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Resumo
O presente artigo se propõe a retomar a noção de “experiência interior”, ponto importante da obra do
escritor Georges Bataille, relacionando-a ao tema do sacrifício. Para tanto realiza-se uma retomada do
momento no qual ela surge, período final da Segunda Guerra Mundial, dos autores com os quais ela
dialoga, além de incluir nessa discussão o contexto social contemporâneo e algumas modificações
políticas que estão em curso desde a virada no milênio. A validade desse estudo se justifica no atual
recrudescimento de rígidas posições morais e religiosas e na política segregatícia que esse
recrudescimento acarreta, bem como na postura totalizante de parte da ciência que desconsidera a
subjetividade humana; posições que tornam necessário um retorno ao tema do sagrado como
experiência que escapa à lógica vigente.
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Sílvia Raimundi Ferreira é psicanalista, membro da Associação Psicanalítica de Porto Alegre, mestre em
Psicologia Social e Institucional, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e doutoranda do
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presentes nos estudos de Marcel Mauss e nas experiências místicas relatadas por santos como
Diz Bataille:
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Fazer convergir todas as inclinações do homem num ponto, todos os possíveis que
ele é, extrair deles ao mesmo tempo seus acordos e choques violentos, não mais
concepções marcadas pela mediocridade, o filho não pode nem ao menos expressar o que
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sente, pois é levado a crer que o horror entra em sua casa por meio de suas demandas.
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(Bataille, 2016a, p. 117).
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Noções que serão apresentadas na sequência do texto.
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A apropriação de conceitos filosóficos para justificar compreensões políticas são arriscadas, ainda mais quando
passagem de uma à outra não é entre detalhadamente investigada.
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(Bataille, 2016a, p.296).
6
Seligmann-Silva, M.. (2005). Walter Benjamin: o estado de exceção entre o político e o estético. Revista Outra
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Referências
Agamben, G.(2010). Homo Sacer: O poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte: UFMG.
______. (2016b). Teoria da Religião: Seguida de Esquema de uma história das religiões.
Belo Horizonte: Autêntica. (Edição original 1973).
______. (2016c). O Culpado: Seguido de Aleluia. Belo Horizonte: Autêntica. (Edição original
1961 e 1998).