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L'EAU ET SES MYSTÈRES


TOME 1
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© Éditions Ramuel, 1998


Tous droits de reproduction, traduction et adaptation,
réservés pour tous pays.
ISBN 2-910401-84-7
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Fabrice KIRCHER & Dominique BECKER

L ' E A U E T SES M Y S T È R E S

TOME I

L'ATLANTIDE

ÉDITIONS RAMUEL
225, rue des Princelles
60640 - VILLESELVE (FRANCE)
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INTRODUCTION

À travers les brumes des siècles, à travers les méandres


d'imagination enfiévrée, résonne u n mot, u n n o m si chargé
d'émotion et de mirage qu'il conquit l'éternité.
Terre d'espoir, terre de chimères, c'est u n pays fabuleux
aux confins du Monde.
Grandeur d'âme et civilisation raffinée sont ses caracté-
ristiques. N'est-il pas issu du Monde des dieux ?
Mais la sénescence guette, impitoyable ; elle broie, tor-
ture et s'empare du cosmos.
Corruption, déchéance et autre décadence sont ses com-
pagnes. L'idylle fortunée est remplacée par la dégradation et la
méchanceté, l'opulence pacifique par l'esprit guerrier.
La fin est irrémédiablement annoncée.
C'est ainsi que l'île de Poséidon sombre dans les eaux
informelles du chaos.
Récit ô combien significatif de l'ordre des choses, il
féconde l'imaginaire et nous voyons au-delà des consciences, la
triple enceinte de... l'Atlantide !

F. KIRCHER & D. BECKER


Déc. 1996 - S e p t 1997
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RÉVÉLATIONS
DES
ARCANES OUBLIÉS
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CHAPITRE I

UNE HISTOIRE DE L'ATLANTIDE

Ce que nous connaissons avec certitude de l'Atlantide


se résume parfaitement en ces termes : une aventure purement
littéraire vieille de près de 2500 ans.
La toile de fond fut religieuse ou p o l i t i q u e ; l'alibi,
scientifique ou para-scientifique avec l'entrée en scène de l'ar-
chéologie, de la voyance, voire du spiritisme ; les relents, issus
du dernier siècle, souvent vénaux. La légende de l'Atlantide est
le plus beau trophée de l'esprit humain, au travers de l'écriture,
du livre. Il y exalte sa fascination devant les brumes de l'incon-
nu, le mystère du Passé. L'imagination y déploie ses ailes mali-
cieuses encore et toujours, le verbe s'égare, s'emporte au loin, la
prose s'amplifie dans u n tourbillon lyrique... et retombe pour
mieux ressurgir plus loin sous la plume d'un nouveau zélateur
de la Muse ou d'un découvreur de génie.
L'histoire connue de l ' A t l a n t i d e d é b u t a en Grèce, à
Athènes. Le rôle des philosophes est de faire réfléchir, commen-
ter. Nous pouvons certifier que Platon a réussi cette tâche. Que
serait-il aujourd'hui s'il n'avait parlé de l'Atlantide ? assuré-
ment, un p h i l o s o p h e comme Démocrite, Anaxagore, Z é n o n
d'Élée, Thalès de Milet... seulement connus de rares cénacles
d'hellénistes acharnés.
Fils d'Ariston et de Périctionè, Platon naquit à Athènes
vers 427 avant notre ère, dans le dème de Collytos. Son œuvre
qui nous est parvenue - 35 dialogues dont "Le Banquet", "La
République", "Phèdre" - est l'une des plus importantes de l'Anti-
quité ; mais seuls nous intéressent, dans la présente étude, le
"Timée" et le "Critias" qu'il rédigea vers la fin de sa vie. Les per-
sonnages du dialogue sont Socrate, Timée de Locres, Hermocra-
te et Critias, fils de Callaischros. Donnons-en u n bref résumé,
avant de décrypter ces deux textes dans u n chapitre ultérieur.

(1) D'après Diogène Laërce.


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Platon y relate l'existence, d a n s les t e m p s anciens, d ' u n e


île "plus g r a n d e q u e la L i b y e et l'Asie réunies", située au-delà
d e s c o l o n n e s d ' H é r a c l è s (le d é t r o i t d e G i b r a l t a r ) . C e t t e t e r r e , l o r s
du partage du m o n d e entre les dieux de l'Olympe, échut à
P o s é i d o n . L e d i e u d e la m e r t o m b a a m o u r e u x d ' u n e j e u n e fille
q u i y vivait : Clito. D i x e n f a n t s n a q u i r e n t d e cette u n i o n : c i n q
fois d e u x j u m e a u x mâles. L'aîné se n o m m a i t Atlas. Le philo-
s o p h e décrit avec m i n u t i e l'organisation politique, religieuse, la
f a u n e d e l'île, ses r i c h e s s e s m i n i è r e s . U n e e x p é d i t i o n g u e r r i è r e
des Atlantes contre l'Égypte et la Grèce, m e n é e 9000 ans a v a n t
l ' é p o q u e d e Platon, fut r e p o u s s é e et vaincue p a r les A t h é n i e n s ,
n o u s apprend-il encore. P e u après, les Atlantes et leur île dispa-
rurent, engloutis par u n cataclysme.
P l a t o n n e fut p a s le seul a u t e u r d e l'Antiquité à parler
des Atlantes. H é r o d o t e , d a n s le Livre I V de ses Histoires, m e n -
tionne u n e m o n t a g n e appelée Atlas, située e n Afrique d u Nord.
Elle est étroite, r o n d e et si h a u t e q u e la c i m e e n d e m e u r e invi-
sible, e n v e l o p p é e d e n u a g e s e n été c o m m e e n hiver. Cette m o n -
t a g n e a d o n n é s o n n o m a u x h a b i t a n t s d u p a y s : les Atlantes, des
végétariens "qui ne connaissent pas les songes". D a n s son Livre
III, D i o d o r e d e Sicile, u n h i s t o r i e n grec d u siècle d ' A u g u s t e ,
nous rapporte une tradition assez semblable. Selon lui, les
Atlantes étaient voisins des L y b i e n s et avaient été attaqués et
s o u m i s p a r les A m a z o n e s , c o n d u i t e s p a r leur reine Myrina.
Le g é o g r a p h e grec S t r a b o n , d a n s ses Livres II et XIII
a b o r d e é g a l e m e n t le t h è m e de l'Atlantide ; ainsi q u e Proclus,
p h i l o s o p h e néo-platonicien, auteur d ' u n c o m m e n t a i r e sur le
Timée. Elle fut n o m m é e M é r o p i d e p a r T h é o p o m p e . Porphyre,
J a m b l i q u e et O r i g è n e d o u t è r e n t . À l ' o p p o s é d e ces derniers,
Posidonios le p h i l o s o p h e stoïcien, Pline, Tertullien l'apologiste
chrétien, A m m i e n M a r c e l l i n l ' h i s t o r i e n latin, a d m i r e n t s o n exis-
tence.

U n e longue éclipse s'ensuivit. Épisodiquement, ano-


n y m e s et personnalités diverses s'y intéressèrent toutefois, à
l'instar d'Alexander v o n H u m b o l d t , le naturaliste a l l e m a n d q u i
nia l'existence de l'Atlantide. O u encore u n célèbre h o m o n y m e
d'un des auteurs d u présent ouvrage, A t h a n a s e Kircher, qui des-
sina u n e carte de l'Atlantide au X V I I è m e siècle en p r e n a n t
m o d è l e sur le récit d e Platon : u n e île située d a n s l'océan Atlan-

t i q u e à m i - c h e m i n e n t r e l ' E u r o p e et l ' A m é r i q u e d u N o r d . Le
b o t a n i s t e T o u r n e f o r t (1656-1708) et B u f f o n , le c é l è b r e n a t u r a l i s t e
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français (1707-1788) c r u r e n t à la réalité d e l'île p l a t o n i c i e n n e .


N ' o u b l i o n s p a s l ' a s t r o n o m e e t m a i r e d e P a r i s J e a n B a i l l y (1736-
1793), g u i l l o t i n é s o u s la R é v o l u t i o n , q u i l a i s s a à la p o s t é r i t é u n
o u v r a g e s u r l ' a s t r o n o m i e d a n s l ' A n t i q u i t é , d a n s l e q u e l il affir-
mait q u e l'Atlantide était située au Spitzberg. Francis Bacon de
V e r u l a m , p h i l o s o p h e e t c h a n c e l i e r d ' A n g l e t e r r e , e n fit u n e t e r r e
d'utopie dans u n ouvrage inachevé p a r u u n a n après sa mort, e n
1627.

L ' a n o n y m a t t o u t relatif o ù était p l o n g é e la terre des


Atlantes se dissipa a u X I X è m e siècle. L a n a i s s a n c e d u spiritis-
m e , l'essor d e la société t h é o s o p h i q u e , et s u r t o u t d e s d é c o u -
vertes archéologiques d'importance, y contribuèrent grande-
ment. La résurrection de Troie p a r H e i n r i c h S c h l i e m a n n d a n s
les a n n é e s 1870 f u t s a n s d o u t e u n déclic. C'est e n se fiant a u

p o è m e d ' H o m è r e , L'Iliade, q u e l'archéologue a l l e m a n d décou-


vrit la cité f a m e u s e o ù s ' a f f r o n t è r e n t A c h i l l e et H e c t o r .

Si la l é g e n d a i r e Ilion d'Homère a ressurgi du Passé,


l'Atlantide de Platon n'est-elle vraiment q u ' u n m y t h e ? Cette
question qui g e r m a alors reste toujours d'actualité, à en voir le
n o m b r e d'ouvrages - scientifiques o u de fiction - consacrés à ce
sujet.
L'auteur qui, le premier, popularisa le t h è m e de l'Atlan-
tide a u p r è s d ' u n l a r g e p u b l i c f u t l ' a m é r i c a i n I g n a t i u s T. T. D o n -
nelly. S o n livre "Atlantis, the Antediluvian World" (L'Atlantide,
le m o n d e a n t é d i l u v i e n ) f u t p u b l i é e n 1 8 8 2 . L ' e n g o u e m e n t f u t
i m m é d i a t . . . e t p e r d u r e p l u s d ' u n s i è c l e a p r è s s a p a r u t i o n . Il f u t
réédité u n e cinquantaine de fois et se trouve toujours dispo-
nible e n librairie dans les pays anglo-saxons. N é à Philadelphie
e n 1 8 3 1 , il d e v i n t a v o c a t à 2 2 a n s , a v a n t d e s e t o u r n e r v e r s l a
p o l i t i q u e . À l ' â g e d e 3 2 a n s , il e n t r a a u C o n g r è s . B a t t u a u x élec-
t i o n s d e 1870, D o n n e l l y e n t a m a u n e l o n g u e t r a v e r s é e d u d é s e r t
qu'il consacra à d e patientes recherches et à la rédaction de ses
o u v r a g e s . Il y d é v e l o p p a l a r g e m e n t l e p o s t u l a t p l a t o n i c i e n .
Désormais l'Atlantide était définitivement lancée sur les

rails de l'imaginaire...
Si D o n n e l l y avait e u u n e a p p r o c h e scientifique d u pro-
blème, a u p o i n t d'être qualifié de "père d e l'Atlantologie scienti-
f i q u e " , il n ' e n e s t p a s d e m ê m e p o u r H e l e n a P e t r o v n a B l a v a t s k y
(1831-1891).

Q u i f u t H . P. B l a v a t s k y ? S a b i o g r a p h i e , d é j à , e s t d i g n e
d ' u n r o m a n d'aventure. Séparée d ' u n général russe, elle devien-
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dra la maîtresse d'un chanteur slovène, d'un homme d'affaires


britannique, d'un baron russe, d'un négociant de Philadelphie
originaire du Caucase. Aventurière en diable, elle gagna sa vie
en enseignant le piano, en montant à cru un cheval de cirque, en
devenant femme d'affaires...
Elle naît en Russie le 30 Juillet 1831 et se découvre, dès
l ' a d o l e s c e n c e , des d o n s de clairvoyance et h y p n o t i q u e s .
Contrainte de se marier par sa famille, elle s'enfuit. Son périple
la conduit en Égypte, via Odessa et Constantinople. Au Caire,
elle vit quelque temps avec un magicien d'origine copte. Ce der-
nier lui révèle l'existence d'un livre nimbé de mystère, qui se
trouverait dans un monastère tibétain : les fameuses "Stances de
Dzyan"... que Madame Blavatsky consultera par clairvoyance.
Ce livre est sensé contenir l'histoire secrète de notre Terre ainsi
que de ses humanités successives, une histoire vieille de cen-
taines de millions d'années.
Madame Blavatsky quitte l'Égypte, s'installe à Paris,
puis à Londres, avant de partir pour l'Amérique où ses centres
d'intérêts seront les Mormons et le vaudou. Un temps... bandit
au Far West ! elle revint ensuite à Londres où elle entretint une
correspondance suivie avec un Anglais, vivant au Tibet, du nom
de Kout Houmi Lal Sing. Elle voyage aux Indes et trouve un
exemplaire des "Stances" en sanscrit.
En 1852 et 55, elle repart aux Indes et se fait refouler aux
portes du Tibet. Elle échappera par la suite à plusieurs attentats.
En Amérique, Madame Blavatsky rencontre Henry Steel Olcott,
un homme d'affaires américain, avec qui elle fondera la "Société
Théosophique" en 1875. Quatre ans plus tard, Madame Blavats-
ky et le Colonel Olcott repartent en Indes où ils seront considé-
rés, par les autorités britanniques, soit comme espions russes,
soit comme des boutes-feu de l'indépendantisme hindou. Quoi
qu'il en soit, l'Intelligence Service ne cessera de leur mettre des
bâtons dans les roues. Elle rencontrera néanmoins le Pandit
Schiamgi Krishnavarma et quelques autres "initiés", et mettra la
main sur les Stances de Dzyan... rédigées dans une langue
inconnue appelée Senzar. Ce livre disparaîtra mystérieusement
par la suite, mais Madame Blavatsky aura le temps d'en effec-
tuer une traduction. Elle paraîtra aux États- Unis en 1915, à
l'Hermetic Publishing Company de San Diego.
"Isis dévoilée" et "La doctrine secrète" furent les deux
ouvrages les plus importants de l'œuvre de Madame Blavatsky.
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Kout Houmi Lal Singh


L'un des trois "Maîtres-Fondateurs" de la Société Théosophique
(Collection Privée)
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"La doctrine secrète" p a r u t e n 1888. Elle y t r a d u i s i t les


Stances de D z y a n avec u n c o m m e n t a i r e a p p r o p r i é , m e t t a n t e n
é v i d e n c e l ' é n o r m e c u l t u r e de s o n auteur. U n e cosmogenèse, la
création de la Terre, l ' a n t h r o p o g e n è s e et l'histoire des p r e m i e r s
c o n t i n e n t s d i s p a r u s : H y p e r b o r é e , Lémurie, Atlantide, se retrou-
v e n t le l o n g d e q u e l q u e s m i l l i e r s d e pages, p a s s i o n n a n t e s mais
fort a r d u e s à lire p o u r u n p r o f a n e .
U n disciple d e M a d a m e Blavatsky, W. Scott-Elliott, p r i t
sa suite. D a n s s o n "Histoire de l'Atlantide et de la Lémurie dispa-
rue", p a r u e e n 1896, le t h é o s o p h e anglais d é v e l o p p a les thèses
d'H. P. B l a v a t s k y avec u n luxe d e détails é t o n n a n t s sur la géo-
graphie des continents disparus, l'aspect p h y s i q u e des habi-
t a n t s , l e u r s cultes, l e u r s t e c h n o l o g i e s et sciences, les g u e r r e s
entre factions rivales...
A n c i e n t h é o s o p h e , f u t u r a n t h r o p o s o p h e , R u d o l f Steiner
se p e n c h a é g a l e m e n t s u r l ' A t l a n t i d e , e n 1923. "La Mémoire du
Cosmos : A t l a n t i d e et Lémurie" est la s o m m e de s o n é t u d e sur le
sujet. Le m é d i u m et c o n f é r e n c i e r a u t r i c h i e n y d é v e l o p p a u n e
v i s i o n de ces m o n d e s q u e n ' a u r a i t p a s r e n i é e M a d a m e Blavats-
ky.
L'Écossais Lewis Spence fut u n autre "atlantologue"
acharné. Il r é d i g e a c i n q livres sur le s u j e t et a n i m a u n e r e v u e
trimestrielle a u n o m é v o c a t e u r "Atlantis". S o n œ u v r e maîtresse,
"Le Problème de l'Atlantide", sortit e n 1924. S o n a p p r o c h e scien-
tifique d u " p r o b l è m e " est l o u a b l e et reste d e nos jours u n e réfé-
rence i n d é n i a b l e .
L ' a n t h r o p o l o g u e et e x p l o r a t e u r a l l e m a n d Léo F r o b e n i u s
(1873-1938) s i t u a l ' A t l a n t i d e d a n s l ' o u e s t africain. S o n œ u v r e
i m m e n s e - d o u z e v o l u m e s p u b l i é s p a r les é d i t i o n s E u g e n Die-
derichs à I é n a de 1925 à 1929 - est i n t i t u l é e "Atlantis, Volksmär-
chen und Volksdichstungen Afrikas" (Atlantis, contes et poésies
populaires d'Afrique). C'est a u N i g e r i a et a u B é n i n , a u travers de
la c u l t u r e d e s Yorubas, q u ' i l crut d é c o u v r i r la trace de la légen-
daire Atlantide.
Soufflons u n p e u . . .
Les œ u v r e s ici citées n e s o n t q u ' u n e goutte d'eau dans
u n océan de livres, c o m m e n t a i r e s , r o m a n s , n o u v e l l e s , articles d e
r e v u e s ; d ' i m p o r t a n c e très i n é g a l e , il f a u t le reconnaître. D a n s
l e u r b i b l i o g r a p h i e d e l ' A t l a n t i d e , J e a n G a t e f o s s é et C l a u d i u s
Roux d é n o m b r è r e n t 1700 o u v r a g e s consacrés à l'île-continent de
Platon... e n 1926 !
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Carte n° 1
L'Atlantide de Lewis Spence
divisée en plusieurs îles
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Mais les essais mentionnés dans ce chapitre demeurent


incontestablement des récits fondateurs de la thématique atlan-
téenne. Ils sont considérés - il est nécessaire de le préciser -
comme des études sérieuses sur le sujet et non des œuvres fic-
tionnesques (que nous étudierons dans un chapitre ultérieur).
La magie du verbe y est accentuée : car le lecteur est prié d'y
croire. Et certes, très souvent, on tombe sous le charme. Le rêve
se double alors d'une étrange fascination. L'Atlantide exista-t-
elle réellement ? on se surprend à le souhaiter de toutes nos
forces ! Un flot tumultueux d'obsédantes questions taraude
ensuite le lecteur convaincu : qui étaient ces Atlantes ? L'Atlan-
tide était-elle une civilisation supérieure inégalée, disposant
d'une technologie semblable voire supérieure à la nôtre ? ou
s'agissait-il plus banalement d'un peuple "classique" dont l'An-
tiquité n'a plus guère gardé de traces dans sa mémoire ? Et
d'abord, où habitaient-ils ?... Oui, où donc se situe vraiment
l'Atlantide ?
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CHAPITRE I I

LES MIRAGES DE L'ATLANTIDE

"En effet, les monuments écrits disent que votre cité


détruisit jadis une immense puissance qui marchait insolemment
sur l'Europe et l'Asie tout entières, venant d'un autre monde situé
dans l'océan Atlantique. On pouvait alors traverser cet océan ;
car il s'y trouve une île devant ce détroit que vous appelez, dites-
vous, les Colonnes d'Héraclès. Cette île était plus grande que la
Libye et l'Asie réunies. De cette île on pouvait alors passer dans
les autres îles et de celles-ci gagner tout le continent qui s'étend
en face d'elles et borde cette véritable mer. Car tout ce qui est en
deçà du détroit dont nous parlons ressemble à un port dont l'en-
trée est étroite, tandis que ce qui est au-delà forme une véritable
mer et que la terre qui l'entoure a vraiment tous les titres pour
être appelée continent. O r dans cette île Atlantide, des rois
avaient formé une grande et admirable puissance qui étendait sa
domination sur l'île entière et sur beaucoup d'autres îles et
quelques parties du continent. En outre, en deçà du détroit, de
notre côté, ils étaient maîtres de la Libye jusqu'à l'Égypte, et de
l'Europe jusqu'à la Tyrrhénie."

Telles furent les paroles que Platon, dans le "Timée",


attribue à un vieux prêtre égyptien s'adressant à Solon, le Grec.
Cet extrait du "Timée" est d'une grande clarté quant à la
localisation de l'Atlantide : une grande île, une "île-continent"
dans l'océan Atlantique, au large du détroit de Gibraltar.
Le "Critias" d o n n e q u e l q u e s précisions s u p p l é m e n -
taires. Au frère j u m e a u d'Atlas, p r e m i e r - n é des amours de
Poséidon et Clito, échut :

"... l'extrémité de l'île du côté des Colonnes d'Héraclès,


jusqu'à la région qu'on appelle aujourd'hui Gadirique en ce
pays..."
(1) La région de Cadix.
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tons à la toison d'or, dragon les surveillant. D'autant plus que


les Hespérides sont le pays d'origine des Nuées (Néphélé).
Si Chrysomallos est fils du parèdre de la Déesse-Terre,
les "mêla" des Hespérides, elles, ont été offertes à Héra (pour
ses noces) par... Gaïa. Ce lien avec la Terre-Mère transparaît
aussi dans un fragment d'Eschyle du drame malheureusement
perdu des "Danaïdes", mettant en scène Aphrodite, qui dit :

"Le saint Ouranos désire trouer la terre ;


Et le désir de cette union s'empare de Gaïa.
La pluie d'Ouranos tombée en abondance
A gonflé Gaïa, qui enfante pour les mortels
Les troupeaux de moutons et les ressources de vie de
Déméter.
Le temps des arbres s'accomplit de par la noce mouillée :
Voilà ce dont je suis la cause."

Le mouton est donc rattaché par les Anciens à la Terre-


Mère et aux cosmogonies primordiales. Ce lien existait sans
doute déjà en Crète, il est attesté dans la Grèce mycénienne : sur
un sceau de Mycènes, mais de provenance minoenne, la Déesse
est assise sur un animal qui ressemble au bélier de Phryxos ;
elle passe le sommet d'une côte.
Héraclès déroba les "mêla" des Hespérides et les donna
à Pallas Athéna. Une victoire de plus pour la déesse d'Athènes
sur les "Atlantes" des mégalithes ? Curieusement, Athéna
semble n'en avoir retiré aucun profit : elle les remit à leur place.
Ce respect nous fait soupçonner une valeur sacrale de la toison,
de la laine. Lorsqu'Héphaïstos, poursuivant la déesse guerrière,
éjacula sur la cuisse d'icelle, Athéna nettoya sa jambe souillée
avec de la laine. Selon les tablettes de Cnossos, on faisait des
offrandes de laine à la Potnia. On en parle si peu dans les
mythes et rites grecs, qu'il est probable que la laine faisait par-
tie des arcanes les plus secrètes des Mystères.
Charroux, en parlant de la Toison d'Or, évoque une sou-
coupe volante naufragée. Il est vrai que le voyage des Argo-
nautes s'apparente u n peu à la recherche contemporaine des
débris de Roswell... Cette hypothèse, lancée un peu au hasard
par l'auteur, demande quand même que l'on s'y attarde (en fai-
sant bien entendu la distinction entre OVNI, phénomène bien
terrestre, et soucoupe volante pilotée par d'invraisemblables
extraterrestres).
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La Toison d'or fut suspendue à un arbre du bois d'Arès.


Pourquoi Ares ? Il n'existe aucune explication mythologique
convaincante. Mais si la Toison de Colchide avait un rapport
quelconque avec u n OVNI, la relation est déjà plus évidente.
Arès est un dieu guerrier ; or l'OVNI-plasma est connu pour les
dégâts humains, voire matériels qu'il est capable d ' e n g e n d r e r :
il est, à l'époque c o n t e m p o r a i n e , aussi b i e n associé à mort
d'hommes que dans des catastrophes naturelles. Si le bélier est
associé à Arès, n'oublions pas que son interpretatio romana -
Mars - est associée aux anciles, ces boucliers d'airain qui, nous
l'avons rappelé, symbolisaient l'OVNI dans l'Antiquité gréco-
romaine ; or le dieu grec - voir l'Arès chalkeos - est également
rattaché au bronze.
Lorsque Dédale fabrique un bélier d'or en l'honneur de
l'Aphrodite Érycine, ce n'est pas u n hasard. L'Aphrodite du
mont Eryx est assimilée à l'Aphrodite Ouranienne, l'Astarté des
Phéniciens : une déesse à la fois guerrière et sensuelle. Or, les
cas contemporains de (visions de) jeunes femmes séductrices
associées aux OVNI sont fréquents : voir le cas Villas Boas.
Après l'extase, la suite est plus cruelle : Anchise aimé d'Aphro-
dite deviendra aveugle, boiteux ; Villas Boas souffrira de brû-
lures oculaires, cauchemars, furonculose, vomissements, algies
diverses, problèmes cardiaques... Les (visions d') hommes-ailés
sont aussi associés à ces manifestations naturelles, comme dans
le mythe de Dédale. Nous avons évoqué l'Aphrodite Ouranien-
ne : elle était particulièrement vénérée à Aphaca. Sozomène
raconte, dans son "Histoire ecclésiastique", qu'un certain jour de
l'année, quand le prêtre avait invoqué la déesse :

"un feu semblable à une étoile paraissait se précipiter du


haut du mont Liban dans les eaux de l'Adonis (le fleuve). Ce
météore, disait-on, n'était autre que Vénus-Uranie."

Étrange récit... où il est facile de reconnaître u n phéno-


mène OVNIesque. L'appel suivi d'apparition d'une telle mani-
festation a été mentionné, de nos jours, dans quelques dossiers
ufologiques.
Aphrodite, la "déesse de Cythère aux nattes épaisses,
tenant l'agile bouclier d'Arès" ("Argonautiques", chant I. vers
743-744), était représentée, brodée sur le manteau pourpre de
Jason, en compagnie de Phryxos et du bélier. Coïncidence, vrai-
ment ?

(1) Cf. L'ouvrage précédent des auteurs.


(2) Id°
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Nous retrouvons l'étoile qui tombe dans le voyage des


Argonautes. Au cours d'une effroyable tempête, les marins,
épouvantés firent appel à Orphée, le seul d'entre eux à avoir
participé à une cérémonie initiatique. Orphée pria les divinités
de Samothrace pour leur salut. Aussitôt, le vent s'apaisa et deux
étoiles "tombèrent sur la tête des Dioscures" (Diodore, IV, 43).
Or, les divinités de Samothrace sont les Cabires...
Ces mêmes Dioscures étaient invoqués par les marins,
nous rappellent les Hymnes homériques les concernant, lors-
qu'une tempête menaçait le navire.
Que faisaient-ils alors ?

ils se rassemblent à la poupe et leur immolent des


agneaux à la blanche toison."
(Hymne aux Dioscures, I)

Notons, par ailleurs, que l'étoile qui tombe brusque-


ment du ciel et devient u n OVNI se rencontre souvent dans les
RR4, notamment américaines.
Il reste une question essentielle : pourquoi les Anciens
ont-ils assimilé l'OVNI à un M o u t o n d'or ? La solution de
l'énigme réside dans les "cheveux d'ange", une émanation
OVNIenne. Concomitante d'une apparition d'OVNI, les "che-
veux d'ange" tombent parfois du ciel en une multitude de flo-
cons blanchâtres, de filaments blancs recouvrant, dans quelques
cas, une surface considérable - de l'ordre de plusieurs kilo-
mètres carrés. De nos jours, on les compare aux "fils de la Vier-
ge" tissés par les araignées. Il est fort probable que les Anciens
aient fait un rapprochement avec de la laine, une toison de mou-
ton. La couleur dorée attribuée au phénomène peut s'expliquer
par l'extrême luminescence de l'OVNI.
L'OVNI-plasma étant un phénomène naturel, il est nor-
mal que les Anciens aient cherché à le diviniser, comme la
foudre (Zeus), les séismes (Poséidon)... ou à le démoniser plu-
tôt, vu son association intime avec les Cabires, Curètes, Cory-
bantes et autres Dioscures. Si les causes chtoniennes du phéno-
mène sont évidentes, il apparaît cependant que certaines mani-
festations bien particulières furent parfois associées par les
Anciens au couple Arès-Aphrodite qui, rappelons-le, étaient
présentés comme époux dans certaines traditions. L'irruption
d'Arès et d'Aphrodite dans ce cénacle de divinités chtoniennes
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peut paraître étonnant. Mais elle dénote, à notre sens, une


connaissance surprenante du phénomène sous une forme
mythologique et symbolique, au moins aussi étendue - sinon
davantage - que celle que nous possédons aujourd'hui. Cette
relation existe jusque dans certaines formules incantatoires de
la magie antique, même si le sens en fut sans doute obscur aux
officiants eux-mêmes. Dans l '"Idylle" de Théocrite, Simaitha fait
tourner un disque en bronze tout en souhaitant le retour de son
amant Delphis qui la délaisse. Elle s'exclame ainsi :

"comme ce disque d'airain tourne éperdument sous l'ac-


tion d'Aphrodite, ainsi Delphis puisse-t-il tourner éperdument à
ma porte."

Choisissons un exemple plus spectaculaire pour Arès/


Mars.
Romulus, le fondateur mythique de Rome, eut pour
père, selon les traditions, Énée, Latinus fils de Télémaque, ou -
selon l'historien Promathion - un mystérieux phallus apparu
dans le foyer du palais de Tarchétius, roi des Albains. Mais la
version la plus communément admise en fait un fils du dieu
Mars. Pourquoi cette étrange filiation pour un personnage qui
fut peut-être à demi-historique ? Si beaucoup de contemporains
connaissent - plus ou moins bien, d'ailleurs - les clichés tradi-
tionnels concernant Romulus et Rémus, comme l'allaitement
par la louve, la fondation de Rome... combien d'entre eux ont
eu vent de sa fin ? ou plutôt de sa singulière disparition ? Rap-
pelons ce qu'en dit Plutarque dans sa "Vie de Romulus" :

"Romulus tenait par hasard ce jour-là une assemblée en


dehors de la ville au lieu-dit le marais de la Chèvre, quand tout à
coup des phénomènes extraordinaires et indescriptibles se produi-
sirent dans l'air, y provoquant d'incroyables changements : la
lumière du soleil s'éclipsa et la nuit se répandit, non point calme
et paisible, mais pleine de coups de tonnerre terribles et de vents
impétueux soufflant de tous côtés..."

Une fois le calme revenu, on constata la disparition du


roi. Ceux qui y avaient assisté déclarèrent qu'il avait été ravi
parmi les dieux. Enlevé par son père Mars, avec la bienveillance
de Jupiter, selon Ovide.
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Hersilia, la femme de Romulus, le pleura longuement et


demanda aux dieux de le revoir. Junon y consentit. Un message
d'Iris la prévint. Alors :

"... sans tarder, en compagnie de la vierge fille de Thau-


mas, elle monta sur la colline de Romulus. Là, un astre tombé de
l'éther chut sur terre ; la chevelure enflammée par sa lumière, Her-
silia monta avec l'astre dans les airs."
(O vides, les "Métamorphoses")

Un récit à la fois singulier et familier à plus d'un titre...


Quoi qu'il en soit, nous comprenons mieux ainsi pourquoi la
paternité de Romulus fut attribuée à Mars ; un Arès/Mars sou-
vent associé à certaines manifestations OVNIesques.
Par l'exemple romuléen, le cas de Dédale et d'Icare nous
apparaît donc moins isolé dans la mythologie antique. À l'instar
de Lot qui se sauva de la cité maudite de Sodome, la fuite de
Dédale semble bien liée à une catastrophe naturelle de grande
ampleur, de séismes notamment, et non d ' u n e quelconque
crainte de représailles (c'est d'ailleurs un fils de Dédale qui prit
la tête de l'armée crétoise après la mort de Minos), puisque ladi-
te fuite semble avoir été favorisée, dans le mythe crypté, par un
phénomène OVNIesque - que nous savons relié aux tremble-
ments de terre.
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CHAPITRE X V I I

L'ILE ENGLOUTIE AVEC SES DIEUX ENDORMIS

À cheval entre le roman et la relation historique (ou


mythologique) se trouve le conte philosophique, l'utopie. Les
Anciens, déjà, s'adonnaient à cette forme de littérature. Dès
l'Antiquité, un florilège d'îles merveilleuses naîtront de leur
plume.
Le satirique Lucien nous entretiendra de l'île-fromage,
de l'île des rêves, de l'île des Makaroi. Iamboulos nous apprend
que dans ses îles Fortunées, proches du pays des Éthiopiens, les
habitants vivent 150 ans. Dans l'île Royale de Diodore, s'échoue
l'ambre. Au large de l'Arabie, se trouve l'île merveilleuse de Cli-
tarque, où les arbres exsudent un parfum des plus suaves.
Arrien nous conte les légendes de Nosala, une île enchantée qui
se trouve au large du pays des Ichtyophages ; personne n'ose y
aborder : si quelqu'un y met le pied, on ne le revoit plus jamais
car une Néréide fait de l'intrépide son amant puis le transforme
en poisson avant de le rejeter à la mer.
On se rappelle celles de Virgile et de Clodius Albinus,
mais qui connaît les "Géorgiques" de Nessius et son onirique
terre de Mylai ? Et où se trouve la Méropis de Théopompe ?
Makhimos la guerrière, Eusebès la pieuse et ses gigantesques
habitants qui vivaient des siècles ? Des Amazones vivaient-elles
réellement dans l'île Hespera émergeant du lac Tritonis ?
Évhémère, philosophe de l'École cynique, fut le chantre
d'une forme de communisme et le célèbre défenseur d'une
rationalisation de la mythologie. L'île sacrée d'Évhémère est un
paradis terrestre, au large de l'Arabie heureuse, où vivent toutes
espèces animales et de nombreux oiseaux ; on y trouve de la
vigne, des vergers, des arbres sacrés : cyprès, laurier, myrte, pla-
tane, et un fleuve aux eaux miraculeuses qui guérit les malades.
Proche d'Hiéra la Sacrée se trouvait Panchéa. On y trouvait des
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villes : Panara la capitale, Huracia, Dalis, Oceanis ; Doia, Aste-


ria, elles, avaient jadis été détruites par Ammon. Les habitants -
Panchéens et Triphyliens - se répartissaient en trois classes :
prêtres (qui avaient l'autorité politique), soldats, laboureurs. Il
n'était permis à q u i c o n q u e de p o s s é d e r q u e l q u e chose en
propre : la récolte des fruits se faisait en commun et la redistri-
bution était égalitaire. Sur l'île de Panchéa, l'île consacrée aux
dieux, se trouvait le temple de Zeus Triphylien, à l'intérieur
duquel se dressait une haute colonne d'or sur laquelle furent
gravés des hiéroglyphes signalant les hauts faits d'hommes
illustres, d'ancien rois qui avaient pour nom Ouranos, Cronos,
Zeus... Cette tendance du philosophe à démythifier, désacrali-
ser les divinités grecques et en faire d'anciens rois, fit passer son
nom la postérité : ne parle-t-on pas aujourd'hui d'évhémérisme
à propos des conceptions rationalistes qu'il défendait ?
La mieux connue est peut-être l'île des Phéaciens d'Ho-
mère avec ses bizarres automates comme les chiens d'or et d'ar-
gent, ses vaisseaux futuristes "doués d'intelligence", "qui n'ont
pas de pilote ni de gouvernail", "qui savent les pensées, les sen-
timents des hommes" et qui "connaissent les villes et les grasses
campagnes" ; "très vite, ils traversent le gouffre de la mer, bien
qu'ils soient couverts de brumes et de nuées"... l'oreille exercée
de l'ufologue ne se dresse-t-elle point devant ces vers énigma-
tiques chantés par le poète ?
Dans les "Mille et Une Nuits", nous trouvons l'île de
Serendib, que visita Sindbad. Sur sa haute montagne fut jadis
relégué Adam, après avoir été banni du paradis terrestre.
Si Serendib se caractérise par "la plus haute montagne
au monde", Méropis se distingue par un lieu étrange nommé
Anostos, Sans-Retour... "qui ressemble à un gouffre béant (...)
touché ni par les ténèbres ni par la lumière mais l'air qui y flotte
est d'un rouge trouble", près duquel se rend le Mérope qui dési-
re mettre un terme à sa vie. Il pourra se consumer dans les
larmes en buvant de l'eau d'un fleuve qui coule à proximité
d'Anostos, ou rajeunir en mangeant les fruits d'un arbre pous-
sant sur les rives d'un second fleuve, celui de la joie; rajeunir
jusqu'au point ultime : de la vieillesse à l'adolescence, de l'en-
fance au stade de nourrisson, puis l'anéantissement.
Étrange Méropis qui semble vivre au-delà de l'Espace et
du Temps... Elien, en rapportant les propos du sage de Chio, ne
dit-il pas :
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"L'Europe, l'Asie et la Libye sont des îles, autour des-


quelles l'Océan coule en cercle, et il y a un seul continent, consti-
tué par l'extérieur de ce monde qui est le nôtre."
(Histoire Variée, III, 18)

Formulation des plus curieuses... Où se trouve ce conti-


nent des Méropes, "à l'extérieur de notre monde" ? et l'énigma-
tique Sans-Retour ? et ce fleuve où poussent des arbres dont les
fruits ont la capacité de rajeunir ceux qui en mangent ?
Théopompe i n d i q u e que les habitants - étrangement
invulnérables au fer mais ni à la pierre ni au bois - de cette
contrée, entreprirent un jour la traversée de l'Océan "avec mille
myriades d'hommes" et arrivèrent chez les Hyperboréens, qu'ils
méprisèrent pour leur manière de vivre pacifique. Les Hyperbo-
réens étaient qualifiés " d ' h o m m e s les p l u s h e u r e u x de nos
terres", selon Théopompe ; et Pindare comme Eschyle, voyaient
en eux l'image d'un bonheur absolu impossible chez le commun
des mortels. O n les q u a l i f i a i t de m a k r o b i o i , "longue-vie",
comme les Méropes de T h é o p o m p e et les Héliopolitains de
Iamboulos.
Mais ou se trouve l'Hyperborée ? "cette contrée qui est
par-delà les souffles du froid Borée", indique Pindare (01. III,
31). Diodore, se référant à Hécatée, situe l'île au-delà du pays
des Celtes, vers le Nord. Peut-être est-ce l'île de Thulé que visita
Pythéas ? L'auteur de "Peri Okeanos" ("Autour de l'Océan"), nous
rapporte Pline, s'est effectivement rendu à Thulé "distante de
six jours de navigation au nord de la Bretagne". Mais d'autres
transportent l'Hyperborée à l'Ouest, ou l'identifient au jardin
des Hespérides. Eratosthène assimilera l'Hyperborée avec la
Panchaïe d'Évhémère et la Méropis de Théopompe ; des pays
situés aux extrêmes du monde, si ce n'est hors du monde.
Si Léto y serait née, Cronos, lui, y est toujours prison-
nier. En effet, dans son "De defectu oraculorum", P l u t a r q u e
évoque l'Hyperborée :

"Là, Cronos, endormi et gardé par Briarée, est emprisonné


dans une île et le sommeil est le lien inventé pour le tenir ; il a,
autour de lui, nombre de démons qui sont ses valets et ses servi-
teurs."
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Saturne, personnificata romana de Cronos, est égale-


ment représenté, à Rome, chargé de liens. Et en Grèce, Cronos
est souvent confondu avec le Temps, dont il est devenu la per-
sonnification.
Chez les Celtes, Cronos-Saturne est à rapprocher de
Bran, selon R. Graves. Parti à la recherche de Tir nan Og, dont
les merveilles lui avaient été vantées par une mystérieuse jeune
femme apparue soudainement dans son palais, Bran croise sur
sa route, dans la mer brumeuse, Manannan mac Lir dans son
char qui roule sur les flots, le souverain de l'Autre Monde qui se
trouve par-delà l'Océan. Il lui indique la route à suivre. Bran
aborde d'abord à "l'île de la joie" où les habitants ne cessent de
s'esclaffer, rire, lancer des quolibets. Après cette escale, Bran et
ses hommes reprennent la mer et atteignent Tir nam Bân, l'île
des Femmes. La reine les invita, et le temps s'écoula entre fes-
tins et belles filles. Mais u n jour, Nechtân, fils de Collbran, eut
le mal du pays. Il convainquit Bran et les autres de rentrer au
pays, malgré les avertissements de la reine. De retour en Irlan-
de, plus personne ne les reconnaissait :

"Bran ? Nous ne connaissons pas de Bran. C'est dans nos


très anciennes annales qu'il est question de la navigation d'un
certain Bran."

Impatient, Nechtân sauta à terre et... fut réduit en pous-


sière ! car le temps ne s'écoule pas de la même manière dans
l'Autre Monde que dans le nôtre : des siècles avaient passé
depuis leur départ. Bran, lui, reprit le large, après avoir conté
leur aventure depuis son bateau.
À nouveau, les mystères de l'Espace-Temps jalonnent ce
chapitre consacré aux îles merveilleuses...
D'autre part, nous noterons avec curiosité les simili-
tudes entre les habitants de "l'île de la joie" du voyage de Bran
et les Hyperboréens de Pomponius Mela (III, 5) qui meurent
joyeux et riants. Les Méropes, eux aussi, possèdent le fleuve de
la joie où l'on retrouve une riante jeunesse. Et sur leur île, les
Élus de Pindare "coulent sans pleurs leurs journées". Voilà qui
nous change de la triste vie de l'Hadès, séjour des trépassés...
Contrairement à beaucoup d'érudits, nous ne parta-
geons pas leur opinion en confondant ces îles avec le pays des
Morts. D'ailleurs Callistrate ne déclamait-il pas :
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"C'est faux tu n'es pas mort !


Tu vis aux Îles des Bienheureux
Où l'homme aux pieds rapides demeure,
Et le héros des anciens fronts" ?

Hyperboréens, Méropes, Héliopolitains partagent avec


les Iliennes de Tir nam Bân cette faculté de "longue-vie", qui
semble due à une propriété de l'endroit plutôt qu'à la nature des
êtres qui y vivent. S'ils ont longue vie, c'est que le Temps y est
différent ou suspendu - l'aventure de Bran le démontre ample-
ment. Dans sa IIème Olympique, Pindare n'évoque-t-il pas "les
Trois Séjours de ce m o n d e et d'ailleurs" et la Forteresse du
Temps, éternelle, sur l'île des Bienheureux, où l'on jouit d'une
vie surhumaine ?
À l'évidence, ce sont des voyages relativistes, en relation
avec le paradoxe de Langevin, auxquels ces récits nous convient.
Revenons au fils d'Ouranos. L"'Histoire primitive" de
Philon décrit ainsi l'aspect du Cronos phénicien :

"Quatre yeux dont deux devant et deux derrière,


deux yeux ouverts et deux yeux fermés ;
aux épaules, quatre ailes,
deux comme s'il volait et deux pendantes.
C'était un symbole pour dire
que Cronos dormait en veillant
et veillait en dormant..."

Retenons, de ce qui précède, que Cronos, le Temps per-


sonnifié, dort et veille à la fois, enchaîné et impuissant, dans un
endroit hors de notre monde, symbolisé par une île merveilleu-
se que l'on ne retrouve plus ; peut être une île submergée par les
flots sur l'ordre d'une divinité toute-puissante irritée. Que Cro-
nos soit en relation avec le m o n d e l i q u i d i e n p o u r r a i t sur-
prendre, mais son assimilation avec Bran le navigateur et l'Hy-
perborée nous entraîne bien dans cette voie. Elle était connue
des Anciens : sur le faîte du temple de Saturne, à Rome, ne figu-
rait-il pas des Tritons qui font également partie du cortège de
Poséidon-Neptune ?
Peut-être existait-il jadis des écrits relatant le réveil de
Cronos dans une Hyperborée retrouvée ? Nous n'en avons aucu-
ne trace, malheureusement. Le mythe crypté d'Astéria nous
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donne quand même de vagues indications sur la possibilité de


telles légendes, ainsi que les récits post-hésiodiques qui évo-
quent le pardon de Zeus, la délivrance de Cronos. Une autre
piste - bien ténue - relève de l'inconscient collectif et pourrait
expliquer le succès des nouvelles d'H. P. Lovecraft. August Der-
leth ne confie-t-il pas :

"Il serait erroné de penser que le Mythe de Cthulhu a été


délibérément projeté dans l'œuvre de Lovecraft. Tout indique au
contraire qu'il n'avait pas la moindre intention d'élaborer pareil
mythe, jusqu'à ce que le thème se dégage dans son œuvre..."
("Le mythe de Cthulhu". A. Derleth, in
"L'Appel de Cthulhu", Pocket 1989 p. 12)

Le romancier Lovecraft, qui n'a pas consciemment créé


le mythe de Cthulhu, le voyant Cayce qui a inconsciemment
entrevu la réémergence de l'Atlantide, n'ont-ils pas puisé leurs
informations dans l'inconscient collectif ? Dans "L'Appel de
Cthulhu" (1926), le sculpteur Henry Anthony Wilcox, en transe,
rêvait :

"... et ces rêves sont plus anciens que la sombre Tyr, le


Sphinx contemplatif ou la Babylone ceinturée de jardins."
(Cf. p. 19)

C'est à la suite d'un séisme ressenti en Nouvelle-Angle-


terre, que Wilcox se mit à rêver de :

"... cités cyclopéennes, faites de blocs de pierre tita-


nesques et de monolithes qui s'élançaient vers le ciel, le tout
dégoulinant de vase verte et sinistre d'horreur latente."
(Cf. p. 20)

Comme l'imaginaire Wilcox qui "rêvait" en 1925, Cayce


aussi "voyait" l'Atlantide submergée et ses "Lectures" concer-
nant l'existence passée de ses consultants sur le continent dispa-
ru s'étalèrent entre 1924 et 1944. Mais ce n'est qu'en 1940 ("Lec-
ture" 958-3, du 28 juin 1940) qu'il parla pour la première fois de
sa réémergence vers 1978 ou 79. En 1943, il prévoit des séismes,
une activité volcanique à l'origine de disparitions de terres vers
1976 et la réémergence, au milieu de l'Atlantique, de terres
englouties qui, jadis, avaient fait partie du continent atlante.
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La demeure submergée de Cthulhu, à l'instar de l'Atlan-


tide de Cayce, finit par réémerger à la suite d'un séisme, d'une
violente tempête :

"(Ils) aperçoivent un grand pilier de pierre qui sort de la


mer, et (...) tombent sur une côte faite de boues mêlés, de vase et
d'une maçonnerie cyclopéenne, couverte d'algues, qui ne peut être
que (...) la cité de cauchemar, R'lyeh, bâtie depuis des éons infinis,
avant que toute histoire ne commence (...) C'est là que repose le
grand Cthulhu et ses hordes..."
(Cf. pp. 47-48)

Comme Cronos, l'immortel C t h u l h u dort et défie le


Temps :

"Ph'nglui mglw'nafh Cthulhu R'lyeh wgah' nagl fhtagn."


(Dans sa demeure de R'lyeh la morte, Cthulhu rêve et
attend).

Ce monde de Cthulhu est "autre", comme l'est l'Hyper-


borée, Méropis, Tir nam Bân. L'architecture y est différente. La
géométrie du lieu est anormale, non euclidienne. Q u a n d Parker
glissa, Johansen le vit absorbé :

"par un angle de maçonnerie qui n'aurait pas dû être là,


un angle qui était aigu et qui se comporta comme s'il avait été
obtus."
(Cf. p. 51)

Ce monde d'au-delà de l'Espace et du Temps qui nous


côtoie se retrouve dans "Le rôdeur devant le seuil". Dans la Forêt
de Billington, notre univers s'efface parfois au profit d'un autre,
bien étrange. Quelle n e fut la surprise de Stephen Bates, en
regardant par la fenêtre de la bibliothèque :

"... je m'attendais à voir, comme auparavant, se profiler


sur les arbres dans la douce lumière du couchant (la tour de pier-
re). Or, à mon inexprimable horreur, je vis au lieu de cela un pay-
sage qui m'était totalement étranger, complètement différent de
tout ce que je connaissais. (...) le paysage qui s'étalait devant mes
yeux était troué et déchiré et assurément non terrestre ; le ciel au-
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dessus était rempli de constellations étranges et mystérieuses


dont je ne reconnaissais qu'une seule, très proche, qui ressemblait
aux Hyades, comme si celles-ci s'étaient rapprochées de la terre de
millions d'années-lumière. Et dans ce spectacle, cela bougeait -
des mouvements dans ces cieux étranges, des mouvements dans ce
paysage maudit comme si de grands êtres amorphes se précipi-
taient vers moi (...) grotesques représentations de poulpes et ter-
ribles choses qui planaient sur de grandes ailes noires et gélati-
neuses et traînaient leurs pieds d'une laideur répulsive, comme
des griffes."
("Le rôdeur devant le seuil", p. 133)

Comme Bran, l'Indien Quamis voyagera dans d'autres


sphères, étranges et inconnues, hors des atteintes du Temps. Et
par quel vecteur s'échappait-il ainsi ? par quelle "Porte" nous
visitaient les monstrueuses créatures du Dehors ? Dans une
zone marécageuse :

"... une très vieille tour de pierre (...) se dressait sur ce qui
avait dû être autrefois une petite île au milieu d'un torrent (...)
qui était asséché depuis longtemps sauf au printemps."
(Cf. p. 25)

"... elle s'élevait au milieu de ce qui avait dû être un jour


une circonférence de pierres qu'il identifia (...) comme semblable,
à bien des égards, aux ruines druidiques de Stonehenge."
(Cf. p. 26)

Ainsi que nous le voyons, les géniales intuitions de


Lovecraft recoupent des données avancées dans cet ouvrage.
L'Atlantide de Cayce, la R'lyeh de Lovecraft, son Cthul-
hu assimilable au Cronos dévorant, semblent être des souvenirs
inconscients et déformés de mythes perdus de l'humanité.
Rappelons ici également, par curiosité, l'affaire de
l'énigmatique Paul Schliemann qui affirmait, en 1912, avoir
découvert, dans un vase à tête de hibou légué par son aïeul
prestigieux, un rectangle de métal inconnu couvert d'inscrip-
tions phéniciennes signifiant "Fragment provenant du Temple
aux murs transparents", ainsi qu'une médaille portant en carac-
tères hiéroglyphiques cette phrase sibylline "De l'Atlantide du
roi Cronos"...
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Certes, le portrait de Cthulhu, digne d'une chère trop


grasse au dîner et du cauchemar subséquent, est totalement ori-
ginal : un monstre à la silhouette vaguement anthropoïde, avec
une tête de pieuvre armée d'une masse de tentacules, un corps
écailleux d'une grande élasticité, des griffes aux pattes anté-
rieures et postérieures, de longues et étroites ailes dans le dos.
Sur le plan physique, un rapprochement entre Cthulhu et Cro-
nos est impossible ; seul point commun : les ailes du Cronos
phénicien. Faisons tout de même un effort. Lovecraft n'a-t-il pas
fondu ensemble Cronos et son gardien Briarée ? Briarée, l'Héca-
tonchire, le Cent-Bras. Cette masse de tentacules que Lovecraft
attribue à Cthulhu ne pourrait-elle se rapprocher de la multitu-
de de bras du gendre de Zeus qui écrasa les Titans ? Voilà qui -
reconnaissons-le - est tout de même bien hasardeux et nous inci-
te à clore au plus vite ce chapitre en forme de clin d'œil, avant
que notre imagination ne s'échappe avec notre crédibilité...
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CONCLUSION

Tirée de traditions aujourd'hui perdues, Platon a utilisé


l'Atlantide comme support de sa philosophie et d'une vision
personnelle de la cité idéale.
Le philosophe ne fut pas le premier à parler d'Atlantes,
mais Hérodote : ce qui tend à démontrer l'existence d'un fond
de légendes faisant référence à un peuple, une civilisation occi-
dentale jadis florissante, dont les souvenirs de la Crète minoen-
ne en étaient les plus récents, les plus vivaces dans la mémoire
collective des peuples de Grèce, dont certaines composantes en
avaient subi la domination.
Le souvenir d'un Âge d'Or perdu, aussi vivace chez Pla-
ton que chez Hésiode, transparaît à chaque ligne du
Mais ce n'est pas pour autant q u e l'on retrouvera u n jour la
fabuleuse ville décrite par Platon... qui doit bien être la cité
idéale, puisqu'aujourd'hui encore romanciers, philosophes et
scientifiques la recherchent au fond des mers, des déserts, des
esprit et des cœurs. N'est-ce pas là le plus grand triomphe du
philosophe athénien ?
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