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André Arêa Página |1

ESTUDO BÍBLICO
Rev. André Arêa

Data: 22/10/20
Local: IP do Paraíso
Tema: O Evangelho de Jesus, O Messias Salvador e Rei Servo
Subtema: A Genealogia de Jesus
Texto Bíblico: Mateus 1.1-17

LEITURA BÍBLICA
Mateus 1.1-17
1
Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi,
filho de Abraão.
2
Abraão gerou a Isaque; Isaque, a Jacó; Jacó, a Judá
e a seus irmãos;
3
Judá gerou de Tamar a Perez e a Zera; Perez gerou
a Esrom; Esrom, a Arão;
4
Arão gerou a Aminadabe; Aminadabe, a Naassom;
Naassom, a Salmom;
5
Salmom gerou de Raabe a Boaz; este, de Rute,
gerou a Obede; e Obede, a Jessé;
6
Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi, a Salomão, da
que fora mulher de Urias;
7
Salomão gerou a Roboão; Roboão, a Abias; Abias, a
Asa;
8
Asa gerou a Josafá; Josafá, a Jorão; Jorão, a
Uzias;
9
Uzias gerou a Jotão; Jotão, a Acaz; Acaz, a
Ezequias;
10
Ezequias gerou a Manassés; Manassés, a Amom;
Amom, a Josias;
11
Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos, no tempo
do exílio na Babilônia.
12
Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou a
Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel;
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13
Zorobabel gerou a Abiúde; Abiúde, a Eliaquim;
Eliaquim, a Azor;
14
Azor gerou a Sadoque; Sadoque, a Aquim; Aquim, a
Eliúde;
15
Eliúde gerou a Eleazar; Eleazar, a Matã; Matã, a
Jacó.
16
E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual
nasceu Jesus, que se chama o Cristo.
17
De sorte que todas as gerações, desde Abraão até
Davi, são catorze; desde Davi até ao exílio na
Babilônia, catorze; e desde o exílio na Babilônia até
Cristo, catorze.

INTRODUÇÃO
Os dois primeiros capítulos de Mateus narram os fatos relacionados
à infância de Jesus. Muito pouco se sabe sobre esse período de Sua
vida terrena.
A Bíblia contém várias genealogias, que para nós parecem não ter
a menor importância (e atratividade). Porém, precisamos vê-las do
ponto de vista dos judeus, e isso porque a cultura judaica valoriza
muito as genealogias, pelos seguintes motivos:
Depois da conquista de Canaã, cada judeu deveria ser capaz
de recitar sua genealogia para determinar o local da sua
residência e família, uma vez que Deus determinou a
distribuição da terra segundo as tribos, as famílias e as casas
dos pais (Nm 26.52-56; 33.54). Isso evitava qualquer
usurpação de uma terra que pertencesse a outra pessoa e
família1.
Porém, a partir do cativeiro assírio (721. a.C.), os judeus do
Norte (Israel) passaram por uma miscigenação sofrendo
terrível discriminação por parte dos judeus do Sul (Judá).
Por isso, era necessário que um judeu sulista soubesse muito
bem sua genealogia para provar sua pureza racial e ser
considerado um judeu legítimo. Após o cativeiro babilônico,
quando os judeus regressaram para a Palestina, se um judeu
1
Cf. HENDRIKSEN, 2001, vol.1, p.154.
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pretendesse o sacerdócio tinha de provar que era de origem


levítica, do contrário seria excluído (Ed 2.62).
Nos dias do Novo Testamento, quando Roma dominava o
mundo, os territórios dos judeus estavam enfestados de
estrangeiros. Daí recenseamentos eram feitos (como nos
dias do nascimento de Jesus, ver Lc 2.1-4); para isso era
necessário conhecer sua própria genealogia.
Tudo isso tinha um único objetivo: mostrar a pureza racial de um
indivíduo ou família. Ao falar da genealogia de Jesus, Mateus está
apontando para o fato de que Ele era um legítimo judeu. E não só
isso: Nele se cumpria a profecia messiânica.
A diferença das genealogias apresentadas por Mateus e Lucas está
no fato que, enquanto Mateus apresenta uma genealogia do começo
para o fim (Abraão a Jesus), Lucas apresenta uma genealogia que vai
do fim para o começo (de Jesus a Adão).
Essa é outra diferença também, a saber, Mateus apresenta Abraão
como o primeiro ancestral de Cristo, e isso de propósito, pois, quis
mostrar aos judeus que Jesus era um legítimo descendente de Abraão;
Lucas por sua vez, como seu objetivo era mostrar Jesus como “homem
perfeito”, retrocede até Adão mostrando assim que Jesus é de fato
um ser humano como todos os demais homens o são.

1. A Introdução e o Fechamento da Genealogia de Jesus


(v.1 e 16)
A forma como Mateus começa a genealogia de Jesus merece
particular atenção aqui. Mateus apresenta Cristo como:
a) O Deus Eterno
O Antigo Testamento começa o seu relato com a criação do mundo
(Gn 1.1). É a “primeira criação”2. Enquanto isso, o Novo Testamento
inicia-se falando do Criador e exaltando-O. Assim como o Pai, o Filho é

2
A segunda, ou, “Nova Criação” é a que foi realizada pelo sacrifício, ressurreição e glorificação de Cristo
tal como descrito em 2Co 5.17: “E assim, se alguém está em Cristo é nova criatura...”. A palavra
“criatura” é κτίσις e literalmente traduzida é “criação”. Em Cristo, em Seu sacrifício, ressurreição e
glorificação todos quantos O receberam pela fé são feitos “Nova Criação”. Por este motivo guardamos o
Domingo e não o sábado, pois, o Sábado era o dia relacionado à primeira criação, enquanto que o Domingo
está relacionado à Nova Criação em Cristo.
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eterno e Sua existência remonta à eternidade, antes que houvesse


mundo (Mq 5.2).

b) O Messias prometido
Ele chama Jesus de “Cristo” (Χριστός) que quer dizer “Ungido”.
No v.16 Mateus enfatiza: “Jesus, que se chama o Cristo”. Este
adjetivo aponta para o fato de que Jesus Cristo é Aquele a quem o
Espírito Santo ungiu e capacitou com poder para consumar a tarefa de
salvar o Seu povo. Ele foi ungido para ser o nosso Profeta Principal de
quem Moisés falara em Dt 18.15, o único Sumo Sacerdote (Sl 110.4), o
Rei eterno (Sl 2.6)3.
Ainda sobre o v. 16 é importante observarmos como Mateus
descreve a relação filial de Jesus com José. Ele não apresenta José
como o genitor de Jesus. Em vez disso diz: “E Jacó gerou a José,
marido de Maria, da qual nasceu Jesus...”. Quando José é chamado
de “pai” de Jesus sempre fica claro que é por “adoção”. Nunca é dito
de Jesus que ele ao ser gerado teve a participação física de José, mas,
tão-somente, que Ele foi gerado fisicamente somente de Maria,
cumprindo assim a profecia de que Ele (e só Ele) é a “semente,
descendente da mulher” (cf. Gn 3.15).
Agora, o mais maravilhoso nisso é que José adotou Jesus como
filho carnal, e Jesus adotou a José (assim como fez com todos nós)
como filho espiritual (Rm 8.15,23; Gl 4.5).

c) O Rei glorioso
Assim como os reis tinham de ter uma linhagem real, Mateus faz
questão de apresentar a linhagem real de Jesus. Mateus O apresenta
como “filho de Davi” (depois no v.6 também).
Essa expressão indica que Jesus é o descendente ilustre de Davi
que se assentaria em seu trono por toda a eternidade, ou seja, todas
as vezes que o Senhor Jesus for descrito como Rei glorioso que é, Davi
seria lembrado como Seu ancestral.
Assim, não é Jesus que é honrado por ser descendente de Davi,
mas sim, Davi por ser lembrado como “a raiz” da qual o Messias veio
(Ap 5.5; 22.16).
3
Cf. HENDRIKSEN, 2001, vol.1, p.157.
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2. A Estrutura da Genealogia Apresentada por Mateus,


v.2-15,17
O verbo “gerar” nestes versículos é empregado a progenitores
masculinos, mas, soa estranho, pelo motivo óbvio que quem gera filhos
são as mulheres e não os homens. Daí a melhor tradução para o verbo
grego γεννάω “gerar” é “engendrou” (colocar a semente) ou “foi
pai de...”.
Mateus apresenta a genealogia de Jesus Cristo em 42 gerações,
sendo três seções de 14 gerações cada (v.17).
Entre algumas gerações existem saltos como o que vemos no v.8
entre Jorão e Uzias, pois, entre eles têm os nomes de Acazias (2Rs
8.25; 2Cr 22.1), Joás (2Rs 11.21; 12.1; 2Cr 24.1) e Amazias (2Rs
14.1; 2Cr 25.1).
O motivo desses saltos se faz ver pelo fato de que Mateus não está
preocupado com cronologia, mas, sim, com a cristologia, isto é, a
doutrina a respeito da pessoa do Cristo.
Assim ficam divididas as seções genealógicas:
1ª seção – de Abrão até Davi;
2ª seção – de Davi até o cativeiro babilônico;
3ª seção – do cativeiro babilônico até Jesus

3. Fatos e Personagens Intrigantes na Genealogia de


Jesus Cristo
a) Fatos intrigantes
A história de Abraão no tocante ao assunto “geração de filhos” é
marcada por fatos sobrenaturais tais como: Isaque foi gerado quando
não havia qualquer possibilidade natural para isso (Gn 15; 21); depois
foi pedido em sacrifício por Deus do que foi livrado também
sobrenaturalmente (Gn 22). “Mateus começa com um nascimento
sobrenatural, ou seja, o de Isaque, e termina com outro, ou seja, o
de Cristo”4.
Mas a esterilidade e a intervenção divina não foram características
somente da vida de Sara esposa de Abraão. Foram também na vida de
Rebeca (Gn 25.21); na de Raquel esposa de Jacó (Gn 29.31 – 30.26).
4
HENDRIKSEN, 2001, vol.1, p.164.
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Olhando para José e Maria, vemos que suas genealogias começam


a se colidir em Salatiel e Zorobabel, instrumentos importantes na
restauração do povo e de Jerusalém depois do cativeiro babilônico.

b) Personagens intrigantes
Enquanto alguns personagens são praticamente desconhecidos
exceto pelo fato de estarem aqui na genealogia de Jesus, tais como
Esrom, Arão (que não deve ser confundido com o irmão de Moisés,
pois, este Arão foi pai de Aminadade o qual foi sogro de Arão irmão
de Moisés, ver Êx 6.23), outras ganham destaque por sua reputação
ruim.
Para uma genealogia de alguém tão importante como Jesus,
qualquer antepassado com uma história manchada por pecados e por
uma reputação duvidosa, não seria algo bem visto. Contudo, Mateus
não omitiu essas personagens.

1) Tamar, nora de Judá.


Sua história está registrada em Gn 38. Vendo-se preterida e
iludida por seu sogro Judá o qual deveria cumprir a promessa de ter
dado seu terceiro filho quando fosse adulto para se casar com ela em
cumprimento da lei do Levirato5, ela vestiu-se de prostituta (ficando
toda coberta), teve relações com Judá e dele engravidou, gerando os
gêmeos Preze e Zera.

2) Raabe, a prostituta da cidade de Jericó


A próxima personagem que nos intriga por sua reputação é Raabe,
a prostituta da cidade de Jericó, que sabendo dos poderosos feitos do
SENHOR Deus por Seu povo Israel, acolheu os espias e ajudou os
israelitas a tomarem sua cidade tendo assim a sua vida e a vida de sua
família poupadas (Js 6) a qual veio a casar-se com Naassom, filho do
ilustre Aminadade, líder da tribo de Judá, cujo estandarte era o
primeiro na fila quando as tribos marchavam pelo deserto (Nm 7.12-
17).

5
Quando um homem morresse e não deixasse nenhum filho, seu irmão mais velho deveria casar-se com a
viúva de seu irmão, e o primeiro filho que este tivesse com ela não seria considerado seu, mas, do
falecido, para que a memória deste não ficasse no esquecimento.
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2) Rute, a moabita
Sua reputação é ilibada. Converteu-se ao Deus de Israel pelo
testemunho de sua sogra Noemi, e depois que ficaram viúvas
juntamente com sua concunhada Orfa, decidiu acompanhar sua sogra
cumprindo todos os ditames da Lei quanto à Lei do Resgate, e assim foi
acolhida por Boaz, parente mais próximo de seu falecido marido a
quem cabia amparar Rute (leia o livro de Rute).

3) Bate-Seba chamada aqui de “mulher de Urias”


A oculta Bate-Seba chamada aqui de “mulher de Urias”, com
quem Davi cometeu adultério (2Sm 11,12), também aparece nessa
lista.
É claro que ela não deve ser a única aqui tendo sua reputação
ruim sendo destacada, afinal Mateus ainda acrescenta que ela era
mulher de Urias e não de Davi.

4) Salomão
Temos também Salomão que apesar de ter pedido sabedoria a
Deus e recebido, usou-a de forma errada quando contraiu tantos
casamentos (ao todo mil) e caiu em terrível idolatria porque suas
esposas o induziram a isso.
Nem toda a sua riqueza acumulada, nem toda a paz que ele
conseguiu por meio desses casamentos-acordos, valeram a pena diante
de tão grande tragédia moral e espiritual.
O seu filho Roboão, destacou-se por sua arrogância e presunção,
custando isso a divisão do Reino de Israel, desfazendo assim toda a
riqueza que seu pai havia conseguido.

5) Ezequias
Ezequias foi alguém que teve uma experiência marcante com
Deus, pois, recebeu Dele a chance de viver mais 15 anos depois de
receber a notícia por boca do profeta Isaías de que haveria de morrer
por conta de uma enfermidade.
Contudo, não soube aproveitar essa bênção, e deixou o orgulho
tomar conta de seu coração, e, num ato exibicionista diante da
comitiva dos babilônios mostrou seus tesouros e riqueza, e os
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babilônios puderam conhecer os pontos fracos da defesa do reino o


que facilitou
muito a invasão e tomada de Jerusalém (2Cr 32.31).
Seu filho Manassés foi de longe o rei mais iníquo e perverso. Em
sua idolatria chegou ao ponto de sacrificar seus filhos no Vale dos
Filhos de Hinom (2Cr 33.6).
Por tudo isso Deus o entregou nas mãos dos inimigos e ele foi
terrivelmente humilhado. Mas, em sua humilhação buscou a Deus e
recebeu da Sua misericórdia (2Cr 33.10-20).

6) José, o pai adotivo de Jesus


Encerramos essa lista de personagens intrigantes com José, o pai
adotivo de Jesus. Um homem simples e comum, um carpinteiro de
Nazaré (Mt 13.55; Mc6.3).
O caráter desse homem e o seu temor a Deus são inspiradores.
Enquanto muitos dos ancestrais de Jesus foram marcados por suas
reputações manchadas, José, apesar de suas limitações é-nos um
exemplo positivo a ser seguido.

Para Pensarmos e Praticar


Ao olharmos para a genealogia Daquele que é o mais ilustre, o
mais importante e o digno de todo louvor e glória, encontramos
ancestrais envolvidos em pecados de imoralidade, prostituição,
idolatria, orgulho, arrogância, prepotência, e toda sorte de pecados.
Porém, o que fica ainda mais evidente é que onde Jesus Cristo
está a Graça de Deus se faz presente plenamente.
Todos os integrantes da genealogia de Jesus foram pecadores, e
todos os pecados cometidos por eles são igualmente desprezíveis.
Contudo, a Graça de Deus transformou aqueles que O buscaram
(embora nem todos o fizeram como é o caso de Roboão), dando-lhes
não só um lugar na Sua genealogia, mas, especialmente na Glória
Eterna.
Assim, Mateus falando Daquele que revelou-nos a Graça de Deus
de forma plena, ele deixa bem claro que mesmo antes Dele vir a este
mundo, encarnado, Sua obra de redenção já estava acontecendo!
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Questões para reflexão

1) O que você responderia a alguém que lhe dissesse que as


genealogias na Bíblia além de serem “chatas” de se ler também
não têm importância alguma?

2) Qual a importância de apresentar a genealogia de Jesus se Ele é


Deus?

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