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23/04/2021 Migrantes Nordestinos na Região Metropolitana de São Paulo: características socioeconômicas e distribuição espacial

Confins
Revue franco-brésilienne de géographie / Revista franco-brasilera de geografia

40 | 2019
Número 40

Migrantes Nordestinos na Região


Metropolitana de São Paulo:
características socioeconômicas
e distribuição espacial
Migrants du nord-est dans la Région Métropolitaine de São Paulo: caractéristiques socio-économiques et
répartition spatiale
Northeastern migrants in the São Paulo Metropolitan Region: socioeconomic characteristics and spatial
distribution

M N M M W F
https://doi.org/10.4000/confins.19451

Résumés
Português Français English
A migração de nordestinos para a Região Sudeste do Brasil, resultado das intensas e históricas
desigualdades regionais do país, é um dos elementos mais importantes da dinâmica demográfica
brasileira. O volume de migrantes, que crescia a cada ano, começa a se estabilizar nos últimos
anos da década de 1970, e a migração de retorno, registrada com mais importância a partir da
década de 1980, confere novas matizes ao cenário nacional. Concentrada particularmente na
Região Metropolitana de São Paulo, uma parcela da população nascida no Nordeste permaneceu
na região de destino, apesar das dificuldades impostas pela seletividade do mercado de trabalho e
pelos padrões do mercado imobiliário. A respeito da referida população, este estudo buscou
identificar características socioespaciais que podem ser entendidas como resultado do processo
de adaptação às mudanças verificadas na região de destino. Para isso, foram utilizadas variáveis
dos Censos Demográficos de 2000 e 2010.

La migration des individus nés dans le nord-est vers la région sud-est du Brésil, résultant
d'inégalités régionales intenses et historiques, est l'un des éléments les plus importants de la
dynamique démographique brésilienne. Le volume des migrants, qui a augmenté chaque année, a
commencé à se stabiliser à la fin des années 1970, et la migration de retour, qui était plus
importante depuis les années 1980, donne de nouvelles nuances à la scène nationale.
Particulièrement concentrée dans la Région Métropolitaine de São Paulo, une partie de la
population née dans le nord-est est restée dans la région de destination, malgré les difficultés
imposées par la sélectivité du marché du travail et du marché immobilier. En ce qui concerne
cette population, cette étude a cherché à identifier les caractéristiques socio-spatiales qui peuvent
être comprises comme le résultat du processus d'adaptation aux changements observés dans la

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région de destination. Pour cela, des variables provenant des recensements démographiques de
2000 et 2010 ont été utilisées.

The migration of the population born in the Northeast to the Southeast Region of Brazil, as the
result of intense and historical regional inequalities, is one of the most important elements of
Brazilian demographic dynamics. The volume of migrants, which grew each year, began to
stabilize in the late 1970s, and the return migration, which was more important since the 1980s,
gives new shades to the national scene. Particularly concentrated in the Metropolitan Region of
São Paulo, a portion of the population born in the Northeast remained in the region of
destination, despite the difficulties imposed by the selectivity of the labor market and the real
estate market. Regarding this population, this study sought to identify socio-spatial
characteristics that can be understood as result of the adaptation process to the changes observed
in the destination region. For that, variables from the Demographic Censuses of 2000 and 2010
were used.

Entrées d’index
Index de mots-clés : migration interne, migrants du Nord-est, Région Métropolitaine de São
Paulo
Index by keywords: internal migration, Northeastern migrants, Metropolitan Region of São
Paulo
Índice de palavras-chaves: migração interna; nordestinos; Região Metropolitana de São Paulo

Texte intégral

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1 Associada ao processo de crescimento acelerado e concentrado da economia
brasileira, que aprofundou as desigualdades regionais no país, a migração de
nordestinos para a Região Sudeste entre os anos 1930 e 1970 foi um dos maiores
fenômenos da dinâmica demográfica no Brasil. O estabelecimento do processo de
urbanização que se seguiu - quase que simultaneamente - ao processo de
metropolização, acarretou fortes desequilíbrios socioeconômicos no território
brasileiro, estimulando a saída de populações de locais economicamente menos
dinâmicos em busca das regiões mais prósperas.
2 A metrópole paulista, já consolidada como local de destino dos mais volumosos
fluxos migratórios, cresceu com o impulso proveniente da força de trabalho de outros
estados. Este crescimento é representado tanto pelo contingente populacional quanto
pela ocupação do espaço na cidade. Aos poucos, esses migrantes foram estabelecendo
suas residências, relações sociais e reproduções culturais, além de impulsionarem os
efeitos indiretos da migração, a exemplo dos filhos destes migrantes que nasceram na
Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) (Ribeiro, Carvalho, Wong, 1996).
3 Após a divulgação dos resultados do Censo Demográfico de 1980, alguns estudos
apontaram a redução nos fluxos migratórios em direção a metrópole paulista
(Baeninger,2005; Brito e Carvalho, 2006). Na década seguinte, foram os movimentos
de retorno à Região Nordeste, tradicional expulsora de população, que se ampliaram e
ganharam destaque (Baeninger, 2008). Esses fluxos eram compostos, em parte, por
uma população que não tinha mais condições de arcar com altos custos de vida ou que
simplesmente experimentou o insucesso na inserção no mercado de trabalho, que
estava em contração e, ao mesmo tempo, era altamente competitivo e seletivo. Tal
redução no volume no estoque de migrantes acompanhava a queda do ritmo do

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crescimento econômico no centro dinâmico do país, decorrente da crise do modelo de


desenvolvimento (Novy e Fernandes, 2002).
4 Nas décadas que se seguiram, a RMSP sofreu diversas mudanças nos padrões
econômicos, e já não apresentava o mesmo bom desempenho na criação de empregos
até então registrado, acompanhado de forte elevação no custo de habitação. Esses
fatores, dentre outros, estavam associados à redistribuição de parte da população em
busca de moradia mais adequadas nas cidades médias que compõem a região
metropolitana (Cunha, Silva, Alonso, 2015). Não obstante, os migrantes nordestinos
que se estabeleceram e que permanecem na RMSP – os quais, no Censo 2010, já
contabilizavam mais de 3 milhões de pessoas, cerca de 15% do total da população da
região metropolitana (IBGE, 2012) – sofrem as consequências dos desequilíbrios
socioespaciais, e o seu perfil apresenta correspondências com estes rearranjos.
5 Com o objetivo de identificar mudanças e continuidades nas tendências de
distribuição espacial e nos perfis destes migrantes, foram investigadas suas
características sociodemográficas, tais como sexo, faixa etária, níveis de escolaridade e
renda e ainda o perfil ocupacional, considerando os principais setores de atividade
econômica. Foram investigados ainda os espaços de residência, explorando a
distribuição espacial nos municípios da RMSP e suas concentrações. Os dados tem
como base os resultados da amostra dos Censos Demográficos de 2000 e de 2010 do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para este estudo, foram
considerados os migrantes acumulados (lifetime migrants), ou seja, os indivíduos
residentes na RMSP e nascidos em um dos estados da Região Nordeste,
independentemente do tempo de residência.

1 - Breve contexto sobre a migração de


nordestinos na RMSP
6 A expansão agrícola, particularmente aquela relacionada ao cultivo de café no estado
de São Paulo, tornou-se o grande divisor de águas na história das migrações no país,
representando um enorme espaço de atração econômica e populacional. Entre 1887 e
1930 São Paulo recebeu cerca de 2,5 milhões de imigrantes, principalmente de países
da Europa e do Japão. Nesse contexto, os oriundos do Nordeste e de Minas Gerais
foram estimados em cerca de 280 mil pessoas. (Cano, 1975).
7 Diversos fatores de expulsão e atração podem ser atribuídos aos estados de origem e
destino, respectivamente. Na Região Nordeste– até primeira metade do século XX –
predominavam os movimentos no sentido rural-rural e rural-urbano, estimulados pela
forte concentração fundiária e a consequente dificuldade no acesso à propriedade rural
de pequenos produtores, situação agravada pela inserção de máquinas na agricultura e
pelo fenômeno das secas periódicas que assolavam a região nordestina no período
(Seplan/PR,1994).
8 O desemprego e subemprego nas áreas urbanas também representariam importantes
fatores de expulsão de mão de obra da Região Nordeste para as regiões mais dinâmicas
do país, tendo São Paulo como seu maior expoente. Os fatores de atração até 1950 eram
basicamente o nível salarial mais elevado em São Paulo, a expansão do emprego rural e
urbano, especialmente pela oferta de trabalho nos setores de construção civil e na
indústria nos grandes núcleos urbanos.
9 Nas décadas seguintes – de 1950 e 1960 – o saldo de nordestinos fora da sua região
de nascimento praticamente dobra (Moura, 1972), fato que pode ser explicado pela
ocasião da construção de Brasília (o que demandou grande volume de trabalhadores,
particularmente para o setor de construção), além da expansão da fronteira agrícola
cafeeira, do crescimento do setor de construção civil no Rio de Janeiro, das fortes secas
que atingiram a região semiárida nordestina, da melhoria no sistema viário e, ainda, do
intenso crescimento industrial de São Paulo.
10 A expansão da fronteira agrícola do Paraná, do Centro-Oeste e do Maranhão
amorteceram, em parte, o crescimento populacional urbano e o fenômeno do êxodo
rural no país, fazendo escoar parte dos fluxos migratórios para estas áreas. No entanto,
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a crise de 1962/1966 e as mudanças na estrutura econômica impostas pelo golpe militar


serviram para alterar este cenário, resultando num quadro de queda salarial, recessão e
aumento do desemprego urbano. Estes entraves seriam enfrentados mais a frente com
reformas institucionais (1967) que estimularam o desenvolvimento regional,
propiciando a criação de novos amortecedores sociais (Cano, 1998).
11 A lenta dinâmica econômica dos estados do Nordeste foi agravada pelo
direcionamento dos incentivos do governo para as regiões de maior desenvolvimento
econômico, estimulando a saída de parte da população em busca de melhores condições
de vida e trabalho. Segundo Moura (1972), Pernambuco revelou-se como um dos
estados que mais perdeu população para o estado de São Paulo até 1970, ficando atrás
apenas do estado da Bahia.
12 Até 1970, o Censo Demográfico não contemplava questões que permitissem calcular
diretamente o saldo migratório ou a direção dos fluxos. Por esse motivo, as estimativas
e projeções produzidas por Hélio Moura, em diversos estudos, são particularmente
valiosas. Na tabela 1 pode ser observada a estimativa do total de naturais do Nordeste
que se encontravam ausentes do lugar de nascimento, para os anos de 1940, 1950 e
1970, segundo estado de nascimento. Na última coluna é apresentada a participação
relativa do número de ausentes do estado no agregado da Região Nordeste. Destaca-se
o aumento crescente e intenso do número total de nordestinos ausentes da região ao
longo das décadas.
13 A partir da década de 1970, tanto o processo de concentração urbana quanto o da
interiorização do desenvolvimento econômico começaram a se intensificar. Entre 1975 e
1985, uma série de ações que visavam a modernização dos setores produtivos e da
infraestrutura passou a ser priorizada, bem como a diversificação da economia para o
interior. O processo de desconcentração produtiva – a partir de São Paulo – estimulou
a demanda por um contingente de mão de obra habilitada, além de empresários,
direcionando fluxos migratórios de regiões mais dinâmicas em direção as regiões
periféricas (Cano, 2008).

Tabela 1 – Naturais ausentes segundo estado de nascimento (1940-1970)

Estado 1940 1950 1970 Ausentes em 1970

Alagoas 52.800 100.900 327.100 8,6

Bahia 305.700 397.300 1.266.100 33,4

Ceará 102.700 126.800 433.800 11,4

Maranhão 61.400 78.800 226.200 6,0

Paraíba 27.000 52.400 344.200 9,1

Pernambuco 79.000 141.500 690.000 18,2

Piauí 19.300 28.200 124.100 3,3

Rio Grande do Norte 29.600 42.600 181.400 4,8

Sergipe 32.900 56.200 202.300 5,3

Nordeste 710.400 1.024.700 3.795.100 100

Fonte: Moura, 1972 (Adaptado)


14 O aceleramento da urbanização após a consolidação da indústria pesada e o aumento
das camadas populacionais mais pobres em São Paulo geraram problemas de
crescimento na metrópole, o que fortaleceu os movimentos de interiorização da
indústria, alterando, posteriormente, os fluxos migratórios oriundos tanto da Região
Nordeste quanto da Grande São Paulo em direção ao interior paulista, o que estimulou
o crescimento da urbanização de áreas como Campinas, Sorocaba e Vale do Paraíba
(Cano, 1998).

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15 A prolongada crise da década de 1980 acarretou mudanças na configuração dos


fluxos migratórios que passaram a perder intensidade em direção às grandes áreas
receptoras de migração. O mercado de trabalho paulistano perdeu atratividade –
oferecendo cada vez menos postos de trabalho – além de aumentar a seletividade na
mão de obra (Jannuzzi, 2000). A influência da desconcentração produtiva começou a
mostrar efeitos mais evidentes, tornando cada vez maiores os fluxos migratórios em
direção às novas áreas industriais e às cidades médias que agora são catalizadoras de
investimento nas áreas de construção civil e comércio, estimuladas pelo crescimento
urbano.
16 Em síntese, a década de 1980 foi cenário de diversas mudanças na configuração
socioeconômica do país e, consequentemente, dos fluxos migratórios, sendo as mais
evidentes: a inversão das correntes migratórias de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, a
redução do fluxo de saída da população da Região Nordeste, o esgotamento das
fronteiras agrícolas, o arrefecimento da dinâmica econômica do estado de São Paulo e a
consequente redução na sua atratividade migratória, o aumento dos fluxos migratórios
em direção às cidades médias, e o aumento dos deslocamentos pendulares e da
migração de retorno (Oliveira e Oliveira, 2011).
17 Os anos 2000 foram palco de diversas alterações nos padrões da economia e da
política no Brasil, esta última tendo um peso bastante considerável, uma vez que guiou
o país a uma nova dinâmica econômica. Políticas de aceleração do crescimento,
controle da inflação, auxílios governamentais com fins de incentivo à educação e
desenvolvimento (Bolsa Escola e Bolsa Família), valorização do salário mínimo,
desoneração tributária, entre outros fatores, resultaram numa maior estabilidade
econômica, ainda que com grande disparidade de renda (Pereira, 2013).
18 Nessa nova configuração, a população adquiriu maior poder de compra, estimulando
o crescimento do setor de serviços e a obtenção de bens duráveis, o que aqueceu as
indústrias e o mercado. Como consequência, registrou-se entre 1998 e 2002 o
crescimento do Produto Interno Bruto, em média, a 1,7% a.a., enquanto que entre os
anos de 2003 a 2010 esse crescimento esteve, em média, a 4,0% a.a. (Brasil,2010).
19 Esse conjunto de mudanças afetou todos os níveis da vida social e econômica, a
começar pelos grandes aglomerados metropolitanos, em especial a RMSP. A forte
especulação fiscal e imobiliária e, ainda, as complicações no acesso e distribuição das
mercadorias, em função do caos urbano identificado nas maiores metrópoles,
tornaram-se fatores que impulsionaram a dispersão das atividades produtivas para fora
do eixo metropolitano. A indústria se interiorizou, estabelecendo-se em localidades
mais próximas de grandes e médias cidades, aproveitando uma já consolidada rede de
transporte e infraestrutura (Matos, 2007).

2 - Perfil e distribuição espacial dos


migrantes nordestinos na RMSP
20 O Censo Demográfico de 2000 revelou a consolidação do processo de redução dos
fluxos migratórios para a RMSP e o aumento significativo da migração de retorno. Vê-
se no gráfico 1 que a RMSP contava com uma população de aproximadamente 17,8
milhões de habitantes, dos quais cerca de 3,6 milhões eram nascidos nos estados do
Nordeste.

Gráfico 1 – População total residente na RMSP e população de nascidos no Nordeste


residentes na RMSP

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Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010 (IBGE). Tabulação própria.


21 Seguindo o processo de redução do crescimento das grandes metrópoles, a RMSP
contabilizou no censo 2010 uma população total de 19,6 milhões de habitantes,
equivalente a um crescimento médio anual de 0,97% na década, mais baixo que o
crescimento médio do país. Por sua vez, o estoque de migrantes nascidos no Nordeste
cai para cerca de 3,1 milhões, dado que pode ser justificado em grande parte pela
migração de retorno e pela procura por cidades médias fora da RMSP.
22 Segundo a tabela 2, é possível perceber que a participação dos migrantes varia, para
mais ou para menos, em função do estado nordestino de nascimento.

Tabela 2 – Distribuição proporcional dos migrantes nordestinos na RMSP segundo estado


nordestino de nascimento. 2000 e 2010.
Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010 (IBGE). Tabulação própria.

23 Os estados fornecedores de população por xcelência são: Bahia, Pernambuco e Ceará.


São estes os estados do Nordeste que possuem os maiores contingentes populacionais e
que, a princípio, têm maior probabilidade de registrar mais emigrantes. A Bahia
representa, tanto segundo o censo de 2000 (36,6%) quanto o de 2010 (37,5%), o estado
de nascimento do maior grupo dentre os nordestinos residentes na RMSP, o que
também pode ser explicado pela maior proximidade geográfica à região que os demais
estados. Ademais, o grupo dos baianos é o único entre os maiores que apresenta um
pequeno incremento na proporção de migrantes.
24 Pernambuco e Ceará registraram redução na participação de migrantes acumulados,
o que remete mais uma vez para o referido fenômeno da migração de retorno nos dois
estados1. Dos demais estados, apenas o Maranhão e o Piauí apresentaram um pequeno
crescimento na proporção de migrantes na RMSP. Mais adiante, na análise desagregada
por município, será possível observar que as populações de migrantes nordestinos,
grosso modo, diminuíram em cerca de 80% dos municípios da RMSP.
25 Os gráficos 2 e 3 correspondem a pirâmides etárias da população migrante
nordestina residente na RMSP, segundo os censos de 2000 e de 2010. Ambas as
pirâmides apresentam as características comuns de população migrante: topo e base
estreitos e grande número de pessoas em idade ativa. No entanto, é possível visualizar
os efeitos da queda da fecundidade entre os dois censos (Moreira e Fusco, 2017). De um
lado, o maior estreitamento da base, de outro, o alargamento do topo, em função do
maior peso dos idosos nesse grupo. Essa realidade é contrastante com o rápido
crescimento populacional observado nas décadas da urbanização (1950-1960), o qual
sofreu um processo de arrefecimento que se iniciou a partir dos últimos anos da década
de 1960. Segundo Carvalho & Wong (2008, p. 598):

A partir do final da década de 60, a redução da fecundidade, que se iniciou nos


grupos populacionais mais privilegiados e nas regiões mais desenvolvidas,
generalizou-se rapidamente e desencadeou o processo de transição da estrutura
etária, que levará, provavelmente, a uma nova população quase-estável, mas,
desta vez, com um perfil envelhecido e ritmo de crescimento baixíssimo, talvez
negativo.
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26 Além do impacto da forte queda da fecundidade (a qual se encontra atualmente


abaixo da taxa de reposição), destaca-se que os efeitos indiretos da migração - como os
filhos dos migrantes nascidos na RMSP - não são contabilizados, já que não são, de fato,
nordestinos.

Gráfico 2 – Pirâmide etária dos migrantes nordestinos residentes na RMSP segundo o


Censo 2000

Fonte: Censo Demográfico de 2000 (IBGE). Tabulação própria.

Gráfico 3 – Pirâmide etária dos migrantes nordestinos residentes na RMSP segundo o


Censo 2010

Fonte: Censo Demográfico de 2010(IBGE). Tabulação própria.

27 Para auxiliar na localização e compreensão dos dados espacialmente ilustrados sobre


os migrantes nordestinos na RMSP, foi elaborada a figura 1 que expõe um mapa
indicativo de todos os municípios que compõe a região.

Figura 1 – Municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)

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Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Elaborado com o software ArcGis.
28 Os cartogramas 1 e 2, que podem ser analisados com o apoio dos cartogramas 3 e 4,
representam mapas dos municípios da RMSP em relação a concentração dos migrantes
nordestinos nos anos de 2000 e 2010. Os tons mais escuros marcam uma maior
proporção de migrantes em determinado município, e as esferas maiores representam o
contingente populacional total dos municípios (quanto maior a esfera, maior a
população).

Cartogramas 1 e 2 – Mapas das concentrações gerais dos migrantes nordestinos


residentes na RMSP. (Censos 2000 e 2010)

29 Mais uma vez, é preciso levar em consideração a redução no contingente


populacional dos migrantes nordestinos identificado em ambos os censos. Esta redução
acarretou na diminuição de nordestinos frente a população total e, como já
mencionado, pode ser explicada pela migração de retorno e pela dispersão da
população em busca dos municípios não-metropolitanos, além da mortalidade.
30 A redistribuição da população é perceptível nos municípios de São Bernardo do
Campo, Caieiras e Juquitiba, que apresentam um aumento da proporção de migrantes.
No entanto é importante observar que esse resultado não corresponde a aumento
absoluto - salvo o município de Caieiras, que registrou aumento real na população. O
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que ocorre, de fato, é que esses municípios apresentam tons mais escuros em 2010 do
em 2000 por conta somente da variação proporcional de migrantes.

Cartogramas 3 e 4 – Proporção de pessoas nascidas no Nordeste nos municípios da


RMSP em relação a sua respectiva população total.

Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010 - IBGE. Elaborado com o software PHILCARTO.
31 Observado mais detalhadamente o mapa do Censo 2000, percebe-se que São
Bernardo do Campo apresentava uma participação na distribuição dos nascidos no
Nordeste e residentes nos municípios da RMSP de 20,6%. Em 2010 este percentual fica
em 17,6%, com a redução no número absoluto de migrantes nordestinos neste
município a proporção frente à população total diminui. Portanto, é importante ficar
atento a tais questões, que serão retomadas mais adiante. De fato, os únicos municípios
que apresentaram aumento absoluto no estoque de migrantes foram: Caieiras, Cotia,
Embu Guaçu, Guararema e Santa Isabel, todos os demais apresentaram redução.
32 Para a análise do perfil socioeconômico dos migrantes têm-se as tabelas 3 e 4, que
apresentam, respectivamente, as informações sobre renda e nível de instrução dos
migrantes. Escolaridade e renda são duas variáveis que podem ser analisadas em
conjunto, tendo em vista a estreita relação entre elas– mais especificamente o efeito do
nível de instrução sobre a renda – principalmente em países emergentes, que se
ressentem da falta de ensino público de qualidade. Assim, enquanto poucos podem se
beneficiar da melhor qualidade da educação privada, a maioria da população sofre com
as, em geral, precárias condições de formação proporcionadas pelo Estado.
33 Com as transformações ocorridas no período intercensitário, observou-se que parte
dos brasileiros obteve melhoria na qualidade de vida, começando pela valorização do
salário mínimo, além das políticas de assistência do governo - como o Bolsa Família e o
Bolsa Escola - possibilitando que uma parcela da população pudesse arcar com os
custos da saúde e educação privada, e parte pudesse garantir a permanência integral
nas escolas públicas.
34 A análise de renda foi feita por faixas de salário mínimo, respeitando a distinção dos
valores nominais para os anos de 2000 e 2010 (R$151,00 reais e R$510,00 reais,
respectivamente). Para a elaboração das faixas de salário mínimo (tabela 3) foi
realizada padronização para os valores utilizando para o cálculo da inflação o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo IBGE.

Tabela 3 – Rendimento total (salário mínimo) dos migrantes nordestinos residentes na


RMSP, segundo os Censos de 2000 e 2010.

Rendimento total (salário mínimo) 2000 (%) 2010 (%)

Até 1 salário mínimo 21,1 3,1

Mais que 1 até 3 salários mínimos 64,6 54,6

Mais que 3 até 6 salários mínimos 10,1 31,0

Mais que 6 até 10 salários mínimos 2,5 6,8

Mais que 10 até 15 salários mínimos 1,0 2,6

Mais que 15 salários mínimos 0,8 1,9

Total 100 100

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Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010 (IBGE). Tabulação própria.

35 A priori, pode-se perceber o incremento da participação dos migrantes em 2010 nas


faixas entre 3 e 10 salários mínimos, e, em contrapartida, a redução da proporção da
população de nordestinos que ganhava desde menos de 1 a até 3 salários mínimos,
indicando a clara melhora na renda. Ademais, é possível observar também o aumento
nas maiores faixas (desde 10 até mais que 15 salários mínimos). É possível observar o
aumento no nível de renda da população dos migrantes nordestinos residentes na
RMSP que ascenderam em conjunto com a nova classe média, tendo em vista o tempo
de existência deste fluxo, que registra migrantes já estabelecidos há décadas, além de
levar-se em conta a seletividade positiva da migração no que diz respeito a renda
(Santos Jr., Ferreira, Menezes Filho, 2005).
36 Em relação aos níveis de escolaridade (tabela 4), nota-se que diminuiu a proporção
em 2010 daqueles que tinham apenas o ensino fundamental completo, equivalente a
uma redução de 10 pontos percentuais. Em contrapartida, mais migrantes respondem
que conseguiram completar o ensino médio, característica cada vez mais presente em
aglomerados urbanos que possuem um importante setor de serviços, o qual demanda,
cada vez mais, indivíduos com melhor qualificação para desempenhar cargos de maior
complexidade intelectual.

Tabela 4 – Nível de instrução dos migrantes nordestinos residentes na RMSP, segundo os


Censos de 2000 e 2010.

Nível de Instrução Censo 2000 Censo 2010

Ensino Fundamental 76,6 66,1

Ensino Médio 20,4 28,2

Ensino Superior 2,7 3,8

Superior - mestrado ou doutorado 0,1 0,2

Alfabetização de adultos 0,2 1,7

Total 100,0 100,0

Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010 (IBGE). Tabulação própria.

37 Outro resultado importante foi o aumento dos migrantes que concluíram o nível
superior e pós-graduação, intensificando, assim, a maior competitividade no mercado
de trabalho local, e até mesmo podendo levar de volta para os estados de origem
migrantes mais especializados, no caso da migração de retorno.
38 Depois de observados os níveis de renda e escolaridade, analisou-se a distribuição
espacial dos migrantes nordestinos na RMSP em função dos seus setores de atividade.
Foram selecionados os setores que mais contabilizavam a participação de nordestinos:
comércio, construção, e serviços domésticos (todos identificados em 2000 e 2010), os
quais podem ser observados nos cartogramas de 5 a 10.
39 Segundo o Censo 2000, o setor de comércio era um dos que mais contava com
migrantes nordestinos, registrando concentrações de até 20% da população de nascidos
no Nordeste empregados neste setor. Os dados do Censo 2010 registram redução na
proporção de nordestinos empregados no setor (contando com cerca de 11%),
especialmente em função do surgimento de novas atividades, e o crescimento da oferta
de empregos na atividade de comércio em municípios de fora da RMSP (cartogramas 5
e 6). Apesar da diferença mais que evidente da proporção de pessoas empregadas no
setor de comércio, os seus locais de residência permaneceram os mesmos, sendo estas
localidades as que possuem um setor de serviços mais dinâmico, como São Paulo e
municípios limítrofes à capital paulista. A concentração observada no município de
Santa Isabel a nordeste da RMSP deve ser analisada com cuidado, em função do
pequeno tamanho da população.

Cartogramas 5 e 6 – Mapas das concentrações dos migrantes nordestinos residentes na


RMSP em relação ao setor de atividade de Comércio (Censos 2000 e 2010).

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Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010 - IBGE. Elaborado com o software PHILCARTO.
40 Outro setor em destaque é o de construção (cartogramas 7 e 8), que contava com uma
concentração de cerca de 18% de nordestinos em 2000. Em 2010, o setor continua a
abrigar parte importante dessa população, mesmo com a queda observada, contando
com cerca de 11%. Também se observa uma mudança na distribuição desses migrantes
nos municípios da RMSP. Segundo o Censo 2000, grande parte dessas pessoas residia
nos municípios de Mogi das Cruzes, Suzano (a leste da RMSP), Itapevi e Vargem
Grande Paulista (a oeste da RMSP), além da concentração notada nos municípios ao
norte, como Francisco Morato. Em 2010 pode-se observar certa redistribuição dessa
população para os municípios mais periféricos, além dos municípios que faziam
fronteira com os que possuíam maior concentração nesse setor em 2000.
41 A partir dos cartogramas é possível perceber que nas áreas de mais forte urbanização,
como a capital, os municípios do ABCD paulista, bem como em alguns municípios de
maior contingente populacional, a exemplo de Guarulhos e Osasco, o setor de
construção já não possuía em 2000 a mesma representatividade, provavelmente em
virtude da procura por novas áreas de expansão urbana.

Cartogramas 7 e 8 – Mapas das concentrações dos migrantes nordestinos residentes na


RMSP em relação ao setor de atividade de Construção (Censos 2000 e 2010)

Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010 - IBGE. Elaborado com o software PHILCARTO.

42 O setor de serviços domésticos abriga a maior parte dos migrantes nordestinos que
residiam na RMSP (cartogramas 9 e 10). Deve-se ressaltar que, proporcionalmente, este
foi o setor que obteve a maior queda na participação de migrantes.
43 Segundo o Censo de 2000, mais de 35% da população migrante declarava que estava
empregada no setor de serviços domésticos, localizada mais especificamente nos
municípios mais próximos à capital, onde a atividade do setor é maior. Em 2010, a
participação caiu para 15%, no máximo.
44 Mais uma vez, admite-se a hipótese de tendências de dispersão na redistribuição da
população. Esse processo é explicado, em parte, pelo aumento na procura das cidades

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não metropolitanas pelas classes sociais que mais se inserem nesse setor, em virtude do
custo de vida (principalmente de moradia) nas localidades da capital e entorno.
45 Cartogramas 9 e 10 – Mapas das concentrações dos migrantes nordestinos residentes
na RMSP em relação ao setor de atividade de Serviços Domésticos (Censos 2000 e
2010).

Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010 - IBGE. Elaborado com o software PHILCARTO.
46 Além destes fatores, tem-se o incremento da migração de retorno (Ojima e Fusco,
2015), que corresponde em parte à redução desta concentração em toda a RMSP, e a
melhoria das condições de escolaridade da população migrante, que a torna mais
competitiva, estimulando-a a buscar emprego em setores de atividade mais prósperos.
47 Observa-se outro caso que merece atenção, que é a suposta queda na concentração no
setor de serviços domésticos nos municípios de Salesópolis, Guararema e Biritiba
Mirim, no extremo leste na RMSP. Pelo fato de serem município com populações muito
pequenas, e com pequeno número de migrantes, a desagregação dos dados amostrais
resulta em dificuldade para se fazer afirmações mais sólidas.

3 - Considerações finais
48 Desde o início de seu processo de industrialização e consequente urbanização, a
RMSP atraiu volumosos fluxos migratórios compostos por populações provenientes de
regiões economicamente menos dinâmicas do país. A Região Nordeste - típica
exportadora de mão-de-obra -, neste contexto, foi o seu expoente. No ano 2000, mais
de 3 milhões de nordestinos residiam na RMSP. No entanto, já se identificavam
substanciais reduções no volume desse fluxo migratório, assim como registros da
migração de retorno aos estados de origem. Todavia, boa parte destes migrantes
permaneceu na RMSP.
49 As mudanças na política econômica do país desencadearam uma série de alterações
no perfil socioeconômico da população como um todo. A ascensão de uma nova classe
média, o aumento do acesso ao crédito doméstico, a valorização do salário mínimo, e a
dinâmica demográfica, entre outros fatores, foram responsáveis por importantes
alterações no perfil da população.
50 Algumas das principais mudanças puderam ser observadas no nível de instrução e
renda da população nordestina residente na RMSP, bem como pela inserção em setores
de atividade específicos. A melhoria nos índices de instrução e renda deveu-se, ao
menos em parte, à combinação das políticas públicas aplicadas na década em nível
nacional com a seletividade própria da população migrante, a qual se traduz, neste caso,
na busca por melhores condições de vida. A diminuição de concentração dos nascidos
no Nordeste em atividades que demandam pouca qualificação, da mesma forma, está
associada à maior dispersão da população ocupada em busca de novas oportunidades
no mercado de trabalho, provavelmente com a possibilidade de aproveitar a melhoria
obtida em termos educacionais.

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51 Observou-se, também, a tendência à descentralização e à dispersão da população em


direção aos municípios que se encontram fora dos limites da RMSP, ainda que não
apresentada neste estudo.Por um lado, essa dispersão é identificada em primeiro lugar
nas aglomerações produtivas, que buscam novos espaços de produção, impulsionadas
pelos incentivos fiscais, especulação imobiliária e valor da força de trabalho
especializada. Por outro lado, é também provável que essa migração para fora dos
limites da metrópole encontre correspondência com o aumento da mobilidade pendular
da população que trabalha e/ou estuda em algum município da RMSP. A escolha do
local de habitação fora da metrópole, em razão de condicionantes próprios do mercado
imobiliário e os deslocamentos diários para trabalho ou estudo na RMSP é uma
estratégia possível em função das oportunidades crescentes em termos de meios de
transporte e infraestrutura viária na região.
52 Além disso, já se encontram fora da RMSP vários centros universitários responsáveis
por atrair cada vez mais indivíduos em busca de uma formação superior especializada,
bem como de melhoria na qualidade de vida fora das grandes metrópoles. O setor de
serviços cresce a passos largos nas áreas mais afastadas da capital, bem com o setor de
construção, em consonância com Baeninger (1998).
53 Por essa razão, torna-se interessante a ampliação do recorte espacial, em trabalhos
futuros, com o objetivo de analisar o estado de São Paulo como um todo, e, também, e
avaliar a situação desta redistribuição populacional em toda a Região Sudeste,
considerando os efeitos da dinâmica econômica no processo de deslocamento da
população.

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Notes
1 Veja-se Lyra (2003); Baeninger &. Queiroz (2010).

Table des illustrations

Titre Gráfico 1 – População total residente na RMSP e população de nascidos


no Nordeste residentes na RMSP
Crédits Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010 (IBGE). Tabulação própria.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/19451/img-1.jpg
Fichier image/jpeg, 40k
Titre Gráfico 2 – Pirâmide etária dos migrantes nordestinos residentes na
RMSP segundo o Censo 2000
Crédits Fonte: Censo Demográfico de 2000 (IBGE). Tabulação própria.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/19451/img-2.jpg
Fichier image/jpeg, 68k
Titre Gráfico 3 – Pirâmide etária dos migrantes nordestinos residentes na
RMSP segundo o Censo 2010
Crédits Fonte: Censo Demográfico de 2010(IBGE). Tabulação própria.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/19451/img-3.jpg
Fichier image/jpeg, 72k
Titre Figura 1 – Municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)
Crédits Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Elaborado

https://journals.openedition.org/confins/19451 14/16
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com o software ArcGis.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/19451/img-4.png
Fichier image/png, 1,4M

Titre Cartogramas 1 e 2 – Mapas das concentrações gerais dos migrantes


nordestinos residentes na RMSP. (Censos 2000 e 2010)
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/19451/img-5.png
Fichier image/png, 232k
Titre Cartogramas 3 e 4 – Proporção de pessoas nascidas no Nordeste nos
municípios da RMSP em relação a sua respectiva população total.

Crédits Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010 - IBGE. Elaborado com o


software PHILCARTO.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/19451/img-6.png
Fichier image/png, 152k
Cartogramas 5 e 6 – Mapas das concentrações dos migrantes
Titre nordestinos residentes na RMSP em relação ao setor de atividade de
Comércio (Censos 2000 e 2010).

Crédits Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010 - IBGE. Elaborado com o


software PHILCARTO.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/19451/img-7.png
Fichier image/png, 225k
Cartogramas 7 e 8 – Mapas das concentrações dos migrantes
Titre nordestinos residentes na RMSP em relação ao setor de atividade de
Construção (Censos 2000 e 2010)

Crédits Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010 - IBGE. Elaborado com o


software PHILCARTO.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/19451/img-8.png
Fichier image/png, 236k
Crédits Fonte: Censos Demográficos de 2000 e 2010 - IBGE. Elaborado com o
software PHILCARTO.
URL http://journals.openedition.org/confins/docannexe/image/19451/img-9.png
Fichier image/png, 231k

Pour citer cet article


Référence électronique
Maria das Neves Medeiros de Melo et Wilson Fusco, « Migrantes Nordestinos na Região
Metropolitana de São Paulo: características socioeconômicas e distribuição espacial », Confins
[En ligne], 40 | 2019, mis en ligne le 24 mai 2019, consulté le 23 avril 2021. URL :
http://journals.openedition.org/confins/19451 ; DOI : https://doi.org/10.4000/confins.19451

Auteurs
Maria das Neves Medeiros de Melo
Instituto de Geografia e Ordenamento do Território – Universidade de Lisboa.
mariamelo1@campus.ul.pt

Wilson Fusco
Fundação Joaquim Nabuco. wilson.fusco67@gmail.com

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23/04/2021 Migrantes Nordestinos na Região Metropolitana de São Paulo: características socioeconômicas e distribuição espacial

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