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A temática das redes sociais e seu efetivo reconhecimento no campo da produção


científica sustenta-se a partir da emergência de uma nova posição epistemológica
de se pensar e fazer ciência. Essa posição caracteriza-se eminentemente pela proble-
08;8U<9:$8B$]^\^_\]^`]N matização de crenças básicas que sustentam o saber produzido pelas diferentes dis-
&F7:H=9:$8B$^a\^b\]^`]N ciplinas científicas, presentes no paradigma tradicional. Por sua vez, caracteriza-se
também pela incorporação dos pressupostos que sustentam o pensamento sistêmi-
co, tais como: o da complexidade, da instabilidade e da intersubjetividade, enquanto
perspectivas que tentam responder ao reconhecimento de uma realidade multiface-
tada, multidimensional, contextual e coconstruída pelos seus protagonistas.
Nesse sentido, tendo como referências o pensamento sistêmico e o olhar do
construcionismo social, considera-se que aprofundar os estudos das redes sociais
implica o desafio de reconhecer as pessoas, tanto como produtoras de sentido,
como produzidas pelas construções da trama social. Assim, o sujeito pode ser
considerado uma unidade heterogênea, aberta ao intercâmbio produzido por sua
participação nos jogos sociais e pela linguagem enquanto construtora de sentidos
e significados atribuídos à realidade (Vasconcellos, 2003; Morin, 2007; Dabas &
Najmanovich, 2002; Grandesso, 2000; pesquisa qualitativa nas áreas da saú-
#&9:;:&<=&>=<=&?@AB:C&& >?
Gergen & Gergen, 2006). de, família e comunidade, como um ?BDEBFBA:GBH:&A@9@&BE?G>I9=EG@JJJ
No marco das colocações anterio- instrumento de coleta de dados, evi- 0&%)(2'G"%H'('G&%,&'I4&%(-,5&'0%(4&.5,

res, considera-se que as redes sociais, denciando seu procedimento de cons-


seja de ordem individual, familiar, trução com o participante e a análise
seja de ordem institucional ou co- dos dados emergentes.
munitária, podem ser consideradas
um dos principais recursos de que
dispõe um indivíduo, principalmente 0/6/$&$#3,!,$K&$L!&3#*3/,%L!MN#&/&
no que diz respeito ao apoio recebi- 3!0!3%/0O$%,3!$&
do e percebido. Dos diferentes cam-
pos das ciências humanas e da saúde, A possibilidade do sujeito se sentir
estudos e pesquisas em torno dessa “reconhecido pelo outro” numa de-
temática são unânimes em afirmar a terminada situação vital, por meio da
estreita relação entre a qualidade do compreensão e aceitação de suas emo-
desenvolvimento humano e a quali- ções, dificuldades e opiniões, ou por
dade das redes sociais com as quais o comportamentos e ações, seja de ajuda
indivíduo interage (Sluzki, 1997; Da- material, ou conselhos, evidencia a im-
bas, 1993; Demaray & Malecki, 2002; portância do papel e das funções que
Pakman, 2002; Moré, 2005; Ornellas, as redes sociais desempenham junto
2007; Custódio, 2010). ao sujeito, sua família ou grupos so-
Essa relação traz à tona, por sua ciais aos quais pertence.
vez, a importância dos fatores poten- Nas práticas de intervenção tera-
cialmente de risco e de proteção aos pêutica desenvolvidas pelos profissio-
quais os indivíduos estão expostos. nais de saúde mental, a presença e o
Nesse sentido, as investigações cientí- acionamento das redes sociais têm de-
ficas que tratam das redes põem em mandado especial atenção nas últimas
evidência que a pobreza das redes décadas. Primeiro no que se refere a um
sociais afeta negativamente a quali- processo de ampliação da intervenção
dade de vida dos sujeitos e, de modo terapêutica direcionado ao indivíduo
inverso, que as redes sociais estáveis e e à família pela necessária inclusão dos
variadas favorecem positivamente a sistemas de redes nas ações terapêuti-
autoestima, gerando a capacidade de cas. Em segundo lugar, pela intervenção
enfrentamento adequado das situa- nas redes de suporte social, organizadas
ções vitais difíceis, sejam elas crônicas no âmbito comunitário, em ONGs e
ou temporárias (Sluzki, 1997; Dabas, institucionalmente constituídas, tendo
1993; Sluzki, 2002; Garcia & Herrero, essas últimas um papel de destaque no
2006; Moré, 2005; Ornellas, 2007; Ga- contexto de programas de reabilitação,
barra, 2010). prevenção e promoção da saúde dos
Tendo como referência a centra- indivíduos (Sluzki, 1997; Dabas, 1993;
lidade dos estudos sobre a configu- Pakman, 2001; Moré & Macedo, 2006;
ração, dinâmica e impacto das redes Ornellas, 2007).
sociais, para o indivíduo e sua família, No que diz respeito à constituição
destaca-se a relevância das redes para das redes sociais, observa-se que estas
o desenvolvimento dos sujeitos ao podem ser relacionadas: (a) aos fe-
longo do ciclo vital. Nesse contexto, o nômenos dos processos de desenvol-
objetivo deste artigo é evidenciar a uti- vimento do ciclo vital individual ou
lização do mapa de rede no campo da familiar, (b) aos grupos e interações

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espontâneas, que se podem constituir sua vez que “suporte social designa
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num dado momento e num certo con- formas de relacionamento interpes-
texto, centrando-se em torno de de- soal, grupal ou comunitário que dão
terminadas ações e/ou situações mais ao indivíduo um sentimento de pro-
ou menos formalizadas, e (c) serem teção e apoio capaz de propiciar re-
constituídas de maneira formal/insti- dução do estresse e bem-estar psico-
tucional, com fronteiras e limites bem lógico” (p. 30). Nessa mesma direção,
definidos, seja no que se refere ao seu Dabas (1993) define rede social como
alcance, como na sua função. um processo que:
Nesse processo de constituição,
observa-se que, na produção de co- ...implica um processo de construção
nhecimento em torno da temática de permanente tanto individual como co-
redes sociais, há uma diversidade de letivo. Nessa perspectiva diríamos que é
conceituações, que, em certa medida, um sistema aberto, que, através de outros
tenta nomear o fenômeno estuda- grupos sociais, possibilita a potenciali-
do segundo a perspectiva de investi- zação dos recursos que possuem. Cada
gação. Sem o intuito de redução do membro de uma família, de um grupo ou
campo de conceituações em torno de uma instituição se enriquece através
do termo composto “redes sociais”, das múltiplas relações que cada um de-
pode-se afirmar que o mesmo passa senvolve (p. 21).
por dois âmbitos estreitamente cor-
relacionados e bem definidos: um de- Por sua vez, no âmbito das redes
les, enquanto seu significado, e outro, sociais pessoais, Sluzki (1997) afirma
enquanto impacto de suporte para que a rede social de apoio de um su-
o indivíduo e ou família. Assim, por jeito é composta por todas aquelas re-
um lado, encontram-se as redes que lações consideradas significativas para
se constituem ao longo do processo ele e que o influenciam no seu próprio
vital do indivíduo e sua família, e que reconhecimento como sujeito assim
se caracterizam eminentemente pela como na sua autoimagem. Ainda de
proximidade e intimidade na cons- acordo com o autor, a rede social pes-
trução histórica de vínculos; e, por soal de qualquer indivíduo constitui
outro lado, tem-se o âmbito das redes “uma das chaves centrais da experi-
sociais propriamente ditas, que po- ência individual de identidade, bem-
dem ser formais ou informais e que -estar, competência e agenciamento
se caracterizam pelas diferentes for- ou autoria, incluindo os hábitos de
mas de suporte efetivo que oferecem cuidado da saúde e a capacidade de
ao sujeito. adaptação em uma crise” (p. 42).
Segundo Lin e Ensel (1989), as re- Da perspectiva da antropologia so-
des de suporte social podem ser de- cial, Speck (1989) afirma que a rede
finidas como um conjunto de provi- social “é um grupo de pessoas, mem-
sões expressivas e/ou instrumentais bros da família, vizinhos, amigos e ou-
presentes na comunidade e no meio tras pessoas, capazes de proporcionar
social à disposição do indivíduo, uma ajuda e um apoio tão reais como
tanto em situações cotidianas como duradouros a um indivíduo ou uma
em situações inesperadas, desempe- família. É, em síntese, um casulo ao re-
nhando funções emocionais e ma- dor de uma unidade familiar que serve
teriais. Complementando os autores de amortecedor entre esta unidade e a
citados, Campos (2005) afirma por sociedade” (p. 24).

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Estas conceituações mostram que as vel. Isto porque a construção do Mapa
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redes pessoais significativas, sejam elas tem como objetivo a busca do mapea- ?BDEBFBA:GBH:&A@9@&BE?G>I9=EG@JJJ
do indivíduo ou da família, têm um mento da qualidade do compromisso 0&%)(2'G"%H'('G&%,&'I4&%(-,5&'0%(4&.5,

alcance em diferentes níveis da estru- relacional da rede com o indivíduo,


tura social. Com relação a esse alcance em diferentes âmbitos. Assim, as pes-
e desde uma perspectiva ecossistêmica, soas que possam vir a conformar uma
Sluzki (1997) afirma: rede são “significativas” para o indiví-
duo pela sua percepção da qualidade
Esse nível intermediário de estrutura do vínculo construído com os envol-
social se revela crítico para uma com- vidos na mesma, seja numa determi-
preensão mais inteira dos processos de nada situação ou num determinado
integração psicossocial, de promoção tempo histórico.
do bem-estar, de desenvolvimento de
identidade e de consolidação dos po-
tenciais de mudança, e por consequên- !&0/6/&$#3,!4&*#&3#*%/+%#&6!&
cia ilumina os processos sociais de ,*Q/$%,"!MN#&3,/*%OR,3!
desintegração, de mal-estar e de adoe-
cer (p. 37). Na linha desses questionamentos,
observa-se no campo da investigação
Nesse universo da interação entre instrumentos de coleta de dados que
as redes sociais e o indivíduo e sua tentam aproximar-se das respostas,
matriz familiar, surgem uma série tanto no nível de significado pessoal,
de questionamentos provocativos, como de funcionamento das redes.
colocados por Sluzki (2002), que de- A título de exemplo, pode-se citar o
safiam os processos de produção de trabalho de Fernandez Millan, Diez
conhecimento: “Quais são os me- de la Cortina, Malpica Buitrago e
canismos ou processos mediante os Hamido Mohamed (2010). Trata-
quais a rede afeta a saúde e a saúde -se de uma pesquisa quantitativa,
afeta a rede?; como e por que acon- que utilizou uma Escala de Satisfa-
tece a deterioração da rede quando ção com a Vida (Diener, Emmons,
se faz presente uma doença crônica?” Larsen & Griffin, 1985), adaptada ao
Seguindo essa linha de indagações espanhol por Atienza et al. (2000).
pode-se interrogar também sobre O trabalho citado estudou menores
como se configuram a dinâmica das acolhidos em Centros de Proteção, e
redes pessoais e a qualidade de vida apresentou uma relação entre as va-
de um indivíduo?; como se compor- riáveis percepção do apoio social, sa-
tam as redes diante dos processos de tisfação com a vida e expectativas de
vida e morte de um sujeito? futuro, todas com grande relevância
Cabe aqui chamar atenção para para a adaptação social e pessoal de
a terminologia utilizada pelo autor menores abrigados. O trabalho cita-
quando se refere ao Mapa e a deno- do evidenciou a correlação negativa
minação que é utilizada neste artigo entre a situação de institucionaliza-
para se referir ao mesmo. Sem perder ção e a percepção de apoio familiar,
a referência das ideias apresentadas assim como correlações positivas en-
por Sluzki (1997), coaduna-se com tre esta percepção e a satisfação com
usar a denominação Mapa da Rede a vida e as expectativas de futuro,
Social Significativa ou Rede Pessoal concluindo-se sobre a importância
Significativa de forma intercambiá- de desenvolver redes de apoio social

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para melhorar a satisfação com a vida mapa permitiu compreender, em certa
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e as expectativas de futuro dessa po- medida, o desconhecimento a respei-
pulação. to da origem e do tipo de fissuras por
Especificamente no campo da pes- parte dessas famílias e, por sua vez, sua
quisa qualitativa, encontram-se tra- relação com a queixa constante dos
balhos que utilizaram o mapa de rede profissionais sobre a falta de cuidados
proposto por Sluzki (1997) como ins- necessários para com os filhos por parte
trumento de coleta de dados para ana- da família, como, por exemplo, a falta
lisar situações de crises no desenvolvi- de higiene bucal, tão importante nes-
mento vital de um sujeito ou família. se tipo de acometimento. Estes dados
O mapa de rede é um instrumento deixaram em tela a comunicação entre
utilizado na intervenção da clínica equipe e família, no que diz respeito às
psicoterapêutica que foi adaptado ressonâncias dos diálogos dos profis-
para a pesquisa científica, com o obje- sionais envolvidos com as famílias. A
tivo de evidenciar o grau de intimida- posterior apresentação do mapa geral,
de e compromisso das redes pessoais onde se congregavam os dados de to-
sociais constituídas em torno de situ- das as famílias para a equipe envolvida,
ações específicas, permitindo a possi- gerou uma reavaliação por parte dos
bilidade de analisar qualitativamente mesmos, no sentido de buscar estraté-
seu impacto nos processos vitais de gias que melhorassem a comunicação
desenvolvimento. com as famílias.
Santos (2008) caracterizou o fun- Também na linha dos estudos com
cionamento das redes pessoais so- família e especificamente com casais,
ciais significativas na perspectiva Sousa de Costa e Silva, Ramos Ponte
de mulheres que sofreram violência e Bucher Maluchke (2010), utilizando
e evidenciou, por meio do mapea- o mapa de rede para analisar a relação
mento destas, a influência decisiva entre as redes sociais e as relações de
que tiveram as patroas para as quais gênero, mostraram que as relações
trabalhavam no contexto doméstico, constituídas pelos casais foram mar-
no reconhecimento de seus direitos cadas por padrões de gênero que de-
e na decisão de denunciar os agres- limitaram os ambientes das atividades
sores. A autora citada conclui que a cotidianas, definiram o status ocupado
qualidade do vínculo estabelecido na família e condicionaram a forma-
pelas mulheres com a sua rede foi o ção de vínculos na rede social.
fator determinante para a tomada de No campo da migração, pode-se ci-
posição quanto à denúncia, trazendo tar o trabalho de Hering (2008), que
pistas importantes, portanto, para os estudou o processo de adaptação de
programas de prevenção que tratam famílias migrantes com filhos peque-
da violência contra mulher. nos ao novo lugar de moradia, por
Caminha (2008), por sua vez, pes- meio da investigação da configuração
quisando famílias com crianças entre e das funções das redes pessoais so-
6-9 anos com fissura labiopalatal, evi- ciais significativas. No estudo referido,
denciou, pela construção do mapa de o mapa de rede mostrou que as ativi-
rede com as famílias, a ausência dos dades escolares dos filhos eram uma
representantes das equipes de saúde porta efetiva de construção do acesso
que haviam acompanhado as crianças a outras redes na nova cidade, e que as
e suas famílias desde seu nascimento. redes virtuais (internet) que a família
Esta ausência significativa da equipe no mantinha com a sua própria na cidade

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de origem afetaram o processo de in- Nessa mesma linha de investiga-
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tegração com o novo local de moradia, ção, a pesquisa realizada por Gabarra ?BDEBFBA:GBH:&A@9@&BE?G>I9=EG@JJJ
influenciando na decisão de permane- (2010) com pacientes internados para 0&%)(2'G"%H'('G&%,&'I4&%(-,5&'0%(4&.5,

cer na cidade. amputação de membros mostrou que,


Como exemplo do trabalho co- após a internação, a rede pessoal social,
munitário, evidencia-se a pesquisa em especial a rede familiar, ofereceu
de Farias (2010), que estudou as re- apoio emocional e espiritual durante o
des sociais significativ as de adoles- período de hospitalização. Após a alta,
centes que engravidaram entre os 11 o apoio oferecido foi instrumental e
e 14 anos, mostrando as suas confi- financeiro, e os pacientes receberam
gurações antes, durante e depois da apoio emocional e informacional nas
gravidez. A referida autora constatou relações com os serviços de saúde.
a presença do suporte efetivo de pre-
venção e cuidado somente no período
da gravidez, observando-se uma au- #&.!7!&6/&0/6/K&3!0!3%/0O$%,3!$&/&
RL*MS/$&6!$&0/6/$
sência significativa de interlocutores
privilegiados enquanto guias cogniti-
Segundo Sluzki (1997), a “rede
vos e de informação no período an-
social pode ser registrada em forma
terior à gravidez e posterior ao nasci-
de mapa mínimo que inclui todos
mento dos filhos, colocando em tela
os indivíduos com os quais interage
o foco dos programas de acolhimento
uma determinada pessoa” (p. 41). O
dos adolescentes e os programas de
mapa mínimo pode ser sistematizado
saúde reprodutiva da mulher.
por um diagrama formado por três
No âmbito hospitalar, a investiga-
círculos concêntricos (interno, in-
ção desenvolvida por Menezes (2010),
termediário, externo), divididos em
que se utilizou do mapa de rede como quatro quadrantes: (a) Família, (b)
um instrumento complementar, estu- Amizades, (c) Relações de trabalho
dou os significados da hospitalização ou escolares, (companheiros de tra-
infantil para crianças e suas famílias. balho e ou de estudos) e (d) Relações
Este trabalho mostrou que a comu- comunitárias, de serviços (exemplo,
nicação de informações para a com- serviços de saúde) ou de credos (fi-
preensão da dinâmica hospitalar e de gura 1). Com relação à disposição
aspectos do diagnóstico ou interven- dos círculos, o interno representa as
ção cirúrgica eram sustentados e de- relações mais íntimas consideradas
codificados, na maioria das vezes, pelo pelo indivíduo, seja da família ou
pessoal responsável pela alimentação, de amizades. O círculo intermedi-
higiene, vigilância da instituição hos- ário registra as relações com menos
pitalar, mais do que pela equipe de grau de compromisso relacional, tais
saúde responsável pela internação e como as relações sociais ou profissio-
do procedimento cirúrgico. Também nais ou familiares, e o círculo externo
constatou, a necessidade de constru- registra as relações ocasionais (tais
ção de uma comunicação mais efetiva como conhecidos de escola ou tra-
entre criança e família com a equipe de balho, familiares mais distantes, vi-
saúde, no que diz respeito a propostas zinhos). Sluzki (1997) aponta que “o
da instituição hospitalar que susten- conjunto de habitantes desse mapa
tem acolhimento mais qualificado da mínimo, constitui a rede social pes-
demanda. soal do informante” (p. 42).

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)<JA7=$`N$%=F=$98$7898
BC *7$&12&P&!D@?G@&'()'

&B<O=986 )=BI@<=

08@=LS86$ 08@=LS86$98$$
;:BA><CW7<=6 C7=U=@V:$:A$86CA9:
08@=LS86$;:B$6<6C8B=6$98$
6=X98$8$=JG>;<=6$6:;<=<6

O registro do mapa é estático e des- bros em termos de influência que


critivo de um determinado momento podem exercer no indivíduo;
ou situação vivenciada pela pessoa (c) composição ou distribuição: atri-
informante, e seu registro pode ser buto que indica a posição que cada
enriquecido e analisado em profun- membro ocupa nos quadrantes;
didade por meio da exploração das (d) dispersão: refere-se à distância
diferentes características, funções e geográfica entre a pessoa e os
atributos da rede. membros de sua rede;
Nesse sentido, a rede pessoal signifi- (e) homogeneidade/heterogeneidade:
cativa pode ser avaliada em termos de dizem respeito a variáveis como
características estruturais, observan- idade, sexo, cultura e nível socio-
econômico, que podem favorecer
do-se os seguintes aspectos:
trocas ou evidenciar tensões.
(a) tamanho: que se relaciona à quan-
No que diz respeito às funções dos
tidade de pessoas que constituem
vínculos estabelecidos na rede pessoal
a rede. As redes de maior efetivi-
significativa, Sluzki (1997) destaca a:
dade são as de tamanho médio.
(a) de companhia social: que indica a
Segundo Sluzki (1997), as redes realização de atividades em con-
muito pequenas são menos efeti- junto ou o estar juntos;
vas em situações de sobrecarga ou (b) de apoio emocional: que envolve
tensão de longa duração, pois os trocas que incluem empatia, estí-
membros tendem a evitar os con- mulo e compreensão;
tatos com a finalidade de poupar- (c) de guia cognitivo e de conselhos:
-se, enquanto aquelas muito nu- que proporciona informações e
merosas podem não ser efetivas modelos de referência;
em função do pressuposto de que (d) de regulação social: que evoca
o “outro” está cuidando do pro- responsabilidades, neutralizando
blema; supostos desvios de comporta-
(b) densidade: relaciona-se com a qua- mento e favorecendo a resolução
lidade da relação entre seus mem- de conflitos;

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(e) de ajuda material e de serviços: investigação qualitativa, tais como o ge-
#&9:;:&<=&>=<=&?@AB:C&& BD
a que trata do fornecimento de nograma (Wendt & Crepaldi, 2008), au- ?BDEBFBA:GBH:&A@9@&BE?G>I9=EG@JJJ
auxílio financeiro ou de serviços xiliando o pesquisador na busca de uma 0&%)(2'G"%H'('G&%,&'I4&%(-,5&'0%(4&.5,

especializados, como é o caso do expressão mais aprofundada em torno


Setor Saúde; de eventos vitais de um indivíduo e fa-
(f) de acesso a novos contatos: o que mília. Nesse contexto, evidencia-se em
possibilita uma abertura para o continuação aspectos a serem conside-
estabelecimento de relações com rados tanto na entrevista que subsidia a
novas pessoas ou redes. construção do mapa com o participan-
O autor também aponta a possibi- te, como nos passos do procedimento.
lidade de se analisar os atributos de Cabe destacar num primeiro mo-
cada vínculo, avaliando-se a função mento que a utilização do mapa de rede
predominante de cada relação. Assim como instrumento principal ou coadju-
encontra-se:
vante de outros exige a priori a defini-
(a) a multidimensionalidade, que se
ção dos objetivos da pesquisa, tal qual
caracteriza pelo número de fun-
o procedimento de toda a investigação.
ções desempenhadas na rede;
Essa definição é importante para deter-
(b) a reciprocidade, que avalia se uma
pessoa desempenha funções que minar qual o papel do mapa no univer-
recebe de outros; so da coleta de dados e também visuali-
(c) a intensidade, que sinaliza o grau zar quem serão os informantes. Pode ser
de compromisso com a relação; construído com uma pessoa ou com a
(d) a frequência dos contatos, desta- presença de pessoas da família por meio
cando-se aqui o fato de que quanto da coleta de respostas dos responsáveis
maior a distância, maior a necessi- como, por exemplo, o casal.
dade de manutenção ativa do con- Num segundo momento, é neces-
tato para manter a intensidade; sário apontar a preparação do pesqui-
(e) história da relação, que aborda a sador para o processo de construção
forma pela qual as pessoas se co- conjunta do mapa, pois a qualidade
nheceram e outras informações que dos dados coletados em torno do ob-
estimulam a manutenção desta. jetivo de uma pesquisa tem uma rela-
A partir das características estru- ção direta com o processo de interação
turais, funções e atributos das redes é entre pesquisado-pesquisador. Nessa
possível observar um conjunto de vari- perspectiva é importante resgatar que
áveis passíveis de serem estudadas, seja a pesquisa qualitativa lida com a busca
através de um registro gráfico, tal qual de dados que tragam à tona sentidos
uma “radiografia” das redes, como tam- e significados sobre eventos vitais, an-
bém fazendo análises em profundidade corados em histórias de vida. O aces-
da dinâmica das relações intrarredes. so a tal conteúdo exige uma postura
Nesse sentido, estar-se-ia evidenciando baseada na ética da pesquisa com se-
a dinâmica entre as parte e o todo das
res humanos, devido ao processo de
redes (Moré, 2010).
mobilização que o mesmo pode gerar
nos respondentes. Considera-se que
o treinamento prévio ou experiência
#&70#3/6,./*%#&6/&3#*$%0LMN#&6#&
.!7!&/&3#4/%!&6/&6!6#$
na realização de entrevista na pesqui-
sa qualitativa constitui-se um aspecto
O mapa de rede, enquanto instru- importante para contemplar.
mento de coleta de dados, soma-se a Nesse sentido, chama-se a atenção
outros já reconhecidos no campo da às características da entrevista de cons-

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trução do mapa, cujo roteiro é análogo construção, a possibilidade de aprofun-
BE *7$&12&P&!D@?G@&'()'
ao de uma entrevista semiestruturada. dar temas já abordados na entrevista.
Assim, deve-se ter previamente prepa- A experiência de utilização do mapa
rados os itens norteadores que darão de rede, no conjunto das investigações
acesso ao fenômeno central da pes- realizadas, evidenciou que, quando
quisa. Cabe ao(a) pesquisador(a), no esse é o instrumento principal, a du-
momento da entrevista, fazer outras ração do processo de construção é de
indagações, caso as considere necessá- aproximadamente duas horas e meia.
rias, para ter melhor esclarecimento e Pode-se fazer uma pausa entre a en-
favorecer a compreensão seja de ideias, trevista e a confecção do mapa para
motivos, eventos, crenças, comporta- evitar o cansaço do(a) participante.
mentos, enfim, elementos que cons- Isso deverá ser acordado previamente.
tituem as narrativas e que decorrem O tempo de duração da entrevista está
dos diálogos presentes na interação relacionado ao envolvimento dos par-
pesquisador(a)-pesquisado. ticipantes na confecção, o que depen-
Entende-se que o(a) pesquisador(a), de do número de pessoas envolvidas
além de ter uma postura flexível no de- ao mesmo tempo.
senvolvimento da entrevista, deve estar Se for utilizado como instrumento
atento tanto à narrativa dos sujeitos, coadjuvante, isso pode ser construído
como também deixar que eles sejam os num segundo encontro. Se escolher
verdadeiros protagonistas da entrevis- esta medida, o(a) pesquisador(a) de-
tas, cabendo a ele um papel de coadju- verá fazer uma pequena síntese da en-
vante atento à emergência de dados em trevista anteriormente aplicada para
torno dos objetivos propostos. facilitar o processo de recuperação
tanto das lembranças anteriores, como
C$&4&+'5&'-"2+$%#89"'5"')&4&'5('%(5(D dos objetivos da pesquisa.

Sugerem-se as seguintes: ]N$#C=F=$98$;:>V8;<B8>C:$9:$9868>V:$9:$


B=F=$8$9:6$6IBU:@:6$=$6878B$AC<@<O=9:6$
`N$#C=F=$98$=RA8;<B8>C:$F=7=$;:>6C7ALM: Para esta etapa, sugere-se que se
Após definição sobre a utilização faça, previamente, o desenho da es-
do mapa como instrumento principal trutura inicial do mapa, com seus
ou coadjuvante, o processo de aque- respectivos círculos e quadrantes, em
cimento e aplicação inicia-se com a uma folha de 30 x 30 cm. Isto permite
apresentação dos objetivos da pesqui- que pesquisado e pesquisador tenham
sa e identificação do(a) participante um espaço cômodo para dialogar em
informante, dando-se sequência ao torno do modelo do mapa, e possam
encontro, com a introdução da entre- fazer anotações auxiliares nele. É pos-
vista semiestruturada, que terá como sível também ter lápis de cores diversas
referência itens pré-estabelecidos, para escrever os conteúdos nos quatro
que sirvam de guias em torno da te- quadrantes de modo diferente.
mática focal. Por sua vez, é importante apontar
Esta etapa constitui-se num aqueci- que a denominação dos quadrantes
mento para o(a) participante no que inferiores referidos à “comunidade”
diz respeito à memória sobre pessoas, e a “trabalho” pode ser adaptada pelo
relações e eventos/situações, que faci- pesquisador, previamente à constru-
litará a construção posterior do mapa, ção do mapa, de acordo com o foco
permitindo também, durante a sua de estudos. Por exemplo, no quadran-

Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de Janeiro, n. 43, p. 84-98, ago. 2012.


te trabalho, sua nomeação pode ser e assim sucessivamente. Essa mesma
#&9:;:&<=&>=<=&?@AB:C&& BF
substituída por estudos, assim como o linha de símbolos pode ser usada nos ?BDEBFBA:GBH:&A@9@&BE?G>I9=EG@JJJ
quadrante comunidade pode ser iden- outros quadrantes. 0&%)(2'G"%H'('G&%,&'I4&%(-,5&'0%(4&.5,

tificado com nomes específicos às ins- É importante destacar que cada


tituições sociais/comunitárias envolvi- pessoa significativa identificada terá
das, se for o caso, tais como: equipes somente um registro em cada qua-
de saúde, delegacia de polícia, igreja e drante. Deve-se sempre estimular o
assim por diante, subdividindo o qua- informante a fazer a escolha dessa pes-
drante conforme o modelo original, soa, assim como da sua posição nos
visando uma adaptação contextualiza- diferentes círculos. Esse esclarecimen-
da ao que se deseja evidenciar. to se faz necessário, pois pode ser que
Pode-se também utilizar símbolos o informante identifique uma pessoa
para registrar as pessoas significati- significativa no quadrante trabalho/
vas de acordo com gênero, profissão, estudo e também considere colocá-la
vínculo familiar, vínculo comuni- no quadrante amizades.
tário/social ou optar pela utilização
de nomes específicos. No caso do(a) _N$#C=F=$9=$;:>6C7ALM:$
pesquisador(a) ter sugestões prede- Destaca-se a importância de escla-
terminadas de símbolos que costuma recer bem o significado e a posição
utilizar, o significado deles deve ser dos círculos: interno, intermediário e
compartilhado com o participan- externo do mapa no que se refere ao
te, solicitando-lhe que faça a escolha grau de intimidade e compromisso
daqueles que lhe convierem. Assim, das relações, assim como a posição dos
a subdivisão dos quadrantes e a con- integrantes da rede nos diferentes qua-
figuração ou escolha de símbolos que drantes. Utilizando os dados da entre-
representem o que se deseja eviden- vista, pode-se perguntar sobre pecu-
ciar dependerão da criatividade do(a) liaridades dos integrantes da rede, seja
pesquisador(a) na busca sempre da com relação à sua posição nos círculos,
melhor representação e posterior lei- função, atributos ou características es-
tura do mapa, de acordo com o fe- pecíficas. Esta etapa desencadeia uma
nômeno central da pesquisa. Como série de outras lembranças, comentá-
exemplos possíveis disso, pode-se uti- rios novos sobre as relações, e até cor-
lizar letras nos diferentes quadrantes reções de informações anteriormente
para identificar as pessoas assinaladas fornecidas, cabendo ao pesquisador
pelo informante, assim, no quadran- atentar para as mesmas.
te família pode-se utilizar P (pai), M
(mãe) I (irmãos) e do lado anotar sua cN$#C=F=$98$;:>;@A6M:$9=$;:>6C7ALM:$9:$
função. De acordo com Sluzki (1997), B=F=$98$7898$
há seis funções conforme apontado no Após a conclusão da construção do
texto. Assim, o registro no quadrante mapa, os(as) participante(s) é(são)
família e nos seus respectivos círculos convidado(s) a observá-lo pronto e a
poderia ser: M-F1, o qual significaria verbalizarem suas impressões e refle-
que a mãe é identificada como figura xões sobre o mesmo e sobre o traba-
significativa e tem como função ser a lho realizado. Essa etapa é importante,
companhia social. No quadrante ami- pois permite melhor integralização
zades, podem ser utilizados os símbo- dos dados presentes no mapa, seja
los de masculino e feminino respecti- através de comentários ou como com-
vamente, colocando a função ao lado plemento de informações. É comum

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haver reações de surpresa e curiosi- ção do mapa, para contornar situações
BG *7$&12&P&!D@?G@&'()'
dade ao ver o mapa concluído e em que possam exacerbar emoções nos
várias situações, advindas de nossa participantes para além do trabalho
prática de pesquisa com esse instru- proposto.
mento, foi solicitada uma cópia dele.
Diante desse fato, é aconselhável que bN$#C=F=$98$=98RA=LM:$9:$B=F=$98$7898$=:$
se ofereça essa possibilidade aos par- ;:>C8QC:$9=$F86RA<6=
ticipantes, e, para aqueles que desejem Esta etapa tem como objetivo
tê-lo, deve-se entregar uma cópia em facilitar, no contexto do trabalho
tamanho original. científico, uma melhor descrição e
Cabe sempre informar que o mapa compreensão do material coletado.
será passado a limpo, tal qual foi con- Para isso, é importante a criação de
feccionado, retirando-se dele apenas símbolos específicos para que cada
registros ou anotações feitas eventual- participante tenha uma representa-
mente pelo pesquisador durante a ção diferente dos demais. Nesse sen-
construção do mapa original, para fa- tido, tem-se realizado uma avaliação
cilitar a compreensão dos registros. da fidedignidade da correspondência
Tanto a entrevista como a constru- entre os símbolos e os dados dos par-
ção do mapa são gravadas em áudio ticipantes, com a ajuda de profissio-
para melhor fidedignidade dos regis- nais experientes no uso da técnica.
tros e, após o término do trabalho e Uma vez realizada essa adequação
sem a presença do informante, o pes- é possível fazer uma análise quantita-
quisador deve gravar ou registrar em tiva de todos os integrantes da rede,
diário de campo suas impressões e de- por quadrantes e círculos correspon-
mais intercorrências sobre o processo, dentes, dados estes que podem ser in-
que considere relevantes para a inte- tegrados às categorias decorrentes da
gralização dos dados. análise qualitativa.
Cabe lembrar que a aplicação de
instrumentos como a entrevista e o dN$#C=F=$98$;:>?8;LM:$9:$B=F=$98$7898$98$
mapa de rede, por suscitarem lem- C:9:6$:6$F=7C<;<F=>C86
branças de eventos vitais, podem ge- Esta etapa refere-se à reunião das
rar mobilização emocional nos(as) informações advindas de todos os
pesquisados(as), por isso cabe recor- mapas de cada participante colocadas
dar as disposições da Código de Éti- num mapa único ou geral. Neste, cada
ca em Pesquisa com Seres Humanos. participante poderá ser representado
Em caso de mobilização de conteúdos por um símbolo, letra ou cor especí-
emocionais que podem ser estimula- fica. Isso serve para evidenciar tanto
dos, a aplicação deve ser interrompi- as características estruturais das re-
da e transferida para outro momento des como as suas funções e seus atri-
se for possível. Por isso recomenda-se butos. Nos trabalhos de investigação
um preparo prévio para a realização realizados com o mapa de redes, este
da entrevista semiestruturada, que mapa geral foi muito importante para
subsidiará a construção do mapa com avaliar as tendências da rede em cada
vistas a ter parâmetros de adequação quadrante, permitindo uma visão do
dos itens da entrevista semiestrutura- conjunto de todos os entrevistados,
da ao fenômeno central de pesquisa e, seja em suas semelhanças ou diferen-
por sua vez, refletir sobre a postura do ças. A presença de mapas gerais é ob-
pesquisador no processo de constru- servada em trabalhos de pesquisa de

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Santos (2009), Caminha (2008), Fa- tegorias: família, amizades, trabalho e
#&9:;:&<=&>=<=&?@AB:C&& B?
rias (2010), Menezes (2010) e Gabarra comunidade, nomes correspondentes ?BDEBFBA:GBH:&A@9@&BE?G>I9=EG@JJJ
(2011). aos quatro quadrantes, sendo que os 0&%)(2'G"%H'('G&%,&'I4&%(-,5&'0%(4&.5,

elementos de análise dessas últimas


0"2+$%#89"'5('-&$(/"%,&+'5('&2J.,+('2"' poderiam estar relacionados com as
-&)4"'5&'4(+K#,+&'K#&.,$&$,B& características, funções e/ou atribu-
tos dos integrantes da rede, de acordo
O trabalho de construção das cate- com o nível de importância relacional
gorias de análise tem como referência percebido pelo sujeito respondente.
a proposta de Corbin e Strauss (2008), Nesse caso, essa categoria principal
que se inicia com um processo de codi- poderia fazer parte de um conjunto
ficação aberta, na busca da construção de outras categorias principais que
das categorias principais e continua estariam respondendo ao objetivo
com a codificação axial, para o surgi- central da pesquisa.
mento de subcategorias e elementos Quando o mapa de rede é o instru-
de análise. Estes últimos evidenciam, mento principal, ou seja, quando se
em conjunto, as propriedades ou di- analisa a dinâmica das redes sociais
mensões sobre as quais se sustentarão pessoais, pode-se determinar que cada
as análises e a compreensão da catego- quadrante do mapa dê as bases para
ria central. a construção de categorias principais,
Por sua vez, cabe destacar que a no- assim se teria, por exemplo, quatro
meação das categorias, subcategorias e grandes categorias nomeadas respec-
elementos de análise pode ser sustenta- tivamente como: (a) Relações fami-
da por: (a) a narrativa dos participantes liares, (b) Relações de trabalho, (c)
presentes na entrevista semiestrutura- Relações de amizade, e (d) Relações
da, (b) a partir da nomeação presen- comunitárias, tendo como subcate-
te nos quadrantes do mapa de redes, gorias as funções e atributos e, como
enquanto instrumento e (c) a partir elementos de análise, as características
de conceitos teóricos que sustentam a das redes. Cabe lembrar que a análi-
teoria proposta por Sluzki (1997) e pela se dessas categorias contempla uma
literatura especializada, sempre tendo análise horizontal, ou seja, evidencia a
como referência o objetivo principal relação entre elas e, de modo vertical,
de pesquisa. Em termos de análise e busca a profundidade de cada catego-
discussão, essa triangulação dos dados, ria em si mesma.
na perspectiva de Flick (2008), é con- A organização apresentada das ca-
siderada uma estratégia para ampliar e tegorias é uma proposta de análise
aprofundar os dados e a interpretação, no que se refere à construção de cate-
uma vez que a pergunta de pesquisa é gorias a partir do mapa de redes. No
considerada a partir de pelo menos dois entanto, somando-se a isso podem
pontos e complementada pela literatu- surgir outras possibilidades de cate-
ra especializada, para se proceder a aná- gorias decorrentes das narrativas e dos
lise e discussão dos dados. aspectos diferenciais das mesmas; da
Assim, no estabelecimento de ca- análise da confecção do mapa geral,
tegorias de análise, quando o mapa conforme apontado anteriormente, e
é um instrumento coadjuvante de das possibilidades de análises quanti-
outros, a rede social pessoal signifi- tativas. Estas trazem dados enriquece-
cativa seria uma categoria principal, dores retirados do conjunto, os quais
que, por sua vez, teria quatro subca- podem evidenciar lacunas, densidade,

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tamanho, distribuição e características peamento das redes sociais significati-
B@ *7$&12&P&!D@?G@&'()'
da estruturação da rede social de uma vas em diferentes momentos do pro-
pessoa ou família. cesso de desenvolvimento humano ou
do ciclo vital da família.
No que diz respeito a suas limita-
3#*$,6/0!MS/$&R,*!,$ ções, aponta-se a dificuldade para uti-
lizá-lo com grupos, quando se busca
Acredita-se que a incorporação da aprofundar a dinâmica das funções e
dimensão da rede social na atividade de atributos dados aos vínculos nas redes,
pesquisa no campo das metodologias exigindo este último uma entrevista
qualitativas permite: (a) potencializar mais direcionada em nível individual.
as análises descritivas presentes nas nar- Por fim, reitera-se, aspecto ante-
rativas, (b) aumentar as possibilidades riormente mencionado, a importância
explicativas dos fenômenos humanos de estar sempre atentos aos aspectos
estudados, visibilizando de forma mais éticos da pesquisa, a partir do reco-
concreta o impacto das transformações nhecimento da mobilização subjeti-
que uma rede social significativa pode va/emocional que a utilização de um
ter para o desenvolvimento do sujeito, instrumento de coleta de dados possa
e (c) contextualizar os dados às realida- ocasionar nos participantes, princi-
des estudadas, por meio da observação palmente no contexto da investigação
dos diferentes sistemas envolvidos, per- qualitativa.
mitindo uma efetiva ampliação de um
foco, uma situação ou um problema a
ser investigado. 0/R/0T*3,!$
Considera-se que a busca de instru-
mentos sensíveis a mostrar e possibi- !HIJKLM, F.l., )NKO, D., :MPMQRJS, I., &
litar descrições da dinâmica das redes %MSTIM (JSIHM, M. (2000). Proprie-
sociais constitui-se num desafio per- dades psicométricas de la escala de
manente, tendo em vista o processo satisfacción con la vida en adoles-
de constante mudança de suas confi- centes. Psicothema, 12(2), 314-320.
gurações ao longo do ciclo vital e pela -MUIKVM, M.I. (2008). Fissuras e cica-
influência das transformações sociais trizes familiares: dinâmica relacio-
de um modo geral. Nesse contexto, o nal e a rede social significativa de
mapa de redes é uma possibilidade re- famílias com crianças com fissura
levante de acesso às redes, pela sua po- labiopalatal. (Dissertação de Mes-
tencialidade descritiva de concretizar trado). Programa de Pós-graduação
informações por meio de um registro em Psicologia. Universidade Federal
específico de um dado momento ou de Santa Catarina.
situação de vida de um indivíduo ou -MUWNO, E.P. (2005). Quem cuida do
família, a qual pode ser relacionada cuidador: uma proposta para os pro-
com outros momentos do desenvol- fissionais da saúde. Rio de Janeiro:
vimento e variáveis escolhidas para a Vozes.
pesquisa. -ROHXYIN, Z.A.O. (2010). Redes sociais
Ampliando a utilização desse ins- no contexto da prematuridade: fa-
trumento há também a possibilidade tores de risco e de proteção para o
de sua utilização para aprofundar os desenvolvimento da criança ao lon-
estudos do follow up e longitudinais. go dos seus dois primeiros anos de
A exemplo desse aspecto tem-se o ma- vida. (Tese de Doutorado). Progra-

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ma de Pós-graduação em Psicolo- %SMKYJOON, M. (2000). Sobre a recons-
#&9:;:&<=&>=<=&?@AB:C&& BA
gia. Universidade Federal de Santa trução do significado: uma análise ?BDEBFBA:GBH:&A@9@&BE?G>I9=EG@JJJ
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