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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – CAMPUS VARGEM PEQUENA

MEDICINA VETERINÁRIA

CAMILE RODRIGUES FERREIRA – 201503373894


DALILA ALVES FERNANDES – 201701312051
GABRIEL RICARDO BARBOSA MARTINS - 201701311003
GABRIELLE FREITAS PRESTA – 201701067251

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR CANINA – RELATO DE CASO

RIO DE JANEIRO
2023
CAMILE RODRIGUES FERREIRA
DALILA ALVES FERNANDES
GABRIEL RICARDO BARBOSA MARTINS
GABRIELLE FREITAS PRESTA

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR CANINA – RELATO DE CASO

Monografia apresentada como trabalho


de conclusão de curso para obtenção do
título de bacharel em Medicina
Veterinária pela Universidade Estácio de
Sá, sob orientação do Professor
Fernando Elisio Amaral .Torres MV.MSc.

RIO DE JANEIRO
2023
RESUMO

FERREIRA, C. R.; FERNANDES, D. A.; PRESTA, G. F.; MARTINS, G. R. B.


Leishmaniose tegumentar canina – Relato de caso. 2023. Monografia
apresentada como trabalho de conclusão de curso da graduação de Medicina
Veterinária da Universidade Estácio de Sá (UNESA).

A leishmaniose tegumentar canina (LTC) é uma doença de caráter zoonótico,


causada pelo protozoário Leishmania chagasi. A transmissão ocorre através da
picada de um inseto hematófago flebotomíneo Lutzomyia longipalpis, transmitindo o
agente etiológico ao homem, encontrado em diversas áreas do Brasil. O cão exerce
uma clara importância epidemiológica em áreas endêmicas pois é o reservatório
doméstico da leishmaniose. A LTC é considerada um grave problema de saúde
pública, uma doença potencialmente fatal, caso não se obtenha o tratamento
antecipado e de forma apropriada. No cão, a infecção resulta em sintomatologia
diversa, incluindo lesões cutâneas e infecções secundárias. O diagnóstico clínico
deve ser feito conciliando com testes moleculares, parasitológicos e sorológicos.
Recentemente, uma nova droga, a miltefosina (Milteforan® Virbac) teve seu registro
autorizado para o uso veterinário no tratamento de LTC. O presente relato de caso
tem como objetivo descrever o uso da miltefosina e o tratamento da doença com a
mesma. Sendo avaliado um cão, SRD, de aproximadamente 3 anos e que chegou à
uma clínica no Rio de Janeiro, apresentando lesões cutâneas e fazendo triagem
para Leishmaniose. A partir do diagnóstico com teste rápido foi feito PCR de sangue
periférico e PCR com punção de medula óssea, para avaliar a carga parasitária do
animal e a eficácia do tratamento. Até o presente momento o animal respondeu bem
ao medicamento, reduzindo a carga parasitária e as lesões dermatológicas.

Palavras-chave: cutâneas, infecção, punção de medula, tratamento.


ABSTRACT

FERREIRA, C. R.; FERNANDES, D. A.; PRESTA, G. F.; MARTINS, G. R. B.


Leishmaniose tegumentar canina – Relato de caso. [Canine cutaneous
laishmaniasis – Case report]. 2023. Monograph presented as Graduation Course
of Veterinary Medicine, Universidade Estácio de Sá (UNESA).

Canine cutaneous leishmaniasis (CTL) is a zoonotic disease caused by the


protozoan Leishmania chagasi. Transmission occurs through the bite of the
hematophagous sandfly insect Lutzomyia longipalpis, transmitting the etiological
agent to humans, found in several areas of Brazil. The dog has a clear
epidemiological importance in endemic areas as it is the domestic reservoir of
leishmaniasis. LTC is considered a serious public health problem, a potentially fatal
disease if early and appropriate treatment is not obtained. In dogs, the infection
results in diverse symptoms, including skin lesions and secondary infections. The
clinical diagnosis must be made using molecular, parasitological and serological
tests. Recently, a new drug, miltefosine (Milteforan® Virbac) was authorized for
veterinary use in the treatment of CTL. The present case report aims to describe the
use of miltefosine and the treatment of the disease with it. Being evaluated a dog,
SRD, approximately 3 years old and who arrived at a clinic in Rio de Janeiro,
presenting skin lesions and being screened for Leishmaniasis. Based on the
diagnosis with a rapid test, PCR of peripheral blood and PCR with bone marrow
puncture were performed to assess the animal's parasite load and the effectiveness
of the treatment. To date, the animal has responded well to the medication, reducing
the parasitic load and dermatological lesions.

Keywords: skin, infection, spinal cord puncture, treatment.


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................05
2. METODOLOGIA...................................................................................................08
3. RELATO DE CASO..............................................................................................09
4. DISCUSSÃO.........................................................................................................13
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................14
REFERÊNCIAS................................................................................................... 15
ANEXOS.............................................................................................................. 19
1 INTRODUÇÃO

A leishmaniose é a segunda principal doença em cães e humanos causada


por protozoários e se destaca pela alta incidência e distribuição, além disso, há
possibilidade de assumir casos graves e letais (FONTES e SILVA, 2011;
MICHELETTI e BEATRIZ, 2012). A Leishmaniose é uma doença infecciosa
sistêmica causada por parasitas do gênero Leishmania, protozoários que atacam
preferencialmente o sistema imunológico do hospedeiro (Gontijo & Melo, 2004). É
através da picada das fêmeas dos flebotomíneos infectados, dos gêneros
Phlebotomus e Lutzomya. A doença pode apresentar manifestações clínicas
diferentes, de acordo com a espécie de Leishmania que infecta o hospedeiro:
cutânea, mucocutânea, cutânea difusa e visceral (FONSECA, 2013). É uma zoonose
de grande importância, devido a sua morbimortalidade, tanto em seres humanos
quanto em cães. Atualmente, a doença está presente nas cinco regiões brasileiras,
sendo que as áreas endêmicas se concentram nas regiões nordeste, centro oeste e
sudeste do país. (BRASIL, 2014; FREITAS, 2011).

Os principais reservatórios do protozoário são os mamíferos da família


Canidae, se destacando os cães e as raposas. Os roedores e marsupiais também
são reservatórios, sendo encontrados naturalmente infectados. O cão infectado era
considerado o principal elo na cadeia de transmissão da leishmaniose visceral, pois,
no ambiente doméstico, era a única fonte de infecção para os vetores. Porém, esse
papel já tem sido contestado através de pesquisas, que demonstram que o ser
humano também é reservatório do parasito (MELO, 2004; SILVA, 2007). A
proximidade da moradia dos cães com mata e vegetação influencia no risco de
infecção por Leishmania. Isso ocorre porque há maior contato desses cães com o
vetor, que se desenvolve em matérias orgânicas presente nesses ambientes
(ALMEIDA et al., 2009). Quando o parasita é inoculado no cão, através do repasto
sanguíneo da fêmea do vetor, os macrófagos realizam fagocitose. Após, ocorre
diferenciação da forma promastigota em amastigota, pois aquela é sensível à acidez
e ação de enzimas líticas do vacúolo fagocítico. Em seguida, o parasita se multiplica,
por divisão binária, até que haja rompimento celular (ECKERT, 2013).

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A infecção em cães por espécies de Leishmania é clinicamente semelhante à
infecção humana, embora, no cão, além do acometimento das vísceras, os animais
sintomáticos frequentemente apresentem lesões de pele (Krauspenhar et al., 2007).
A infecção começa no local da picada do vetor, que geralmente ocorre no nariz ou
na margem interna da orelha, provocando uma resposta inflamatória local. Nos
caninos, a leishmaniose pode apresentar a forma clínica assintomática,
oligossintomática e sintomática (Brasil, 2006a). Na forma assintomática o animal não
apresenta sinais clínicos evidentes da infecção, porém exames sorológicos podem
apontar a presença do parasito. A enfermidade é classificada como
oligossintomática quando manifesta até dois sinais clínicos e estes são
inespecíficos, como pelos opacos, aumento do tamanho dos linfonodos, perda de
peso discreta. Neste caso a sorologia poderá apresentar títulos baixos, o que pode
resultar na interpretação de um falso-negativo (Brasil, 2006b). Na forma sintomática
várias alterações clínicas podem ser observadas nos cães, como linfadenopatia
localizada ou generalizada, polidipsia, poliúria, êmese, polimiosite, poliartrite,
neuralgia, febre, onicogrifose, esplenomegalia, ascite, anemia, emagrecimento
exagerado, perda de apetite (Tilley et al., 2008; Tilley, 2008), hiperqueratose,
alopecia, descamação da pele, eczema nas orelhas e focinho, ulcerações, epistaxe,
uveíte, ceratoconjuntivite, blefarite, diarreia, apatia, sonolência, edema nas patas e
periostite (Brasil, 2006b). Enquanto a prevalência da infecção em cães nas áreas
endêmicas pode chegar a 50% ou mais, a prevalência da doença clínica fica entre
apenas 3% e 10% dos afetados, demonstrando que a maioria dos cães é
assintomática, o que dificulta o diagnóstico da LVC (Gomes et al., 2008; Travi et al.,
2018).

O diagnóstico definitivo da leishmaniose não pode ser baseado apenas nas


manifestações clínicas, nos resultados dos exames laboratoriais e na situação
epidemiológica da região, pois existem muitas similaridades com outras
hemoparasitoses (Jericó et al., 2015). Dentre os testes mais utilizados, estão os
moleculares, sorológicos e parasitológicos (Brasil, 2006b). A microscopia é o teste
padrão ouro para o diagnóstico das leishmanioses. O teste é realizado com
amostras teciduais de baço (93 – 98,7% de sensibilidade), medula óssea (52 – 85%
de sensibilidade) e linfonodos (52 – 58% de sensibilidade). Nos esfregaços teciduais

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as formas amastigotas podem ser evidenciadas. A desvantagem do método é a
técnica arriscada e dolorosa de aspirado de baço e medula óssea. A especificidade
desse método é de aproximadamente 100% e a sensibilidade é em torno de 80% em
cães sintomáticos (BRASIL, 2006; FONSECA, 2013). Os métodos moleculares
também são utilizados na detecção do parasito e no monitoramento da cura após o
tratamento. A técnica de Polymerase Chain Reaction (PCR) é a mais utilizada.
Através dela se detecta o DNA do protozoário, a partir do sangue total, medula
óssea, linfonodos, pele e raspado conjuntival (FONSECA, 2013). Os testes
sorológicos são utilizados devido a elevada quantidade de anticorpos,
principalmente a imunoglobulina G (IgG), produzidas pelos animais infectados.
Todavia, não apresentam 100% de sensibilidade e especificidade. Animais recém
infectados ou que estão no período pré-patente, podem apresentar um resultado
falso-negativo (Jericó et al., 2015). A presença de doenças concomitantes também
pode resultar em falso-positivo, bem como testes realizados em cães filhotes com
idade inferior a 5 meses devido a presença dos anticorpos maternos (Larson, 2016).
Dentre os exames sorológicos mais utilizados, estão o Teste de aglutinação direta
(TAD), RIFI, ELISA (Brasil, 2006a), sendo que no Brasil as técnicas recomendadas
para os cães pelo Ministério da Saúde (MS), são estas duas últimas (Greene &
Vandevelde, 2015).

Por meio da Portaria Interministerial nº 1426/2008 do Ministério da Saúde


(MS) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e do Parecer da
Advocacia Geral da União nº 1423/2009, não é recomendo o tratamento de animais
soropositivos para leishmaniose visceral, é preconizada a eutanásia desses cães. A
justificativa é que os cães, mesmo tratados e sem sinais clínicos, se mantêm como
reservatórios da doença. Além disso, é proibido o uso de medicamentos humanos,
para que os protozoários não se tornem resistentes (BRASIL, 2015). A prevenção da
leishmaniose visceral canina parte da intervenção para que não haja contato de
cães com o vetor. Para realizar o controle de insetos vetores, as características
epidemiológicas de cada localidade devem ser levadas em consideração.
Normalmente, é feito por conjunto de ações e controle químico, com uso de
inseticidas de ação residual, desinsetização de residências, uso de repelentes,
colocação de telas de proteção em janelas e portas e evitar o acúmulo de matéria
orgânica (MOREIRA, 2013).
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O objetivo principal desse trabalho é relatar o caso de um cão atendido numa
clínica veterinária na zona norte do Rio de Janeiro. Onde esse animal chegou com
lesões cutâneas características de Leishmaniose Tegumentar Canina e foi feito o
tratamento com a miltefosina (Milteforan® Virbac). Até o presente momento, o caso
teve uma boa resposta.

2 METODOLOGIA

O presente trabalho trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, de


caráter exploratório, a partir de um estudo de caso clínico.
Para confecção deste estudo, realizou-se uma busca literária ampla,
utilizando as seguintes bases de dados: artigos e trabalhos científicos, pesquisando
pelas palavras-chaves: leishmaniose tegumentar, milteforan, infecções secundárias.
Após a consulta acadêmica, realizou-se a leitura e extração de dados, associados a
uma revisão de literatura sobre o tema. Os elementos necessários para a escrita do
trabalho, foram coletados, organizados e escritos segundo normas da ABNT.
A pesquisa relata o caso de um paciente da espécie canina, da raça SRD,
macho, 3 anos, que foi atendida em uma clínica veterinária na zona norte do Rio de
Janeiro no dia 28 de novembro de 2022. O estudo foi feito através da coleta de
dados do paciente, anamnese realizada no primeiro e demais atendimentos, sinais
clínicos observados pelo veterinário responsável ao longo do acompanhamento
clínico, realização de exames para diagnóstico e tratamento instituído.
O tutor e o veterinário responsável, autorizaram a utilização dos dados para a
confecção deste trabalho de conclusão de curso em Medicina Veterinária, conforme
consta no termo de consentimento livre esclarecido que se encontra em anexo.

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3 RELATO DE CASO

Em novembro do ano de 2022, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, um canino,


de aproximadamente 3 anos, 10,5 kg, SRD, chegou à clínica apresentando mucosas
hipocoradas, febre, caquexia e lesões cutâneas (FIGURA 1) principalmente na
região da cabeça, dorso e cauda. A tutora relatou que há alguns dias o animal
estava mais prostrado, chamando a atenção do veterinário quanto à ‘’doença do
carrapato’’ e pelas lesões na pele foi suspeitado a Leishmaniose. Foi feito o teste
rápido 4DX Plus IDEXX SNAP®, positivando para Erlichia. E também foi realizado
um teste rápido para suspeita de Leishmaniose Tegumentar canina, também
positivando.

Figura 1 – Lesões cutâneas.

Fonte: Cedido pela tutora, 2022.

O animal foi tratado a princípio para Erlichia com Doxiciclina de 100mg, a


cada 24 horas, por 28 dias e com Ondasetrona de 5mg, a cada 12 horas por 28 dias.
Logo após esse tratamento, no final de dezembro, o animal voltou à clínica para
realizar o exame de biologia molecular quantitativa real time pcr (qPCR) para
leishmaniose. Foi coletado sangue periférico e mandado ao laboratório.
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O resultado do PCR foi positivo com 14.521,326 cópias de DNA patógeno/Μl
(ANEXO 1) e com isso foi iniciado o primeiro ciclo de tratamento com 1,5ml de
miltefosina (Milteforan® Virbac), a cada 24 horas, durante 28 dias. Além da
domperidona 5mg, a cada 24 horas, durante 60 dias e do alopurinol 100mg, a cada
12 horas, durante 60 dias.

Em março, na consulta de retorno e revisão ao tratamento, foi observado


melhora clínica (FIGURA 2) e hematológica no paciente. Porém a pele ainda
apresentava lesões. Com isso, foi feita uma citologia sendo diagnosticado uma
malasseziose (FIGURA 3) como forma de infecção secundária pela leishmaniose.
Iniciando assim um protocolo de tratamento para o presente fungo com Itraconazol
105mg, a cada 24 horas, durante 30 dias e Cloresten Shampoo, duas vezes na
semana, durante 30 dias.

Figura 2 – Melhora clínica nas lesões de pele.

Fonte: Cedida pela tutora, 2023.

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Figura 3 – Lâmina com malassezia.

Fonte: Cedido pelo veterinário, 2023


Mesmo com o tratamento para a malasseziose e com a continuidade do
Alopurinol e da Domperidona, a pele do paciente ainda não estava íntegra e
continuava com dermatite descamativa. Foi feito um novo exame de biologia
molecular quantitativa real time PCR (qPCR) de sangue periférico e solicitado um
PCR – real time de punção de medula óssea (FIGURA 4) para monitorar a carga
parasitária.

Nesse PCR – real time de punção de medula óssea foram achadas 955,152
cópias de DNA patógeno/Μl (ANEXO 2). Em vista desse resultado, foi necessário
repetir o tratamento com um segundo ciclo de 1,5ml de miltefosina (Milteforan®
Virbac), a cada 24 horas, durante 28 dias. Dando continuidade também para a
domperidona 5mg, a cada 24 horas e ao alopurinol 100mg, a cada 12 horas, ambos
até novas recomendações.

Até o presente momento o animal em questão respondeu bem ao último


tratamento (FIGURA 5) e segue fazendo acompanhamento de pele com o
veterinário. As poucas e controladas alterações dermatológicas são causadas em
grande parte por conta de infecções secundárias ao quadro da leishmaniose.

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Figura 4 – Punção de medula óssea.

Fonte: Cedido pelo veterinário, 2023.

Figura 5 – Após último tratamento.

Fonte: Cedida pela tutora, 2023.

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4 DISCUSSÃO
O paciente referente ao relato chegou a clínica inicialmente para tratamento
da “doença do carrapato”(Erliquiose) diagnosticado através do teste rápido Snap
4DX Plus IDEXX® e foi levantada a suspeita de leishmaniose devido as lesões
cutâneas e sintomatologia clinica específica que apresentava, concomitantemente
com a localidade onde reside(região norte da cidade do rio de janeiro) que alberga
hoje a maior parte dos casos de leishmaniose relatados na cidade(PREFEITURA
DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, 2023). A suspeita foi confirmada para
Leishmania infantum (chagasii) com teste rápido positivo e posterior exame de
biologia molecular quantitativa real time pcr (qPCR) feito com sangue periférico,
método esse preconizado e utilizado para avaliar de forma rápida a carga parasitaria
em pacientes inclusive humanos(NASCIMENTO et al., 2011).
O referido animal apresentava sintomatologia clinica com lesões cutâneas
com alopecia difusa ao longo de todo o corpo, principalmente em região de cauda e
torso, dermatite descamativa de ponta de orelha, além de anemia, hipoalbuminemia,
caquexia e aumento de ureia, sinais que corroboram com os descritos por Silva
F.S.(2007) que fez um apanhado dos principais sintomas clínicos desta patologia.
Foi optado pelo tratamento do animal seguindo as diretrizes do conselho federal de
medicina veterinária (CFMV) através da portaria 1.426 do ministério da saúde de 11
de julho de 2008 e utilizada a Miltefosina (Milteforan® Virbac) medicamento
devidamente licenciado no ministério da agricultura, pecuária e abastecimento
(MAPA) para uso não humano. O medicamento visa o controle da doença pela
diminuição da carga parasitaria melhorando os sinais clínicos do paciente (Virbac,
2018)(https://pt.virbac.com/medicamentos-sujeitos-a-receita/milteforan.html). Após o
primeiro ciclo de uso do milteforan® se observou significativa baixa na carga
parasitaria, mas ainda com a presença sendo detectada em sangue periférico e com
sintomatologia persistente, após avaliação dermatológica foi constatada presença de
fungo nas lesões cutâneas e iniciado tratamento para o mesmo, visando a
estabilização dos sinais clínicos decorrentes de agentes oportunistas (FREITAS,
L.C. 2019).

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Após o tratamento das infecções secundarias e após novo ciclo com a
Miltefosina o paciente teve seu quadro estabilizado. Segue realizando tratamento
com alopurinol, domperidona e tratamento para as infecções secundárias em pele.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As considerações finais sobre o presente trabalho são as seguintes:

 Prevenção é fundamental: A melhor forma de prevenir a leishmaniose


tegumentar em cães é através do controle dos vetores, flebotomíneos. Isso
pode ser feito utilizando repelentes e coleiras específicas, evitando exposição
durante os horários de maior atividade desses insetos e mantendo o ambiente
limpo e livre de acúmulo de matéria orgânica.

 Diagnóstico precoce: É importante estar atento aos sinais clínicos da doença,


o diagnóstico e monitoramento da carga parasitária podem ser feitos através
da técnica Real Time PCR Quantitativo de punção de medula.

 Tratamento adequado: O tratamento da leishmaniose tegumentar em cães


pode envolver o uso de medicamentos específicos para combater o parasita,
além de cuidados locais para auxiliar na cicatrização das lesões.

 Controle populacional: A leishmaniose tegumentar em cães é uma zoonose,


ou seja, pode ser transmitida para humanos. Portanto, é importante combater
a doença não apenas nos animais, mas também controlando a população de
flebotomíneos e evitando o contato direto dos cães doentes com pessoas
susceptíveis.

Sendo assim a prevenção, o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e o


controle populacional são essenciais para o manejo da leishmaniose tegumentar em
cães. É fundamental buscar orientação veterinária e cuidar da saúde e bem-estar
dos cães, reduzindo o risco de transmissão da doença para outros animais e
humanos.

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em: 17/05/2023.

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ANEXOS

ANEXO 1

Exame realizado em 28/12/2023 com amostra de sangue total periférico.

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ANEXO 2

Exame realizado em 20/05/2023 por punção de medula.

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – RELATO DE CASO

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