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Luigi Ferreira e Silva

Gabriel Iury Sousa Barros de Souza


Alexandre Ferreira da Silva

ANATOMIA
´
RADIOLOGICA
BÁSICA ILUSTRADA
´
VOL. 1 TORAX: CAMPOS
PLEUROPULMONARES

editora científica
Luigi Ferreira e Silva
Gabriel Iury Sousa Barros de Souza
Alexandre Ferreira da Silva

ANATOMIA
´
RADIOLOGICA
BÁSICA ILUSTRADA
´
VOL. 1 TORAX: CAMPOS
PLEUROPULMONARES
1ª Edição
2020
editora científica
Copyright © 2020 por Editora Científica Digital

Todo o conteúdo deste livro está licenciado sob uma Licença de


Atribuição Creative Commons. Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)


S586t Silva, Luigi Ferreira e.
Tórax [recurso eletrônico] : campos pleuropulmonares / Luigi Ferreira
e Silva, Gabriel Iury Sousa Barros de Souza, Alexandre
Ferreira da Silva. – Guarujá, SP: Científica Digital, 2020.
44 p. : il. – (Anatomia radiológica básica ilustrada; v. 1)

Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN: 978-65-87196-21-3
DOI: 10.37885/978-65-87196-21-3

1. Tórax – Radiografia. 2. Tórax – Doenças – Diagnóstico. I.Souza,


Gabriel Iury Sousa Barros de. II. Silva, Alexandre Ferreira da. III.
Título.
CDD 616.20757

Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422

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são de responsabilidade exclusiva dos seus autores. Permitido o download e
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EDITORA CIENTÍFICA DIGITAL


Guarujá - São Paulo - Brasil
www.editoracientifica.org - contato@editoracientifica.org
Sumário

Lista de Figuras.................................................................................... 6

Sobre os Autores.................................................................................. 8

Prefácio............................................................................................... 9

1. Planimetria....................................................................................... 12

Plano Sagital......................................................................................................12

Plano Sagital (Mediano)..................................................................................15

Plano Axial..........................................................................................................16

2. Formação das Imagens na Radiologia.............................................. 22

3. O Torax............................................................................................. 28

As Vias Aéreas Inferiores e os Pulmões.....................................................28

O Lóbulo Pulmonar Secundário....................................................................36

Linfonodos Torácicos das Vias Aéreas.......................................................40

As Pleuras..........................................................................................................42

4
Lista de Figuras

Figura 1: Planimetria – Plano Sagital (Mediano) 1...................................14

Figura 2: Planimetria – Plano Sagital (Mediano) 2...................................14

Figura 3: Planimetria – Plano Coronal ou Frontal....................................16

Figura 4: Planimetria – Plano Axial ou Transversal.................................17

Figura 5: Mediano, Medial, Intermédio ou Médio?....................................18

Figura 6: Planimetria – Planos Parassagitais...........................................19

Figura 7: Planimetria – Planos Projetados.................................................19

Figura 8: Planimetria – Planos Projetados.................................................20

Figura 9: Formação das Imagens na Radiologia......................................23

Figura 10: Formação das Imagens na Radiologia....................................24

Figura 11: Formação das Imagens na Radiologia....................................25

Figura 12: Exemplo de Radiografia de Tórax e as

Diferentes Densidades.................................................................26

Figura 13: As Vias Aéreas Inferiores e os Pulmões..................................31

Figura 14: As Vias Aéreas Inferiores e os Pulmões:

Divisão Funcional..........................................................................31

6
Figura 15: Diferenças Entre Brônquio Principal Direito e Esquerdo......32

Figura 16: As Vias Aéreas Inferiores e os Pulmões 1..............................32

Figura 17: As Vias Aéreas Inferiores e os Pulmões 2..............................33

Figura 18: Radiografia das Vias Aéreas Inferiores...................................33

Figura 19: Via Aérea Inferior 1.......................................................................34

Figura 20: Via Aérea Inferior 2.......................................................................34

Figura 21: Bifurcação da Traqueia...............................................................35

Figura 22: Bifurcação da Traqueia...............................................................35

Figura 23: Fissuras Pulmonares...................................................................36

Figura 24: Bifurcação da Traqueia...............................................................37

Figura 25: O Lóbulo Pulmonar Secundário................................................37

Figura 26: O Lóbulo Pulmonar Secundário................................................38

Figura 27: Artéria Intrasegmentar e Veia Intersegmentar......................38

Figura 28: Artéria e Veia? 1.............................................................................39

Figura 29: Artéria e Veia? 2.............................................................................39

Figura 30: Artéria Acompanhando Brônquio.............................................40

Figura 31: Linfonodos Torácicos das Vias Aéreas...................................41

7
Sobre os Autores

Luigi Ferreira e Silva


Residente de Otorrinolaringologia do Hospital Universitário Bettina Fer-
ro de Souza. Mestrando no Programa de Pós-Graduação do Núcleo de
Medicina Tropical.

Gabriel Iury Sousa Barros de Souza


Residente de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina de Botucatu - Universidade Estadual Paulista.

Alexandre Ferreira da Silva


Professor Mestre pela Universidade do Estado do Pará. Professor
Mestre pela Faculdade Metropolitana da Amazônia. Médico Radiolo-
gista membro titular do Colégio Brasileiro de Radiologia. Doutorando
no Programa de Pós-Graduação do Núcleo de Medicina Tropical.

8
Prefácio

O
ensino da Anatomia Humana e da Radiologia Médica en-
frenta vários desafios para a aplicabilidade no exercício da
docência, seja por reformas curriculares ou por métodos tra-
dicionais. Enfrentar estes desafios requer investimento de tempo e
energia, por muitas vezes escassos, por todas as partes envolvidas.
A transdiciplinaridade é uma das ferramentas com grande precisão
em contemplar o ensino teórico e prático, entre ciências específicas,
encontrando o denominador comum capaz de abrir o campo visual
dos discentes e docentes para horizontes muito mais abrangentes,
com o fim comum do desenvolvimento das ferramentas de ensino e
da resposta a estas estratégias.
Aliás, não só de relação médico-paciente deve ser embasada a
evolução da graduação do aluno de medicina, mas também há a
necessidade de formá-lo com mínimas habilidades e competências
médicas para abranger o seu futuro dia-a-dia de prestador de cuida-
dos humanos.

9
O uso das tecnologias pode favorecer, ou melhor, facilitar os limi-
tes encontrados no plano real do ensino, quando utilizadas de forma
inteligente, objetiva e simples.
Este e-book foi construído exatamente com este intuito, para escla-
recer principalmente ao leitor o que para muitos não passa de pontos
que variam entre os tons de preto e branco – desta forma, trazemos
uma mesclagem entre Anatomia Sistêmica, Topográfica, Estratigráfi-
ca com a Radiologia por Tomografia Computadorizada com algumas
peculiaridades que serão explicadas ao longo das páginas seguintes.
Esperamos que você tenha o melhor usufruto possível deste material.

Os autores.

10
“ Aliás, não só de relação médico-
paciente deve ser embasada a evolução
da graduação do aluno de medicina, mas
também há a necessidade de formá-lo
com mínimas habilidades e competências
médicas para abranger o seu futuro dia-
a-dia de prestador de cuidados humanos.

1.

Planimetria

Plano Sagital

O
estudo anatômico, clínico, cirúrgico e radiológico possui cer-
tos cernes para uma realização correta e técnica, sem que
haja ambiguidade, desentendimento ou equívocos entre o
sistema estudado e o estudante. Fato esse importante até mesmo
entre profissionais, para que não existam erros de comunicação en-
volvendo as mesmas importâncias citadas acima.
Desta maneira, o estudo planimétrico se traduz em saber loca-
lizar corretamente uma estrutura anatômica em um certo sítio ou
compartimento corporal, além de relacioná-la corretamente com
estruturas vizinhas – a denominada sintopia. Inclusive, na quase
totalidade das situações de planimetria, estaremos denominando o
posicionamento de uma estrutura em relação a outra, e não isola-
damente. Esse estudo chega a ser tão importante quanto saber o
nome do órgão, afinal de contas, de que adiantaria saber que exis-
tem dezenas de pequenas estruturas e acidentes anatômicos no

12
conduto auditivo sem saber organizá-los de maneira lógica e útil?
Sendo assim, vamos explanar agora sobre as ferramentas e as ter-
minologias consagradas mundialmente para nos referir a localiza-
ção de determinado um órgão.
Primeiramente, deve-se entender que os órgãos, assim como
tudo no nosso mundo físico, são tridimensionais. Portanto, pode-
mos vê-los de lado, de frente, por trás, angulado, etc. Com isso, foram
criados os Planos Anatômicos, sendo destes 4 os mais tradicionais
e mais utilizados no dia-a-dia na saúde. São os planos: Sagital, Coro-
nal ou Frontal, Axial ou Transversal e Oblíquo. Estes planos (também
referido como “corte”) são linhas imaginárias que devemos saber
naturalmente e irão, portanto, nos auxiliar indiretamente a localizar
uma estrutura, pois eles “abrigam” cada um uma determinada clas-
se de posições. Ou seja, dizer desde uma relação simples (superior,
inferior) até algumas já mais complicadas (proximal, medial, etc.).
Também é importante partir da premissa que todo estudo anatômi-
co planimétrico tem como referência um indivíduo modelo que se
encontra em Posição Anatômica, ou seja, uma posição normatizada
mundialmente.
A planimetria é a forma matemática espacial de se estudar áreas
planas, dividindo o espaço em planos e na anatomia não é diferente
– vai gerar nomenclaturas e especificações espaciais nomenclatu-
ras e especificações espaciais para nos trazer acurácia quanto à lo-
calização de estrutura. Desse modo, se dizemos que uma estrutura
é inferior, é inferior em relação a outra estrutura. A cabeça, por exem-
plo é superior ao pescoço, a veia cava inferior se mantem à lateral
direita da artéria aorta, e assim por diante.

13
Figura 1: Planimetria – Plano Sagital (Mediano) 1

Figura 2: Planimetria – Plano Sagital (Mediano) 2

14
Plano Sagital (Mediano)
Falaremos primeiramente do plano ou corte sagital – para melhor e mais
fácil entendimento e memorização, é importante saber que os planos
sagital e coronal foram inspirados nas suturas ósseas sagital e coronal
do crânio. Sempre que, no início, lhe ocorrer dúvida, é válido procurar ou
lembrar dessa relação. É importante já citar também que o plano sagital
faz parte de uma terminologia planimétrica. Ele se encontra “cortando” o
corpo num denominado plano mediano (por esta razão, é correto dizer
que o plano sagital “tradicional” é chamado de plano sagital mediano), o
qual podemos inferir informalmente ligando pontos do corpo, sendo
estes: o topo da cabeça o nariz, o queixo, o umbigo, a sínfise púbica, o
períneo, toda a coluna vertebral até completar a volta. Com isso, dividi-
mos o corpo em duas metades direita e esquerda iguais.
Esta é a função do plano sagital mediano: dividir o corpo em lados
direito, esquerdo e o “meio”, que seriam as estruturas medianas, como a
boca, o esterno, etc. P. ex. braço direito e esquerdo; pulmões direito e es-
querdo; artéria sacral mediana. Importante: É extremamente importante
evitarmos redundância durante a nomenclatura, já que, ao explicitarmos
que uma determinada estrutura é “esquerda”, inferimos que haja uma
correspondente a direita. Exemplos de redundância: apêndice vermifor-
me direito; vesícula biliar direita. Exceção: existem estruturas que, apesar
de serem órgãos únicos, por razões morfofuncionais mais específicas
acabam por diferenciarem corretamente em esquerdo e direito e podem
surpreender desavisados. Exemplo: coração esquerdo (refere-se às câ-
maras cardíacas do lado esquerdo); fígado direito (diz respeito ao lobo
hepático direito).
Como variante, temos outros cortes sagitais, que não mais serão
acrescentados da palavra “mediano”, haja vista que não estão mais no

15
plano mediano. Eles podem ser definidos “arrastando” o plano sagital
mediano para qualquer um dos lados, não alterando o seu direciona-
mento original. Quando se criam planos sagitais, as estruturas come-
çam a ser classificadas em mais próximas a linha mediana (medial),
mais distantes (lateral) e uma estrutura, por ventura, entre essas duas
se chamaria de intermédia. Exemplo: O polegar é mais lateral que o “de-
dinho”, portanto, este é mais medial que o polegar (segundo a posição
anatômica). Veias supra-hepáticas medial, lateral e intermédia.
O plano sagital é muito utilizado em Tomografias Computadorizadas,
mas principalmente em exames como a Ressonância Nuclear Magnéti-
ca, onde os estudos de medula espinhal e de articulações são beneficia-
dos. Também está presente nas incidências em perfil de radiografias.

Plano Axial
Em relação ao Plano Coronal (vale lembrar que ele está relacionado a

Figura 3: Planimetria – Plano Coronal ou Frontal

16
sutura craniana coronal), temos que este dividirá o corpo perpendicular-
mente ao plano sagital, ou seja, como se ligássemos: o ombro direito, o
topo da cabeça, o ombro esquerdo, o pé esquerdo, o pé direito e nova-
mente o ombro direito. Estruturas a frente deste plano denominamos
anteriores; atrás deste, posteriores. Assim como no plano sagital me-
diano, podemos “arrastar” esse plano anteriormente e posteriormente,
para refinarmos a nossa referência planimétrica. Exemplos: o coração
é anterior à coluna vertebral; a orelha é lateral e posterior (ou láteropos-
terior/pósterolaterais) aos olhos (anteromediais).
Este corte coronal está presente principalmente nas radiografias sim-
ples, onde o paciente é radiografado em incidência anteroposterior (AP) ou,
mais comumente, pósteroanterior (PA). Porém, também tem a sua validade
em exames de Tomografia Computadorizada e de Ressonância Magnética.

Figura 4: Planimetria – Plano Axial ou Transversal

O plano axial pode ser chamado também de transversal pois sec-

ciona o corpo transversalmente, classificando estruturas em Superior

17
e Inferior. Exemplo: os olhos são superiores a boca; as orelhas são
súperolaterais ao queixo. O plano sagital é constantemente usado em
Tomografias Computadorizadas, em todos os níveis (abdome, tórax,
extremidades, cabeça e pescoço). A palavra axial tem relação com a
2ª vértebra cervical, a axis, uma estrutura que seu maior diâmetro é
transversal.

P.S.: Os planos sagital e coronal, por cortarem o corpo em seu maior diâ-
metro, são considerados planos longitudinais, sendo então perpendicular
ao axial.

Figura 5: Mediano, Medial, Intermédio ou Médio?

Note que a terminologia “médio(a)” faz menção a estruturas referencia-


das nos planos longitudinais (coronal e sagital). A terminologia “medial”
se refere à estrutura que mais se aproxima do plano mediano, através do
plano transversal.

18
Figura 6: Planimetria – Planos Parassagitais

Figura 7: Planimetria – Planos Projetados

19
Figura 8: Planimetria – Planos Projetados

20
“ Desta maneira, o estudo planimétrico se
traduz em saber localizar corretamente
uma estrutura anatômica em um certo
sítio ou compartimento corporal, além de

relacioná-la corretamente com estruturas
vizinhas - a denominada sintopia.
2.

Formação das
Imagens na
Radiologia

N
a radiologia, existem algumas formas de gerar imagens. Há
aplicações voltadas para funções metabólicas – como as
cintilografias, que são ruins para descrição anatômica – e
para descrição anatômica especificamente em busca de alterações
anatomopatológicas. Perceba que apenas por essa breve descrição,
há indicação para cada tipo de exame.
A primeira imagem criada foi baseada na emissão de feixes de
raio-X. Basicamente, em uma câmara de vácuo (para remover o isola-
mento elétrico provido pelo ar), uma placa de tungstênio é alimentada
por uma corrente elétrica. A eletricidade estimula os átomos da pla-

22
ca de tungstênio (1), e tal energia estimula os elétrons presentes na
última camada (camada de valência), criando um ambiente atômico
instável. Tal instabilidade pelo excesso de energia resulta no salto dos
elétrons para uma nova camada (2). Porém, não é possível que os elé-
trons permaneçam energizados nesta última camada pela somatória
de cargas de prótons e elétrons nos átomos, ocorrendo então a libera-
ção desta energia pelos elétrons na forma de radiação – neste caso,
o Raio-X – resultando no deslocamento dos elétrons para a camada
anterior (3). Na placa de tungstênio, a eletricidade provê a aceleração
dos elétrons em direção a uma outra placa de tungstênio através da

Figura 9: Formação das Imagens na Radiologia

23
Figura 10: Formação das Imagens na Radiologia

criação de uma diferença de potencial entre um cátodo (provedor de


elétrons) e um ânodo (receptor de elétrons) e o choque dos elétrons
do cátodo contra os da placa de ânodo os excita para sua estimula-
ção suficiente para geração da radiação (4).
Então criou-se o Raio-X. E como aplicar o uso dessa radiação? O Raio-
-X tem certo poder de penetrância, passando com facilidade por estrutu-
ras com densidade relativamente inferior a dos ossos e metais. Portanto,
é possível “enxergar” por dentro do corpo com doses de radiação.
Então quando um feixe de Raio-X encontra um anteparo, no caso, o
corpo humano, parte da radiação não consegue ultrapassar significati-
vamente as estruturas, outra parte passa com facilidade por conter es-
truturas de baixa densidade, como o ar. Desta forma, podemos concluir
que há a produção de uma escala de radiodensidade. Como o feixe de
radiação é direcionada a uma película que é queimada pela radiação, é
possível registrar as estruturas anatômicas sem dificuldades.
Graças a diferença de densidade dos tecidos e órgãos, o registro

24
na película da Radiografia se baseia no “Efeito Sombra”: tudo que for
mais próximo do branco é hipotransparente ou hipolucente ou hipera-
tenuado, um obstáculo altamente denso para a penetração do Raio-
-X, sendo a sombra registrada na película, e tudo que tender ao preto
é hipertransparente ou hiperlucente ou hipoatenuado, pois queimou
bastante a película por conseguir ultrapassar as camadas do corpo,
não sendo obstáculo significativo ao Raio-X.
Este é então o registro pela Radiografia. Esta permite a visualiza-
ção de imagens sempre em 2 planos – um vertical e outro horizontal.
P. ex. tórax em incidência pósteroanterior vê-se o tórax em plano co-
ronal e transversal. O princípio da Tomografia Computadorizada é o
mesmo, com a diferença do uso de tecnologia mais avançada para
registrar tridimensionalmente as imagens e as transmitindo em pla-
nos. A emissão de Raio-X é realizada em todas as direções e o efei-
to sombra é projetado através de captação de doses de radiação no
próprio tomógrafo e convertido em bits codificados para formar no
computador uma imagem projetada da somatória de informações.

Figura 11: Formação das Imagens na Radiologia

Osso

25
Figura 12: Exemplo de Radiografia de Tórax e as Diferentes Densidades Osso

Gordura

Músculo

Ar

Um ponto a ser destacado: na Radiografia, as estruturas vão so-


mando obstáculos que intensificam as sombras (ex. costela seguida
de coração seguida de coluna vertebral) – fenômeno chamado sobre-
posição, o que não acontece na Tomografia.

26
“ O Raio-X tem certo poder de penetrância,
passando com facilidade por estruturas
com densidade relativamente inferior a
dos ossos e metais. Portanto, é possível

“enxergar” por dentro do corpo com doses
de radiação.
3.

O Torax

O
tórax é o seguimento do corpo humano que faz transição, no
tronco, entre o abdome e o pescoço. Podemos dividir o tórax
topograficamente em 3 regiões: a parede torácica, o medias-
tino e os campos pleuropulmonares. Neste volume, abordaremos o
estudo anatômico radiológico dos campos pleuropulmonares, para
assim manter uma melhor didática compartimentalizando cada com-
ponente torácico. Nos campos pleuropulmonares, há cada pulmão,
brônquios e ramificações e as pleuras parietal e visceral, estas sepa-
ram os pulmões em capas revestidas.
Vale ressaltar que para o melhor estudo da anatomia radiológica
dos campos pleuropulmonares, abordaremos a janela pulmonar da,
que evidencia melhor as vias aéreas.

As Vias Aéreas Inferiores e os Pulmões


As vias aéreas podem ser divididas em duas porções: superior e inferior.
A superior pode ser resumida em supratraqueal e a inferior, infratraque-

28
al. Os componentes infratraqueais são: a traqueia propriamente
dita; a sua ramificação primária denominada brônquios primários
ou brônquios fonte ou brônquios principais, sendo um direito e ou-
tro esquerdo; brônquios secundários ou lobares; brônquios terciá-
rios ou segmentares; e divisões mais histológicas, como bronquí-
olos e alvéolos.
Sobre a sua ramificação que decresce em termos de calibre,
temos a traqueia como um tubo músculo-cartilaginoso (hialina) -
localizado no plano mediano, no mediastino superior. Possui car-
tilagens em formato de “C”, com uma parte muscular na porção
aberta da letra “C”, que se localiza posteriormente na traqueia. A
seguir, inferior e posteriormente, os brônquios fontes direito e es-
querdo bifurcam-se na carina traqueal aproximadamente ao nível
da segunda vértebra torácica, T2.
É possível identificar que o brônquio principal direito é mais
grosso, curto e verticalizado que o esquerdo – dado muito impor-
tante para a clínica. Após, temos os brônquios lobares. Estes são
em número de 3 do lado direito (lobos superior, médio e inferior)
e 2 do lado esquerdo (lobos superior e inferior). Os seguintes se-
riam os segmentares. São 10 do lado direito e 8 do lado esquerdo
analisados em exames mais detalhados da árvore brônquica. As
demais divisões histológicas seguem em esquematização colo-
cada a seguir.
Ao exame radiológico, é importante ser capaz conseguir
identificar estruturas como a traqueia e os brônquios primários,
pois encontram-se no mediastino em meio a demais estruturas
que dificultam a visualização da densidade de ar no interior des-
tas porções da árvore brônquica.

29
As vias aéreas supratraqueais fazem parte predominante-
mente da cabeça e pescoço, sucintamente descritas como nariz,
faringe e laringe.
Os pulmões são órgãos “esponjosos”, isto é, formados por ca-
vidades aeradas intercomunicadas, supridos pela árvore traqueo-
brônquica. Vale ressaltar que toda via aérea compreendendo da
traqueia aos bronquíolos respiratórios pode ser também chamada
de árvore traqueobrônquica. A divisão dos brônquios citada ante-
riormente fazem menção à divisão dos pulmões. São um direito e
um esquerdo, os quais são divididos por lobos: lobos superior, mé-
dio e inferior do pulmão direito e lobos superior e inferior do pulmão
direito. Após essa divisão, vem a divisão segmentar de cada lobo.
Como acidentes anatômicos, o pulmão esquerdo apresenta
a incisura cardíaca na sua margem anterior e possui íntima vizi-
nhança com a artéria aorta, esôfago, artérias da crossa aórtica,
nervo vago e ducto torácico. O pulmão direito não apresenta aci-
dentes específicos e tem relação de vizinhança com a veia ázigo,
veia cava superior e inferior e nervo vago. Ambos os pulmões tem
relação de vizinhança com o coração.
Os pulmões tem formato de cúpula, com um ápice e uma base,
além de uma fase voltada para as costelas (costal) e outra para
o mediastino (mediastinal). É nesta última que entram e saem as
estruturas da raiz pulmonar – formada pela artéria pulmonar, veias
pulmonares superior e inferior de cada lado, vasos linfáticos, nervos
e brônquio principal – e em cada pulmão, a raiz pulmonar tem uma
conformação diferente em relação as estruturas da raiz. O espaço
pelo qual as estruturas da raiz pulmonar se encontram é chamado
hilo pulmonar.

30
Figura 13: As Vias Aéreas Inferiores e os Pulmões

Figura 14: As Vias Aéreas Inferiores e os Pulmões: Divisão Funcional

31
Figura 15: Diferenças Entre Brônquio Principal Direito e Esquerdo

Brônquio
Brônquio
principal esquerdo
principal direito
Traquéia

Brônquio Principal Direito Brônquio Principal Esquerdo


Mais vertical Mais horizontal
Mais curto Mais longo
Calibre maior Calibre menor

Figura 16: As Vias Aéreas Inferiores e os Pulmões 1

Ápice
pulmonar

Face
mediastinal

32
Figura 17: As Vias Aéreas Inferiores e os Pulmões 2

Figura 18: Radiografia das Vias Aéreas Inferiores

Traquéia

Lobo superior
direito Lobo superior
esquerdo

Brônquio
principal direito
Brônquio
principal
esquerdo

Lobo inferior
Lobo médio esquerdo

Lobo inferior
direito
Recesso
costomediastinal
(direito e
esquerdo)

Recesso costofrênico
(direito e esquerdo)

33
Figura 19: Via Aérea Inferior 1

Traqueia

Brônquio
principal
Brônquio esquerdo
principal direito
Carina traquea

Figura 20: Via Aérea Inferior 2

Traqueia

Brônquio
principal
esquerdo

34
Figura 21: Bifurcação da Traqueia

Lobo superior
direito

Lobo superior
esquerdo

Brônquio
principal direito Fissura oblíqua
esquerda

Fissura oblíqua Lobo inferior


esquerda esquerdo

Lobo inferior
direito

Carina traqueal

Figura 22: Bifurcação da Traqueia

Lobo inferior
direito
Lobo superior
esquerdo
Fissura
horizontal
Fissura oblíqua
Lobo médio esquerda

Lobo inferior
esquerdo

Fissura oblíqua
esquerda

Lobo inferior
direito

35
Figura 23: Fissuras Pulmonares

Lobo superior
esquerdo

Fissura oblíqua
esquerda

Lobo inferior
esquerdo

O Lóbulo Pulmonar Secundário


É a menor unidade da estrutura pulmonar marginada por septos de tecido
conectivo, veias interlobulares e vasos linfáticos. Tem geometria poliédri-
ca irregular e é suprido por bronquíolo (terminal) e artéria lobulares. Me-
lhor definido na região periférica do parênquima na tomografia.

O lóbulo pulmonar representa a próxima subdivisão dos segmen-


tos broncopulmonares, sendo então subdividido em ácinos pulmona-
res, representando a menor subdivisão funcional pulmonar, ou seja,
compondo o compartimento respiratório. Todas as porções do bron-
quíolo terminal para cima constituem o compartimento condutor de
ar do sistema respiratório.

36
Figura 24: Bifurcação da Traqueia

vv. Intersegmentates

Bronquiolo terminal

a. Intrasegmentar

Pleura Visceral (preto)

Septo interlobular (preto)


Vasos linfáticos (verde)

Figura 25: O Lóbulo Pulmonar Secundário

vv. interlobulares

Lobo pulmonar
secundário

a. centrolobular Bronquíolo
terminal

37
Acerca dos vasos que correm ao nível dos segmentos broncopul-
monares, verifique que a a. intrasegmentar acompanha o brônquio
terciário. Na dúvida, ache as duas estruturas – artéria e brônquio –
exemplificada nas próximas imagens. Se você utilizar essa lógica,
nunca se confundirá com o que é um vaso em um corte e o que é um
nódulo pulmonar.

Figura 26: O Lóbulo Pulmonar Secundário


a. intrasegmentar

Brônquio
terminal

Figura 27: Artéria Intrasegmentar e Veia Intersegmentar

a. intrasegmentar

38
Figura 28: Artéria e Veia? 1

Veia

Brônquio

Artéria

Figura 29: Artéria e Veia? 2

Veia
Artéria

Brônquio

39
Figura 30: Artéria Acompanhando Brônquio

Artéria

Brônquio

Linfonodos Torácicos das Vias Aéreas


Linfonodos são o “pedágio” da nossa circulação linfática, fazendo a fun-
ção de filtração imunológica da qual o sistema linfático se propõe. Na
região torácica pulmonar, esse fato possui um estudo importante, haja
vista que é uma área de acometimento em certas patologias linfoproli-
ferativas, como os Linfomas.
Didaticamente, pode-se entender a drenagem linfática do pul-
mão no mesmo sentido de fluxo da linfa, ou seja, da periferia para
o centro de drenagem. Portanto, iniciaremos pelo parênquima pul-
monar, onde, junto dos capilares sanguíneos que captam e liberam
os gases da respiração, temos capilares linfáticos que podem, por
exemplo, captar algum antígeno presente no ar respirado. Após isso,
o antígeno será drenado medialmente em rumo ao hilo pulmonar.
No caminho, ele já passa por alguns linfonodos mais próximos, ain-
da no parênquima pulmonar. Eles são denominados de linfonodos
intrapulmonares. Após eles, segue-se para os linfonodos hilares ou
broncopulmonares, encontrados justamente na entrada dos brôn-
quios principais no hilo pulmonar.

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Neste ponto, a drenagem linfática acompanha retrogradamente
a via respiratória. Portanto, subindo pelos brônquios, chegamos nos
linfonodos da transição traqueia-brônquios principais, os linfonodos
traqueobrônquicos, que podem estar por cima ou por baixo desse
ângulo formado (linfonodos traqueobrônquicos superiores ou inferio-
res). Daí sobem pela traqueia, formando os linfonodos paratraqueais.
Ao chegar neste ponto, os linfonodos paratraqueais se distribuem
ou superiormente ou inferiormente na traqueia. A sua drenagem, des-
se modo, vai ser definida pelo ducto linfático mais próximo. Os linfo-
nodos mais inferiores são drenados para o ducto broncomediastinal;
já os linfonodos mais superiores têm preferência para drenagem pelo
ducto jugular interno (componente da drenagem linfática de cabeça e
pescoço ipsilateral).

Figura 31: Linfonodos Torácicos das Vias Aéreas

41
As Pleuras
As pleuras são um epitélio mesotelial localizadas no tórax que se as-
semelham ao pericárdio (coração) e ao peritônio (abdômen), tanto na
constituição quanto nas suas funções. Funcionalmente, elas agem au-
xiliando na sustentação das estruturas torácicas e na proteção destas
através do efeito de barreira que possuem, além da produção de um
líquido seroso lubrificante natural que evita lesão entre as estruturas
pelo atrito do pulmão na inspiração, do coração (em conjunto com o
pericárdio) durante os batimentos cardíacos, do esôfago durante os pe-
ristaltismos, e outros.
As pleuras são divididas em dois folhetos diferentes, apesar destes
serem continuados em seus limites: pleura parietal e pleura visceral.
A pleura visceral encontra-se aderida ao pulmão bilateralmente
e é limitada medialmente pela dobra pleural denominada “manguito
pulmonar”, o qual se abre para a entrada das estruturas hilares no pul-
mão. O folheto visceral compartilha a trama neurovascular parenqui-
matosa do pulmão adjacente, portanto, a sua sensibilidade é eminen-
temente visceral.
A pleura parietal se insere internamente no gradil costal, diafrag-
ma e mediastino, originando dobras (recessos) em regiões de tran-
sição (p. ex. recesso costofrênico ou costodiafragmático – entre as
costelas e a cúpula diafragmática direita e esquerda; recesso cardio-
frênico – entre as cartilagens esternocostais e o mediastino, porém
apresenta essa nomenclatura devido a aparência radiológica). Esses
recessos, principalmente o costofrênico por ser mais inferior, são pon-
tos importantes no estudo radiológico do tórax. Em incidências com o
paciente em pé no raio-x, o acúmulo de quaisquer líquidos no tórax é
feito nessas áreas, sendo evidenciado a perda da característica aguda

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ou fendada do ângulo costofrênico, tornando-se mais radiopaco (“ve-
lamento do recesso costofrênico”).
Entre as pleuras existe um espaço virtual (espaço notado apenas
quando ocorre uma expansão patológica do mesmo) preenchido por
um líquido seroso. Em casos de coleções líquidas ou gasosas, como
hemotórax (sangue), pielotórax (secreção purulenta) ou pneumotórax
(ar), o espaço torna-se notável ao raio-x ou tomografia computadori-
zada. Também é válido tomar nota que os folhetos pleurais não são
visualizados fisiologicamente nos exames radiológicos – exceto em
processos patológicos, como inflamatórios ou tumorais (principal-
mente o folheto parietal).
Em resumo, é entendível que o peculiar estudo radiológico das pleu-
ras e seu espaço interpleural é possível apenas através do seu conheci-
mento anatômico e fisiopatológico, facilitando a sua interpretação.
É importante frisar que as pleuras formam espaços que isolam os
pulmões e brônquios do mediastino, formando duas cavidades iso-
ladas. Logo, se houver derrame pleural em um lado, não passará ao
espaço pleural contralateral.

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