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André Arêa Página | 1

ESTUDO BÍBLICO
Rev. André Arêa

Data: 31/08/23
Local: IP Mutuaguaçu
Tema: O Julgamento Civil Perante Pilatos
Texto Bíblico: Mt 27.11-26
LEITURA BÍBLICA
Mateus 27.11-26
11
Jesus estava em pé ante o governador; e este o
interrogou, dizendo: És tu o rei dos judeus?
Respondeu-lhe Jesus: Tu o dizes.
12
E, sendo acusado pelos principais sacerdotes e pelos
anciãos, nada respondeu.
13
Então, lhe perguntou Pilatos: Não ouves quantas
acusações te fazem?
14
Jesus não respondeu nem uma palavra, vindo com
isto a admirar-se grandemente o governador.
15
Ora, por ocasião da festa, costumava o governador
soltar ao povo um dos presos, conforme eles
quisessem.
16
Naquela ocasião, tinham eles um preso muito
conhecido, chamado Barrabás.
17
Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes
Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás
ou a Jesus, chamado Cristo?
18
Porque sabia que, por inveja, o tinham entregado.
19
E, estando ele no tribunal, sua mulher mandou
dizer-lhe: Não te envolvas com esse justo; porque
hoje, em sonho, muito sofri por seu respeito.
20
Mas os principais sacerdotes e os anciãos
persuadiram o povo a que pedisse Barrabás e fizesse
morrer Jesus.
21
De novo, perguntou-lhes o governador: Qual dos dois
quereis que eu vos solte? Responderam eles: Barrabás!
22
Replicou-lhes Pilatos: Que farei, então, de Jesus,
chamado Cristo? Seja crucificado! Responderam todos.
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23
Que mal fez ele? Perguntou Pilatos. Porém cada vez
clamavam mais: Seja crucificado!
24
Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo
contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água,
lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou inocente
do sangue deste [justo]; fique o caso convosco!
25
E o povo todo respondeu: Caia sobre nós o seu sangue
e sobre nossos filhos!
26
Então, Pilatos lhes soltou Barrabás; e, após haver
açoitado a Jesus, entregou-o para ser crucificado. 1

INTRODUÇÃO
Depois de haver passado pelo julgamento forjado e iníquo do
Sinédrio, faltava ainda outro julgamento iníquo, o de Pilatos. Os fatos
que passamos a analisar agora, tiveram início nos v.1-2.
Uma vez levado da casa de Caifás para o pretório (cf. Jo 18.28),
agora estava diante do governador Pilatos.
Os quatro evangelistas narram esse momento, sendo que João é o
que mais nos fornece detalhes, os quais serão vistos no decorrer do
estudo.

I) O Julgamento Civil Perante Pilatos


Podemos dividir em dois momentos os acontecimentos aqui
registrados: Jesus trazido à presença de Pilatos (v.11-14) e depois
trazido à presença do povo (v.15-26) para ser sentenciado.
Pilatos odiava aos judeus. Não lhe agradava nem um pouco
conceder-lhes o que eles queriam. Porém, sabia que eles o ameaçavam
em seu posto acusando-o de traição ao imperador (cf. Jo 19.12).
A princípio, Pilatos evitou decidir sobre a condenação de Jesus e o
devolveu ao Sinédrio (cf. Jo 18.29-31), ao que o Sinédrio lhe respondeu
que não era lícito aos judeus condenar e matar ninguém.
Porém, sabemos que tudo isso era o desígnio de Deus, pois, Jesus
tinha que morrer numa cruz, uma morte tipicamente romana, um
gênero de morte que aponta para a universalidade do sacrifício de

1
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.11–26.
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Cristo. O Sinédrio então apresentou três acusações fraudulentas contra


Cristo:
1. Perversão da nação;
2. Proibição de pagar tributo a César;
3. Alegava ser rei (Lc 23.2), que na realidade equivaliam a uma só
acusação: Ele era um agitador que trazia sedição e tumulto ao
povo, e que, se não fosse detido, provocaria sérios problemas para
Pilatos.
Depois de questionar a Cristo, Pilatos não encontrou nenhuma
acusação substancial. Como os judeus mencionaram a Galileia em sua
acusação (cf. Lc 23.5), ele aproveitou para remeter o caso para Herodes
Antipas, por a Galileia ser jurisdição dele, e estando ele em Jerusalém
naquela ocasião (Lc 23.7).
Herodes viu uma oportunidade de sanar sua curiosidade sobre Jesus,
e muito se alegrou com a possibilidade de interrogá-Lo a fim de vê-Lo
fazer algum milagre.
Mas diante do silêncio de Jesus, Herodes decidiu humilhá-Lo e
devolvê-Lo a Pilatos. O ocorrido serviu para a reconciliação de Herodes
e Pilatos (Lc 23.8-12). Concentremo-nos agora no texto de Mateus.

a) O Rei perante o governador (v.11-14)


“11a Jesus estava em pé ante o governador;...”2, somente Mateus
registra que Jesus estava em pé diante de Pilatos, os demais
evangelistas apenas dizem que Ele fora trazido à presença de Pilatos,
“11be este o interrogou, dizendo: És tu o rei dos judeus? Respondeu-lhe
Jesus: Tu o dizes.”3 (v.11).
Anteriormente, diante do Sinédrio, Jesus fora acusado de blasfêmia
(Mt 26.65-66), e merecedor de morte.
Mas, agora diante de Pilatos, eles mudaram a acusação, pois,
sabiam que algo num tom político surtiria mais efeito. Porém, quando
Pilatos Lhe perguntou se Ele era rei dos judeus, e a resposta de Jesus
(“Tu o dizes”) não foi evasiva, mas, sim, que jamais dissera tal coisa, e
que isso era mais uma acusação fraudulenta.

2
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.11a.
3
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.11b.
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“E, sendo acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada


respondeu.” 4 (v.12).
Como vimos em Mt 26.62-63, o Senhor Jesus nada respondeu porque
não tinha obrigação alguma de fazê-lo. Além do que, tudo isso deveria
ser assim para que tudo acontecesse tal como Deus determinara.
Certamente, isso irritou ainda mais o Sinédrio, pois, a Pilatos Jesus
respondeu, ao Sinédrio, não.
O silêncio de Jesus diante de Seus algozes deixou Pilatos
impressionado. “13 Então, lhe perguntou Pilatos: Não ouves quantas
acusações te fazem? 14 Jesus não respondeu nem uma palavra, vindo
com isto a admirar-se grandemente o governador.” 5 (v.13-14).
Ali estava um homem manso, nas palavras do profeta, uma “ovelha
muda perante seus tosquiadores” (Is 53.7), um homem completamente
diferente daquilo de que era acusado. Jesus é impressionante, até o Seu
silêncio fala contundentemente.

b) O Rei e o governador perante o povo (v.15-26)


A julgar pelo relato de Lucas, depois de ter sido levado à presença
de Herodes, Jesus é trazido de volta a Pilatos, o qual estava em seu
tribunal (v.19).
Mas, não somente o Sinédrio, os soldados e Pilatos estavam ali; o
povo também estava.
“15 Ora, por ocasião da festa, costumava o governador soltar ao
povo um dos presos, conforme eles quisessem.”6 (v.15).
Ao que tudo indica, criou-se essa tradição de soltar um condenado
na ocasião da Páscoa em referência à libertação que esta festa
comemorava. Dá-se a atender que Pilatos nutria alguma esperança de
que o povo viesse a escolher Jesus, e assim, livrar-se de carregar tal
peso em sua consciência.
“16 Naquela ocasião, tinham eles um preso muito conhecido,
chamado Barrabás. 17 Estando, pois, o povo reunido, perguntou-lhes
Pilatos: A quem quereis que eu vos solte, a Barrabás ou a Jesus,
chamado Cristo?”7 (v.16-17).

4
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.11–26.
5
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.13-14.
6
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.15.
7
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.16-17.
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Marcos nos dá mais informações sobre Barrabás: “Havia um,


chamado Barrabás, preso com amotinadores, os quais em um tumulto
haviam cometido homicídio.”8 (Marcos 15.7; ver também Lc 23.19).
Um pouco de bom senso indicaria que um acusado injustamente
fosse preferido e não um assassino baderneiro. Somava-se a isso a clara
motivação maligna do Sinédrio, a qual Pilatos percebeu “Porque sabia
que, por inveja, o tinham entregado.” 9 (v.18).
Eles perderam o seu prestígio com o povo quando Jesus anunciou o
Seu Evangelho de salvação, perdão e graça aos corações cansados e
sobrecarregados pelos fardos pesados carregados de hipocrisia que esses
mesmos líderes religiosos colocavam sobre seus ombros (cf. 11.28-30).
“A inveja é o descontentamento suscitado ao deparar com alguém que
possui o que você não quer que ele possua”10.
Entrementes, mais um elemento lhe trouxe ainda mais dificuldade
na questão: “19 E, estando ele no tribunal, sua mulher mandou dizer-
lhe: Não te envolvas com esse justo; porque hoje, em sonho, muito sofri
por seu respeito.” 11 (v.19).
Sentado em sua cadeira oficial da qual ele presidia o tribunal (v.19),
a qual era uma plataforma à qual se chegava por meio de escadaria e
ficava de frente para o pretório.
Eis que lhe chega um emissário enviado por sua esposa, Cláudia
Prócula (ou Procla), a qual em sonhos (pesadelo) muito se angustiou a
respeito daquele “justo”.
Não sabemos detalhes desse pesadelo, mas, certamente, não foi
algo comum, mas, sim, avisos de Deus. Embora a igreja copta ainda hoje
honre sua memória e a igreja grega inclua seu nome no calendário dos
santos, não é suficiente para afirmarmos que essa mulher se tornara
uma cristã12.
É importante ressaltar que esse aviso e todas as coisas relacionadas
à maldade e rebeldia dos algozes de Cristo, serviram para acentuar
ainda mais a condenação deles.

8
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mc 15.7.
9
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.18.
10
HENDRIKSEN, 2001, vol.2, p.635.
11
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.19.
12
Cf. HENDRIKSEN, 2001, vol.2, p.637.
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O conselho de sua esposa foi “Não de envolvas com esse justo”. Ele
tentou por todas as formas esquivar-se.
Pilatos estava sendo manipulado pelo Sinédrio, e isso o irritava
profundamente; tentou também manipular a sentença enviando para
Herodes e também tentou manipular o Sinédrio, mas, fracassou.
Sua única saída seria o povo, “Mas os principais sacerdotes e os
anciãos persuadiram o povo a que pedisse Barrabás e fizesse morrer
Jesus.” 13 (v.20).
Enquanto ele se ocupava com a mensagem de sua esposa, o Sinédrio
aproveitou para convencer o povo a pedir a soltura de Barrabás e a
condenação de Jesus. Não temos detalhes do que eles disseram ao povo,
mas, podemos presumir que eles argumentaram que se o povo
escolhesse soltar Jesus, estaria dando a Pilatos a satisfação de sua
obediência a ele.
Quando Pilatos voltou sua atenção para o povo “21 De novo,
perguntou-lhes o governador: Qual dos dois quereis que eu vos solte?
Responderam eles: Barrabás! 22 Replicou-lhes Pilatos: Que farei, então,
de Jesus, chamado Cristo? Seja crucificado! Responderam todos.” 14
(v.21-22), e assim, o Sinédrio havia obtido sucesso no que queria, e
Pilatos ainda mais desesperado, como podemos ver em suas palavras
seguintes: “Que mal fez ele? Perguntou Pilatos....” 15 (v.23a).
O contraste entre os nomes de Jesus e Barrabás é gritante. Jesus “o
Cristo” (O Ungido de Deus), o justo; Barrabás, um assassino.
Um morrer para trazer a vida; o outro viveu trazendo morte. Mas,
quanto mais Pilatos insistia em soltar Jesus, os que ali estavam (Sinédrio
e o povo), “...Porém cada vez clamavam mais: Seja crucificado!”
(v.23b)16.
“24 Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário,
aumentava o tumulto,...” (v.24a).17
A única coisa que Pilatos estava conseguindo era agitar ainda mais
o povo, e, diante desse fracasso, ele fez um “teatro” ali, e,

13
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.20.
14
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.21-22.
15
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.23a.
16
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.23b.
17
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.24a.
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“...mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou


inocente do sangue deste [justo]; fique o caso convosco!” (v.24b).18
Pilatos lavou suas mãos na tentativa de limpar sua consciência e de
mostrar para o povo que a culpa não era dele, mas, dos judeus. É
impressionante a covardia de Pilatos.
Em João 19.10-11 lemos que Pilatos arrogou sua autoridade sobre
Cristo, tanto para soltá-Lo quanto para crucificá-Lo, e o Senhor Jesus o
repreendeu dizendo: “Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de
cima não te fosse dada; por isso, quem me entregou a ti maior pecado
tem.” 19 (Jo 19.11)
Mas, aqui, sua autoridade simplesmente foi anulada por sua
covardia atribuindo aos judeus a culpa dizendo: “fique o caso
convosco!”.
“25 E o povo todo respondeu: Caia sobre nós o seu sangue e sobre
nossos filhos!” (v.25).20
Assim, o povo não somente rejeitou a Cristo, como também assumiu
a responsabilidade por Sua condenação.
“Ao rejeitar publicamente o Messias, o povo judeu cessa de ser, em
qualquer sentido especial, o povo
de Deus”21, mas, semelhantemente ao que acontece com a Igreja, entre
os judeus Deus tem o Seu “remanescente que será salvo”, que em todas
as eras (e não só na consumação dos séculos como ensinam os
dispensacionalistas) é alcançado e por Ele salvo.
É impossível não relacionarmos essas palavras com situações
antissemitas tais como o extermínio de milhões de judeus nos campos
nazistas.
“Então, Pilatos lhes soltou Barrabás; e, após haver açoitado a
Jesus, entregou-o para ser crucificado.” (v.26). 22
“Pilatos procurou o caminho fácil, não o caminho correto”23, e
assim ele entrou para a História como o covarde que condenou Jesus,
sendo tão responsável quanto àqueles que exigiram que ele assim o
fizesse.
18
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.24b.
19
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Jo 19.11.
20
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.25.
21
Ibid, p.642.
22
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Mt 27.11–26.
23
WIERSBE, 2010, vol.5, p.132.
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Soltou a Barrabás, mandou açoitá-Lo com o azorrague para depois


ser entregue à crucificação. O azorrague romano era um cabo curto de
madeira com várias correias de couro cujas pontas tinham presilhas de
chumbo ou bronze e pedaços de ossos afiados.
Os que eram açoitados tinham sua carne lacerada, a ponto de
veias e artérias ficarem expostas.

Para Pensarmos e Praticarmos


Nada poderia ter sido diferente do que foi, pois, do contrário, a
salvação dos filhos de Deus não se concretizaria. Tudo teve que
acontecer tal como aconteceu.
Contudo, os algozes de Cristo não foram marionetes nas mãos de
Deus; eles foram culpados por tudo o que aconteceu com Cristo.
Quanto a nós, não podemos nos esquecer que ainda que não
estivéssemos lá com aquela multidão, foi por nossa causa que Cristo
morreu, e isso nos coloca na mesma condição que aquelas pessoas.
Os judeus chamaram para si e para os seus descendentes o peso do
sangue de Cristo. O único sangue que poderia salvá-los, eles o clamaram
para condenação.
Sobre você, o sangue de Cristo está para condenação ou salvação?

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