c l a r a s foiités
«A a d o r a r Eva mía, q u e se k a n ha
" R i n d o , i g n a r a e táo p u r a e tao d i v i n a ,
«Ñas ondas de e r v s t a l , o n d a o n d u l a n d o .
«Na áurea i n n o c e n c i a / é os coracóc* t a o doces
«Vibrando, n'esse estar na e t e r n i d a d e
« E m v i d a , nivea carne, sá, rosada /
• I n e b r i a d a aos p e r f u m e s quentes d a h o r a
«Aos s u s p i r o s cinéreos— q u e i m p r u d e n c i a .
«D,eixkr a n o i v a ao n o i v o %eú, q u e d o r m e
r
;
^. VÍ®£ ' * ' ' ' —Nnethe ?"..* • 'L
:
E r a a edade de H e i e u r a : e d'Eva á h i s t o r i a
V i r g e n s t e m p l o s r e s o a v a m de M e m u r i a .
PRIMEIRO DIA
I1
«Sem tersido creado: entáo e Creador?...
«—Que náo coma tambem d'árvor' de vida, ouviste,
•
m•
B
m
P R I M E t R O DIA
!p ¡I fJ Áé ¡! -
m c ne te
A morte c que era! h o r r o r J
«Tn m ^ CU
; *
i a v i i l d
' fruetó a comer aínda
Ü U i r a r v 0 r
«Querella c o m e c o u m o r t a l e n t r e casados*
«Ivo c a b e l l o e n r e d a n d o e m cesto de serpente
«Outror-a azas de l u z . s e o ¿ a embravecer- ' P
íi 'SvS °? n Cil
? P' raos
¿$«*; c odiados
«his d a r v o r e de V i d a a traduecáo a r d e n t e '
«Apossc.cncia .. v i v e r ? piedade, D e u s ! m o r r e r ! -
A c o r r u p c a o p o r meios i n f i n i t o s
«De taces cor-de-rosa c ác o l h o s táo b o n i t o s ,
« L o o desespero a n d a n d o , e a térra a cOrrupcáo
«Morir... verdade ah, está d o D e u s d u C r e a c a o '
«Kisos d o .princi piar; desgostos; do a c a b a r —
"!* n t a s p h e t n a n d o assiin, c a v a n d o a térra, ceus »
«Da m o r t e e r a a e l o q u e n c i a , er-Va t r a n s f o r m a d o .
« A b n r a m sepultura.- E a térra e m d e s v e n t u r a
«Comrremia a t r e m e r , entrada dando aos reus.»
Qual fosse mesmo'd'cIJa a edenea historia, "
Q u a l a u r o r a c o r a n d o ( E v a de MÍIíón)
Lahíu-se-Nncth-c c, n u v e m z i n h a branca.,.
-~Uh! vede os ceus! ao s o l - z e n i i h b'rilháva
H a l o de g l o r i a eterna o r o d e i a n d o ' .
E e x n n g u i u - s c . Diriamqüe'de A p o l l o
M u d a r a o i m p e r i o . E ao coracáo d'Heleura
M e o u resoando o t e m p l o de M e m o r i a .
Assim houve patria qual Eva juvciite
Que fora engañada p o r nc-ara serpente
De u m - t h r o n o sem g l o r i a n e m sclencias n e m leí-
C h o r a l - a i que triste c h o r a r n o paraíso'
- ¡^"tíio nova p a t r i a s u r g i u toda r i s o , '
Ditosa de crencas q u a l Edén d'Helé:'
Asclepiadeo verso: á evolucáo do. poema
Das seseas cadenciar d'altas amigaidades,'
¿a p o r q u e b i p a r t i d o e m fúlgidas metaclcs
Keacta e m conjunecáo oppostos de u m d i l e m m a
L iá p o r ser de c a l a a f o r m a d o m a t i z
H c l l e n o na e s c u l t u r a e lacio n a l i n g u a s c m
Reaccesa, de A l e x a n d r e , e m fogós de Paris-
París o r o m da moda, o born costo, a r o u p a g e n v ,
Q u e d e s p e n a aos toezips, gaño ás c s t r e i i a s V a va,
Que taz r e v o l u c o e s d e P h i l a d e l p h i a ás salvas
54 NOVO EDEN
—
E ó verso-luz, fardeur das f o r m a s , de grandeza,
O verso-formosura, adornos, l a u t a .mesa . ' .
Ond- l o k a v , champágn', f l o r , copos c r y s i a -d a m a n t e s
Sobrelevam ronst-bcefe o s q u e i j o s e o pudding.
P o r c m , mens divinior, poesía é o t e r r e o g u a n t e :
A o das d e l i c i a s t e m p o , o fácil verso o v a n t e ,
O verso c o r de rosa, o d é p i r o , o d e c a r m i m , ,
Dos raios q u e o astro veste c m día a z i l l - c c i e s i c ,
E para os q u e teem f o m e e sede de n i s t i c a ,
O verso kóndor, elvamma, alárum, de c a n u c a ,
D'hurpas d ^ s c h y l u s , de Hugo, ^ d o r , ^ e n i p e ^ u de:
Q u e , e m b o r a c o n t r a u m deus o'«Figaro>» i m p i t d a n e
Vesgo o l h i n h o a pisenr d i g a tambour-majoy,
• R e s t r u s c a l t o acordando os c a n d i d o s e s p i r a o s
( s eloi ias-do.océano e p e r c u t i n d o os g r i t o s
v
Rctis. Ao b e l l o i r o v o a r d o m a g n o 1 r o v a d o r
Ouve-seahnacáo no m u n d o b r a z i i c i r o ,
Accorde táo forrtioso, h o d i e r n o , h o s p i t a i e i r o ,
F l a m m i v o r n o social, i n c a n t a d o r . K i l g u r a
L u z de d i a p r i m e i r o , a n o t a t o r m o s u r a , .
Q u e ao J c h o v a h ^ g r a n d e - a b r i r taz novo Edén l u z i r .
Oh, Armenia ! O' Armenia, que doevira
A vida e m ten r e g a c o ! a térra v i r g e m ,
O c h a o reí voso e as verdes-roseas m u r t a s
Sempre vicando quando o a m o r p r i m e i r o
l u c a r n a ao coracáo.' Na doce A r m e n i a
Pelas assyrias'armas'dtísihronodo
N o e x i l i o ' A r a vivía c n a tristeza;
T r i s t e z a e e x i l i o , q u a l o sáo na p a t r i a
Q u e nossa náo c mais, e n ' e l l u estando.
— S a l v e - s e q u e m p u d e r !... E a d e b a n d a d a ,
T o m a n d o dos d e s c o m b r o s de l i r t h c s o i r o s :
D a l i n h a g e m de Abraháo e l l e , d e i x a v a
Sem c h o r a r n e m fuüir. na c a r a v a n a
P e a l , m u d o , as d o V a n saudosas margens..
P o r q u e , depois da h u m i l h a c a o , v e n c i d o s
Ñas c o l u m n a s , nos p o t r o s de d e s h o n r a ,
Estes seráo da térra os vencedores.
«Abnde l'oiUi-':ilÍah^deixando a Helcura?..
O rci A r a i n q u i n a cuidadoso. .
— P o m b a deseen dos m o n t e s v i r i d a i i t e s : .
S e m i r a m i s ! S e m i r a m i s !... e a b n n d o .
Azas m u i brancas,.á filhinha l l c l e i i r a
T o m a - l h e e v a i c o m ella o a c c o m p a n h a n d o :
V a i q u a l u r n a g a i v o t a alva e luzentc
No e s p a c o a v o a r á a l t u r a d o h o m b r o da a m a
PRIMEÍRO T)IA 25
E aó vagaroso q u e d o r m i r fazia-a,
Na estrada e t e r n a j o r n a d c a n d o ao occaso.
T é a p o r t a e r m a da mansao q u a l Párilienos
Poiso saudave! d'immortalidáde
E, q u a l E d e n s de scicncia, i m p e n e t r a v e l .
O r a , eOcolhendo as b r a n c a s aZas trémulas,
Oepoz a q l i r i o c u i d a d o s a e m térra
A bella pombai e o voo ergucndo lento,
N'um cantar q u e resoara c m - B a b v l o n i a ,
Doauréoí t e m p l o babélico d e B e l u s
Aos suspensos" járdins, es'elevando
E m c u r v e l i n c o . m o v i m e n t o lúcido
De t r i a n g u l a r e s velas d a n d o aos ventos ,
1
E o coracáo p a r t i d o de saudades
O áureo te re tro l e n t o a c c o m p a i i h a d o
De alas d'acccsas tochas q u e s u b i a m i
As 1 migas m a r g e n s t a c i t u r n a s d o E u p h r a t c s
Na noite f u n e r a l . D o t r o n c o a m i g o
Ella eutáo viu-se o d e s p r e n d i d o f r u c t o
D'excmpcáo e i n n o c e n c i a , áos c s t e l l i f e r o s
Ra i os dos ceus, allí, a o o r v a l h o e ás l a g r v m a s .
— E l U - a l l a h V que d e m o r a !... toda a noite
A sos, espera-a Helé t r i s t e e misérrima. " '
V i u d o aurora:'escutava sem t e r m e d o
Vt»Z tiistíneta c h a m a n d o - a pelos ares,
(la 1 ix e r r a n t e de c a r i n h o e g r a c a s ,
(¿nal fosse d o astro, das m a n h a n s , q u e e m riso
M u d o u - l h e o p r a n t o e.eni l u z , c c o m o fosse
Maridado de seu pac. E entáo l h e a l e m b r a
A h i s t o r i a , q u a n d o p e r g u n t a r a a Nnethe:
O n d e 'i e d responder: la.
D o r i o ás m a r g e o s
E r g u e u - s e o de o i r o túmulo ao reí A r a
L o n g e d'ondcjazia a q u e elle a m a r a .
A que elle tanto amara! Oica-mc a que é leitora
Romántica c m c h o u p a n a edenca a m e r i c a n a ,
G o m o s da h u m a n a p a t r i a , a s e m p r e s u r g i d o r a
P a t r i a , se ao coracáo h a día p a r a i s a l :
— A o T a u r u s venerava o povo, e x t r a n h a m o n t e
Q u a l u m sagrado symb'lo exposto n o h o r i z o n t e ;
N o s c i m o s d o Maz-is, m y s t i c o aereo rosal
O l h a v a q u a n d o ás n u v e n s n u v e n s r a r e i a n d o .
Q u e desapparecia ao i n e s m o i n s t a n t e q u a n d o
Nuvens, nuvens, c s e m p r e aosól o c c i d e n t a l .
O m o n t e é o A r a r a t de b e l l a f o r m a cónica
Reversa á p r i m i t i v a edenca, cha,' d e i n o i t i c a j
Vértice ao i n t e r i o r ignívomo d a esphera,
Base vasta ao e x t e r i o r o n d e Edén e s t i v e r a —
O p l a i n o h o r i z o n t a l de u m bmiquet i d e a l .
( P r i m e i t o t e r r e m o t o ) o m u n d o deslocado,
Q u a n d o Deus t r o v e jo», o áureo j a r d i m v o o u
Que desenraiza e v i r a e t o m b a , e r m o boceado
( i n m e n s o !... E i s u m c o v á o ! d i l u v i o o c n c h e u ! o V a n !
E i s ao longc o A r a r a t , p i n c a r o , b a r b a c a n !
Arca de salvacáo f i r m e s o b r e e l l e , e t e r n a
(Sciencia a descer't s u b i d a a a.mor, t e n d o o p h a n a l :
Q^ie A l c i d e hercuíeando b a j a S t y m p h a l o o u L e r n a ;
Augias, Nessus, A n t e u ; mas, b a j a a a l m a d o ecu, i
Da t e n a o p o m o de o i r o c u m a o n d a de c r y s t a l .
—N'essa veneracáo foi c o m a esposa a m a d a
\
PRIMEIRO I>IA
Q u e Eva a m i g a p e r d e r a m . A c h a i r r a v a m ,
C a u s a da doce Voz d'eíla c dos c i r c u i o s
Symb'los d'eternidade, c m q u e lizcra-se
Metamorphosciaiido-sc,.Ut, Ut-állah.
— V e r d a d e é q u e e r a m ambas, U t C D a p h n c ,
D u p l o c u t e celestial j a n u o e q u a l vendo
D'Eva opássado e o áureo p o r v i r d ' H e l e u r a :
C o m o os dois b r i n c o s de b r i l h a n t c s cre-sc
A o s ouvídos d i z e r e m de urna n o i v a
Os segredos do a m o r , q u e estáo-lhe r i n d o
Na luz dos l a b i o s , t a l L t - a l l a h e D a p h n c ,
Ñas f o r m a s d i v i n a o s , de D e u s n o e s p i r i t o ,
E d e n c a e d u c a m perfeicáo H c l c u r a .
•
PRIMKIRO BU
Haíq convalescera.
— H a v i a o mal edeneo
O n d e t o r a paraíso:
Curava-sc c o m r i s o ^
D'Heleura ao coracáo.
O m o d o , o dava a s c i e n d a
D ondas á i n t e l l i g e n c i a ,
D c i x a n d o a i n g l o r j a corea
E h a v e n d o a crcnca-torca:
Entáo. convalescentes
l a m servir contentes
A ella, na g r a t i d l o .
— Q u e , se urna o v e l h a ma
Perder faz toda a g r e i :
A boa, d i z U t - a l l a h , .
C h u m a á v i r t u d e e a leí.
i-*' ;.v • -i*.: ¿; • • --
Desde a n o i t e funérea, de t r i s t e z a
H e l c u r a está docntc. A r a , morréntlo.
N u n c a perderá as cores d o s e m b l a n t e ;
Uní formóse défuncto: «vivo | vivólo
O r i t a v a a rilha p*ra q u e o n a o levassem:
«Vivo! vivo!» P r e n u n c i o s maus, d i z i a m .
Mas, p a r a U t c r a c r e n c a q u c , dos túmulos,
C o r v o s de O d i n m a n d a n d o p e l o m u n d o ,
Os m o r i o s m e l h o r c u m p r e m seus designios..
O r a , a c h o r a r no t u m ' l o ( l a , e m v i o l e t a s
M u d a d a p e l o a m o r ) , p e r p e t u a s me gas.:
Tornára-se U t - a l l a h , q u e o a m o r t a l h a r a m .
Fundo silencio cstava dia c noite
Na sombría mansáo: de longe e m l o n g e ,
C o m o raseam-sc as brisas acoitadas
Por vergónteas, m a n h a n s d'csto, cinérea a u r a
Parecía c h a m a n d o : H e l c u r a !,... H e l c u r a
Q u e e l l a cscutava; e n'uns b a i x i n h o s ceños
A febre a r r e m e d a n d o : Hc-le-u-rous...
IJclieíou-urion... Súbito salta va,
Pesar d'Ut e as A r m e n i a s v i g i l a n t e s ,
y as seraphicas traídas a p a n h a n d o ,
N u z i n h o s pés,a r i r t o d a , i r r a d i a v a
No aposento a e s t c l h f c r a c a r r e i r a
A t a l a n t a de l u z . E v i a m n'ella
V l u z c n t e visáo dos scmtiMados
Limócs dé l u z , de l u z niveos triángulos
N'cssa da c a l m o r t a l b r a n c u r a , o rosto,
O r i s o , a bocea, os o l h o s brancos, brancos:
J¿o m a t e r n a l d i a m a n t e e m po desicito
3o NOVO EDEN
Que vivífica ao c a n d i d o d i a m a n t e ,
Torna-a ao l e i t o U t f a U a h : «Heleura! I l c l e u r a
% ;•; >M •-.*......
Fcíta rio a b y s m o a l u z , q u e vé da t r c v a as trágoas,
E o espiritó de Deus levado sobre as aguas.
Da t a r d e c da m a ñ e a n fez-se o p r i m e i r o día;
Faz~sc a p r i m e i r a sesta, e q u e esqticcéra Deus:
A sesta, cssa n o i t i n h a á c a l m a , á l e t h a r g i a .
M e r i d i a n o z e n i t h a d i v i d i r os ceus
F.m dois, u m día e m dois ! v i v e r d o b r a d a v i d a !
Ser q u a s i e t e r n i d a d e !. . A o m e i o d i a , a essa h o r a
Noitccer, descansar; novo acordará Iida;
MaiJhan e tarde: sciencia, arte;d'occaso-aurora
Ditosos somnos'-véus, doces v i g i l i a s - D e u s .
•
S15GTJKD0 DIA
Pedra c n c o n t r o u , r a i o d e L u c i f e r :
Javardós. que a cerca m, f e r i u \
M e n i n a de t a n t a coragern,
A s t r o ao bonnet p h r y g i o , q u e m v i u ?
«E' d e s m a i a r !...'»
— N á o ! U i ! Ui-ália», a c o r d a ! —
R a l h a a m e n i n a ; e a meiga c o n t i n u a n d o :
« T U náo t c n s m e d o ? p o i s o s ' r e i s t r e m e r a m . !
"Cacava; e n o e m b r e n h a d o a pos rhinóceros,
«Nos bosques de l i m e i r a s o d o r os ás,
«Avista u m f r u c t o persa, Alba-dorída
( V i u - l h c as faces H e l c u r a q u e e s p e l h a v a m ) ,
«Princeza q u e r e i n a r d e v e r a a u g u s t a ,
«Filha m a i s v e l h a de A r d e l e h i r , vestidos
«Arregazados, írancas o r v a l h a n d o
«Nocturnas estrellosas, q u e d a s f o n t e s
• E l l a v i n h a ; e aos j a c i n t h o s repetía
«Arias antigás c o m q u e a avó, c o m medo
«Da estrella do pastor, a adormentava
•Co'os passariuhos. C a l l a d i n h a , escuta:
A h ! a h ! da dúvida u e s p i r i t o ,
Que ha de verdade c m e n t i r a ,
E' rosa dos ventos, g y r a .
F l o r ? . . . borbolciinhá a a r d e r !
— 1 ' t - a l l a h !—
«D'ella escutas a a r i a a n t i g a
« Q u e os r o u x i n o e s eternos c o n t i n u a r a m ,
«Esses cor de leus olhos: o l h o s q u e e r a m
«llrancos da c a l , e a h i "stáo, q u a l n'um i n c a n t o ,
«Terras-rirmes d o s o l , q u e s ' i l l u m i n a m ,
«Qual p'ra s a l v a r e m náufrago! h y m n o s se o u v e m
«Dos j a c i n t h o s e os bosques o d o r o s o s —
«Oh, A M a h - E l o h i m ! c h o r a m ; p e r c o r r e m
«Largas térras b u s c a n d o A l b a - d o r i d a :
«Nun'ca mais a veráo, q u e já passara
«Ella, q u e estava táo t r a n s f i g u r a d a
« Q u e n i n g u c m mais a c o u h e c e u !. . E x t i n c t a
«(Deusdas heneaos !) d o q u a d r o d i existencia,
ttD'ellca f a m i l i a D'entre os r e m a d o r e s
cd.'m, m o d o a l t i v o e o o l h a r , p a t r i a o u n i v e r s o ,
«Tecto os ceus, l e i t o a t e r r a . sonrio os a s t r o s —
«Oh, A l l a h - K I o h i m ! poz vela á barca e mastros !•
Mas de Ut as duas pétalas, que accendem
Retlexos d o A r a r a t subtaneos, traem-n'a:
E de a m a r a n t h o , o r a e l e e t r o n - d o i r a d o s ,
O l h o s sobre e l l a s c i n t i l l a n d o H e l c u r a :
— Q u e t n te c o n t o u V.. — N e m contóu mais üt-alla'.
E n'alma os róseos arcos s c a p a g a v a m .
—Doctor ? «Seve plantarum dolorida,
«Mas, b e l l a E r i n n y s tendo b o m governo
KoVO ETlEN
Graiidáp roystcrjosa de T i r u l a t o :
Na noite f u n e r a l q u a n d o escotidcra-se
E l l e das m u l t i d o c s p o r i r a s dos túmulos
O n d e e l l a p r a v a , eis que, m a r a v i l h a d o s ,
O u v i a m d'outros m u n d o s , g r a n d e s vozes
Das s o m b r a s , o u dos ventos q u e f a l a s s c m ,
O u me s m o q u a l dos túmulos bradadas,
Ave m e m n ó n i a ás l a g r v m a s d a a u r o r a .
- * •* u ' * • *
A s s i m , q u a n d o a m i b c m e esteve á* m o r t e doe n i c
l * t - A l l a l i , q u e náo d o r m e e estando t r e s n o i t a d a ,
A o fresco dos balcóessaía ponctipé
K o r u v a p e l a i n t e r i n a aos astros e á c o r r e n t c .
Hele q u e ouve-a, p e r g u n t a , á f e b r e a l o r d o a d a :
— D a agua e do t i r m a m e n l o ao separar: q u e m e .'
E asesta adormecía. E r a o segundo dia,.
Da tarde e d a m a n i j a n , q u a l d a esperanca e a fe*.
40 NOVO EDEN
Cercciro úta
' T^** *
10
ñ£S?íí¿ "V í° ° Ü P r,a0
0
Suarda; um cao;
Urna cobra te iz que andaya nos jardins;
E a d Ara escolta amiga a Helé velando a m i g a —
socialismo chnstap cpm cheiro de jasmins.
Cada qual, urna industria generosa,
Ou arte liberal, que a salvaguarda
Sempre-,ovcn no mundo, livre, alegre;
le que Deus mande o amor, que os ceus inspiram
E a que rmgcm os seios gloriosos '
!í MÍ V
tí
\ ° . 9 S L c m fornalha árdeme
OI ro a an r u
Meditacáo; e m m u d c c e r . D i s t i n c t o s •
U m d o o u i r p os dois paraísos: de i n n o c e n c i a ,
P e r d i d o ; e o de sciencrá, i n a b a j a v e l :
De u m l a d o o l i r i o evano que ausentando-se,
Da fórca-Adáo, f r a q u e j a l o g o , i g n a r o ,
Fragranté; ao- o u t r o l a d o o l i r i o sciente,
Raca de q u e m navega n o D i l u v i o ,
P l a n t a a v i n b a - e m b r i n g u e z , ha l i b e r d a d e ,
Q u e é a estrella p o l a r , d a térra o n o r t e ,
P o m b a co'o verde r a m o de o l i y e i r a
M u n d o novo a m i u n c i a n d o d'cxistencia.
L i r i o a b u r i l , cm m a r m o r e , em diamante,
T o d o cheio'de gráeás e v i r t u d e s
F. m e i g u i c e . a r o m a d o a amor-perfeito,
A ódar-de-fémitia, n mil flores, q u e ama.
Que e m qñajntd a n t e d i l u v i o s passam. m o r r e m :
C r e e r e v i v i h c a sempre.edenco,
Q u e 0 f o r t e é,quc desperta co' as a u r o r a s ,
Setinosos os ceus. sagrados, pernios,
E vivps d o a s t r o s c i n t i l l a n d o os beijos.
Os b e i j o s i n f i n i t o s , se reflecte
Ñas b e l l a s aguas c r y s t a l l m a s d o E u p h r a t c s ,
O Edén, E d e n - H e l e — q u e c\ em n o v o Edén,
N o v a Eva, a i m m o r t a l , que se a l i m e n t a
De VÍda,queá o u t r a náoalimentara,
M a r t a á Sciencia; e q u e vénovinha a lúa
C o r p a d i v i n a q u e a uní só t e m p o a l e m b r a
O h y m e n das v i r g e n * , o arco-de Diana
E d*to i n c i g a as ponetas l u m i n o s a s ,
E os oracóes, q u e náo das a p p a r e n c i a s ,
D'imitacáo, no peito e q u i l i b r i s t a s ,
Porém, os q u e n a s crencas m u í formosas
E m sacrificio estáo...
Náo n'os havendo,
Entáo, o C r e a d o r q u e hajft p i e d a le
Das su as creáturas: q u e ha. sem dúvida,
Entcrncc'endo-as d e s m e d i d a m e n t e
(Batidas clarasd'ovo nos s u s p i r o s
A n t e a d o i r a d a g e m m a das cap'ellasj,
D a i i d o - l h e s prole-eorreccóes r i s o n h a s
Q u e dito sentarás varias sem assemo;
E aos horneas, dos designios seus desviados,
Que n'azas d'alma á c t e r n i d a d e vo'ern,
Nos ceus as a n a o r m h a s de M i n e r v a ,
, Ñas i m m o r t a e s regióes adbjcm. b r i n q u e m ,
D e s u a vez desviando b nial "satánico,
O m a l cárnico, o da h u m a n a i o v e j a ,
A m o r t e , e a feia m o r t e ; p o r q u e ha m o r t e
VOVO KTtV.S
Kolhava. A s r o u p a s náuticas t i c a v a m
N'elle mais brancas, o condá.O'do b a r d o :
(.Ilumina. E n t r e t a n t o , epochas h o u v u
Dos d i g n i t a r i o s sem rasáo d o Pindó,
Q u a i u i o p o r v i n h o néctar fpi m u n i d o
TKRCÍÍTRO DIA
«Phrixus et H e l l e , i n s a n i a ! a L i b e r o
. obiecta, c u m i n s y l v i s e r r a r e n t ,
n c p u l a m a t e r eo diéitur venisse. et
a r i e l c m ináuratum adduxisse Nc-
p t u n i e t T h e o p h a n e s íilium, eurn-
q u e natos suos ascenderé j u s s i t ,
et C o l c h o s ad r e g e m ¿Ectam S o l i s
t i l i u m transiré, i b i q u c a r i e t e m
M a r t i i m m o l a r e . Q u o c u m ascen-
dissent, et aríes eos i n pelagus de-
I t u l i s s e t , H e l l e de a r i e t e deciclit, ex
q u o H e l l e s p o n t u m pelagus est ap-
pcllaturn» HYOIN. P A B . I II (/ES-
C H Y L U S o s PERSAS).
5
05ttarto rtia
H o r a s d o coracáo: días f o r m o s o s
D e s l u m h r a d o s e m raios d'esplcndores.
H o r a s d ' E d c n — o h , d i a s de paraíso,
S a l v e ! salve.' P a r o u o t e m p o em éxtasis.
P a r a d o ás s o m b r a s d'arvorcs de V i d a
Está nos ¡ardins d'Ara descansando,
O r d e n s de U t - a J l a \ o q u a l - m i n e i r o Arsácida.
Meditava: a l l i perto o j a r d i n c i r o
M u l g i n d o váccas o u r e g a n d o llores,
U m hábil g e m m a d o r de acacias veras
E r h o d o d e n d r o n s v a r i o s ; vía a casa
Boa para m o r a r , a escada b r a n c a ;
E n t r e os da m c s m a edade vía H e l c u r a
U o n v a l c s c c n t c , aos i n c a u t a d o s m u n d o s
Dos q u e háo n o peño a elevaeáo m a g n á n i m a ;
Q HARTO Í)IA 51
D i z i a : o grande a m o r r e d i m e as v i c t i m a s
Dos pequeños amores: já d e s p e n a
Na l i o e r d a d e , H e l c u r a , i n c e n d i a d a
Relámpagos de Deus serás.' existes.
E x i s t i m o s — o h , t u , salvada m i n h a
Das trevas, q u e v a m p i r o s desangraran!,
Javardos a s s a l t a r a m !*Ai q u e m perde
Seu pae na i n f a n c i a ! Da r e f o r m a a g l o r i a ,
Porém, m a i s q u e a q u e nasce e a q u e r e n a s c e —
Oh, q u a u t a f o r m o s u r a ! H c l l e - L i b e r t a s
Náp naufragóu ñas o n d a s c mas surge
D'ellas co'o v e l l o de o i r o , artes vívente
E q u e a defenderá. E m tamo, H e l c u r a
Já náo sae dos c a n t e i r o s vice jantes
C o m S a l g e m m a a rionr e a r a m i l h e t e s
Rosto de arpen do a N n c t h c , vendo heroicas
A mandada feliz; e U t - a l l a h vendo-as'
Irréprchcnsiveis, anda ao rlórco g r u p o ,
O r d e n a , que os e s p i n h o s c o r t e m , v a r r a m ,
Por onde o a s t r o dos ceus r e v o a e b r i n c a .
—Oh ! a cobra mandada !... bonancosa;
F r e s c u r a m a t i n a l o ventre, a l i t a
De l u a r por s o b r e as glaucas aguas, mansa,
D e n t i n h o s a a m o s t r a r táo sem veneno
C o n t r a E u r y d i c e o u c o n t r a o Edén d'Heleura,
Doce n o r m a , t o r t u o s a atravessando
Os t r i l h o s dos j a r d i n s — d ' o n d e surgía
Por i n c a n t o / o. p r a z e r era, a c o r a g e m
Das m e n i n a s q u e ás sestas v i n h a m vcl-a.
— E o qual-mineíro c h e l o d'alma, r u d e
Antes que os a n j o s aos j a r d i n s descessem,
V i u negra vara: Pecan S e e i s m o r t a a c o b r a
(Pois e l l e a v i u a r m a d a c o n t r a H e l e u r a )
F u t u r o d'Edcn. Q u e tristeza ! H e l c u r a
Nem v o l t o u mais.' .V 'dpr d'aquella m o r t e
Qual-mineíro f a l o u , e o u v i r a m todas:
<iE' o perdáo que faz a remissáo;
«Deus náo perdoando, c h a r i d a d e ha Serpens:
«Ai t u , r e p t i l de dpr', que E v a perderás,
«1N0 a m i g o Edén, c o m o es d'este É d e n d e h o j e
« O e l e m e n t o ele a m o r !.,. náo volta H e l e u r a
«Mais ver-te e n e m b r i n c a r ñas flores !»
Rindo,
Sobre a.linda cabeca H e l e u r a e n r o l a a t r a n c a
Q u a l ninho de serpente e e n c r a v a r i o r d'csp Yanca:
Q u a l fosse u m p e n s a m e n t o e m d e s i n c a n i a m c n l o
Dcsdobrou-se o claráo d'iris em rectidáo.
KOVO EDEN
«D'essa t r e m e n d a luek E r c v o l v e n d o •
«As fezes das nacr.es, b r m a n i i n rieres, >
«Hercules f u i , q u e Ihes hmf;and<> o e s t a b u l o ,
«Sa1vei-as¿u da c o r r u p c a o {^M M^k r&á
«Fnchendo-as de o i r o e de v i r t u d e s . . . P r e m i o s . j
..C.rucíricavam-mc: c e u q u e r e s u r g t a v .
«ContiríuaVa ao b e m d'elles, q u a l descanso
«Nesta verde c o l l i u a f e novo h d e n .
« O n d e ás revolucóes fórcas.eu n a n o ,
«Ouvindo, a m a n d o a v.rgcm m ^ i d a d e v
«Borboletas q u e e s m a l t a n , sobre os ares
«Os m e u s d o i r a d o s p a v i l h o e s d e g ü g ra
„Scimillando s a p p h i r a s e e n t r e os.oosques^
«As c h a m m a s d o s futís.-Fui tosao de oi.ro.
«K triesdiro de a m o r t r a n s p o r t o a g o r a —
M l e l l c náo teme h o r r o r e s d o Hellesponto...
.(Nem áureo A r i e s é s a c r i f i c a d o
«Sus altares de Marte; mas, pací neo,
«Irá com «lia ás g l o r i a s dos vindo.ros .
«Eu e r a a p a t r i a : c c o n t r a m i m s c i g u u a m
«Os i n i m i g o s d'ella e meus h b e r t d s !
«Fuair? Ecmáosaudades d o s q u e c u • '
i m 0
Celestial g r a t i d a o : o Arsácida h o u v c e s t r e l l a ,
O i r o , a r m a s , r a i o s d'ella ao d'elle ¡jrftco ingente:
A' i n c r u e n i a v i n d i c t a o p a r a i s a l a r d o r :
U m i d y l l i o reinava, a eternidade bella
ÍCmseu throno'cdcnal; u m doce o m n i p o t e n t e
O i r o d o áureo da a u r o r a c d o q u e h a nos ceus c o n t e n t e ,
Que u m túmulo e n v i a r a a u m reu l i b e r t a d o r .
T a r d e s d o E u p h r a t c s — q u e m d'e.ssc d i v i n o r e u
S'esquecc, d e s c a n t a n d o á p r o a t r i s t e c q u a n d o
A c o r d a r a a m e n i n a a oüvir, a o l h a r ao ceu !
Eonge, os q u e náo s a b i a m , l a m e n t a v a m :
«Ai. a n o b r e c r i a n z a ! a tantas m á g o a s
« Q u e m resiste no m u n d o V é o pac q u e a c h a m a :
«Náo se vé m a i s a argéntea galeota
«Yogando os r e m o s de o i r o , leda a proa;
« O rio. entristecen.»
Mas, q u a n d o víraiu
Fresco-recente a a l t i v a c o l u m n a t a ,
F l o r e o - p u r o o arabesco r c s p l e n d i n d o ,
Da c a r c o m a .lavados os relevos
Que d e n e g r i a m tácitos s o l e m n e s
Sem o r i s o i i h o docc-branco, e os m a r m o r e s ,
C o m o acucenas nos j a r d i n s e s p u m a m
Co'o p r i m e i r o c h u v e r d a primavera,
Na candidez festiva dos noivados:
C h e g o u a vez dos ínvidos m u r m u r i o s
«Paflída i n v e j a podridáodos ossos»
C a n c r o d a h u m a n i d a d e ; e á táodamapSa
Da a l h e i a g l o r i a * os coracóes t o r c e r a m ;
C o b r i u - s e a térra de villóes,d'hediondas
Rans, de sapos,'de harpías p u s t u l e n t a s : •
Antes, porém, q u e a H e l e u r a envenenassem
,Ecom o a m o r q u e háo deuses c e n t e n a r i o s
Aos anjos d'aurea l u z d e adolescencia:
A b r i n d o ¡ts nuvens. a p r e v i n e O r ó m a s o ,
« Q u e é o i n u n d o assim i n e s m o e a q u e l l e o e s p i r i t o
«Da p a t r i a d o Argonauta.»
E v i e r a m sánelos,
Os semideuses do c a t h o l i c i s m o
( T e m p o feliz e m q u e a u i u l h e r hava !]
E h o r a os b e l l o s relámpagos na e s p h e r a
Instantáneas coroas, s u p e r c i l i o s
C o m que.lovc acenava, sáo renexos
Da áurea p o r t a q u a n d o abre á e t e r n i d a d e
Entrando, as almas, g l o r i o s a s , g r a n d e s —
K q u e é m y t h o l o g i a symbo.lómr»rpha
Se náo, dos ceus, .a tcVra opprcssa ás tontas.
OUARTO DIA 57
—-
«Está acuccua
«Da pureza das notas de B c l l i n i
*E o sentimento d'esta Natureza U
— D i z e m que estáis p'ra vos casar ?—
«Comtigo !»
— D e u s me livre!—Tirídatio befando
R o m á n roránte ao ecuda abena bocea
De alegría divina: «Semprfc rindo !»
E entáo, severo e meigo, e brandamente
Pondo d'ella n o dedo o annel sagrado
Que lhe dera sua m á e ha hora da morte:
«Deus! Polaris !»> E Helle transhgurou-se
Ante o fronteiro polo qual se torna
Riso de luz cm pedra de diamante;
E a sempre-a-rir menina, eil-a a senhora
Semprc-sisuda e bella e prudentissima.
E Ut-allah, quáo divina os vendo unidos !
— E Ut é o mundo social, ierra que move-sc
Entreos dois, náo separa, mas os prende
Prende, á Norte-polar, Austro-alpha-crucis.
—Conjugava-se o vcrbo-Deus: cu amo ?
Eu sou amado! conñrmavaiu ecchos.
*.¡i • • } '''. \* . *• ' '•
Da tarde c da manhan, o sol no firmamento
Dando luz e calor, a lúa dando luar
E estrellinhas pungindo os beiiós: n'um momento
E' feito o q u a n o día; a sesta ao meio, o lar.
QUINTO DIA fi
'
'Vor.envv... M I L T O N . > ! i
ÍK "•í" i ' - ' : •>!•;'•?:¿* " ;
#l
O l h a i i d o c o m sorrisovme"dizia: :•
ti Maui-me; se- te apraz, bárbaramente;
' «A m'ortc é-me d i tosa n^este día: v n R T | 7
tú i m i t o ííiá
l a m tonvando-se a l v a s as coüinas
O n d u l a d a s ao o r i e n t e : ares saudaveis
N a t u r a semprc-joven r e s o i r a v a ; .
S'expaiidiaui os. átomos das. luZes •
ÍÜ E u p h r a t c s prátcimido; e os astros límpidos,
LMamantinisacao. Vida d'Helcura,
. D'cssc i n c o l o r f u l g o r q u e esta r a i a n d o
É m a t u t i n o treme.e rcsplcgiíc*ce .
Ao'risonho t n e a r n a r f u l g e n t e d'elhi;
/•
6 4
NOVO KDEN*
Chrysulüla éa r i i h h a i c a senhora;
Mas, a ideal meta m o r mosc,. a b e l l a ,
•E' vida-Hele, sciencia é a i n i m u t a v c l
Perfcicáo cstel l i t e r a , q u e aos >ei.os
SMlhimmou: V i r i u d e s'iliuniina.
C o r d'Hcllesponto-cm-luz teias y e s u n d o ,
E r a H e l e u r a o el ara o das alvoradas-
Q u e s'espraianr nos ceus e m q u a m o L u c i f e r
V a i co'a scCntellui p r e c u r s o r a o día . *
I n c e n d i a n d o tío sol. Porém.'iiáo'findam .
Doces spónsac* no. Jeito dos-amores
Q u a n d o a t r o a m clar-ins da l i b e r d a d e
Pelos fühus da g l o r i a . E m g l o r i a o Arsácida*
, Nao perde a guerra., que A r a o"rei f o r m o s c .
. Perderá, "quando tíos i'psaes clasnuvefks
A n d a v a d o Mazisf N á o / a m o n ó n o s ;
; V e d e — d o grande a m o r »s. desposados ,
j Da aecáo e d o i d e a l : a este-Consorcio *,
Decretaran!, a térra e os ceus, v i c t o r i a !
C o m o os alvos encontros d a á/,a' f u j g e i n
No m o m e n t o c m q u e aos ceus I b i s filando
V a i l e v a n t a r o vOo: a árvore edenea,
' Q u e edenisava, se t r a n s f i g u r a n d o ,
Uní r a i o c l a r o - l u c i d o , a l v o r a v a :
..—Quem c o n d e m r j o u á. rñorte a. v i r g i n d a d e ?
— Q u e m , ao z o o n i o p r o c r e a r , os hoiríens'? -
l i r i l h a m os h o m b r o s de c r y s t a l vívente
E o e o l i o a d a m a n t i n o c á f r o n t e e os. bracos
E as trancas,-0*0 a s t r o o rc.splendor, d a noivs
• Ao d i v i n o momento, á gloria!
{, . . •'• ' "' . E n t r a v a ,
Na e t e r n i d a d e ! t r a n s p a r e n c i a augusta ! .
V i r g i n a l saucufieácáo ¡'—Heleura ! *. *
— A s s i m , tenebra a térra, .silencioso •"
E m a m o s t r a r Jesús 'se e o m p r a x i a .
As t r a n s f i g u r a r e s s ' i I l u m i n a n d o , •
Vissenv 'scravos de- Cojear quáo m a i s b e l l a .
- Fulgía a l i b e r d a d e . E o a d o r a y a h i . ',•
... _ * , **f¿$¿-;y"' Nte^ní'j^^^K»»?'v'"r**
D.a t a r d e c da m a n n a n (creados peixes e aves 1
«Crcscamfeapparecam.»
Propaganda republicana
«Povo de b e i j a f l o T c s (o inconstante
K ' q u e m fala) «onde a v e r d a d e i r a a m a n t e ,
«Esta a l b a - c a n d i d i s s i m a , áureo d i a ?
«Esta a u r o r a l - r u b o r a l e x a n d r i a ? ••
«Oh, edcncacs E v i n h a s lácteos demos,
« Q u e e m fitas d e s e t i m p r c n d c m s e r p c n t e s , I
«Ceus q u e c v a p o r a m , s e d e rosas c o r a m \to j
E os mocos: o porvir da patria ¡uventudc.
A l t i v o s , rectos; mais,. se talas d e v i r t u d e ,
Respeitoós grandes l e i s , q u e v e e m d o a m o r a Deus;
Gentis irmáos,.s.iciaes, c n e i o s d a i n t e l l i g e n c i a
D o t r a b a l h o c d o e s t u d o , essá d i v i n a essencía
Q u e a m a r faz á República -e a d o r a r os.ceus!
A l m a piedosa e boa, e havendo os traeos grandes
Das sociedades h o n r a , e r a m c h a r a c t e r - l u z ,
T a n t o ao r i s o aossaraus c o m o ao s'erguer dos Andes,
C o r a g e m n o c a i r , o u ao s u b i r d a c r u z
Da p a t r i a p e l a g l o r i a aos h y m n o s de v i c t o r i a :
Pois, c o m o 6 f o r m o s u r a asó d i s t i n c t a e p u r a ;
D e h o m e n s , o só b o n i t o é o g e n i o d o i n f i n i t o .
E'só b o n i t o o h o m e m quando. a e s t a m p a
Faz esquecer pelas aecóes f o r m p s a s :
Sócrates, esse e o h o m e m , sol f u l g e n t e ,
C a r a n g u e i j o l a feia. EmPhíladclpnia
Nao raioü l i b e r d a d e c m q u a n t o á a l t u r a
De tocar a r e b a t e o s i n o brónzeo
N á o se despedacara á e t e r n a f o r m o s u r a .
Ouvem?... r u g i r d'cnormc i n c e n d i o n o h o r i z o n t e !
Da térra o e s t r e m e c e r ! d'armas o c s t r o n d e i a r !
Oh, o e x e r c i t o persa !•.. E l a m p e j o u a f r o n t e
Do Arsácida q u e crgueu-sc, e o p e i t o a Ih'estuar
I,eáo p e t r i f i c a d o e súbito acordado-í
E o e d i f i c i o c u p h r a t c o , E d é n d e v i d a c sciencia,
C o m m u n i c a n d o o ánimo a o g a l v a n a r m a g n á n i m o
Nao já lago verde o n d a ; o r a , é m fogáo de c rene a
Já t r a n s f o r m a d o i d e a l , já de v i n g a n c a entáo
Jira m í u ! t o d o r e s b o u ! e de ánimo a t r e v i d o
P o l o a pólo contrário, e a r d e n t e e p e r c u t i d o '
Os m u r o s a p r o m p t o u , c o n t r a o i n i m i g o a aecáo
T e m p l o q u e v i v o assanha a apocalypse c n t r a n h a ,
R c l u z e m os u m b r a c s v i v o s ! v i v a s paredes !
De a r d o r o r e l u z i r ! da g u e r r a o r e l u z i r !
R e l a m p a g u e a v a m d e n t r o espejhos de A r c h i m c d e s
E ante elies se q u e b r a n d o os raios s e r p e n t e a n d o
Láminas d e n a v a l h a , E d é n q u e s'csbandalha,
Subterrco crino b r a m i r . i g n o t o no p o r v i r l
SEXTO DIA
M e t e o r o f o r m o s o ! o Fogo a b r a z a á a u r o r a !
O i n c e n d i o da a l m a - D e u s ! c o n t l a g r o u Deus agora,
O m u n d o i l l u m i n a d o ! b e l l a auroralvisáo !
— J á Tirídato andava: H e l c u r a e r a o claráo.
— P o r é m , A r i e s i d e a l , lans cstellarcs,
De g l o r i a as l a n s v i b r a n d o l u m i n o s a s
A o través da a v e n i d a q u e áurea abriu-se
A H e l l f i leva. E^balindo n o I n f i n i t o ,
Q u a l c a m p a e t h e r e a l . g u i a a Tirídato.
Séptimo dia
EDEN
L e v a d a d*Aries i d e a l b a h n d o ,
Q u e de ao través d o a z u l sagrado c t h e r c o
O u v e c s e g u i n d o v a i na térra—
-
D
<-Os Persas
«Incendiaran!, Deus.' o Edén de v i r t u d e s ,
• Das alegrías d a V i r t u d c eterna,
« E q u e etíes náo c r e a r a m , desespero! •
nCinzas !... ao renascer, P h e m x d o i r a d a í
«Creacáo nossa de Sciencia e V i d a ,
nDe q u a n t b t'oi b a n i d o do paraíso
« D o C r e a d o r tío o r c o - m u n d o e os ceus d i s t a n t e s ,
aE E l l e i n v i s i v c l através: c a térra
»Lhe r e f l e c t i n d o a i m a g e m n'essas dores
«Dos cinctos d álvaS conchas;.ñas tristezas
«Vindasdps risos; flores, dos s e p u l c h r o s ;
«A v i d a , d ' H c l a - m o r t c - e t c r m d a d c ;
• Claráo s o l a r A ] u e h a sede dos desertys, , .
«As ambieñes sociacs, o a m o r , a g l o r i a ,
«Os m a r e s de o i r o ; e'os ceus a z u c s - d o i n u l o s
«D'ondeas m i r a g e u s vás d e s a p p a r e c c m ,
«Qual desgracas n o s s e i o s dos a b y s m o s !
«Dareodornizea, tome dos desiertos \ • • .
«Caide,páo c e l e s t i a l , mannácelcstc! •
«Sede! sede I estalai d'Ondaos'rochedos !
'«N'csta c a m e r a ardente, ceus e térra,
«Assobcrbado a todos os terrores",
«Por todas trevas esmagado e o r n o
«Expiando c t i m e s d e unía raca i n t e i r a , \
»De u m p o v o H e b r c u q u a l fosse o r c s p o n s a v c l !»
I r i s fórmava-se; elle dcscánsava^ -
Xonieiavam-ao sonhos— Fngga I h r i g g a r — .
' Do pavilháo as .sombras g l o r i o s a s .
,' De i r i s de fogo e.chamm'.is E s e r g u c n d o , .
E seguindo: « O h , ser e n t r e D e u s e Satán,,
i Q u a l de oppostos p r i n c i p i o s ás .yingáncaa» !
«E o 'abysmo* azul todo ao redor da esphera,
«Astros accesos cósmicos—luz grande,!
«Aonde a-luz v a i , depois q u e «o ar se apíigaí
o'Aonde f o i t a n t a l u z q u e d e s l u m b r a v a ?
. «E echo e m t o r n o á esohera o a z u l a b y s m o
I
72 NOVO EDEN
Zeus.! logo c m p l e n a A u s o n i a , l u z dé V e s t a !
G l o r i o n i m b o o ródeiando l u m i n o s o
Q u a l n u n c a v i s t o d'anies; visto agora
N"csse i n c a n t o dos céus c i r c u m p o l a r e s ,
A d i z e r c m q u e o m u n d o se acabava,
F.ntre os occasos d'rjc'sperus e as tardes
D'ethereacs violetas. «Dem-iue a p a t r i a !.«!
KVoiiviá-se dos ceus: É" d'elle a p a t r i a
O n d e d e c r e t a m ceus, d ' H e l e - L i b e r t a s /
« E a térra, e os a s i r o s r - s e m p r c ao o r i e n t e
«Volvendo a térra, c ós astros ao occidente:-
«Eis d'onde os i n f o r t u n i o s q u e r e s u l t a i n
«Contrarias dírcecóes.»
1
O i r i s das c h a m m a s .
E á s o m b r a descansando, e l l e eseulava
D o i r a d a s H a r p a s .do- s e n t i r ilo póvo:.
— C o n s t a i i c a , n u n c a me esquceas,
Q u e c u n u n c a te e s q i i e c c r e i — -
Nos róchedos g e m e n d o tristes náufragos;
Nos céus estrellas cheias ele b r i l h a n t e s ,
Oficios de a m o r os corácoes n a i e r r a ;
F l o r e j a v a m edeneas. « Q u e d.'iueantos
•«Ñas i l l u s o e s dos "gloriosos cuines.'•
«Nos s e r p e n t i n o s raios d'enire láminas —
«Ha.' h a ! h a ! áh | d o pe lago os gemidos;
«I)a t r e v a a aecáo; das flores o r i e g r u m e ;
«Das b r i s a s geniaos de vida,a' m o r t e ;
«D'invólta a"espher-á nos azues a b y s m o s
« Q u e a attrucc&ó teem dos sejos b r a n c o s d'iman,
flliem t h e s o i r o s de a m o r t e z o i r a s d'Atropos;
«Ao o r i e n t e o - f u l g o r n a f l o r , c logo
-«A murchidáo: Deus, Sátan! n'um só l i r i o :
Abría a u r o r a estradas g l o r i o s a s :
E o l h a n d o p a r a os astros: «Se c o n d e n s a m
o As nuvens: sao c o m i c i o s e c o m m o v e m
<iK s'csmagam d y n a m i c a s , dos r a i o s
«A e l o q u e n c i a e m fuzis s u b i t o - e l e c t r i c o s ¡
í-E as c h a m m a s q u e f u l m i n a r ^ ; c o p l a n e t a
«Tremendo á ctherea p a l a v r a d a — C o m o
«Cae d ' i m p r o v i s o o ecu ! c as n u v e n s l i v r e s
«(Dando liccocs á térra». E l l e cstudava-as
Do relámpago á l u z q u e á b e l l a f r o n t e
M o m e n t á n e o a c l a r a v a ; adormecía.
Sonbava: eis I l o r de a m o r t r a c a n d o u m »Í,
A doce «morte»» a q u e tremerá a térra;
D e u m l a r d i t o s o as solidóes e n c h e n d o
Vozes d o Euphrátes,.arcas de harmonías,
E r u c t o s das lafa.hgei.ras i n c a u t a d a s ,
A' aúrea mesa lucífera d'Heleura:
E o d e s p e r t a v a n i genios de v i n g a n c a :
E e l l e a Detis-£reador: «Triste e x i s t e n c i a
«Das luctas c o n t r a os ceus e c o n t r a os m u n d o s ¡
"¡Do u n s d e l e i t e s p r o v i n d o s de N a t u r a
«Nascem h o m e u s , s o f l r e r d a h u m a n i d a d e !
«Ai de Jesús ! da c r u z , c o m p a d é c e m e
«Dando a i n d a o perdáo da h o r a da m o r t e !
«(Eos róseos natos, t o d o - a m o r os t o m a
«Aos bracos Deus e os*tría: entao, f o r m a d o s
«D'EIle. n'Elle yivendó:* f o r m a s d'Elle,
«Dízcmos á esmiigada flor escrava:
«Eia 1 v e m l i b e r t a r a raca t u a !
«E a s c i n t i l l i n h a l o g o i n c e n d i a n d o .
«Dizcmos á i n n o c e n c i a e n l o u q u e c i d a
«Da coreopcap d o t h r o n o : c i a ! d e r r i b a - o !
«pa-lyra-a-uítima-chórda os sóns v i b r a n d o ,
nCaem os t h r o n o s ! — b o u s , q u e a esphera i n v o l v e s !
«Dizemos: ai d'Holc! ouáodesangrada
«E r i n d o n a o r p h a n d a d e ! E surge a p a t r i a ,
«Da scintillinha alevantada bella
«Pedra a n g u l a r q u a l é dochrístia'nismo
«líaptismo c m fogo e o r e v i v e r dos r n o r t o s ,
«EázarusM? leproso o u Magdalena
«Misérrima. Aos h o d i e r n o s l e m p o s édenos,
«As e n a n c a s p e r d i d a s e s o m e n t e
«Ainostrándo-se e m l u z , r i n d o e m desgraca,
«Fazem rcvolucóes na E t e r n i d a d e 1...
«E os radiosos de Deus, resoando, véderós
fl'MáStros que ao p r o c e l l a r d c s a r v o r a r a m ,
«Mas náo q u e b r a r a m . Mas, h a v i s t o o m u n d o ;
«Nao c o m a r t i l h a r i a ; a l u z apenas,
16 NOVO EDEN
— A n t e as IcgiÓes de G a l b a , s u i c i d a r a .
C o n t e n t e s ceus, o b o n n e t r-hrygio e m R o m a ,
S o r r i a d'esperanca o c h r i s t i a n i s m o
C h e i o de a m o r . E do C a l v a r i o a hostia
Se h o n t e m tora dos m a u s s a c r i f i c a d a ,
E r a agora a m a l d a d e q u e aos i n f e r n o s
Dcscia, p o r q u e u m h o m e m s'elevasse !
t
80 NOVO KDKM
« D e cada q u e d a forma-sé u r n a g l o r i a .
• Ha, través d'cstcrtorcs, harmonías;
« E das m a n c h a s do sol, os ^esplendores:
«Tortuosas leis, leis grandes d o u n i v e r s o —
« Q u e m vos cdttica á Üvre n o v a p a t r i a
«Se náo V i c t o r i a cscrava-soberana
«Curvando-vos ao solo irradicados.
«Porque améis aó q u e é vosso e q u c ' f u g i c i s Y
« O filho de D a v i d , c m D e u s o u n g i d o ,
«Salomáo, é o m o n a r c h a ; oeleito.é W a s h i n g t o n
•Jesús é o Sacerdote m y s t e r i o s o
• Do coracáo da h u m a n i d a d e : o educa
«N'csse c o n h e c i m e n t o de si proprío,
«Cada q u a l veja o v i d r o e b e m defenda
•O frágil r e i n o seu, n o r e i n o n o s s o —
SEPTIMO DÍA gl
No m o n t e P a l a t i n o as dozc a g u i a s v o a v a m
De R o m u l u s nos ceus. Do L a c i u m a b e n c o a v a m
A c a m p a n h a , S a t u r n o , ^Eneas. R o m a e t e r n a
E r a o i m m e n s o topazió, a u n i v e r s a l m a t e r n a ;
D o T i b r e a o n d a sonora e m láminas v i b r a n d o
H a r p a s de brónzea c h o r d a e o C a p i t o l i o echoando;
I n v o l t o o G o l i s e u e m sedas d'esearlatc
I n c e n d i a v a , a l t o o. s o L q u a l pavilháo de M a r t e .
V a t i c i h a y a Deus: de Ccesar e r a m testas
A ' a r m e n i a l i b e r d a d e . Ardía a l u z dasVestas,
De álém dos ceus b a l i n d o A r i e s i d e a l , d'Hcllú
Tirídato escuiava, ao q u e ningüem m a i s eré,"
Q u e e r a R o m a feliz: revoava o b o n c t p h r y g i o
N c s astros, das visócs formava-se o p r e s t i g i o .
N u m a ao h o r i z o n r e , Égeria e r a o c r y s t a l da fonteí
Tremía a Natureza ao vago p r e s e n t i r .
Ñero a c a n t a r n o p a l c o , e n t r e a p p l a u s o s , m e n a l c o ,
E o p o v o e s c r a v i t a d o ' c a b o m córner e a r i r
A o u v i r , t r i s t e c a n d a r a c q u a l da s e p u l t u r a ,
Dos v e r m e s o r o e r , o ¡Iluminar d o i m p e r i o ,
R e j u b i ' a r do m u n d o ao r e s p l e u d o r d e Ñero,
'Splendor de Satanaz, q u e a h o r a da quéda f a z .
Ao banquete reroneo e vasto csulphurante
Náo assentou-se o a r m e n i o b e l l o s u p p l i c a n t e :
Porém, todos ?m pé, q u a n t o á d i p l o m a c i a
R e q u e r e n t r e nacóes política harmonía,
Despediram-s:: o Arsácida a n d a n d o sobre f l o r ;
No t h r o n o u n i v e r s a l íicando o I m p e r a d o r .
V e g a o Arsácida: os m a r e s espumosos,
A vaga novembrál c r y s t a l i i s a r a
Mediterránea: e d o r o c h e d o á r o d a
D'cncontro áSolidáo m u g i a m vagas,
N a u s des t o r t e a d a s se q u e b r a v a m : s t a n d o
O h o r i z o n t e s o n o r o e ¡Iluminado
D o sol, q u e faz d e s e r t o aos ceus dos astros,
E l l e á v o i t a c o n t e m p l a e e x u l t a e m Deus:
• C o m o , da a l t u r a , todos t r e s l o u c a r a m .' :
Pcciras cantavam;
—Ghegóü Vahaghen
O vencedor !
— R o s t a n ? lá foge
Rostan traidor J
Gloria á victoria
Da guerra-tíor I
Passado era Ardeschir, o tigre a r m e n i o
Dcgolador de todos os Arsácidas;
Nem por máos fóra m o n o de.Tirídato.
— Q u e náo destrüam do passado os marcos,
Os marcos tenebrosos ! mas, fronteiros
Que os novos marcos do porvir s'elevem !
T u d o a se ver, carranca n e g r e a d a ,
O u a recennar chrysites ceus nsonhos.
E chegara dos ceus v i n g a n c a — t raem?
Ai dos ladróes que julgam a República
Re d'elles p'ra scrd'clies loucos publica
Justicada\ a Mác-Pública ! a Mae-Patria \
— M a s , sobre os taes passará aest pe negra;
Edeneo ar p u r o respirai
Atroam ..
Sublime ! os ceus atroam co'o relámpago
O mais formoso de Jehovah na gloría:
Qual se o peito de Lucifer abrirá,
Rompeu-se n'um tria.nglO a estrella d'alva
E aoclaráo matinal viu claro o mundo:
Dos ceus penderam candelabros de oiro,
Luzcs como romans i l l u m i n a r a m .
Viu a patria, asua patria ! a doce patria armenia
Verdejante, feliz, sonora, rindo edenea:
Nao mais os paqos reaes; annel de claridade,
Cínctos de sentimemoa ccrcam, divindade
Muralha das paixóes dos grandes eoracó» s
\
34 NOVO EDEN
, ¡ •
Añilando, ella vé do Euphratcs a edenea
O n d a sagrada, l h e s o r r i n d o o s lares;
E m terrá!... b e i j a - a , beija-a, b e i j a - a o Arsácida, •
C h r i s t o de a m o r b e i j a n d o a u m l i r i o p u r o
Q u e d o m u n d a n o pó s'cspanejara.
Grita Hclfi para os ceus: ñÁ voz como a de Deus !»
E e l l e m e i g o a revendo e sobre o peito a rendo:
« O coracáo c h a m m e j a ; I n s s a c o d e as rosas
«Cobrindo toda a térra: o h , c o m o estáo tortuosas !
«Já t e n s o c i n c t o d'Aurca; o l h o s d'onde transí uz
•O a m a r a n t h u d e a l , ao e s t a t u a r i o d o r s o
;
• A'scuas de u m b e i j a - r l o r e o h y a c i n t h i n o estorso,
« F a g u l h a m ! aurc o o ondáo, nos p u r o s h o m b r o s ñus
• Que háo d'arenaccafalVú-ráas d u n a s p a t r i a s , p u r a s !
• Descanso e u p h r a t e o meo, p r a n t o metí e alegría,
« M u n d o de coracáo ! E v a da Creacáo
« Q u e a Deus deu descansar ! n e m Deus descansaría
• Se Ihenáodcssc esposo; c o dando, descansou:
«Da térra a flor, r e q u i n t e c esscncial e san.ue,
•Que e m d o r t o d a n u m i l h a d a , e m g l o r i a s'elevou.
« O p e p l u m . f i r m a m e n t o ázul-pó-de-diimante,
• Que através faz s e n t i r os ceus de u m astro a m a n t e .
« — Das azas de c r y s t a l o l u m i n o s o t r i a n g u l o ,
• Desccndo á térra, ostenta u m l u m e em cada u m a n g u l c :
«O I n c a n t o , o I n c a n t a d o r , e o I n c a n t a d o - A m o r . s
Mas, ao r e e r ^ u e r d'esp'ranca, a q u e i n f e l i z se a c h a r a
C o m L u s b e l decaído, e só, e q u e a s a l v a r a ,
E q u e e l l a t a m b e m s a l v o u — d o c e uniáo dos ceus !
Já d i a m a n t e o c a n d o r , b r i l h a v a o astro c r e s c e n t e ,
E allí f r o n t e p o i s a r a o sol r u b r o o c c i d e n t e .
De V i d a árvor*, t h e s p i r o o e t e r n o v e l l o de o i i o ,
Q u e náo sera p o r a r t e o s a c r i f i c i o a M a r t e ,
Hellé se c o n s a g r a r a ao ser m u í bella e a c r e r
No l i v r e m o r a l riso, csse p o r v i r paraíso
Q u e o E u p h r a t e s l h e e d u c o u e éíuz n o p e i t o a a r d e r :
M o r a l belleza o m e t h o d o e as vozes táo doiradás
A n o v a ¿racantando, ás róseas m a d r u g a d a s
NOVO EDÉN 85
De V i d a árvore. H e l e u r a á s o m b r a a m a n t e e bella _
Pendo o n o i v o : ao Edén seu náo vá Persa o u serpente,
Do astro p o l a r a l u z em raios flxa á t r e n t e .
Do seu áureo casal: e entáo na s u a e s t r e l l a ,
Arachnída g l o r i o s a e m teia cuidadosa,
Na E t e r n i d a d e está; s e m p r e m a i s b e l l a anula
Da m o r a l f o r m o s u r a e activa p o r v e n t u r a -
C o m o d o a m o r á l u z r e s p l e n d e árvor d e V i d a .
« B o m m o d o ?»Exp"rimentou:«Eu chamo,vcns ?>>—Eu v o u . —
M o d o dos passarinhos.
Viveram calladinhus:
N i n h o s todos m a l feitos,
T o d o s de a m o r p c r f e i t o s .
D o p a r a i s a l d u a n se o u v i s o p o r m e n o r ,
\'ercis r e s u m e t o d o o p o e m a i n c a u t a d o r :
¿alindo A r i e s i d e a l , a el a n d a d e i d e a l ,
S u b i n d o d Agñus Dei e l i v r e , ao e n t r a r nos ceus.
y
L u c i f e r t r i s t e r i u : sendo o p r i m e i r o r i s o ,
Dcsse, D e u s fez m a n h a n q u e c c o m o paraíso
E m q u c s'incarna H e l e u r a . E l l a o ¡urara: «a Deus
«Por t i , q u e es só m a l d i c t o o n d e t t i d o é pendí ció,
«Pedir a Deus eu v o u , a s t r o q u e a H e l e sal vou» !
E á noite c o n f u l g i n d o , a térra aos ceus a n u i d o
A s t r o cadente, a a r d e r d o ar n o a m p i o regaco
Phosplioromomentáneo e m l u m i n o s o t r a v o .
T r a n c a em q u e se repousa o l h a n d o á b e l l a esposa.
T a l u n i d o s p o r c h a m m a i n t e r i o r , lá v a i ,
De Tirídato, H e l e u r a ao e t h c r c a l S i n a i .
A v í r a m de Tirídato os d i a s da v i c t o r i a
Coroando a altiva Irontc.
NOVO EI>EN
Os ceus d'ésté h o r i s o m e ,
O' M u s a , cámaras ! dos n i n h o s estallares
Hajá o m u n d o a m o r a l d o d u a n d ' E d e n — P o l a n s .
Aos q u e p e r g u n t a r e m , se H e l e u r a e verídica:
D i z e i , q u e c a e i r i g i c sagrada, a táo púdica
A u r o r a q u e r a i a , a intrépida, a l y r i c a ;
A m u s a , d i z c i - l h e s , da nova República.
:
Dizci-lhes : é o gladio yo liado p'ra terra,
,
E a l a n c a co'o p h r v g i o b o n c t p a r a os ceus,
E o b r a c o de T h c m i s — l a c s a r m a s de g u e r r a
Q u e sos r e s i t i r a m das p a t i t a s aos r c u s .
Ergueu-seá L i b e r d a d e o t h r o n o da \ e r d a d c .
Da iustiea dos ceus l o r a a c o n q u i s t a - p e u s .
D u a s vezes l i b e r t o o a r m e n i o p o v o Caz
De g u e r r a o m a r c h e - m a r c h e e m c a m p o a b e r t o á paz.
E a c l a r a d a a conscicncia dos casuistas,
E s t r o n d o s resoavam das revistas,
Do Arsácida á asecnsáo. G l o r i a formón claráo.
S u b l i m e s se d k e ú d ó o adeas. A t e r r a
Estremecía ao ver c h e g a d a s g l o r i a s
Das eras, q u e se créu náo c n e g a r i a m .
-fim--
I •
> i .
ÉL