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André Arêa Página |1

ESTUDO BÍBLICO
Rev. André Arêa

Data: 30/07/20
Local: IP Mutuaguaçu
Tema: O Batismo de Arrependimento
Texto Bíblico: Mateus 3.1-10

LEITURA BÍBLICA
Mateus 3.1-10
1
Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no
deserto da Judéia e dizia:
2
Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos
céus.
3
Porque este é o referido por intermédio do profeta
Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o
caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
4
Usava João vestes de pelos de camelo e um cinto de
couro; a sua alimentação eram gafanhotos e mel
silvestre.
5
Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a
Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão;
6
e eram por ele batizados no rio Jordão,
confessando os seus pecados.
7
Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus
vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras,
quem vos induziu a fugir da ira vindoura?
8
Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;
9
e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos
por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas
pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.
10
Já está posto o machado à raiz das árvores; toda
árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e
lançada ao fogo.
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INTRODUÇÃO
Quanta coisa aconteceu em sua vida nos últimos 28 ou 29 anos?
Pense um pouco. Bem, este é o tempo entre o capítulo 2 e 3 do qual
Mateus não narra absolutamente nada da vida de Jesus. Neste tempo
Jesus esteve em Nazaré, preparando-Se para começar Seu ministério
público. “Foram anos em que ele não executou nenhum milagre; no
entanto, ele foi achado em perfeito deleite aos olhos de Deus (Mt
3.17)”1.
Os capítulos 3 – 7 anunciam a vinda do Reino, ou seja, Jesus, o
Messias prometido havia chegado. Mas, como saber se aquele nazareno
era de fato o Cristo? Como este que por 28 ou 29 anos nada além do
pouco que Lucas relata sobre a Sua infância e adolescência (cf. Lc
2.39-52) poderia confirmar quem realmente Ele se dizia ser? Mateus
apresenta aqui cinco testemunhos que veremos posteriormente: João
Batista (3.1-15), o Espírito Santo (3.16), o Pai (3.17), Satanás (4.1-
11) e o ministério de poder de Cristo (4.12-25)2.
O Cap.3 abre as narrativas referentes ao ministério público de
Jesus e trata dos três tipos de batismo: o de arrependimento (v.1-10),
o batismo com o Espírito Santo e fogo (v.11-12), e o batismo cristão o
qual Jesus recebeu (v.13-17). Dada a profundidade desses temas
veremos cada um separadamente.

1) O arrependimento e o Reino dos Céus (v. 1-4)


1
Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no
deserto da Judéia e dizia:
2
Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos
céus.
3
Porque este é o referido por intermédio do profeta
Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o
caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
4
Usava João vestes de pelos de camelo e um cinto de
couro; a sua alimentação eram gafanhotos e mel
silvestre.
1
MACDONALD, 2007, vol.2, p.15
2
Cf. WIERSBE, 2006, vol. 5. p.18-22
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João, o Batista, primo do Senhor Jesus que era uns seis meses mais
velho que Jesus (cf. Lc 1.26, 36) “Naqueles dias, apareceu (...)
pregando no deserto da Judeia (...)” (v. 1). Seu aparecimento foi
repentino. Suas vestimentas longas de pelos de camelo nos faz lembrar
o profeta Elias a qual era adequada para o calor do deserto durante e
dia e para o frio noturno, mas, além de tudo isso, elas condiziam com
a rusticidade de sua mensagem. Sua alimentação era igualmente
rústica e simples: gafanhotos e mel silvestre, o que era facilmente
encontrado no deserto. Mas, o que dizer dos gafanhotos?
Os Adventistas do Sétimo Dia afirmam que “gafanhotos” aqui não
eram insetos, mas, sim, uma fava parecida com o tamarindo que se
assemelhava a um gafanhoto. Mas, não devemos pensar que
“gafanhotos” aqui não fossem de fato insetos. Em Lv 11.22 Deus
permitiu que se comesse gafanhoto e outros insetos parecidos. Se para
nós tal “alimento” parece estranho, certamente para aquela cultura
não o era.
Mas, o que é mais importante observarmos aqui é a mensagem de
arrependimento proclamada por João, o batista: “Arrependei-vos
porque está próximo o reino dos céus” (v. 2). João fez uma chamada
à conversão. O verdadeiro arrependimento é uma conversão a Deus.
Sua mensagem não era prolixa, porém concisa; não era complacente,
porém, perscrutadora da alma; não era bajuladora, porém assustadora,
pelos menos em grau considerável. Ele era um pregador de condenação
iminente (ver v. 7 e 10), uma catástrofe que só poderia ser evitada
mediante uma reviravolta radical do coração e da mente3.

O reino de céus (reinado de Deus) estava próximo, isto é, as


profecias messiânicas estavam se cumprindo na pessoa Daquele de
quem João Batista era o precursor.
O reino de Deus no coração dos homens estava para se
manifestar de uma forma tão poderosa como nunca jamais foi visto.
Jesus, o Messias traria ao mundo uma ordem tão poderosa, muito
mais poderosa que a que houve até mesmo na criação do mundo, e
por isso mesmo, Paulo fala que quem está em Cristo “é nova
criação”
(2Co 5.17).
3
HENDRIKSEN, 2001, vol.1, p. 277.
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Bênçãos maravilhosas estavam reservadas para todos aqueles que,


pela graça soberana, humildemente arrependessem de seus pecados e
admitissem a sua pecaminosidade, começando assim, num profundo
relacionamento com a glória de Deus4.
Neste ponto alguém poderia dizer: “Mas, quem é esse maluco
que come mel e gafanhoto? Como poderemos acreditar no seu
testemunho?”. Como sempre, Mateus mostra a base
veterotestamentária de suas afirmações. Respaldado pela profecia
dada a Isaías (Is 40.3) a respeito de João, pela profecia de Daniel a
respeito da mensagem de arrependimento (Dn 2.44), Mateus mostra
que João Batista merecia todo o crédito, pois, inclusive ele fora
prometido por Deus.

2) O arrependimento e a confissão de pecados (v. 5-6)


5
Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a
Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão;
6
e eram por ele batizados no rio Jordão,
confessando os seus pecados.
Por ser um legítimo profeta de Deus, João batista atraía gente de
todos os lugares “Jerusalém, toda a Judeia e toda a
circunvizinhança do Jordão” (v. 5).
Arrependidos de seus pecados, essas pessoas confessaram os seus
pecados e em seguida foram batizadas por João. Não havia batismo
para quem não fosse convertido demonstrando sincero
arrependimento. Mas, de onde João Batista tirou essa prática do
batismo?
Havia naqueles tempos duas escolas do Judaísmo que eram muito
respeitadas: a do rabino Hillel e a do rabino Shammai. Quando alguém
se convertia ao Judaísmo (ato conhecido como proselitismo) era-lhe
permitido muitas coisas do Judaísmo tal como participar da mesa
pascal.
Porém, uma questão dividia essas duas escolas: se um não judeu
fosse recebido no Judaísmo na tarde anterior à Páscoa ele poderia
participar normalmente da mesa pascal? A escola de Shammai dizia:
4
Cf. Ibid, p.278.
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“esse recém convertido ao Judaísmo deveria tomar um banho


primeiro, e depois participar da mesa pascal”. O nome desse “banho
ritual” era “batismo de prosélito”. Os da escola de Hillel
simplesmente negavam a necessidade desse “banho ritual”. Esse
banho ritual era feito uma vez só na vida, pois, significava que a
pessoa estava devidamente purificada. Assim, desse ritual do
Judaísmo, João tira a sua base para a prática do batismo cristão.
Mas, algo muito mais profundo e amplo é ressaltado no batismo
ministrado por João em comparação ao batismo de prosélito.
Enquanto o batismo de prosélito era administrado aos gentios
que abraçavam o Judaísmo, o batismo cristão aplicado por João era
administrado não somente sobre os gentios, mas, também sobre os
“filhos de Abraão”, pois, todos são igualmente pecadores e
imundos, todos necessitam do mesmo Salvador, da mesma
regeneração, da mesma transformação.

3) O arrependimento e os frutos dignos (v 7-10)


7
Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus
vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras,
quem vos induziu a fugir da ira vindoura?
8
Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento;
9
e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos
por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas
pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.
10
Já está posto o machado à raiz das árvores; toda
árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e
lançada ao fogo.
O v. 7 nos apresenta dois grupos que aparecem pela primeira vez
nas Escrituras: os fariseus e saduceus. No Antigo Testamento nada
temos sobre eles, e agora, no Novo Testamento eles surgem como que
do nada.
Os fariseus possivelmente são os sucessores de outro grupo, os
hasidhim (os fiéis, os santos). No período intertestamentário, os
hasidhim eram judeus que se opuseram à adoção da cultura e
costumes gregos:
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Eles lutaram pela cultura judaica, bem como preservaram os


Escritos Sagrados.
Eles também se esforçavam para não contaminarem-se ou
mancharem-se por meio da associação com alguém ou com
algo que pudesse torna-los cerimonialmente impuros.
É muito provável que os fariseus (cujo significado é “separados”)
tenham sido seus sucessores, o que explicaria o fato deles se verem
como os “guardiões da Lei de Deus”.
Os saduceus, por sua vez, estão relacionados ao sumo sacerdote
Zadoque (2Sm 8.17; 15.24; 1Rs 1.35; 2.35), que na Septuaginta é
chamado de Sadok. Eles eram acomodados e em muitos aspectos,
diferentes dos fariseus. Apesar disso, apegavam-se à Lei de Deus.
Quanto à influência da cultura grega, eles não ofereciam resistência
como os fariseus.
Podemos definir esses dois grupos assim:
Fariseus: doutores da Lei;
Saduceus: partido sacerdotal (mais político que religioso)
Além disso, é importante lembrar que eles eram opostos em outros
assuntos, tais como, a ressurreição do corpo. Os fariseus criam nessa
doutrina, ao passo que os saduceus não (vide At 23.6-8).
Ao verem esses dois grupos chegando junto com a multidão, João
Batista os enxota dizendo: “Raça de víboras, quem vos induziu a
fugir da ira vindoura?” (v. 7). William Hendriksen elenca cinco
aspectos dessa afirmação de João5:
 Essa ira ou indignação determinada repousa, por natureza,
sobre o homem não-regenerado (Ef 2.3). Ela pertence mesmo
ao tempo presente (Jo 3.18, 36; Rm 1.18);
 O derramamento final dessa ira está reservado para o futuro
(EF 5.6; Cl 3.6; 2Ts 1.8, 9; Ap 14.10);
 Essa manifestação final da ira (Sf 1.15; 2.2) está vinculada
com a (segunda) vinda do Messias (Ml 3.2, 3; 4.1, 5);

5
Cf. HENDRIKSEN, 2001, vol.1, p.288
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 Sem uma conversão genuína o homem não pode escapar dela:


“quem vos induziu a fugir da ira vindoura?”.
Provavelmente isso signifique: “Quem iludiu você ao ponto
de pensar que é possível evadir-se de Deus e, quem os
animou a tentar fazê-lo?” (cf. Sl 139; Jn 1.3);
 E, para o verdadeiro arrependimento, realmente só há um
caminho de escape: “Produzi, pois, frutos dignos de
arrependimento” (v. 8). Arrependimento verdadeiro
apresenta frutos que condizem com ele. Uma confissão de
pecados que não apresente abandono dos mesmos é uma
auto ilusão, porém, arrependimento genuíno apresenta
abandono do pecado (Pv 28.13).
No v. 9 João foi mais além na sua condenação aos fariseus e
saduceus.
9
e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos
por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas
pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.
Ele sabia que eles se arvoravam e se gabavam de serem “filhos de
Abraão”, ou seja, para eles o fato de serem descendentes de Abraão
era o fator suficiente para serem aceitos por Deus. João lhes mostrou
quanto iludidos eles estavam, pois, os verdadeiros filhos de Deus
produzem obras que honram a Deus.
Olhando para as doze pedras que foram tiradas do leito do rio
Jordão por Josué como memorial e outras doze que ficaram submersas
no rio depois que Deus segurou as águas do rio que desciam para que o
exército comandado por Josué passasse a pé enxuto (leia Js 3 e 4),
João então diz que o mesmo Deus que criou do pó da terra o ser
humano, era poderoso para suscitar para Si verdadeiros filhos a
Abraão.
“Arrependam-se! Abandonem o pecado!” dizia aquela voz que
clamava no deserto preparando para a chegada do Messias. E por que
deveriam arrepender-se? Porque “Já está posto o machado à raiz das
árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e
lançada no fogo” (v. 10).
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Retomaremos a este versículo no próximo estudo porque ele


conecta os versículos estudados hoje com os próximos tendo como
assunto “o juízo de Deus”.
Por hora só ressaltamos que o verdadeiro arrependimento, não
só vem acompanhado de confissão sincera e de abandono do
pecado, como também a produção de frutos que condigam com esse
arrependimento.

Para Pensarmos e Praticar


O Reino de Deus não é para quem não é pecador, mas, sim, para
quem arrependido admite o seu pecado e clama pela misericórdia
de Deus.
Sem uma mudança radical em nosso coração e mente quanto a
maneira como nos vemos, jamais poderemos entrar no Reino de Deus.
Só admite a necessidade de um Salvador aquele que vê a sua
pecaminosidade.
O arrependimento verdadeiro nos leva a confessar (dizer o
mesmo que Deus diz a respeito de nós) que somos pecadores
imundos e depravados.
Onde há essa “concordância” há transformação radical e
completa no coração do pecador. Mas, não somente isso. É preciso
abandono do pecado e a apresentação de frutos (obras) que
demonstrem que houve verdadeiro arrependimento.
Os fariseus foram os guardiões da Lei de Deus. De tanto que a
guardaram passaram a se ver como donos dela, e se tornaram estorvos
para que as pessoas se aproximassem de Deus.
Hoje, nós somos aqueles que têm a Verdade, a Palavra de Deus.
Porém, não somos donos dela, mas, sim, seus servos.
Que não cometamos o mesmo erro dos fariseus caindo em terrível
hipocrisia sendo tropeço para as pessoas.
O caminho para evitarmos a hipocrisia é sempre o do
arrependimento.

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