PARECER CONSULTA N° 004/2015

PROCESSO CONSULTA Nº 031/2013

Interessado: A. M. S. da S.
Assunto: Cobrança de consulta médica particular para emissão de laudo
ortopédico admissional para concurso público ou para empresas particulares
quando o cliente possui plano de saúde.
Relator: Conselheiro Carlos Magno Pretti Dalapicola – CRM-ES: 2483

EMENTA: Cobrança de consulta.

Emissão de Laudo para Concurso
Público. Avaliação de condição física
solicitada pelo paciente integra
consulta. Nesse caso, não pode
haver cobrança pela emissão desse
laudo.

DA CONSULTA

O plano de saúde adquirido pelo usuário com certeza confere a ele o direito de
realizar consultas com seus médicos credenciados por meio do convênio, e em
que ambos (médicos e plano de saúde) aceitam as normas para atendimento
aos usuários.

Em razão disso, caracteriza-se como violação de norma contratual o

atendimento a usuário vinculado a plano de saúde quando o médico
conveniado ao plano o atende cobrando outros valores diferenciados além dos
que foram contratualmente acertados e definidos entre as partes, visto que o
usuário não participa diretamente da definição desses valores.

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Assim sendo, a cobrança pelo profissional médico de honorários particulares
de um usuário de plano de saúde ao qual seja credenciado incorre em
desrespeito às regras acordadas e à legislação.

No caso em pauta, a dúvida ocorre sobre a emissão de laudo médico,

especificamente, laudo ortopédico, para apresentar em concursos públicos ou
para empresas particulares.

O Código de Ética Médica – Capitulo X – Documentos esclarece com bastante

propriedade tal questão. Assim, é vedado ao médico:

Artigo 81 – Atestar como forma de obter vantagens.

Artigo 86 – Deixar de fornecer laudo médico ao paciente ou ao seu

representante legal quando aquele for encaminhado ao transferido para
continuação de tratamento ou em caso de solicitação de alta.

Artigo 91 – Deixar de atestar atos executados no exercício profissional,

quando solicitado pelo paciente ou seu representante legal.

Além do mais, embora o CEM (Código de Ética Médica) não aborde

explicitamente sobre o laudo médico para concurso, pode-se afirmar que está
implícito, se for solicitado, o dever do médico emitir laudo médico das
condições clínicas e físicas atuais do paciente quando este realizar uma
consulta médica para avaliar a sua condição física. Isso porque o laudo integra
a consulta, não sendo, portando, ético a cobrança pela sua emissão pelo
especialista.

Dessa forma, se o médico recebe uma consulta por meio do convênio, e nessa
consulta for necessária a emissão de laudo médico, seja para afastamento do
trabalho ou por incapacidade para determinada atividade, para transferência do
paciente, ou apresentar alguma restrição para atividades, entende-se que o

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laudo médico integra da consulta médica, tal qual o atestado médico, e não
deve ser cobrado separadamente.

Pelas razões expostas, cabe ao médico do trabalho que fará o exame

admissional desse trabalhador e que fornecerá um ASO – Atestado de Saúde
Ocupacional de aptidão ou inaptidão, a avaliação do laudo apresentado pelo
candidato para a admissão a determinada vaga.

Eis meu Parecer, salvo melhor juízo!

Vitória, 28 de abril de 2015.

Dr. Carlos Magno Pretti Dalapicola

Conselheiro Relator